Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 51
O Plano Final


Notas iniciais do capítulo

Eita, caramba! Mais uma vez o capítulo ficou enorme... me perdoem, de verdade. Ficou grande demais!

Espero que gostem.

Soundtrack ao verem *: https://www.youtube.com/watch?v=hvVI25UijEs



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Os mutantes eram guiados dentro do laboratório por Fleur Delacour. Apesar de ela nunca ter estado ali antes, parecia conhecer bem os lugares de perigo, já que, para escapar dos policiais - que costumavam a trabalhar junto dela, mas que agora se mostraram inimigos do bem -, a mulher teve que se enfiar em muitos corredores cheios de mutantes e precisou lutar com vários deles. Então, Fleur sabia de muitos locais de perigo dentro do laboratório, e isso era uma vantagem para ela e para os mutantes junto de suas mães.

Claro que aquela mulher havia levantado uma suspeita sobre suas intenções com o grupo. Clove era quem mais duvidava da ajuda que Fleur ofereceu aos amigos. Afinal, se durante semanas, dezenas de policiais tentaram a todo custo tirar a vida dos mutantes, por que aquela policial que havia surgido do nada no caminho deles, estava querendo ajudá-los? Clove definitivamente estava desconfiada, e Rony, apesar de ter aceitado prontamente a ajuda de Fleur, parecia tão desconfiado quanto a garota Potter.

O grupo entrou em mais um dos sombrios corredores do laboratório, e lá já não tinha mais iluminação: as lâmpadas de sensores vermelhos tinham explodido com as forças dos poderes de Gina. Tudo no laboratório estava escuro e ainda mais perigoso por já ser noite, mas o corpo de Luna brilhava curiosamente; a loira estava guiando-os.

– Como está fazendo isso? - Draco estava um tanto surpreso com a força da luz que Luna emitia pelo corpo. Ele nunca viu-a fazer aquilo antes.

– Não sei. - Ela realmente não sabia. Luna não estava forçando nada, não tinha a mente concentrada em nada; assim como o resto do grupo, ela só queria escapar daquele lugar e ver os amigos fora de perigo. Talvez fosse por isso que ela brilhava naquele momento: seus instintos procurava tanto por liberdade que seus poderes estavam empenhados em ajudá-los a escapar do laboratório.

Draco sorriu enquanto a olhava de lado. Eles caminhavam apressados, dificilmente desviavam a atenção da policial que os guiava, mas Draco precisava admirar um pouco daquela suntuosa beleza. Luna era surpreendente demais para ele.

– Por aqui! - A voz de Fleur despertou a atenção do grupo. A loira apontou para uma cela escura que estava aberta. Eles torceram para que estivesse vazia também.

Rapidamente, os mutantes, as mães junto da irmã de Hermione, e Severo Snape que carregava Bellatrix em seu colo, se esconderam dentro da cela. Lá dentro não existia visibilidade nenhuma, e o brilho de Luna se tornou essencial para a fuga do grupo do laboratório. Quando Luna entrou e a luz de seu corpo clareou a cela, constataram que não havia nenhum inimigo lá dentro. A cela ficou bem cheia e o grupo teve de se apertar um pouco para não ficarem muito próximos à porta. Fleur ainda estava do lado de fora se assegurando de que nenhum policial estava por perto, ou qualquer outro mutante que fosse. Ela sabia que todos os mutantes do laboratório eram extremamente perigosos e estavam praticamente programados para atacar os invasores que tentavam desestruturar Bellatrix Lestrange.

Mas que merda eles estavam ganhando em troca disso? Eles deveriam se voltar contra àquela louca!

Fleur chacoalhou a cabeça e se livrou daquele pensamento. Não era hora de criar teorias ou questionar toda aquela loucura. Ela tinha de agir rápido porque sabia que seus colegas de trabalho detonariam aquele grupo caso os encontrasse. Fleur precisava ajudar aquelas pessoas e colocar um fim naquelas experiências proibidas daquele lugar, de uma vez por todas.

A policial entrou dentro da cela e se aproximou dos mutantes e de suas famílias.

– Então, qual é o seu plano? - Rony evitou delongas. Ele tinha confiado nela, afinal não havia outra escapatória para ele e os outros amigos, a não ser lutar. E lutar àquela altura do campeonato se tornava uma hipótese ainda mais perigosa.

– Primeiro temos que nos proteger. - Fleur caminhou até uma das paredes da cela e deixou no chão o fuzil que roubara de Fredo. Harry, que carregava o facão materializado por Rony na luta com os vampiros, trocou um olhar significativo com a amigo, e os dois baixaram a retaguarda. Harry também foi até um dos cantos da cela, onde Snape estava, e deixou o facão caído no chão.

– O que quer dizer? - Hermione pôs as mãos na cintura e soltou uma respiração forte. Eles haviam corrido demais e o medo de a qualquer momento esbarrar em mais uma encrenca fazia o coração de todos se acelerar involuntariamente. Katy, ao lado da filha, alisou os cabelos desgrenhados da garota; Gabriela entretanto, estava aflita e prestava atenção em Fleur.

