Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 59
"A Eternidade da Nossa Paixão"


Notas iniciais do capítulo

SIM, ESSE É O ÚLTIMO CAPÍTULO! Mutant World chega em sua reta final, pessoal.
(Meu coração está doendo por finalizar esse história).
Eu coloquei o nome de todos os epílogos com a inicial A, pra simbolizar o amor que uniu todo esse pessoal que a gente ama.
Vou me despedir nas notas finais porque não quero enrolação e vocês também não. Aproveitem o epílogo Hinny, que está um amor. Aproveitem o final da fanfic.

Ouçam a última musiquinha que eu dedico pro/a capítulo/história quando aparecer o asterisco *
https://www.youtube.com/watch?v=D6DFLNa6MBA



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19 de Dezembro de 2004

Mais de um ano já havia se passado...

O fim do ano chegou inesperadamente rápido. Faltava apenas uma semana para o natal e os preparativos de festa na cidade já haviam começado. A maioria das casas eram enfeitadas com pisca-pisca, decoradas com grandes árvores natalinas; as noites de Manchester eram iluminadas. Mas tudo estava diferente.

Bom, Gina achava que sim. Não era como se aqueles dias fossem vésperas de mais um simples natal, ou mais um simples fim de ano. Tudo agora tinha mais valor, tudo agora tinha um sentido. Aqueles dias de paz tinham um significado forte para ela, e para seus amigos também. Aqueles dias de paz significavam vida nova, e às vezes ainda era estranho parar pra pensar e chegar à conclusão de que, sim, eles tinham uma vida nova.

— É o segundo natal que a gente vamos passar juntos... - Gina olhava para o teto de seu quarto enquanto sentia as mães de Harry lhe fazerem cafuné por entre os fios do seu cabelo ruivo. Eles estavam deitados na cama, abraçados, e comentavam sobre o ano que estava acabando, o ano em que eles puderam vivenciar momentos maravilhosos juntos.

— É, mas esse vai ser diferente. - Harry sorriu e Gina subiu uma mão que estava por baixo do corpo dele, envolvendo-o na cintura; ela começou a acariciar lentamente o rosto do moreno. - Ano passado foi estranho.

— Bem estranho. - Ela direcionou seu olhar para ele. - Estávamos abalados ainda...

— Eu lembro. - Harry se lembrava da dificuldade que fora sobreviver no ano de 2003. - É por isso que esse ano vai ser diferente. - Ele virou seu rosto para ela e a viu sorrir. - Vamos passar juntinhos e sem medo.

— Agora está tudo bem, não está? - A ruiva também se virou para ele. Os rostos ficaram frente a frente. Harry levou uma mão até a bochecha dela e carinhou a pele macia da região.

— Está. - Ele a viu suspirar. As coisas não haviam sido esquecidas, isso na verdade estava longe de acontecer. Mas eles estavam vivendo em paz e estavam mais unidos que nunca, e esses motivos eram suficientes para fazê-los acreditar em um futuro incrível juntos. - Está tudo bem agora. - O moreno sussurrou e tocou a boca dela com a sua. Gina segurou-o pela nuca e entreabriu os lábios, permitindo a passagem da língua dele. Se beijaram com ternura.

— Harry... - Depois de algum tempo o beijo chegou ao fim e Gina depositou dois selinhos molhados sobre os lábios avermelhados dele. Ele sorriu e, com um olhar atento, incentivou-a a continuar a falar. - o que você vai querer de natal?

— Você. - Harry respondeu de prontidão, fazendo-a sorrir de canto a canto.

— É sério. - Os dois corpos agora estavam frente a frente e a ruiva enfiou uma de suas pernas por entre as do moreno. Ela usava um short xadrez larguinho e confortável. - Me fala um presente que você quer ganhar. - A ruiva insistiu com a pergunta e o viu pensar por alguns segundos, mas a expressão divertida no rosto dele denunciava que ele apenas fingia pensar.

