Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 23
Powerful


Notas iniciais do capítulo

Capítulo novo pra vocês!

Então gente, eu queria comentar uma coisa. No último capítulo postado, 66 pessoas visualizaram até agora, e apenas 5 deixaram review. Isso é chato, não acham? Preciso de opiniões pessoal! Pensem nisso..



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– Gina Whotsley... – Harry tinha um sorriso sorrateiro nos lábios, seus braços posicionados ao lado de seu corpo, os punhos fechados, em posição de prontidão para lutar. Gina, à sua frente, tinha o olhar bastante fixo em Harry, parecia o mais concentrada possível naquele instante. A ruiva inclinou um pouco o pescoço para lado de seu ombro esquerdo, a expressão em seu rosto era misteriosa. – Quero ver do que é capaz de fazer. – O moreno falou, o contínuo sorriso sorrateiro podia até escapar por entre suas palavras.

– Acha que pode me olhar dessa maneira e sorrir? – A ruiva indagou e sorriu, de uma forma debochada, dando um passo a frente. - Acha que está em vantagem aqui?

– Me diga isso você. – Harry observou-a se aproximar, o olhar fixo dela ainda estava preso nos olhos verdes do garoto. – Diz quem é que está em vantagem, quem é mais poderoso. Eu ou você? – Os lábios de Harry se curvaram em um sorriso, que aos olhos de Gina, continha malícia.

As sobrancelhas da ruiva se arquearam, os lábios da garota se entreabriram. Ela estava tão fixa em Harry que ao menos podia perceber seus amigos treinando os seus poderes logo ao seu lado. Harry tinha que confessar a si mesmo: com tantos pensamentos correndo por sua mente, um deles era que aquela garota era incrivelmente misteriosa. E isso chegava a ser tentador para ele.

O moreno sentiu um leve arrepio em consequência de uma súbita brisa fria batendo contra seu corpo. Um vento começava a se formar por entre eles, com uma velocidade que fazia os seus olhos arderem. Seus cabelos pretos se bagunçavam contra a ventania, o moreno percebeu o olhar de Scorpius, Rony e Hermione voltados para ele e Gina. A ruiva estava completamente concentrada em seus poderes. Seus fios cor-de-fogo voavam contra o vento violentamente, madeixas batiam contra a pele de seu rosto. Harry pareceu paralisado com a cena. Era ainda mais misteriosa a forma com que ela causava aquela ventania apenas com o poder da mente.

Gina ergueu seu braço esquerdo no ar, os amigos acompanharam os movimentos da garota. Ela moveu os olhos azuis até a árvore atrás do corpo de Harry, a palma de sua mão se abriu e mirou um galho da árvore, que, subitamente, começou a se balançar. Harry entreabriu a boca, observando o som do pau do cedro ranger.

Não, ela não vai conseguir fazer isso. A mente de Harry argumentou contra os próprios pensamentos do garoto. Aquele tronco de árvore parecia tão pesado que até mesmo por uma mutante telecinética seria difícil de ser derrubado.

Os olhos de Gina ardiam, a garota lutava para evitar de piscar constantemente – isso a atrapalhava na maioria das vezes em que se concentrava. Sua cabeça também doía, era como se algo estivesse fisgando-a internamente. Mas a ruiva já estava acostumada com aquela sensação, e por mais que fosse desconfortável, precisava controlar a dor. A dor, e seus poderes.

Harry impulsivamente se afastou de perto da árvore quando percebeu o tronco rachar ao meio e despencar, se chocando contra o chão segundos depois, provocando um baque alto. O moreno tinha os olhos completamente arregalados, encarava o tronco no chão enquanto respirava descompassadamente.

Gina olhou para os lados, o sorriso em seus lábios estava presente, o alívio da dor em sua cabeça também. Mais uma vez, tinha consigo o controle de seus dons e fez algo incrível, aos olhos de Rony, Scorpius e Hermione.

– Caralho. – Scorpius estava boquiaberto e, ainda assim, sorria. – Como você fez isso, garota? – O loiro olhou Gina, abismado, percebendo a garota inspirar e expirar profundamente.

– A Gina é incrível! – Rony sorria, contente com aquela evolução. – Você tá conseguindo usar seus poderes muito bem. – Comentou para a ruiva, que assentiu e sorriu ainda mais.

