Stay Strong - HIATUS escrita por Sakura Uchiha


Capítulo 1
Cidade nova


Notas iniciais do capítulo

é tão estranho escrever uma fic de romance em que os casais não possam jogar bolas de fogo uns nos outros! haha, estou mesmo muito acostumada em escrever histórias onde todos tem poderes, mas agora resolvi inovar, uma onde todos são "normais" (nem tnato..., kkk'), e depois de começar a jogar Amor Doce me apaixonei pelo jogo (msm sendo um tanto infantil, mas infelizmente não passei do episódio dois, então não vou respeitar a história do jogo, e nem a personalidade deles, já que só conheço alguns e os outros conheço pelo que leio em blogs, então, não me matem se algo estiver errado, essa é a intenção, o.k.? Haha, sem mais explicações, boa leitura!



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Me chamo Beatriz Lemos e acabei de me mudar. Para onde? Um estranho lugar chamado Sweet Amoris, ah, como eu odeio esse lugar!

Tudo bem, estou generalizando, não odeio esse lugar, na verdade odeio no que esse lugar me faz pensar, nas coisas que me faz pensar e nas lágrimas que descem incessantes pelo meu rosto ao pensar que me mudei da França para esse fim de mundo, apenas porque meu pai covarde não conseguiria aguentar morar na mesma casa em que minha mãe morreu. Fraco. Burro. Idiota.

Aquele dia foi sim, um dos piores dias da minha vida, o dia em que três malditos ladrões entraram em nossa casa e renderam minha mãe, enquanto aquele covarde estava fora trabalhando, é só isso que ele faz, trabalhar, trabalhar e trabalhar, não pode nem ao menos defender a mulher que supostamente amou.

O que eu estou falando? Eu mesma sou testemunha de todas as noites em que ele chorou pela morte dela, se xingou por não ter podido protegê-la e ainda mais por ter sido ela em seu lugar. Mamãe estava apenas tentando proteger o império que papai construiu a vida inteira, as pilhas de dinheiro que ele tem hoje conquistou com os próprios punhos, e ela sabendo disso, tentou defende-lo.

E morreu com um tiro bem no estômago. Depois de ter sido abusada por todos os três. E eu fui obrigada a assistir tudo àquilo quieta, presa por algemas e ameaçada por múltiplas facas. Quando ela levou o tiro, não pude me conter e me levantei, tenho até hoje a cicatriz no pescoço que insiste em me lembrar daquele triste dia.

- Chegamos - o motorista da limousine falou. É, é agora. Abri a porta do carro e aumentei o volume em meus fones de ouvido. Aquele lugar era tão... Simples, foi um tanto difícil para mim aprender o idioma deles tão repentinamente, mas sinceramente, esperava algo melhor.

- E então, o que achou? - meu pai perguntou, colocando o braço atrás de meu ombro e sorrindo, radiante.

- Chato - respondi, me livrando dele e comecei a caminhar. Não suportava a ideia de ficar mais de cinco minutos perto dele sem ela, e fazia dias que não tinhamos uma conversa de verdade, eu nunca dizia mais do que três ou quatro palavras na mesma frase.

- Espero que não tenha se decepcionado - ele voltou para o meu lado.

- Foi exatamente isso.

- Eu... Escuta aqui - ele mudou o tom de voz e me segurou pelo braço, forçando-me a olhar para ele -, você gostando ou não, aqui é nosso novo lar, e eu tenho certeza de que você ainda vai me agradecer por ter vindo para cá.

- Tem certeza? - soltei meu braço e coloquei as mãos dentro dos bolsos de meu moletom. - Pois vá sonhando - cuspi as palavras de uma vez, e me distanciei dele.

É simplesmente muito irritante o jeito dele, o modo como ele insiste em fingir que nada aconteceu, e que de certo modo, tudo foi culpa dele. Ele deveria estar lá. Ele deveria nos proteger. Mas ele não estava lá, nos trocou por dinheiro, e isso eu nunca vou perdoar.

Enquanto caminhava, percebi que bati em alguma coisa dura, levantei os olhos e um garoto ruivo com cabelos compridos até mais ou menos os ombros e expressão "tenha medo de mim, ser inferior!".

- Não olha para onde anda, garota? - perguntou, em tom rude.

- Não, o que você tem a ver com isso? - respondi com o mesmo tom, fazendo com que ele ficasse vermelho de raiva.

- Você não tem medo do perigo?

- Você não é o que eu chamo de perigoso - usei tom de ironia quando disse a última palavra, e ele deu um sorriso de canto.

- Quer comprovar? - ele se aproximou, eu segurei a camisa dele e o forcei a se abaixar à minha altura (sou ligeiramente mais baixa que aquele cara) e aproximei nossas bocas, de modo que eu podia sentir sua respiração descompassada. Sorri.