— Hmm, você. - Ele a fez sorrir ainda mais.

— Harry! - Ela o repreendeu por não obter uma resposta séria e concreta.

— Você me perguntou e eu respondi. - Ele se defendeu e agarrou a cintura dela, puxando-a para colar em seu corpo. - Você.. - Ele beijou-a no queixo. - você... - Desceu a boca pelo pescoço. - você... - Mordiscou a pele do pescoço dela, irritando a região e deixando-a avermelhada. Gina se arrepiou e o sorriso em sua boca continuou enorme, sem cessar. - você de novo... - O moreno direcionou os beijos para o colo dela, próximo à barra superior da blusa que ela usava.

— Você já me tem. - A ruiva enfiou uma mão entre o cabelo preto dele; os fios eram macios, lisos e bagunçados. Ela bagunçou-os ainda mais. Harry finalizou as carícias e subiu seu rosto, voltou a olhá-la nos olhos.

— Então eu tenho outro desejo. - O moreno a deixou curiosa.

— Ah, é? - Ela continuou mexendo no cabelo dele. Ele adorava ela fazia isso. - O que é, senhor Potter?

— Quero ter a senhora Whotsley sempre comigo. - Os olhos de Gina brilharam reagindo às palavras cativantes dele.

— Até ficar velhinha, caduca e banguela? - A ruiva brincou e Harry assentiu.

— Até não aguentar tomar banho sozinha mais. - Os dois sorriram juntos.

— Você vai me dar banho? - Ela arqueou as sobrancelhas e Harry mexeu as dele, olhando-a sugestivamente.

— Eu posso fazer isso desde já, se quiser. - O moreno riu e a ruiva riu junto; o som das risadas se misturaram.

— Safado. - Ela o repreendeu, longe de estar zangada. Gina amava o jeito fofo como Harry a tratava, mas também adorava quando ele a provocava e a deixava queimando da cabeça aos pés. - Fique sabendo que você também vai chegar numa idade em que não vai conseguir tomar banho sozinho.

— E você vai me dar banho? - Harry continuou mexendo as sobrancelhas; ele tinha um sorriso maroto nos lábios.

— Eu não vou estar conseguindo andar direito. - Gina argumentou, divertida. - A gente vai ter que pagar alguém pra cuidar da gente.

— Então você pretende ficar até estar velhinha? - O moreno sorriu para ela, intensamente. Ela tinha que confessar: aquela curva nos lábios dele a fazia perder os sentidos; Gina era completamente apaixonada por aquele sorriso.

— Você não pretende? - Ela acariciou os cabelos dele, olhando-o nos olhos. As esmeraldas verdes de Harry brilhavam.

— Eu não tenho plano nenhum de ir embora. Você só tem que prometer que, quando a gente brigar, não vai explodir nenhum vaso em cima da minha cabeça. - Gina riu da piada que ele fez em relação aos poderes dela.

Ela tirou sua mão da cabeça dele e o empurrou, fingindo chateação. Harry, que estava na beirada da cama, se desequilibrou. As mãos do garoto tentaram agarrar o lençol da cama e Gina tentou segurá-la para ele não cair, mas ele caiu no chão e puxou Gina para cair junto dele. As risadas se misturaram quando o corpo de Harry bateu no chão e o dela ficou caído sobre o dele. Pelo som dos risos e as feições divertidas, não haviam se machucado.

— Seu maluco! - Ela segurou na cintura dele e ajeitou suas coxas sobre por cima das dele. Harry ria divertido.

— Você que me empurrou. - Ele se defendeu prontamente.

— Foi sem querer. - A ruiva fez uma voz manhosa e Harry sorriu de canto a canto.