– Essa cela aberta.. - Fleur deu as costas para o grupo e apontou para fora da cela. - podemos ser atacados a qualquer momento. E seu brilho com certeza vai chamar atenção de quem quer que seja que pise perto daqui. - A policial voltou a olhá-los e encarou Luna, quem podia facilmente ser encontrada por ali. Luna respirou fundo. Ela não conseguia se livrar do brilho ou sequer diminuí-lo; ela simplesmente não estava controlando nada.

– Não consigo parar. - Avisou Luna, desapontada. Fleur balançou a cabeça imediatamente.

– E não pode. Se o seu brilho apagar, vamos ficar totalmente sem visibilidade. Vai ser ainda pior. - Explicou Fleur, vendo Luna assentir.

– O que você sugere? - Clove coçou o corte no canto de seu lábio inferior. - Você disse que tinha um plano e ia nos ajudar.

– Eu vou. Mas primeiro precisamos nos esconder muito bem. - Disse Fleur, secando um pouco do suor em sua testa. - Não podem nos encontrar.

– Não tem lugar seguro por aqui. - Snape disse, encostado em uma das paredes e segurando o corpo de Bellatrix nos braços. - A maioria das celas tem portas de vidro e provavelmente estão destruídas igual a dessa cela. E as celas com portas metálicas também devem estar em situações precárias. Bellatrix não tinha muita preocupação com a segurança das celas, afinal ela sempre dopava os mutantes.

– Você parece conhecer bem esse lugar. - Fleur examinou a feição de Snape, que podia ser enxergada sem dificuldade, já que Luna estava por perto.

– Mais do que eu queria. - Severo foi seco e a policial encolheu os ombros.
– Então precisamos dar um jeito de camuflar esse lugar. - A mulher os viu estranhar aquela ideia.

– Camuflar? - Scorpius franziu a testa. - Como você quer que a gente camufle esse lugar?

– Eu não sei, talvez um de vocês possa conseguir algo. - Fleur coçou o queixo e tentou pensar em alguma coisa.

– Meu filho não vai sair de perto de mim. - Molly imediatamente foi contra e segurou no braço de Rony. O ruivo olhou para a mãe e viu um temor nos olhos dela.

– Não é isso. - Fleur começou a se explicar. - Eu me refiro aos poderes mutantes. Algum de vocês acha que pode fazer alguma coisa?

– Não conseguimos nada do tipo. - Rose negou. - Nossos poderes não estão ligados à camuflagem.

– Mas você faz as coisas aparecerem, não é? - Fleur se aproximou de Rony. Ele parecia um pouco receoso em relação àquela ideia. Aliás, Rony sentia como se o cerco estivesse se fechando para eles. Algo estava prestes a acontecer.

– É, mas algo para nos camuflar aqui é muito difícil.. estamos em grande número. - Rony mordeu a boca.

– Precisamos de alguma coisa. - Fleur bufou e coçou a cabeça. - O laboratório tá cheio de mutantes, e de policiais também. Eles estão furiosos.

– É, a gente sabe. - Gina rangiu os dentes.

– Talvez.. - Depois de algum tempo vasculhando seus próprios pensamentos, Harry resolver sugerir a sua ideia. - talvez eu e Clove possamos criar um campo de força.

– Um campo de força? - Clove arqueou as sobrancelhas e arregalou um pouco os olhos, observando o irmão com surpresa.

– É, um campo de força. - Harry saiu do meio dos amigos e ficou de frente para eles; vendo sua mãe ficar nervosa automaticamente.

– Mas um campo de força não serve apenas para nos proteger de algo que nos ataca? - Fleur encarou o garoto de cabelos pretos e olhos verdes.

– Talvez não. - Harry ainda parecia pensativo. - Eu acho que se a gente se esforça para usar nossos poderes, podemos fazer coisas que a gente nem imagina poder fazer.

– É verdade. - Luna concordou. Ela mesmo podia ser um exemplo da teoria de Harry: quando Luna chegou na ilha, achava ser capaz apenas de falar com animais e poder curar leves ferimentos, mas com o tempo, foi descobrindo uma força surreal em suas habilidades especiais. Ela estava surpresa consigo mesma. - A Bellatrix me disse que não temos ideia das coisas que podemos fazer se trabalharmos nos nossos poderes.

– Quando ela disse isso? - Draco olhou a garota de esguelha.

– Quando me prendeu aqui. - A loira explicou rapidamente.

– Mas é a verdade. - Harry estava ciente de suas palavras. - A Rose conseguiu ver onde Clove estava só forçando um pouco sua mente. A Gina colocou esse laboratório aos pedaços quando seus poderes estavam sobrecarregados. E agora a Luna tá conseguindo brilhar e guiar a gente nesse maldito lugar. Nós estamos mais fortes, apesar de estarmos machucados.

– Você tem razão. - Os olhares do grupo se voltaram para Gabriela. - Bellatrix às vezes dizia que os poderes dos mutantes funcionavam mais quando eles estavam em perigo, por causa da grande adrenalina nos corpos deles.

– Mas Harry, eu não consigo criar um campo de força. - Clove soltou um riso sarcástico involuntário. - Eu nunca fiz isso antes, aliás eu só consigo invadir a mente das pessoas. É só isso.

