Eles foram até a biblioteca Municipal e Rick a puxou para dentro, até chegarem a um canto mais reservado.

–O que viemos fazer aqui? - perguntou Kate, assim que viu ele tirar algumas folhas de dentro da sua pasta.

–Veja isso. – disse Rick, colocando em cima da mesa fotos das vitimas.

–Você pegou fotos das vitimas? - Kate quase gritou. -Sabe que pode ser preso por isso, né?

–Sei, mas acompanhe meu raciocínio, se o assassino é mesmo o cara que pegamos, as cenas estriam exatamente iguais as do livro. Mas não estão. – disse Rick.

Kate se endireitou na cadeira, ele estava certo.

–Veja, o vestido tinha que ser azul e não amarelo, e as flores da cena não são as mesmas que a do livro. - disse Rick, surpreendentemente serio.

Kate analisou as fotos.

– Isso é verdade, mas não prova nada. – disse Kate, simplesmente.

–Prova que Kyle é inocente. – disse Rick.

Kate o olhou, desconfiada.

–Certo, eu sei que posso parecer uma criança em um dia na Disney, ou um playboy rico, mas estou falando serio. Se Kyle fosse o assassino, não existiriam essas falhas. – completou Rick.

Kate o estudou por um momento.

– Qual sua teoria então? – indagou Kate.

Rick sorriu e sentou ao lado dela.

–Eu acho que o verdadeiro culpado queria que encontrássemos Kyle Cabot. Foi muito fácil, ele tinha ligação com as vitimas, as provas estavam contra ele. E eu acho que procuramos alguém que tenha motivo. – disse Rick.

–Motivo para matar duas pessoas? - indagou Kate.

–Não, motivo para matar uma. E eu achei mais uma coisa, não foram dois assassinatos, há umas três semanas outro cara foi morto. – disse Rick.

–Três pessoas mortas? Agora sim isso parece coisa de um Serial Killer.

–Também acho, mas o verdadeiro culpado matou uma pessoa porque tinha motivos. As outras duas mortes foram para encobrir essa pessoa que ele queria morta. – concluiu Rick.

Kate parou para pensar um pouco.

–Faz sentido isso, por que... Com uma morte procuramos alguém com motivos, com duas mortes procuramos alguém que tenha conexão com as duas vitimas, e com três mortes procuramos... Um psicopata. - disse Kate, olhando para Rick.

–Isso mesmo, agora veja, a primeira vitima foi um homem, e ele era advogado, não tinha conexão com Kyle. A segunda vitima foi uma mulher, assistente social, ela tinha conexão com Kyle. Terceira vitima, Kendra, que também não tem conexão com Kyle. – disse Rick.

–Não faz sentido isso, começa com um assassinato oportuno, depois alguém que ele conhecia e volta a um oportuno. – concluiu Kate.

–E para provar que estou certo, tem uma coisa que também está errada na primeira cena: o homem deveria ser morto com um saco plástico, não uma gravata. - disse Rick, finalmente, convencido.

–Certo. -Kate suspirou. -Se Kyle não é o assassino, quem é, e porque armar para ele?

–Isso é o que nós dois vamos descobrir, então Kate? O que acha de uma pequena aventura?

Kate o olhou.

–Ok, vamos lá. Então algum queria uma das três vitimas mortas, e sabemos que a única que tinha ligação com Kyle era Alisson, a segunda vitima. - disse Kate, analisando as fotos.

–Sim, então ela era o alvo disso tudo. E o verdadeiro assassino é alguém que conhece tanto ela como Kyle muito bem. No apartamento dele também tinham fotos de Allison, ele tinha uma obsessão por ela. – disse Rick.

–Isso quer dizer que Allison é a chave para descobrirmos que é o verdadeiro assassino. - Kate concluiu o raciocínio dele.

–Isso mesmo. -Rick sorriu.

–Certo, vamos voltar para a delegacia, lá deve ter algo que nos ajude. - Kate se levantou.

–Mas já? E o nosso café? -Rick brincou.

–Você pode me pagar um. – respondeu Kate, simplesmente

Kate disse e seguiu para fora, Rick foi atrás dela.

(...)

Já na delegacia, os dois começaram a explicar para Montgomery e os meninos, sua teoria.

–Três semanas atrás teve outro assassinato, também inspirado em um dos meus livros, o que torna três vitimas assassinadas igual nos meus livros. – disse Rick, começando.

–Mas nas três cenas tem algo que não condiz com os livros, na primeira a vitima é enforcada com uma gravata, sendo que no livro o assassino usa um saco plástico. Na segunda vitima, as flores são diferentes, e na terceira o vertido deveria ser azul, não amarelo como a vitima estava usando. - Kate continuou.