- Você não é mesmo de nada, né? - sussurrei no ouvido dele, e logo o soltei, voltando a caminhar como se nada tivesse acontecido.

Sei bem que tipo de pessoa é aquele cara, aquele que se faz de mau e age como um sem educação nenhuma, mas isso tudo porque teve um trauma e agora tenta se fazer de forte, vocês conhecem alguém assim?

Fui andando até a escola que tinha lá, era uma segunda-feira, eu tinha que terminar de efetuar minha transferência o mais rápido possível, enquanto isso, passava mais tempo longe de meu pai e conhecia de uma vez por todas essa estúpida cidade. Tá, parei, meu ódio está atingindo coisas que não tem nada a ver com o motivo real da minha raiva, preciso corrigir isso.

Entrei no lugar, que estava completamente vazio, os alunos todos estavam dentro da sala de aula e eu vi uma velha que usava um coque alto justo prendendo os fios grisalhos e uma roupinha rosa sem graça nenhuma, que a fazia parecer um bujão de gás vestida de bala enjoativa.

- Senhorita Lemos? - chamou, é, ela tinha a voz enjoativa como a cor da própria roupa. Assenti, tirando os fones e os mantendo descansando na nuca. - Como foi sua chegada na cidade, ocorreu tudo certo?

- Sim.

- Você precisa confirmar com o representante de turma se está tudo certo com sua ficha para poder começar suas aulas amanhã, o.k.? Ele se chama Nathaniel e fica naquela sala ali - ela apontou a sala.

Sorri falsamente para não precisar dizer nada e caminhei até a tal sala. Mas quanta chatice! Na minha outra escola, esse negócio de "confirmar se está tudo certo" não existia, meu pai paga a escola para isso, não é?

- Nathaniel? - chamei, e um loiro que tinha olhos cor de mel e uma expressão amável se levantou e veio até mim, ele usava uma blusa branca social e uma gravata com nó errado, de modo que muitas pessoas o confundiriam com um professor, mas eu não. - A diretora me mandou aqui, algo sobre confirmar sobre minha ficha.

- Ah sim, você é a Beatriz, né? - ele perguntou, e eu senti todos os pelos de meu corpo se arrepiarem com a voz suave porém levemente rouca dele.

- Não gosto muito de meu nome... - respondi, e não gostava mesmo.

- Então posso te chamar de Bê?

- Normalmente me chamam de Bia, mas tá aí, gostei - sorri.

- Acho Bia muito clichê, muito comum, e... - ele me olhou de cima a baixo. - Você não me parece ser uma pessoa muito comum - sorriu e começou a olhar uns papéis sobre a mesa.

- O que você quer dizer com isso?

- Não me leve a mal, mas... É que você parece diferente da maioria das garotas por aqui.

- Isso é bom? - ele apenas sorriu para mim, voltando-se novamente para a pilha de papéis. - Então tá, vou considerar isso como um elogio... - ele riu.

- E é - me entregou uns papéis. - Faltam vinte e cinco reais para a taxa de inscrição e uma foto 3X4 - abri minha pequena bolsa e tirei minha carteira, peguei de um bolo duas notas de dez e uma de cinco, e entreguei ao garoto, que me fitava de olhos arregalados por ver a quantidade de dinheiro que eu carregava. - Você não é nenhuma filha de mafioso, não né?

- Considere como quiser - deixei ele na dúvida e entreguei uma foto que eu também tinha na bolsa. Assinei os papéis e sorri para ele, logo depois saindo da sala e me encontrando novamente com aquela diretora.

- Está tudo certo? - perguntou, e eu entreguei para ela os papéis. - Mas quanta falta de educação! Arranje uns grampos e prenda essas folhas soltas! - ela ordenou, mas eu apenas soltei as folhas e me virei de costas, saindo dali. - Ei, volte aqui, não posso aceitar isso! - no fim, ela pegou as folhas e ela mesma grampeou. - Pelo visto vou ter problemas com ela...

Sai dali o mais rápido que pude, só que dessa vez bati em outra coisa, e cai no chão. Uma garota de longos cabelos loiros, olhos azuis e duas garotas ao seu lado, como seguranças. Elas riam.

- É mesmo muito retardada, não consegue nem se manter de pé! - ela falou, enquanto eu me levantava.

- Não estou acostumada com garotas tão gordas paradas feito porcas no meio do meu caminho - minha língua estava mais afiada do que nunca, não deixaria vadias feito elas rirem da minha cara.

- Quem você pensa que é para falar assim de mim?!

- E quem você pensa que é para ficar no meu caminho? Dá licença que eu tenho mais o que fazer do que falar com retardadas feito vocês... - empurrei ela com os ombros enquanto passava, fazendo com que ela soltasse fumaça pelos ouvidos.

Sorri comigo mesma, até que poderia ser um tanto divertido ficar naquele lugar...


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Notas finais do capítulo

E então, fui tão ruim quanto penso? Me digam nos reviews :33