— Só aceito um beijo como forma de desculpa. - O moreno se fez de difícil e foi a vez de Gina abrir um sorriso capaz de fazer Harry se apaixonar ainda mais. Mas não era possível, era? Harry achava que sim; aquela garota era uma surpresa boa que se revelava todos os dias. A ruiva aproximou seu rosto do dele e, aceitando a proposta do mutante, encostou sua boca na dele. Harry até tentou intensificar o momento, mas a ruiva apenas tocou os lábios do moreno suavemente, deixando um selinho ali, e rapidamente se afastou. Harry olhou-a indignado, ela apenas sorria de uma forma absurdamente linda.

— Me desculpa. - Ela imitou uma voz de criança, divertidamente. Harry balançou a cabeça.

— Chama isso de beijo? - O moreno tentava não ser hipnotizado pelo sorriso dela, mas só tentava. Gina assentiu e sorriu ainda mais no mesmo momento em que Harry levou suas mãos até o pescoço dela e a segurou de forma envolvente.

Os rostos voltaram a se aproximar e as bocas ficaram praticamente estacionadas uma sobre a outra. Gina sentiu a respiração quente dele. Harry sentiu o perfume do cabelo dela. Os olhos azuis dela ficaram vidrados nos olhos profundamente esverdeados dele. Ela pensou em como era apaixonada por aquele garoto. Ele pensou em como era interligado à ela, não conseguia viver sem.

Harry a beijou intensamente quando sentiu que sua boca já não conseguia ficar roçando sobre a dela por muito mais tempo; eles precisavam de mais contato. As mãos de Gina que seguravam a cintura de Harry subiram pelo peitoral dele enquanto o garoto dava um rumo para o beijo feroz segurando-a com precisão pelo pescoço. Os lábios se encontravam com pressão, as línguas se tocavam ritmicamente e os corpos ganhavam mais contato com o passar dos segundos.

Foi no momento em que os dois se separaram para respirar que a porta do quarto foi aberta abruptamente. Clove surgiu de repente, tão de repente quanto a explosão que aconteceu de um pote de vidro que guardava alguns lápis e canetas localizado na escrivaninha do quarto de Gina. Os estilhaços do copo voaram sem direção pelo quarto e o barulho dos vidros caindo no chão se misturou com o grito assustado de Clove. A risada que Gina involuntariamente soltou também se misturou entre esses sons; tudo ao mesmo tempo.

— Filha da puta! - Clove bateu os braços em seu quadril quando pôde se recuperar do pequeno susto.

— A gente costuma bater na porta, Clove. - Harry repreendeu a irmã quando Gina saiu com dificuldade de cima do corpo dele. A ruiva ainda ria e Harry também não continha seu sorriso maroto.

— E a gente costuma não explodir as coisas perto de uma pessoa, viu Gina. - Clove entrou no quarto e cruzou os braços, desafiou Gina com o olhar. Gina riu e deu de ombros. - Achei que você tinha aprendido a se controlar.

— Eu aprendi. Pelo menos no maioria das vezes. - A ruiva foi firme. - Esse ai eu quebrei de propósito. - Ela apontou para os estilhaços do copo no chão; os lápis que costumavam ficar dentro dele também estavam espalhados na cerâmica. - Eu só queria te assustar. - Gina voltou a rir com a indignação que surgiu na feição do rosto de Clove.

— Ah, você só queria me assustar? - A morena torceu os lábios. Gina assentiu e Harry continuou a rir. - Vai ter troco, palhaça.

— Que medo de você. - Gina debochou e Clove rodou os olhos.

— Como você sabia que eu ia entrar? - Clove continuou desafiando Gina com o olhar.

— Dava pra ouvir seus passos. - Explicou a ruiva, calmamente. Clove entreabriu a boca, mais indignada ainda. Ela praticamente se arrastou pela casa pra chegar no quarto de Gina e atrapalhar qualquer que fosse o momento que a cunhada estava tendo com o irmão.

— Você é boa pra torturar, Clove. Pra disfarçar alguma coisa você é nota zero. - Harry caçoou da irmã e Clove pisou forte no chão. Gina e Harry riram.

— Cato que o diga. - Gina viu Clove dar de ombros e mexer no cabelo.