–Isso prova que Kyle não é o assassino, porque alguém obcecado não deixaria falhas como essas. O verdadeiro assassino armou para ele, as provas, as digitais, a conexão com a vitima, isso tudo incrimina ele. – disse Rick.

–Percebemos também que a primeira vitima não tinha conexão com Kyle, a segunda tinha e novamente a terceira não. Isso pode parecer estranho, mas se fosse realmente um Serial Killer como achávamos antes, não teria conexão entre ele e a segunda vitima.- Kate completou.

–Onde querem chegar com isso? - perguntou Montgomery, confuso.

–Assim como em um dos meus livros, alguém queria uma das vitimas mortas, e matou mais duas para encobertar aquela morte especifica. – disse Rick.

–Com se encoberta uma morte com mais duas? – indagou Ryan.

–Porque quando temos uma morte, procuramos alguém com motivo, quando temos duas mortes, procuramos alguém que tenha conexão com as duas vitimas, mas quando temos três mortes, procuramos um psicopata. – explicou Kate.

–E quem seria a vitima verdadeira? – indagou Espo.

–Pensamos em Allison, a segunda vitima, porque ela é a única que tem uma conexão com Kyle, e o verdadeiro assassino é alguém que a conhece bem e sabe da obsessão de Kyle por Allison. – disse Rick, completando a teoria.

–Surpreendentemente isso faz sentido, como chegaram nisso tudo? – perguntou Roy.

–Ah, o crédito é todo dele, afinal, foi ele quem conseguiu as fotos e os documentos das três vitimas. - disse Kate, sorrindo para a cara de desespero de Rick.

–Que fotos? – perguntou Roy, olhando para Castle.

–Aquelas que ele pegou dos arquivos, sem permissão. – disse Kate.

–Ah, qual é? Onde está a parceria? – perguntou Rick, indignado.

–Você pode ficar com todo o mérito dessa parte. Agora está tarde, amanhã continuamos com isso. – disse Kate.

–Ah, acho que alguém vai ter que passar a noite na prisão para aprender a não roubar. -Espo disse, rindo.

–Ei, eu solucionei parte do caso, não mereço isso. – argumentou Rick.

–O que você acha Kate? - perguntou Ryan, sorrindo.

–Não sei... Desde que ele não venha me incomodar depois, façam o que quiserem. - disse Kate, entrando no elevador.

–Vá para casa escritor, e que isso não se repita. – disse Espo.

(...)

–Acho bom, vocês falarem com o pai dela, ele deve saber algo. – disse Rick.

–Quem é o pai dela? - Kate perguntou.

–Sr. Tisdale. Ele é dono de uma empresa. – respondeu Rick.

–Sr. Tisdale? Uma colega minha é advogada dele, sabiam que ele está doente? - disse Kate, pensativa.

–Espera, quanto vale a empresa? – perguntou Rick, sentando-se ao lado de Kate de frente para o quadro branco.

Esposito foi até o computador pesquisar.

–O valor estimado é algo perto de $100 milhões de dólares. – respondeu Espo.

–E o que acontece com o dinheiro caso ele... Morra? – perguntou Rick, já formando sua teoria.

–Aqui não diz. -Espo respondeu.

–Espere. -Kate pegou seu celular, e ligou para alguém.

–Sabrina. Oi sou eu, Kate... Sim, tudo, mas eu gostaria de um favor seu, sabe o seu cliente, Sr. Tisdale? ... Isso mesmo, você sabe me dizer o que aconteceria com o dinheiro da empresa, caso ele venha a falecer? ... Ah, muito obrigada... Tchau. – Kate desligou. -Metade vai para a caridade, e a outra seria dividida entre Allison e o irmão, agora metade ficaria com o irmão. – disse Kate.

–Só eu vejo ai um suspeito? -Rick perguntou.

No final da tarde, ele estava preso, apesar do problema com o falso álibi, que causou transtorno.

–Bem, devo admitir que vocês dois formaram uma bela dupla. Obrigado pela ajuda no caso. - disse Roy, para Rick e Kate.

–Foi um prazer senhor. - disse Rick, sorrindo.

–Quando precisar, ainda tenho um mês para ser traia pela minha mãe e minha filha. - disse Kate,olhando para as duas.

–Veja pelo lado bom, vocês dois resolveram o caso. - disse Alexis, sorrindo.

–É, algo de útil nós fizemos. -Kate concordou.

–Então, o que acham de um café para comemorar? A pequena também está convidada. – disse Rick, sorrindo para Alexis.

–Eu aceito. - disseram Johanna e Alexis, em uníssono.

No fim, todos concordaram e foram jantar juntos em uma lanchonete ali perto.