– Não, não, não. - Cato olhou para a morena. - Lembra quando encontramos a Safira? - Clove assentiu e procurou relembrar do momento. - Lembra o que você fez?

– O que ela fez? - Harry arqueou as sobrancelhas e entreabriu a boca.

– Eu abri a porta da cela. - Clove tinha os olhos baixados e se lembrava da cena com um pouco de surpresa. Ela havia se esquecido totalmente do que conseguiu fazer com a força de sua mente.

– É, ela abriu a porta. - Cato desviou o olhar de Clove e olhou para Harry e Fleur. - Só com a mente.

– Você fez isso? - Rose se admirou.

– É, mas eu não sei como fiz. - Clove balançou a cabeça e a cena se desfez de seus pensamentos. - Eu só pensei e fiz. E isso não tem nada a ver com campo de força.

– Isso tem a ver com a sua mente. Eu também achava que só podia me comunicar com as pessoas, mas não.. eu posso criar campos de força também. E você com certeza também pode. - Harry estava convicto.

– Mas Harry.. - Rose coçou suas costas e mordeu sua boca. Sua blusa estava rasgada e suas costas expostas, e existiam queimaduras em sua pele. Ela passou por tanto sufoco dentro daquele laboratório que até se esqueceu de seus machucados. - o que a policial disse faz sentido. Um campo de força não vai camuflar a gente.

– Só vamos ter certeza disso se a gente testar. - O moreno argumentou sensatamente. Rose e Scorpius se entreolharam e a ruiva encolheu os ombros.

– O tempo está passando e não temos mais opções. - Fleur se pronunciou, quebrando as especulações que surgiu entre o grupo. Lily, que comentava algo com Hermione, com uma expressão tensa em seu rosto, se aproximou um pouco de Harry.

– Acho que você pode fazer isso. - A mulher confiou no filho. Harry assentiu e sorriu fracamente para a mãe. - E você também, filha. - Lily olhou Clove, que tinha uma das mãos enfiadas por entre seu cabelo empreteado. - Vocês dois podem fazer isso.

– Não vamos perder nada por tentar. - A mutante respirou fundo e se aproximou de Harry, antes olhando Cato e tendo seus dedos tocados pela mão dele. O loiro assentiu fracamente, encorajando-a e Clove se atreveu a cumprir aquele desafio. Ela só não tinha a menor ideia de como fazer aquilo.

– Vamos precisar de espaço. - Harry avisou Fleur. - Se agente conseguir, alguém vai ter que ir fora da cela para ver se deu certo.. e eu acharia melhor que fosse você.

– Claro. - A policial não hesitou em concordar. Fleur caminhou até onde havia deixado seu fuzil e pegou a arma; mas não voltou para perto de Harry e Clove. O resto do grupo se afastou o máximo que pôde, deixando os irmãos Potter's se concentrarem. Aquilo precisava dar certo.

– Não sei se vou conseguir. - Clove alertou Harry, e pela primeira vez o garoto percebeu que Clove estava temerosa e com medo. Talvez porque a tarefa dos dois era proteger todos os amigos e suas famílias, e aquilo era responsabilidade demais. Harry pegou na mão de Clove e lançou um olhar intenso para a irmã.

– Tenta visualizar um campo de força na sua mente. E pensa nele como uma camuflagem. É assim que nossos poderes funcionam, não é? Da forma que o imaginamos. - O moreno tentou tranquilizá-la. Clove respirou fundo e apertou a mão de Harry. Quando um barulho de tiro surgiu pelo corredor, os dois arregalaram os olhos e o nervosismo afluiu a cela.

– São eles. - Fleur avisou, segurando firmemente o fuzil. A policial começou a respirar pesadamente. Ela sabia que os outros policiais matariam todos eles se os encontrasse.

– Vocês tem que conseguir. - Luna, nervosa, cobriu a boca com as mãos.

Harry mexeu os ombros e respirou o fundo. Ele deixou de olhar Clove e passou a visualizar o lado de fora da cela, já que estavam de frente para o corredor escuro. Clove apertou mais forte a mão do irmão quando um novo som de tiro ecoou por entre as paredes. A morena fechou os olhos quando sentiu-os arderem. Ela estava nervosa.

O garoto Potter também fechou seus olhos e tentou se concentrar. Ele sabia que podia fazer aquilo, mas precisava da ajuda de seu próprio corpo, e também de Clove; afinal, os irmãos tinham uma forte ligação e aquela união de poderes poderia funcionar com mais força.

Então Harry vislumbrou um campo de força com seus pensamentos. Era um escudo grande, de grande espessura e alta força magnetíca. Ele torceu para que Clove estivesse visualizando o mesmo que ele, até porque, os dois precisavam estar em sincronia e projetar o mesmo campo de força para fora de suas mentes.

Clove conseguia visualizar um grande escudo em sua cabeça. Ela tentou imaginá-lo como um camuflador, um campo de força invisível para quem estivesse do lado de fora dele, e que automaticamente deixaria invisível quem estivesse dentro dele. A morena apertou os dedos do irmão como um sinal de que estava conseguindo materializar em sua mente exatamente o que ele tinha pedido. Harry entendeu o gesto dela.