– Sabe Gina... – Hermione começou, atraindo a atenção dos outros. – Ainda bem que somos amigas. – A morena e a ruiva riram em uníssono, Gina rolando os olhos e indo até Hermione, abraçando a garota por alguns segundos. Quando se soltaram Gina olhou Harry, que ainda a encarava com incredulidade.

– Então, Harry Potter... – A ruiva enfrentou o olhar do garoto. – Quem está em vantagem aqui?

– Vamos decidir isso agora. – O moreno não se intimidou, e abriu seu melhor sorriso sorrateiro. Gina contraiu as sobrancelhas.

Ele se achava demais.

Hermione riu, direcionando seu olhar a Rony enquanto o ruivo apontava para a garota observar os amigos que flertavam. Harry chamava Gina com a mão, e a ruiva ia de encontro ao moreno.

– Não acha que tá acontecendo alguma coisa estranha ali? – Hermione comentou, voltando a olhar Rony, que sorria marotamente.

– Tô achando que daqui a pouco eu vou ficar de vela por aqui. – Scorpius reclamou, deixando de olhar Gina e Harry, e voltando a olhar Hermione e Rony, ao seu lado. – E eu estou falando sério. – A indireta fez Rony rir, enquanto Hermione se envergonhava internamente. O que será que ele quis dizer com aquilo?

– Então vamos voltar ao treino. – Rony avisou-os, voltando a sua posição inicial, em frente à Scorpius. O loiro assentiu, bagunçou os cabelos. Já havia visto a demonstração dos poderes do ruivo, que materializou a lamparina para clarear a mata, e também alguns facões e machados, explicando a Scorpius como se matava vampiros, caso esbarrassem com algum novamente.

– Minha vez agora? – O loiro quis saber, seu corpo em posição de prontidão para lutar.

– Primeiro eu vou me teletransportar atrás de você, e depois você tenta seus poderes. Certo? – Sugeriu Rony, vendo Scorpius assentir. Hermione olhava os garotos, seus braços estavam cruzados, seus olhos castanhos estavam fixos nos movimentos dos dois. – Vamos lá. – Rony concentrou sua mente, visualizou aquela mesma mata, naquela mesma ilha, apenas a alguns metros de distância.

– Rony? – Hermione contraiu as sobrancelhas, estranhando a feição do garoto. – O que foi?

– Não sei. – O ruivo parecia concentrado e, ao mesmo tempo, confuso. – Não tô conseguindo.

– Não está conseguindo se teletransportar? – A morena pareceu surpresa. Aquilo nunca havia falhado antes.

– Não. – O ruivo bagunçou os cabelos, demonstrando indignação.

– Tenta de novo. – Sugeriu Scorpius, franzindo a testa.

– Eu tô tentando. – Rony disse, concentrado. – Mas não tá dando. - Bufou, impaciente.

– O que tá acontecendo nesse lugar? – Hermione parecia completamente confusa.

– Vai Scorpius, sua vez. – Rony falou, bagunçando os cabelos novamente. O loiro assentiu, seus olhos se concentraram nos olhos de Rony. Hermione entreabriu os lábios, a surpresa fluindo dentro de si. Os olhos azuis de Scorpius pareciam ganhar uma nova áurea, o brilho se intensificava, a cor escurecia e ao mesmo tempo parecia vibrar mais.

– Diga tudo o que Severo Snape disse no vídeo que deixou naquele pendrive. – Ordenou Scorpius olhando fixamente para Rony, que demonstrava estar em transe.

– Severo disse que Bellatrix Lestrange está por trás da criação de todos os mutantes. Disse que essa doutora fez experiências proibidas nos embriões, e por isso nascemos com superpoderes. Severo também disse que as respostas para todas as perguntas sobre essas experiências e sobre essa batalha de humanos e mutantes só poderão ser descobertas na ilha. A ilha dos mutantes. – Rony falava compassadamente, hipnotizado.

– Certo. Pode voltar ao normal. – Avisou Scorpius, estalando os dedos frente ao rosto de Rony. O ruivo chacoalhou a cabeça e olhou de Scorpius para Hermione. A morena parecia boba.

– Você lembra o que você disse? – A morena indagou, curiosa.

– Nem uma única palavra. – O ruivo falou, abismado. Voltou a olhar Scorpius e percebeu um certo alívio no olhar do garoto. Olhar que já havia recuperado seu tom azul claro natural.

– Seus poderes funcionaram. – Rony comentou, fazendo Scorpius assentir.