— Fala ai, irmãzinha... você só veio atrapalhar eu e minha namorada mesmo ou aconteceu alguma coisa? - Potter quis saber.

— Não, eu só vim atrapalhar mesmo. - Clove sorriu sarcasticamente e foi a vez de Gina rodar os olhos. A amizade entre todo o grupo era sempre assim: todos se provocavam mas acabavam não vivendo um sem o outro. Impressionante era tal fato.

— Você é tão irritante. - Gina provocou.

— Você é mais, cunhadinha. - O sorriso sarcástico nos lábios de Clove continuou firme, mas acabou se transformando em um sorriso divertido quando Gina sorriu também. Elas até que se gostavam, só não admitiam muito. - A sua irmã acordou e sua mãe pediu pra você pegar uma fralda pra ela.

— Pra minha mãe? - Gina fez piada e fingiu espanto.

— Não, né. Retardada. - Clove rodou os olhos e riu de novo.

— Vocês duas se amam, não é? - Harry já tinha aquela certeza, só queria mesmo provocar.

— Claro que não!

— Claro que não!

As duas mutantes disseram em uníssono. Harry riu daquela cena. Elas pareciam duas crianças emburradas juntas e é claro que o moreno se divertia com toda aquela implicância. Era sempre uma diversão e tanto.

— Eu vou lá no quarto da Mel pegar a frauda e vou levar pra minha mãe, tá bom? - Gina se aproximou de Harry e depositou um selinho nos lábios dele. - Você vem?

— Quero ver a Mel também. - Harry assentiu e os dois sorriram juntos.

Gina sabia o quanto Harry tinha jeito com criança, e o quanto ele era apegado em sua nova irmã. Às vezes, quando Gina se pegava observando Harry brincando com Mel em seu colo, imaginava um futuro com filhos e casa para os dois. Não importava se ela sonhava demais, o que importava era que agora ela era capaz de sonhar com um futuro bom. Um futuro bom ao lado de Harry e de seus amigos; eles não podiam faltar na vida de Gina também.

— Da próxima vez que tentar me assustar, já sabe... eu revido. - Clove alertou Gina quando a garota passou pela porta do quarto. Tentou assustá-la, mas sabia que só havia completado aquele momento de diversão entre elas.

— Cresce um pouco e vem falar comigo, cunhadinha. - Gina falou próximo ao rosto de Clove e deu uma piscada de olho; Clove torceu os lábios e enfrentou o olhar dela. Infelizmente elas não conseguiam se enfrentar por tanto tempo sem rir.

— Depois não se amam, né? - Harry implicou e recebeu um leve soco de Clove; já Gina deu um tapa no cabelo do moreno. Ele ergueu as mãos pro ar e encolheu os ombros, se fingindo de vítima. Gina e Harry saíram do quarto e deixaram Clove para trás.

— Isso mesmo! - A morena, sozinha, vendo os dois se afastando do quarto, começou a reclamar: - Sempre me deixam pra trás. Meu próprio irmão... - Ela fez drama para si mesma. - Esse povo gosta de brincar com a minha cara, né? Impressionante. Eu venho atrás pra irritar eles e eles me dão as costas. - Era difícil a existência de alguém mais dramática que Clove, quando ela se esforçava para ser. - Ela voltou a cruzar os braços e passou a olhar o quarto de Gina. - Interessante... - Ela percebeu que estava sozinha no quarto. - Uma baguncinha no quarto da cunhada não deve fazer tão mal... ela tentou me matar com um copo mesmo. - Ela sorriu maldosa e fechou a porta do quarto, ficando sozinha lá dentro.

xx xx xx xx xx

Os dias foram se passando e o Natal estava ainda mais próximo. Era uma data importante, todos sabiam, e sempre deveria ser comemorada alegremente.