Um barulho ainda mais agudo de tiros assustou o grupo no mesmo instante em que um escudo espesso e transparente escapou sincronizadamente do corpo de Harry e de Clove. Os irmãos apertaram ainda mais as mãos e abriram os olhos, quando sentiram o campo de força escapando e cobrindo a cela onde estavam escondidos.

– Funcionou. - Rose ficou admirada.

– Preciso ir lá fora. - Avisou Fleur, mas Hermione caminhou até a policial e a segurou pelo braço.

– O corredor tá cheio de policiais, não podemos sair - A garota alertou a mulher, e Fleur soube que Hermione tinha certeza em suas palavras. - Eles estão a um passo daqui.

– Como vamos saber se o campo de força vai nos esconder? - Gabriela ficou ainda mais aflita.

– Vamos ter que esperar pra ver. - Clove disse, engolindo em seco. Ela olhou Harry e o irmão assentiu, incentivando-a a não se desconcentrar. O campo de força que os dois projetavam continuava a cobrir toda a cela.

– Eles vão passar aqui. - Hermione se virou para os amigos e deu seu alerto, seriamente.

Rose respirou fundo e segurou na mão de Scorpius, imediatamente. Eles se olharam mas não trocaram nenhuma palavra, só desejaram imensamente que aquele campo de força fosse capaz de escondê-los dos policiais. Scorpius alisou a palma da mão de Rose e tocou o rosto da garota com o polegar esquerdo. Rose respirou fundo, e com sua mão livre, buscou por sua mãe. Deborah olhou para a filha com os olhos lacrimejando e segurou na mão da ruiva.

Molly abraçou o braço de Rony e fechou os olhos. O ruivo alisou os cabelos da mãe e olhou Hermione, que estava longe, perto de Fleur. A morena engoliu em seco e fixou seus olhos em Rony. Ela torceu profundamente para que nada de ruim acontecesse a ele; e nem à sua mãe, sua irmã, e o resto de sua família. Afinal, o grupo já não era apenas amigos, eles haviam construindo uma família com sangue, lágrimas e suor, e acima de tudo, com esperança e união.

Snape colocou o corpo desmaiado de Bellatrix no chão e pegou o facão que Harry deixara ali perto dele. O homem sabia que eles estavam em desvantagem, sabia que existia uma grande chance daquilo não funcionar, mas não iria morrer sem lutar. Depois de tudo que teve de enfrentar durante toda a sua vida, desistir facilmente estava fora de questão para Snape.

Eles esperaram para que o pior acontecesse, até porque, não tinham a mínima certeza de que o campo de força funcionaria para escondê-los. Eram muitos policiais, Rose se lembrava claramente da visão que teve; era um grande grupo, e eles estavam equipados para lutar, sem pensar em derrotas. E dentro daquela cela, junto das mães que não podiam se defender e não sabiam lutar, a desvantagem crescia ainda mais para o grupo de mutantes.

Os poderes de Harry e Clove precisavam funcionar.

Os passos dos policiais começaram a ficar mais fortes e firmes, e aquele foi o sinal final para que o grupo tivesse a certeza de que os homens descobririam aquela cela em questão de segundos. Todos se calaram quando um dos policiais chegou frente à cela aberta. Nesse mesmo instante, o corpo de Luna parou de brilhar, e Draco se surpreendeu. A loira agarrou a mão do garoto e respirou fundo.

Clove apertou a mão de Harry quando mais policiais apareceram em frente aos dois. A boca da morena estava entreaberta e ela tentava controlar sua respiração descompassada. Harry cerrou os dentes e olhou furiosamente para um dos homens.

Mas os policiais tinham seus olhares dispersos; não pareciam estar vendo ninguém ali dentro. Um deles pegou uma lanterna enfiada no bolso de trás da sua calça e a acendeu, praticamente sobre o rosto de Harry. O garoto fechou os olhos e prendeu sua respiração, enquanto Clove apertava fortemente a mão do irmão.

– Está vendo algo? - Indagou Robert, que olhava da porta.

– Não. - Fredo, apontando sua lanterna para todos os cantos da cela, bufou. - Aqueles desgraçados tem que estar nesse laboratório.

– Eles não podem ter fugido. - Disse Amycus, irritado. - Algum dos nossos homens ficaram na entrada do laboratório. Se eles aparecerem por lá, vão ser capturados.

– É. - Fredo bufou, e baixou sua lanterna do ar. Harry pôde respirar quando a claridade sumiu de sua face. - Nós vamos encontrar eles. Aqueles desgraçados. E aquela vadia da Fleur, ela também vai se ver comigo.

– Vamos embora, temos que continuar procurando. - Robert se aproximou de Fredo e segurou o braço do homem. O policial barbudo rangiu os dentes e assentiu; poucos segundos depois, os policiais se afastaram da cela e já não puderam mais ser visto pelo mutantes.

Clove tremeu os lábios quando os policiais sumiram de vista. Um alívio indescritível percorreu o corpo da garota quando ela percebeu que eles tinham escapado de mais um problema; ela estava surpresa com a eficiência daquele campo de força improvisado. Céus, os poderes dela e de Harry tinham sido sensacionais.

