POV Castiel

Eu fiquei simplesmente louco quando a vi beijando aquele idiota e estava prestes a dar um soco na cara dele, mas... Admito que não consegui pensar mais nada depois do que ouvi, a prensei contra a parede e coloquei uma mão em sua nuca e outra na cintura fina.

 Acho que essa foi uma das garotas pelas quais eu mais esperei o primeiro beijo, e acho que deve ter sido isso que deu... Sei lá, teve alguma coisa diferente naquele beijo do que em todos os outros que eu já dei. Foi... Perfeito.

Clichê, eu sei, estou parecendo uma garotinha apaixonada dizendo coisas assim, mas realmente teve algo de especial, e tenho certeza de que não fui o único a pensar assim. Nos separamos por falta de folego, e ela olhava apenas para o chão, sem coragem de olhar para mim. Pelo menos foi isso que eu pensei.

Toquei o queixo dela com a ponta do dedo e o levantei levemente, fazendo com que ela me olhasse. Nossos lábios se tocaram novamente e ela ficou vermelha. Eu ri.

- O que foi? – ela perguntou, ficando ainda mais vermelha.

- Você não consegue mesmo disfarçar...

- Disfarçar o que, idiota?

- O quanto você gosta de mim.

- Eu não gosto de você – tentou usar o melhor tom de raiva, mas corou do mesmo jeito. Ri novamente. Ela deu um tapa no meu braço.

- Gosta sim, ficou corada quando me beijou. Significa que gosta de mim. Que sente algo por mim – me aproximei ainda mais.

- Eu não sinto nada por você, nunca senti e nem nunca vou sentir. Te beijo quantas vezes quiser e vou continuar sem sentir nada – eu acho que já ouvi essa conversa em algum lugar... E acho que sei como vai terminar.

- Você sente.

- Te provo que não – colocou os braços ao redor do meu pescoço e minhas duas mãos foram parar na sua cintura novamente.

- Então prova.

E novamente nos beijamos, a boca dela tinha um gosto muito bom e eu realmente não queria que acabasse. Mas outra vez acabou. E outra vez ela estava corada.

- Eu não disse? – ela deu um tapa no meu braço.

- Idiota! – estranhamente conseguiu sair do lugar onde eu praticamente a prendia e entrou no próprio quarto, fechando o lugar a chave.

Não, não adianta, ela realmente sente alguma coisa por mim, não importa o quanto negue, eu sei que sente. E vou fazer com que ela admita, ah se vou...

POV Bê

É sério que isso tudo aconteceu? Foi extremamente estranho, eu sentia que minhas pernas tinham virado gelatina e tinha um monte daqueles insetos com asas na minha barriga, e o mais estranho foi que eu não senti nada disso quando beijei Armin. Por que tinha que ser logo o Castiel? Por que eu tinha que ficar daquele jeito logo com aquele cabeça de tomate idiota?

Não, não, não! Mesmo que meu corpo diga que eu gosto dele, como a pessoa inteligente que sou, vou fazer como sempre faço e ouvir a parte racional que ainda resta de mim, e ela disse que eu só estou passando por uma fase. Só me falta pensar fase de que.

Bom, vamos ver, abstinência não é, porque eu estou nessa porcaria de cidade há menos de um mês e já beijei o Armin, Alexy – só como amigo, porque além do mais ele é gay, mas mesmo assim nos beijamos –, o cara estranho de cabelo prateado e agora o cabelo de menstruação. Não, nem carência e nem abstinência.

Pode ser curiosidade? Assim, porque no meu subconsciente eu queria saber como era beijar aquele idiota e agora que sei, deu nisso! É, parece uma desculpa plausível, até porque se não a outra opção seria que eu gosto do Castiel, e... Bem... Não.

E o que foi aquele pequeno diálogo entre os dois melhores beijos na minha vida? Peraí, eu disse que foram os melhores beijos? Não, é claro que não foram, foram só mais dois entre os muitos beijos que eu já dei na vida, a para falar a verdade foram os últimos entre nós dois, essa coisa ridícula nunca mais vai se repetir! Mas foi tão bom... Cala a boca, Beatriz!

Voltando ao que eu queria pensar... Que porra de diálogo foi aquele? Quero dizer, eu tenho certeza de que já o li em algum lugar e foi numa historinha muito da boa que eu li na internet, e ele seguiu o roteiro direitinho, por acaso Castiel gostava de romances melosos esse tempo todo e eu não sabia? Hmmmm, boooom, vou poder jogar isso na cara dele na próxima vez que nos virmos...

Cara, eu duvido muito que tenha coragem de sair daqui até amanhã no mínimo, foi o momento mais humilhante de toda a minha estadia nesse lugar, ter sucumbida e deixado aquele cara me beijar. Hashtag xatiada.

O tempo foi passando e cada vez passando mais enquanto eu fazia tudo o que tinha para fazer de bom no meu quarto, que não é pouca coisa, eu joguei uns 15 jogos, li umas 100 páginas do meu exemplar surrado de Crônicas de Nárnia – que é ultra-foda, esse livro tem todas as 7 crônicas e eu já o li, tipo, umas 20 vezes inteiro, estou quase gravando as falas dos personagens – e ainda quase acabei com meu estoque quase interminável de guaraná que tinha no freegobar – é assim que se escreve produção?

É, eu estou praticamente numa fossa. Só que não! Haha’

Olhei pela janela fechada e já estava escuro lá fora. Aqueles energúmenos devem estar passando fome e pedindo esmolas no meio da rua a essa hora. Fodam-se, eu vou é pegar é minha reposição de refrigerante e talvez mais doritos se encontrar no caminho, mas nem que me amarrem eu vou cozinhar hoje, sou uma cidadã americana livre!

Abri a porta com cuidado para ser o máximo possível silenciosa e o tranquei pelo lado de fora, enquanto tirava meus chinelos para não fazer barulho nenhum. Ainda conseguia ouvir o som dos botõezinhos do console dos vídeo-games, aquele viciado continua lá! Meu Deus, aquele lá é virgem com certeza, quando uma garota vai querer sei lá, beijar ele, ele vai perguntar se aquilo vai dar XP no Perfect World, sei lá!

Fui até a escada e ouvi vozes na sala. Me escondi o máximo possível enquanto olhava quem estava lá embaixo. Meu sangue ferveu na mesma hora.

- Que bom que decidiu voltar comigo, Gatinho – aquela vadia, imprestável, filha da puta, ridícula, demente e futuramente morta falou.

- Eu não disse isso, disse que estava com saudades – por que a mão dele foi parar na cintura daquela vaca? E por que diabos aquele idiota a está puxando para dentro da minha casa?

- Quer companhia para passar a noite? – deu um sorriso. Sabe aqueles sorrisos que a prostituta dá no momento em que percebe que conseguiu um programa? Então.

- Agora estamos falando a mesma língua...

Dentro da minha casa. Esses idiotas estão se pegando dentro da minha casa. Esse putos estão fabricando putas miniatura dentro da minha casa. Não, ele não podia ter feito isso, agora a merda tá feita. E ele vai se ver comigo. Funerária, hoje mesmo vocês terão dois clientes novos...