Narcisa e Lily - que agora eram bem próximas e se tornaram amigas fiéis - estavam para preparar uma ceia no dia 24. A ceia se realizaria na casa da senhora Malfoy e claro que toda a família estava convidada para a comemoração do Natal. Além dos Malfoy e dos Potter, toda a família se resumia em:

Hermione, Gabriela, Katy e a mais nova, Ísis;

Rony, Molly e o mais novo, Cauã;

Scorpius, Astoria e também o mais novo, Felipe;

Gina, Claire e também a mais nova, Mel;

e Rose, Deborah e o caçulinha, Hugo.

Na verdade, eles não poderiam ser considerados um resumo de família. Eles não eram um resumo, eles eram a união. Estavam completos. Todos juntos, eles agora já não eram mais simples famílias. Eles eram uma família só.
O convite da ceia de Natal foi aceito de bom grado pela família inteira. Todos se encontrariam para comemorarem juntos aquele dia. Estavam ansiosos.

O amanhecer do dia 23 surgiu e as horas foram passando, sem pressa. O sol da tarde brilhou por muito tempo. As estrelas do céu contemplou o céu até aquele dia chegar ao fim. Então a véspera de Natal chegou. Os preparativos deixaram o movimento na casa de Narcisa muito mais agitado, mais agitado até do que Cato, que, para ajudar, usou diariamente sua super-velocidade. Vantagem para Narcisa, que tinha um incrível filho super-poderoso. Claro que Draco ficou atento para o caso de um mal tempo se aproximando da cidade; se isso acontecesse, ele mudava tudo num estalar de dedo. Mais vantagem para Narcisa, que tinha dois filhos super-poderosos. Além de Luna... ah, Luna! Sempre a salvação da pátria quando o assunto eram cortes desastrosos decorrentes da correria do preparo da ceia.

A noite de Natal chegou.

Os mutantes se reuniram junto de suas mães.

As famílias se tornaram uma só.

— Eu acho que os bebês não vão ficar acordados por muito tempo não. - Narcisa comentou enquanto via Lily amamentar a pequena Clara. A senhora Potter, que havia ficado praticamente o dia todo longe da mais nova filha, contemplava a criança em seus braços.

— Bom que sobra mais comida pra gente. - Scorpius fez piada e provocou riso no pessoal. Clove rodou os olhos enquanto ria.

— Você é retardado assim mesmo ou fez curso? - A morena provocou e Scorpius ignorou-a, dando de ombros.

— Vamo ficar caladinho, vamo? - Rose, que também ria, alisou o rosto do loiro com as mãos e beijou os lábios do garoto, impedindo que o olhar de indignação dele nascesse.

— Vão para um quarto, sério. - A morena torceu os lábios e os amigos riram mais. Cato disfarçadamente a cutucou pela cintura. Astoria e Deborah olharam para a mutante com as sobrancelhas arqueadas e Clove baixou o olhar, tentando não demonstrar ter ficado sem jeito. Gina e Hermione riram alto.

— Ninguém te merece, Clove. - Gina comentou entre o riso.

— Eu mereço. - Cato abraçou o corpo da morena por trás e ela sorriu automaticamente. Clove lançou um olhar vitorioso para Gina e a ruiva rodou os olhos, ainda rindo.

— Gente, acho que já está praticamente na hora da ceia. - Narcisa disse e então verificou o relógio em seu pulso. - Faltam 10 minutos pra meia noite.

— O Felipe dormiu. - Astoria se levantou do sofá com o filho no colo. Ele, que costumava a falar mentalmente com a mãe de vez em quando, já se mostrando um mutante com poderes telepáticos (como os de Harry), completara 9 meses dias atrás. - Eu posso deitar ele em algum quarto?

— Claro! - Narcisa assentiu prontamente e Luna caminhou até a mãe de Scorpius, sorridente.

— Eu posso colocar ele no meu quarto. - Luna sugeriu para a mulher. Astoria sequer pensou em recusar; Luna transparecia tanta calma e era tão meiga. Era de longe uma boa garota que levava muito jeito para cuidar de bebês. Astoria entregou Felipe nos braços de Luna, que o pegou confortavelmente e se encaminhou para fora da sala, recebendo um sorriso de Draco ao passar por ele.