Depois de longos minutos esperando por mais algum sinal de perigo, o grupo pôde respirar em paz. Os policiais tinham ido embora pelo menos daquele corredor, e provavelmente não voltariam ali. Agora eles teriam chance de pensar em paz em como fugir do laboratório.

– Deu certo. - Quando Clove e Harry soltaram suas mãos, o campo de força se desfez e uma leve poeira voou pelo ar. Os irmãos se abraçaram fortemente. Eles tinham que confessar: estavam orgulhosos um do outro.

– Eu disse que você podia fazer isso. - Harry fez Clove sorrir.

– Vocês são fantásticos. - Lily se aproximou dos filhos, sorrindo aliviada.

– É, são sim. - Gina também tinha um sorriso nos lábios. Quando Harry saiu do abraço que sua mãe lhe dera, o garoto foi até a sua ruiva e a beijou.

– Você é surpreendentemente maravilhosa. - Cato fez Clove rir quando ficaram frente a frente. A morena se sentiu realmente feliz por ter conseguido proteger seus amigos, sua mãe, a mãe de seus amigos, e aquele garoto da sua vida. Cato era o garoto irritante que Clove nunca queria perder.

– Ainda bem que funcionou. - Fleur ainda estava surpresa com as habilidades especiais dos dois irmãos. Ela sabia que, apesar de completamente louca, Bellatrix conseguiu fazer seres mutantes com poderes extraordinários, mas a policial nunca teve a oportunidade de ver nada de perto. Bom, pelo menos, de algum mutante que não estivesse tentando matá-la. - É surpreendente, viu? - A mulher elogiou Harry e Clove.

– Mas então... agora você pode nos falar do seu plano. - Clove foi direta.

– É.. - A policial assentiu e foi até a porta da cela, checando se o corredor estava realmente vazio. Voltando para dentro e ficando de frente para o grupo, Fleur respirou fundo. - agora eu posso.

– Já ficamos nervosos o suficiente, não acha? - Rose cruzou os braços; ela queria escapar do laboratório o mais rápido que pudesse, não aguentava mais aquele lugar.

– Eu vou falar. - Fleur deixou-os concentrados. - Bom, é um plano meio arriscado, mas é o único. - Quando a loira viu que os mutantes não interromperam-na, ela prosseguiu: - Bom, algum de vocês precisa sair do laboratório e ir até Manchester.

– Como é? - Scorpius arregalou os olhos.

– Esperem, me deixem explicar! - Fleur tentou acalmar o alvoroço.

– Claro que nós precisamos sair do laboratório, mas todos juntos. Por que um de nós? - Gina se desentendeu.

– Esperem! - Pediu Fleur, erguendo um pouco a voz. - Eu sei que todos vocês precisam escapar, mas não temos como improvisar. É um plano, então escutem com atenção. - O grupo se calou e permitiu que a policial se explicasse; mas já estavam achando que aquele plano daria errado. - Eu tenho um amigo na delegacia de Manchester que está do meu lado.. do nosso lado.

– Nosso lado? - Clove franziu a testa.

– É, do lado do bem. - Continuou Fleur, seriamente. - Eu e ele temos um plano.. bom, nós tínhamos, mas eu acabei me precipitando. O fato é que nós dois sabemos que o restante dos policiais da delegacia estão omitindo toda a verdade sobre os mutantes da população, estão fazendo com que todos fiquem contra vocês.

– É, foi por isso que nossa vida virou um inferno. - Draco retrucou; ele era quem estava mais ferido no grupo todo.

– Eu sei. Então eu e esse amigo nos unimos para descobrimos a verdade. Nós sabemos que seus pais não tem nada a ver com as experiências genéticas, e que os mutantes também não tem culpa de nada. - Fleur continuou a explicar. - Então descobrimos sobre o laboratório e arquitetamos um plano para acabar com toda essa cúpula horrorosa.

– E qual é o plano? - Rose estava aflita.

– Eu e ele decidimos vir para a ilha juntos, mas eu acabei descobrindo que o policial Lewis ordenou um sequestro contra um grupo de mutantes, e os trouxe pra ilha. - A mulher olhava fixamente para o grupo.

– Aquele filho da puta. - Gina lembrou-se do ataque do homem quando ela estava presa no laboratório. Ela se enfurecia só de ouvir o nome dele.

– Um desgraçado mesmo. - Fleur bufou. - Mas enfim, eu descobri que vocês foram sequestrados, e eu fui investigar sobre vocês. Soube que eram inocentes. Eu acabei me precipitando e vim pra ilha, e fui capturada por eles também.

– Então parece que o seu plano foi por água abaixo. - Cato foi irônico.

– Ainda não. - A mulher balançou negativamente a cabeça. - Quando me trouxeram pro laboratório eu imaginei que vocês estariam aqui. E foi por isso que eu disse que precisava de vocês. Com a ajuda de vocês, nós vamos acabar com esse laboratório e vamos sumir desse lugar.

– Mas como vamos fazer isso? - Rony quis chegar direto ao ponto.

– É isso que estou tentando dizer. Algum de vocês precisa ir até a delegacia de Manchester e avisar ao meu amigo o que está acontecendo. O funcionamento do plano depende dele. - Um alvoroço se formou entre o grupo mais uma vez.