– Mas eu não entendo... por quê não funcionou com o vampiro? – O loiro disse, confuso.

– E por que o teletransporte do Rony não tá funcionando? – Hermione continuou, desentendida.

– Talvez seja mesmo um bloqueio. – Rony supôs, em sua melhor opção. Olhou Hermione, que contraiu os ombros, sem resposta. Aquilo tudo estava realmente muito estranho.

– Gina, vem aqu... – Hermione girou o rosto para chamar a amiga, mas foi interrompida de súbito.

– Shhh! – Pediu Gina, concentrada no olhar de Harry.

Scorpius percebeu uma expressão de dor no rosto do amigo, Harry cerrava e abria os olhos constantemente, porém parecia extremamente concentrado no olhar de Gina. Estava extremamente concentrado na garota.

"Gi...a"

A voz que adentrou a mente da ruiva falhou, em um chiado irritante. Gina mordeu o próprio lábio, em nervoso.

"Gina, est...a me o...ndo?"

Harry continuava a forçar sua mente, tentando controlar a dor aguda martelando contra sua cabeça. O moreno soltou sua respiração pesada, os amigos em volta perceberam que estava sendo difícil para o garoto conseguir se comunicar. Mas estava conseguindo.

– Você está indo bem. – Gina sussurrou em cautela, tentando não desconcentrá-lo. Harry pareceu ouvir, pois respirou fundo novamente, e forçou um pouco mais sua mente.

"Estou conseguindo, pa...tera"

Gina sorriu com aquele pensamento. Um pensamento que, naquele momento, era dele, e ao mesmo tempo, dela.

– Droga. – Harry bufou, rangendo os dentes com mais uma fincada que recebera na cabeça, fazendo-o se desconcentrar. Olhou Gina enquanto esfregava a testa com as mãos. – É uma dor de cabeça horrível.

– Mas você estava conseguindo. – Gina argumentou, um tanto feliz por ele. Não deveria estar feliz por ele, afinal, ele era metido a sabe-tudo.

– Eu também consegui, Harry. – Scorpius comentou olhando o moreno, que assentiu.

– Já eu não consegui usar meu teletransporte. – Rony disse, indignado. Gina arqueou as sobrancelhas, surpresa e ao mesmo tempo confusa.

– Não conseguiu? – A ruiva disse, intrigada. – Mas então, o quê que acontece nesse lugar?

– A gente precisa descobrir. – Rony falou, de prontidão. – E a gente tem que descobrir rápido. O mais rápido que pudermos. Porque isso tá muito sinistro.

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– Já deve estar amanhecendo, não acha? – A voz suave de Luna cortou a frieza do silêncio da noite, que já durava há minutos. Ela e Draco estavam calados, não sabiam o porque. Cada um carregava seu próprio pensamento naquela madrugada. Os dois, perdidos em uma mata, separados de seus amigos e completamente atordoados, sem uma direção para ir.

– É. – Draco respondeu, depois de mais alguns segundos de silêncio. Olhava para o céu, seu corpo encostado em uma pedra dura no meio do matagal.

– Você tá bem? – A loira demonstrou preocupação, olhando Draco por sobre o ombro. Conseguia apenas enxergar as íris azuis e o cabelo loiro platinado.

– Não sei. – Ele foi sincero. Olhou a garota ao seu lado. – E você?

– Não sei. – Ela encolheu os ombros, sem jeito. Não sabia se devia ter perguntado.

– Posso te fazer uma pergunta? – Draco girou um pouco seu corpo, de modo com que ficasse de frente para Luna. Ele percebeu o aceno que a garota fez com a cabeça, permitindo-o. – O que você acha que vai acontecer com a gente?

– Bom... – Luna pareceu pensar. Sorriu fraco, instantes depois. Draco conseguiu captar o brilho daquele leve sorriso. – Eu acho que vamos encontrar nossos amigos. E aí juntos vamos conseguir passar por cima disso tudo. E no final, vamos ser felizes, longe daqui.

– É o que você realmente acha? – Draco pareceu surpreso. Não sabia se considerava aquelas palavras como ingenuidade, ou como um sonho vindo dela.

– Você acha que vamos morrer, não é? – A loira pareceu ficar séria. Não gostava de imaginar pessoas inocentes morrendo por algo que não tinham culpa. Eles eram mutantes, mas nunca escolheram por isso.