— Vamos para a mesa? - Narcisa convidou o resto da família e todos concordaram.

— Eu quero falar com você. - Harry se sentava no braço de um dos sofás e tinha a mão direita entrelaçada na esquerda de Gina. A ruiva ergueu o olhar e o encarou. O moreno parecia misterioso.

— Vamos lá fora então. - Ela sussurrou para ele, enquanto as mães e parte dos mutantes do grupo se levantavam do sofá e se dirigiam para a cozinha. Ficando apenas Scorpius, Draco e Rose para trás, Gina e Harry se levantaram e saírem da sala.

— Os pombinhos não vão pra cozinha? - Hermione se dirigiu à Gina e Harry, que passavam ao lado dela e de Rony, seguindo um caminho diferente.

— A gente já vai. - Harry sorriu para a morena e para o ruivo; eles estavam de mãos entrelaçadas, assim como Harry estava com Gina.

— Eles não se desgrudam. - Ainda da sala, Rose comentou, sorrindo e vendo os casais.

— Até parece que você desgruda do Scorpius. - Draco implicou e a ruiva mostrou língua.

— E você não foi pra cozinha ainda por quê? - Scorpius arqueou as sobrancelhas, encarando o outro loiro. Draco deu de ombros. - Isso mesmo, porque tá esperando a Luna voltar. Não vem falar que somos nós os grudados não, tá?

— Blá, blá, blá. - Draco ignorou aquela implicância. Discutir com quem está certo é sempre uma tarefa difícil, ele sabia. Ignorar era a saída. Rose e Scorpius riram da feição de displicência do garoto. - Fala ai.. cês viram o que deu na televisão?

— Sobre a mutante-cobra que tentou atacar um dos policiais lá da delegacia? - Rose indagou e Draco assentiu. - É eu vi. Até comentei com o Scorpius.

— Cês acham que aqueles mutantes perigosos não vão dar problema um dia? - Scorpius repousou um braço no escoro do sofá e olhou de Rose para Draco, torcendo os lábios.

— Não quero seguir sua linha de raciocínio, porque eu sei que você tem uma. - Draco bagunçou seu cabelo. Scorpius sempre usava seu raciocínio lógico para tudo, e na maioria das vezes ele estava certo sobre suas suposições. Mas as coisas eram diferentes agora e Draco não queria pensar em problemas, só queria aproveitar a paz duradoura que todos estavam vivendo. - Eu espero que não.

— Eu espero menos ainda. - Rose concordou com as palavras de Draco. - Espero que eles fiquem presos lá por ó, muito tempo... até recuperarem a sanidade.

— Mutantes da ilha com sanidade? - Scorpius franziu a testa. Rose o cutucou na costela, implicando com a implicância dele. O loiro sorriu, abraçou a ruiva de lado e depositou um beijo carinhoso no topo da cabeça dela. - Tá bom, senhorita. Eu também espero que eles fiquem lá quietinhos e sem causar problemas nas nossas vidas.

— Problema? O que é isso? Alguma coisa de comer? - Draco brincou e os amigos riram.

— Scorpius! Rose! Draco! Luna! Venham comer. - O nome de um por um foi gritado da cozinha e Luna surgiu no mesmo instante pela sala. Os quatro mutantes foram aproveitar a ceia.

Já devia ser Natal.

Harry, que levara Gina para fora da casa dos Malfoy, olhava a garota nos olhos por longos minutos. A rua estava brilhante, o céu era decorado por uma lua crescente. Mas aquele brilho intenso da noite não se comparava com o brilho emitido pelos incríveis olhos azuis de Gina. Ela estava especialmente linda naquele Natal.

* - Queria me dizer uma coisa? - Gina também contemplava os olhos verdes de Harry por minutos indecifráveis. Ela sempre se perdia naquele olhar.