– Nós estamos presos aqui. Como quer que alguém chegue em Manchester? - Rose definitivamente não conseguia entender onde Fleur pretendia chegar.

– O garoto do teletransporte ou a garota de asas. - Fleur apontou para Rony e Hermione. Todos arregalaram os olhos.

– O quê? - Katy empalideceu.

– Um de vocês dois precisam chegar até lá. - A policial respirou fundo.

– Não, não vamos nos separar. - Rony discordou completamente. - O meu teletransporte não está funcionando, e a outra opção nem chega a ser uma opção.

– Eu posso ir. - Hermione concordou, e viu Rony balançar a cabeça negativamente, no mesmo instante.

– Nem pensar. - Rony estava convicto de suas palavras.

– É o único jeito. - Hermione enfrentou os olhos azuis do garoto; garoto esse que tentava protegê-la sempre, mas ela sabia que precisava fazer aquilo.

– Eu posso tentar me comunicar, é melhor do que isso. - Harry se voltou para Fleur.

– Não, alguém precisa ir lá. Se alguém tentar mandar mensagem, Bill vai achar que pode ser armadilha. - A policial contrapôs, nervosa. - Sei que é arriscado, e sei que vocês iriam desaprovar a ideia, mas se querem escapar daqui, precisam aceitar. Tem que confiar em mim.

– É muito perigoso, filha, você não vai. - Katy, ainda estupefata, se aproximou de Hermione; a morena parecia certa do que fazer.

– Ela precisa ir. - Scorpius argumentou, sério. - Nós temos que sair daqui, não temos? Não temos outro jeito não.

– Não tem nem como você voar daqui, não tem janelas, e o laboratório tá cheio de policiais e mutantes. - Rony encarava Hermione, totalmente descontente com aquela ideia. - Não, sem chances.

– Podemos escavar algum buraco, eu não sei, mas se ela conseguir chegar na delegacia, nós vamos escapar desse laboratório. - Fleur tentava convencê-los.

– Não acha que vai fazer muito barulho e atrair outros mutantes e policiais? - Harry tentava encontrar sensatez naquele plano.

– Ai é que está. Se cavarmos um buraco para Hermione voar, vocês podem escapar e ficar escondidos na ilha. - A policial viu Harry coçar o queixo enquanto Rony bufava e enfiava a mão entre os cabelos.

– E o que vai acontecer com o laboratório? - Gina também tentou entender mais do plano.

– Eu trouxe algumas dinamites na minha mochila, mas o Fredo a recolheu quando me capturou. - Fleur mais uma vez fez o grupo se chocar.

– Dinamite? - Snape, que não se pronunciava há muito tempo, se aproximou do grupo, abismado. - Você vai destruir o laboratório?

– Esse era o plano. Eu e Bill íamos prender Bellatrix Lestrange, e então soltaríamos alguma granada em um lugar deserto do laboratório. O estrago não seria tão grande, e nisso iríamos abrir as celas e quando os mutantes soubessem da explosão, fugiriam para a ilha. Então explodiríamos o laboratório com as dinamites. - O plano de Fleur era realmente forte demais.

– E o que vocês fariam com os mutantes que escapassem do laboratório? - Rose estava perplexa.

– Helicópteros viriam para resgatá-los. Como eles são agressivos, os outros policiais que não estão envolvidos com esse podre, iriam disparar dardos tranquilizantes nesses mutantes e levaríamos eles para a delegacia. - Explicou a policial, compassadamente.

– E os policiais que estavam envolvidos com a Bellatrix? - Rony ainda tinha a testa franzida.

– A Bellatrix também seria presa, então ela com certeza ia entregar os outros policiais. Eles também serião presos e as coisas acabariam bem. Esse era o meu plano e de Bill. - Fleur terminou de explicar e todos ficaram extremamente confusos com a ideia.

– Como vai fazer pra recuperar sua mochila? - Scorpius indagou, avaliando os detalhes.

– Não precisamos dela, Rony pode materializar as coisas. - Hermione já estava adepta ao plano. Ela estava praticamente desesperada para escapar daquele lugar, não aguentava mais viver em perigo e fugindo de tudo, presa em um laboratório de horror que Bellatrix Lestrange havia criado.

– Isso é arriscado demais. - Rony ainda discordava. O ruivo coçou o queixo e bufou mais uma vez.

– Não temos outra escapatória, meu filho. - Molly se aproximou do garoto. - Não podemos mais correr tanto perigo.

– Mas tá de noite, vai ser muito perigoso pra Mione voar até a cidade. - Rony balançou a cabeça.

– Não podemos esperar. - Clove retrucou, séria.

– E então? Vocês vão aceitar o plano? Pensem bem... - Fleur quis saber a resposta, sem mais delongas.

– Eu vou. - Hermione não esperou para responder. - Sei que posso fazer isso. A gente vai sair dessa.

* - Por favor... - Rony segurou o rosto dela com as mãos, e a olhou fixamente nos olhos. Hermione podia sentir o medo exalando pelo corpo do ruivo. A morena levou uma de suas mãos até o cabelo alaranjado de Rony e enfiou os dedos por entre os fios. - não quero te perder.

