Universidade Cornell, Nova York.

Halloween de 2003.

Emma Swan era uma linda loira de olhos verdes, que estava no último ano da faculdade. Ela definitivamente adorava festas e a festa de Halloween não ficava de fora de sua lista. Emma estava usando uma fantasia de mulher maravilha, com uma máscara da cara da personagem no rosto. Ela dançava loucamente, quando recebeu uma mensagem de sua ficante, dizendo que era para se encontrarem. A loira logo se animou e foi direto para o quarto da garota. Chegando lá, ela pegou a chave que estava escondida embaixo do tapete, abriu a fechadura e entrou.

- Mônica.

Emma a chamou enquanto tirava sua roupa, ficando apenas de calcinha e sutiã.

- Como você chegou aqui tão rápido hein!?

A loira perguntou se deitando na cama.

- Mônica.

Emma tocou o braço da garota, que acendeu rapidamente o abajur e começou a gritar bem alto.

- Ei! Ei! Calma!

A garota pegou um de seus perfumes e jogou diretamente nos olhos de Emma, que deu um berro e caiu da cama.

- Meus olhos!

A loira falou retirando a máscara desesperadamente e esfregando os olhos, na tentativa de passar o efeito ardente do perfume.

- Eu não estou enxergando!

- Quem deixou você entrar aqui?

A garota perguntou com raiva.

- O que houve? Cadê a Mônica?

- Como você entrou aqui?

- Ela me falou onde estava a chave, eu vim encontrá-la.

Emma respondeu com certa afobação.

- Eu não consigo enxergar!

A loira reclamava de dor, enquanto permanecia estirada no chão.

- Ela também disse que não tinha problema agarrar a colega dela?

- Não. Ela disse que você ia estar na biblioteca, porque você é uma nerd.

- Eu não sou nerd!

A garota pegou um travesseiro e bateu na cabeça de Emma.

- Ai! Vamos parar de agressão? Por favor.

- Desculpe.

- Ok.

A loira falou se levantando, sentindo sua visão melhorar um pouco.

- Meu nome é Regina Mills.

A morena lhe estendeu a mão, que Emma apertou rapidamente.

- Emma Swan.

Quando Regina soltou a mão da loira, olhou-a de cima abaixo, tentando não deixar nenhum detalhe daquele corpo perfeito escapar, apesar de estarem apenas com a luz do abajur acesa.

- Bom, acho melhor eu me trocar.

Emma percebeu que estava sendo observada, então começou a vestir suas roupas lentamente, a fim de provocar a morena. Após estar devidamente vestida, Regina, que trajava uma camisola curta, que deixava a mostra praticamente suas pernas inteiras, colocou um hobbie por cima e as duas saíram do quarto. Mesmo com os olhos ainda doloridos e a visão não muito boa, Emma também reparou muito no corpo da morena, que segundo a loira, estava sexy demais naquela camisola. Regina levou Emma até uma salinha, onde tinha um banheiro, que a morena lhe ofereceu para poder lavar os olhos. Quando Emma retornou, ela segurava uma toalha úmida e fazia pressão em seus olhos, que aos poucos iam ficando melhor.

- Sabe, daqui pra frente eu vou começar a prestar mais atenção com quem eu durmo.

- Seria uma mudança radical pra você, né?

Regina perguntou com um tom irônico, soltando um gemido um tempinho depois, quando se queimou com o café que pegava.

- Ai droga! Eu faço isso o tempo todo.

Ela falou se sentando, emburrada e com dor, no sofá.

- Eu inventei a solução pra isso.

- Jura?

A morena usou seu tom irônico de novo.

- Juro. É uma coisa que você coloca ao redor do copo para não queimar a mão. Eu vou chamar de luva de copo. É uma ideia incrível.

Emma falou com um sorriso, se sentando em outro sofá, que ficava em frente ao sofá que Regina estava.

- Emma, eu sei tudo sobre você.

- Ah sabe?

A loira perguntou sarcasticamente.

- Sei. Quando você falou o seu nome, eu logo já identifiquei a pessoa e a fama.

- Fama?

- Sim, fama. Você está no último ano e seduz os calouros, principalmente as calouras, com o seu charme.

- Então você acha que eu tenho charme?

Emma sorriu maliciosamente e saiu do seu sofá, sentando-se do lado de Regina.

- Não foi isso que eu quis dizer.

- Vou fingir que acredito, mas falando nisso, o que você acha de ir até o meu quarto para ver a minha coleção de livros?

- Coleção de livros!? Não acredito que você está jogando essa pra cima de mim.

Regina falou indignada, cruzando os braços.

- Eu só estou respondendo ao seu olhar.

- Meu olhar?

- É. Esse olharzinho de cachorro.

- Tá me chamando de cachorro?