— Você é muito especial pra mim. - Ele começou a falar, sua voz soando baixa, bem próxima ao rosto dela. Gina automaticamente sorriu. Eles estavam frente a frente e uma leve ventania pela rua fazia o cabelo vermelho da garota voar em suas costas.

—Você também é muito especial pra mim. - A ruiva falou baixinho. Ele sentia uma sinceridade absurda nas palavras dela.

— Antes de tudo eu queria dizer que não sei se é cedo demais. - Harry tocou o rosto de Gina com o polegar e alisou a pele dela. Os olhos dela rutilaram e ela o ouviu atentamente. - Aconteceu tudo tão de repente. Eu te encontrei naquela ilha e me apaixonei de cara. - Gina sorriu com o que ouviu. - Você era tão surpreendente... você ainda é tão surpreendente e eu penso em você todos os dias.

— Harry... - Ela também tocou o rosto dele e o carinhou. Harry adorava o toque delicado dela.

— Você não sai da minha cabeça, pantera. - A ruiva sorriu intensamente.

— E você não sai da minha. - Ela sussurrou para ele. As unhas da ruiva arranharam delicadamente o queixo do moreno. - Eu sou feliz por ter você.

— Eu também. - Harry a envolveu calmamente pela nuca. - E não importa o que acontecer, nunca... eu nunca quero sair de perto de você.

— Nunca saia de perto de mim. - Gina pediu, olhando-o intensamente. A mão livre de Harry desceu até o bolso de sua calça jeans e a ruiva o observou pegar algo de lá de dentro.

— Eu não tenho uma maneira de agradecer por você nunca ter desistido de lutar. - Harry soltou a nuca da ruiva e voltou a olhá-la, sem mostrar o que tinha dentro de sua mão fechada. - Não tenho uma maneira de agradecer por você ter lutado contra o vampirismo, quando foi atacada... por você ter lutado pela gente nos momentos difíceis... por você ter permanecido na minha vida depois de tudo. Mas eu quero que você permaneça sempre. E eu... - Harry abriu a mão e Gina visualizou uma caixinha vermelha que sempre servia para guardar alianças. O coração da ruiva saltou dentro dela. - eu encontrei essa forma de te pedir pra ficar pra sempre.

— Você tá... - Gina pôde jurar que seu coração sairia pela boca a qualquer instante. Harry olhou para a caixinha vermelha, a abriu e uma anel dourado decorado com uma pedra brilhante em seu topo surgiu de lá de dentro. Harry ergueu os olhos cor esmeralda e curvou seus lábios num sorriso de canto; um sorriso extremamente maravilhoso, cheio de ternura e amor.

— Eu quero casar com você. - Harry completou as palavras dela. A ruiva sorriu de canto a canto. - Eu disse, não sei se é muito cedo, mas eu quero um futuro com você. Quero tudo com você. E você, quer alguma coisa comigo?

— É claro que eu quero. - Gina respondeu prontamente. Ela não conseguia parar de sorrir e seus olhos não paravam de brilhar. Seu coração não desacelerava as batidas e sua respiração já não tinha compasso. - E sou eu que tenho que te agradecer por tudo. Por nunca ter desistido de mim e da gente.

— Eu não desistiria nem em pesadelos. - Ele sorriu intensamente.

O moreno retirou delicadamente o anel de dentro da caixinha, fechou-a e colocou-a dentro de seu bolso. Harry se aproximou de Gina, olhando-a fixamente. Ele também não tinha muito controle dos batimentos cardíacos. Harry esticou uma mão, pedindo pela mão dela. Gina sorriu na mesma intensidade que ele. A ruiva ergueu sua mão direita e Harry presenteou-a com o anel, colocando-o lentamente no dedo dela. Claro, sem deixar de olhá-la nos olhos.

— No futuro, você será uma Potter. - Quando Harry terminou de colocar o anel nela, beijou carinhosamente as costas da mão da ruiva.

— Com muito prazer. - Ela piscou e foi envolvida calorosamente pelos braços dele.