– Você não vai. - Hermione garantiu, respirando quente contra a respiração quente dele; estavam bem próximos um do outro. - Eu prometo. Nós vamos conseguir.

– Eu não posso perder você. - Rony desceu as mãos do rosto dela e a segurou pela nuca. - Por favor, toma cuidado. Não esquece que eu vou estar torcendo por você.

– Vou lembrar de você todo segundo. - Hermione garantiu, abrindo um sorriso. Rony respirou fundo. Ele não conseguia imaginar viver sem aquela garota mais. Ela era especial demais, ela simplesmente estava dentro do pensamento de Rony a todo segundo. Rony estava apaixonado demais por ela.

– Fica viva. - Ele implorou, e capturou os lábios de Hermione com sua boca. O ruivo não quis saber de onde estavam, de quem estava perto, do perigo que estavam correndo, e do tempo que não tinham. Tudo o que Rony queria era poder beijá-la e ficar com o gosto dela em sua boca, até poder vê-la novamente. - Fica viva pra mim. - Quando saíram do beijo, se abraçaram fortemente.

– Eu vou ficar. - Hermione prometeu, enquanto se protegia nos braços dele.

– Eu vou precisar da ajuda de algum de vocês. - Fleur tentou não atrapalhar o momento de Rony e Hermione, então se pronunciou para os mutantes mais próximos dela. - Preciso colocar as dinamites em lugares separados do laboratório.

– Eu ajudo. - Cato se voluntariou, já sabendo que Clove o olharia com ar de reprovação. - Eu sou rápido e esse plano precisa correr rápido.

– Ele tá certo, Clove. - Harry concordou, e Clove rodou os olhos.

– Cala a boca Harry, eu não disse nada. - Ela retrucou, temperamental do jeito que sempre foi. Fleur pareceu concordar com Cato.

– Como vamos escavar um buraco nessa cela? - Hermione, depois de abraçar a mãe, e Gabriela, se aproximou de Fleur. É claro que a feição da morena demonstrava nervosismo, apesar de que ela estava realmente disposta a se arriscar para ajudar os amigos. Eles iriam fugir daquele laboratório, ah, iriam sim!

– Não precisam escavar. - Draco virou alvo da atenção do grupo. - Eu posso fazer.

– Como vai fazer isso? - Narcisa ficou preocupada.

– Raios. - Draco mexeu os ombros e umedeceu os lábios. - Vou usar raios para fazer buracos no teto.

– Vai fazer muito barulho. - Luna passou a mão sobre a testa. - Muito mesmo.

– Então é melhor o Cato e a policial se apressarem. - Draco avisou-os.

– Rony, vamos precisar de você. - Cato chamou o amigo, que assentiu.

– Eu sei. - O ruivo engoliu em seco e voltou a olhar Hermione, que abria as asas em suas costas naquele instante. Alguns integrantes do grupo se afastaram, pelas asas da garota serem incrivelmente grandes. Aliás, as asas de Hermione eram incríveis.

– Hermione, quando chegar na delegacia, procure por Bill. Ele tem cabelos ruivos, e é um pouco alto. Ele vai saber que foi eu quem te mandei, e ele vai saber o que fazer. - Fleur explicou a Hermione o que fazer, e a morena assentiu. - Quando Draco romper parte do teto, vocês fujam para a ilha, mas não se afastem tanto. Cato, Rony e eu precisamos achar vocês.

– Vocês vão vir por último? - Narcisa alisou o peito, apreensiva.

– Vai dar tudo certo. - Cato tentou tranquilizá-la. O loiro olhou Clove, que também estava visivelmente nervosa. Ele respirou fundo e se aproximou dela. - Ei, vai dar tudo certo, viu? - O loiro tocou as mãos de Clove e a garota virou o rosto, soltando uma respiração pesada no mesmo instante.

– Vamos nos separar de novo. - Ela reclamou, com a voz falha. - Eu não quero isso.

– Eu vou ser rápido. - Cato tentava olhá-la nos olhos, mas Clove desviava seu olhar. - Olha pra mim... - Ele pediu, soltando as mãos dela e tocando o rosto da garota. - vai ser rápido. A gente vai se encontrar rapidinho. E ai vamos fugir da ilha, e as coisas vão começar a dar certo.

– Você vai tomar cuidado, não vai? - Clove pediu, e Cato jurou ter sido aquela a primeira vez que via Clove sentimental e frágil. Era como se aquilo fosse um adeus, mas Cato não deixaria que fosse um adeus.

– Eu vou. - Ele assentiu, firmemente. - Vai dar tudo certo, tá bom? - O loiro alisou o rosto dela, calmamente. Os olhos esverdeados de Clove estavam mais cintilantes. - E você também vai tomar cuidado, não é? - Clove não respondeu nada, apenas abraçou Cato com força e fechou seus olhos. Agora ela admitia que não queria sair daqueles braços nunca mais. E Cato ficaria bem. Ele tinha muitos motivos para lutar por sua vida, e Clove era um dos maiores. Ele não desistiria de nada. Se enfrentou tudo o que enfrentou e ainda estava ali lutando por justiça, não seria naquele último minuto do segundo tempo que desistiria. Cato iria até o fim.