- Não, é uma teoria que eu tenho.

- Teoria?

- Quando uma pessoa está afim de outra, é esse olhar que ela tem. É a deixa para atacar. E é o mesmo olharzinho que o cachorro faz para ganhar comida.

- Você é uma grossa e também é louca.

- Não, não. Eu estou sendo sincera. Acho que sinceridade é a base de tudo na vida.

Emma colocou a toalha nos olhos e encostou suas costas no sofá.

- Tá bom. Você quer sinceridade?

- Claro.

- Eu faço Belas Artes e estou estudando as proporções áureas do corpo humano.

- Uhum.

Regina puxou a toalha do rosto de Emma e continuou.

- E eu cheguei a conclusão que seu nariz é pequeno demais e um pouco pontudo, sem falar que seus lábios são muito finos.

A morena fez uma pausa.

- Sabe, eu sinto pena de você. Por ter que se autoafirmar e massagear o ego, fazendo sexo insaciável e insignificante com pessoas inseguras como a minha colega. Eu jamais transaria com uma garota feito você.

Assim que terminou de falar, Regina se levantou do sofá e deixou Emma com uma cara de boba.

- Uau! Surpreendente!

Emma também se levantou e foi atrás da morena.

- Isso foi incrível.

A loira comentou assim que alcançou Regina.

- O quê?

- A sinceridade!

As duas deram um meio sorriso.

- Isso foi quase melhor do que sexo sem reclamações.

- Na verdade, eu me senti muito bem.

- Ninguém nunca foi tão sincero assim comigo, sabia!?

- O nome disso é amizade.

Elas caminharam mais um pouco, até que estavam de volta ao quarto de Regina.

- Bom, boa noite Swan.

- Boa noite Mills.

Assim que Regina abriu a porta, deu de cara com Mônica sentada na cama.

- Emma, é você amor!?

Mônica perguntou completamente bêbada.

- Deixa eu ir lá no seu quarto ver a sua coleção de livros?

Antes mesmo que Emma respondesse, a garota vomitou em um saquinho de papel que segurava.

- Ela é toda sua, amiga.

Regina deu um sorriso sarcástico e saiu do quarto, antes mesmo de entrar.

- Mônica, vai dormir vai.

Emma fechou a porta e se dirigiu para o seu quarto.

10 anos depois.

Emma acordava vagarosamente no quarto de uma ruiva, que ela olhou para o lado e não se lembrava nem do nome. Em seguida, ela pegou seu relógio e se assustou.

- Droga! Estou atrasada.

A loira se levantou e começou a se trocar. Quando estava quase terminando, a ruiva acordou e com uma voz sonolenta perguntou:

- O que você vai fazer hoje à noite Emma?

- Eu não faço segunda rodada.

- Não foi o que a gente fez ontem?

A ruiva questionou em um tom malicioso.

- Não, segunda rodada é quando nós nos encontramos duas vezes seguidas. Eu não faço isso.

- Você não pode quebrar suas regras idiotas? Por mim.

- Desculpa, eu não quero quebrar as regras. São as minhas regras.

Emma se aproximou da garota, que tinha uma expressão de desapontamento, e lhe deu um rápido selinho.

- Até semana que vem.

Ao dizer isso, a loira se retirou. Ela pegou o elevador e foi até seu carro. Entrou em seu fusca amarelo e dirigiu até o Starbucks. Ao chegar lá, trombou com uma linda garota loira.

- Puxa, me desculpa.

- Não, me desculpa você.

A garota disse piscando e sorrindo para ela, que retribuiu e foi em direção ao caixa.

- O que vai querer?

A atendente perguntou com um sorriso.

- Dois cafés pretos médios, por favor.

Emma pagou e foi até o outro balcão retirar seu pedido, onde estavam a garota com quem havia trombado e uma senhora, que tentava não se queimar com o café.

- Espera aí. Deixa eu colocar uma luvinha de copo para a senhora.

- Muita obrigada.

- Eu soube que a mulher que inventou isso ganha dez centavos a cada uma usada.

- Está brincando?

A senhora perguntou impressionada.

- Pode acreditar.

As duas sorriram e a senhora se retirou. Emma pegou um copo de café e esperava o outro, quando o linda garota se virou, ficando frente a frente com ela.

- Eu acho que peguei o seu por engano. Desculpe.

- Sem problemas.

- Está aqui o seu copo.

- Obrigada.

- Denada.

Elas sorriram. Logo em seguida, Emma saiu do Starbucks, entrou no seu carro e olhou para o copo que o garota havia lhe entregado. Na luva de copo estava o nome e o número do celular dela. A loira riu e dirigiu até o museu. Entrou e foi até a sala onde estava sua melhor amiga.

- Bom dia Regina.