Harry a beijou minutos depois de se perder nos olhos dela pela décima vez na noite. Ele havia presenteado-a com um anel, havia pedido para ela ficar em sua vida pra sempre, e ela o presentava de volta com aqueles beijos intensos. Não havia presente melhor de Natal. Talvez, houvesse. Talvez os sussurros de "eu te amo" ao fim dos beijos que ela lhe dava era um presente ainda maior para ele. Ela estava entregue.

Gina estava entregue a Harry. Harry cuidaria de Gina eternamente.

A eternidade era um mistério, mas eram esses os mistérios da vida que a fazia valer realmente a pena.

O que seriam daqueles mutantes sem os mistérios que a vida colocara em seus caminhos? O que seriam deles sem possuir o desejo da eternidade e da felicidade?

Sem esses desejos e esses mistérios, eles não teriam conseguido. Não teriam sobrevivido. Não estariam sendo felizes como estavam sendo.

Ainda assim, o futuro era desconhecido. Tudo poderia acontecer, mas eles agora não tinham mais medo. Tinham apenas uns aos outros.

Aquilo já era mais do que um presente da vida.

Essa não é uma história de conto de fadas. Muitas coisas foram perdidas ao longo da jornada dessas pessoas, muitas vidas, muitas esperanças, muitos sonhos... mas assim é a vida. Nem tudo é fácil, nem tudo é conseguido de maneira fácil no mundo. Talvez seja possível conseguir o que se deseja sem muitas tristezas, talvez o que se deseja não possa ser conseguido... mas lutar é essencial. Nunca se pode desistir de um sonho no primeiro fracasso. Nunca se pode desistir da felicidade com a aparição da primeira pedra no caminho.

O mundo pode ser confuso e a vida pode ser dura, mas no fim da tempestade sempre vem a calmaria. Ela vem, isso é uma certeza! Ela vem e dura segundos, minutos, horas, dias... e ela dá força para lutar pelo que se deseja. A calmaria dá forças para se lutar pela vida.

Hermione encontrou sua calmaria, assim como Rony.

Assim como Harry e Gina também;

Assim como Clove e Cato;

Assim como Luna e Draco;

e assim como Rose e Scorpius (Onde há menos chance da calmaria aparecer, ela aparece. Aparece e transforma vidas).

A vida é feita de mistérios e são os mistérios que movem a vida. A função do mundo é decifrá-los e conviver com eles, assim como os mutantes fizeram. Agora, o mundo mutante pertence a eles.


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Notas finais do capítulo

Chegamos ao fim! Eu não sei muito bem se fico triste ou feliz, mas podem ter certeza que eu me sinto realizada. Essa era a história que eu comecei a escrever e tive a certeza de que, um dia, eu a concluiria. Esse dia chegou. Tive vários imprevistos que me fizeram deixar a história em hiatus por um tempo, e isso se repetiu muitas vezes... desde já eu peço desculpa a vocês por todos os contratempos. Mas eu quero mesmo é agradecer. Obrigada mesmo, pessoal! Obrigada por não terem desistido de MW e acompanhando a fanfic até o fim. Eu me dediquei muito à essa história e, nossa, estou muito realizado de poder postar esse capítulo final. Escrevi com muito carinho e espero de coração que todos vocês gostem.
Deixem um review de despedida, vou ficar feliz. Quem acompanha a história (e gosta dela) mas ainda não favoritou, faça isso, por favor (incentiva outras pessoas a virem ler). Se quiserem deixar alguma recomendação eu também ficaria extremamente feliz.
Gente, é isso. Mutant World acaba aqui e talvez a gente se encontre em alguma outra fanfic, porque eu não pretendo escrever nada por agora... mas no futuro, quem sabe. Muito obrigada pessoal, vocês são especiais!
Um beijo imenso, e que MW permaneça na memória de vocês.
(Caraca, a história acabou! Não acredito que é o fim.)
Com carinho, Jen.



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