– Se cuida, tá? - Molly segurou na mão de Rony. - Se cuida também. Esse lugar tá muito perigoso. Então, por favor, filho...

– Tudo bem, mãe. - Rony assentiu, abraçando a mãe. Quando se separaram, o ruivo olhou Hermione; ela com suas enormes asas abertas em suas costas.

– Fique bem. - Ela pediu, engolindo em seco. Rony respirou fundo e mordeu sua própria boca. Ele não queria vê-la partir.

– Vamos então? - Fleur trocou olhares com membros do grupo.

– Fica atento nesse lugar, irmão. - Draco pediu, segurando a mão de Cato. - Temos que escapar vivos.

– Nós vamos escapar vivos. - Cato garantiu, olhando o irmão. O Malfoy mais velho foi até sua mãe para se despedir, e então voltou para perto de Fleur, onde Rony também estava.

– Boa sorte. - Desejaram as mães para os garotos e para a policial. Fleur assentiu e olhou os dois mutantes ao seu lado. A mulher pegou seu fuzil do chão e se aproximou da saída da cela.

– Rony... - Gina (depois de ter ido até Snape e pegado o facão que o próprio Rony havia materializado) chamou o amigo, e se aproximou do garoto carregando o facão . - só pra garantir. - A ruiva entregou o facão nas mãos de Rony, e ele assentiu, olhando-a fixamente. Gina então voltou para perto do grupo quando os três foram saindo da cela.

– A gente se vê daqui a pouco. - Assegurou Fleur, para o restante do grupo. Com mais algumas trocas de olhares entre Rony e Hermione, e Cato e Clove, os dois garotos juntamente da policial deram as costas de vez para a cela e sumiram de vista em poucos segundos.

– Draco, agora é com você. - Hermione avisou Draco. O loiro raspou a garganta e balançou a cabeça positivamente.

– Se afastem. - Ele pediu, e o resto do grupo se afastou instintivamente.

Draco respirou fundo várias vezes e ergueu suas mãos no ar, em direção ao teto da cela do laboratório. Ele se afastou da região que suas mãos miravam e, concentrando seus poderes, conseguiu provocar uma trovoada no céu, seguida de várias relampeadas. Um primeiro raio acertou o teto da cela, mas nada aconteceu, a não ser uma provocação de susto e arrepios pelo corpo de Narcisa e Hermione. Clove e Harry trocaram olhares aflitos, enquanto Rose e Scorpius observavam fixamente as rachaduras que começavam a se formar no teto, em consequências dos raios que estavam atingindo aquele cela.

Luna percebia o quanto Draco estava concentrado. Os olhos azuis dele estavam brilhantes como um céu estrelado e as veias nos braços do garoto estavam altas. Ele forçava sua habilidade de controle do tempo. Mais alguns fortes raios bateram contra o teto e parte do gesso começou a ceder a cair ao chão. Draco se afastou um pouco, mas continuou provocando os relâmpagos no céu. Quando mais um raio forte bateu contra o teto, parte do gesso se desfez completamente e começou a cair no chão em forma de pedras. Todos se afastaram e Draco baixou os braços do ar, percebendo que o buraco no teto já era suficiente para Hermione voar e para que eles pudessem escapar do laboratório.

– Esse barulho vai ser um problema do caralho. - Clove disse, nervosa. As trovoadas que Draco provocou tinham sido realmente muito barulhentas.

– Olha a boca, Clove. - Lily repreendeu a filha, que deu de ombros.

– Eu vou, e vou conseguir ajudar vocês. - Hermione falou para Katy e Gabriela. A irmã mais nova parecia confiar na mutante, mas Katy estava apavorada; afinal, sua filha iria voar no meio da noite para chegar na delegacia de Manchester. Katy estava realmente muito apavorada.

– Toma muito cuidado. - Implorou a mãe da garota e Hermione assentiu.

– Você consegue chegar na cidade em quanto tempo? - Luna se preocupou em saber dos detalhes.

– Eu não sei, eu consigo voar rápido. Acho que em menos de uma hora eu chego lá. - Explicou a mutante alada.

– Precisamos sobreviver por uma hora na ilha. - A voz de Scorpius demonstrou sarcasmo. Ele também estava nervoso, todos ali estavam.

– Vamos nessa. Não temos mais tempo nenhum. - Harry alertou o resto do grupo.

– Vou precisar de ajuda para levá-la para fora. - Snape falou, pegando Bellatrix no colo.

– Certo. - Harry finalizou a conversa e eles observaram Hermione se concentrar em seu voo.

Hermione balançou suas asas enquanto olhava para o teto. Ela não podia fugir sem antes pedir aos céus proteção para seus amigos. A garota pediu, respirou fundo, e torceu para que tudo corresse bem para ela também; afinal, não sabia o que a esperava lá fora. Hermione apenas torceu para que tudo desse certo, e para que aquele pesadelo acabasse antes da manhã chegar.

E então a mutante voou.


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Notas finais do capítulo

Perdoem os errinhos..
Gostaram??
Não esqueçam de comentar.

XX, Jen!



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