– Você é muito delicada pra esse mundo, Luna. – Draco confessou, desviando dos olhos da garota e olhando distante pela mata. – Não devia passar por isso.

– Você também não. – Luna atraiu seu olhar novamente. – Nenhum de nós deveríamos estar passando por isso. Olha só pra gente. Eu e você, sozinhos e perdidos nesse lugar.

– Bom, somos mutantes. – Draco encontrou sua sensatez. – E estamos pagando por isso.

– Eu não escolhi ser assim! – Luna rebateu, indignada.

– Você cura pessoas, Luna! – Draco argumentou, olhando-a sério e fixamente. – Você não pode reclamar do poder que tem.

– Só porque eu curo pessoas, isso não significa que eu escolhi isso. Eu não escolhi fugir de casa, ficar longe do meu pai, ficar perdida nesse lugar. – Retrucou a loira, levemente irritada. Ele não podia falar aquelas coisas como se fossem boas. Como se nascer mutante fosse algo bom.

– Você não escolheu estar aqui comigo, né? – O loiro rebateu, desviando os olhares novamente. Respirou fundo, sentindo seus cabelos voarem contra o vento da noite.

– Eu não falei isso. – Luna contrapôs, soltando a respiração. – Olha, estamos juntos nessa, tá bom? De alguma maneira, estamos aqui, literalmente juntos. Tem que significar alguma coisa, não acha?

– O quê? – O loiro continuou sem olhá-la. – O quê isso significa? Que vamos morrer aqui, juntos?

– Tenha um pouco de fé! – Luna se indignou ainda mais, aumentando um pouco o tom de voz. Ato que fez Draco olhá-la novamente. Ambos os olhares faiscavam. – Estamos vivos até agora e não aconteceu nada com a gente.

– Além de passar sede e fome, claro. – Debochou o loiro.

– Olha, Draco. Eu sei que você é assim, a ferro e fogo, explode fácil... – A loira olhou-o intensamente. – Eu percebi desde o dia em que te vi. Mas, por favor, olha aqui pra mim. - Ela pediu, quando percebeu que o garoto iria desfazer a troca de olhares. – Estamos juntos nessa. Você tem 17 anos, é mutante, eu tenho 17 anos e sou mutante. Não acha que a gente tem chance de conseguir?

– Como você pode ser assim? – Draco pareceu um tanto abobado, fazendo Luna se desentender, mas ainda assim a loira sorriu. – Você é toda delicada e doce, e ao mesmo tempo é madura e inteligente. E tem uma esperança enorme.

– É porque eu acredito, Draco. Acredito que ainda coisas boas podem acontecer em cima das coisas ruins que estão acontecendo. – A loira foi sincera.

– Você também consegue acalmar as pessoas? – Draco abriu um sorriso que se misturou com o dela.

– Bom, eu converso e acalmo animais, então... – Ela brincou, rindo e fazendo o garoto rodar os olhos.

– Muito engraçadinha você! – O loiro soltou uma risada debochada, que se misturou com a gargalhada da garota. – Ah você achou engraçado, é? – Ele se aproximou, percebeu Luna tentar falar, mas as risadas não a permitiam. Draco tocou a cintura de Luna subitamente e começou a lhe fazer cócegas.

– Dra-co! – Ela repreendeu-o entre suas risadas, enquanto contorcia seu corpo na medida em que os dedos do loiro cutucavam suas costelas.

– Achou engraçado, né? – Draco ria junto, subia e descia suas mãos pelas laterais do corpo da garota, gostando da melodia das risadas se misturando.

– Pa-para! – Ela insistia, mas estava se divertindo tanto quanto o garoto. – Nã-o é j-us-to Draco! – Falava em pausas, por conta das gargalhadas involuntárias, em meio à falta de ar.– Draco!

Ralhou com o garoto mais uma vez, gargalhando, e subitamente empurrando o corpo do loiro para trás e sendo trazida junto com ele. Parou de rir no instante em que percebeu sua respiração acelerada, descompassada, por estar em cima do corpo de Draco, e as mãos dele em sua cintura. As íris azuis se vidraram uma na outra.

– Desculpa. – Pediu a loira, corada, sem mexer seu corpo.

– Não tem problema. – Draco voltou a abrir um sorriso, discreto e intenso. – Eu gostei.

– É... – A loira se viu extremamente sem jeito. Lutou contra o seu hábito de falar o que pensava, para não dizer que concordava, sendo cúmplice daquele momento. Internamente envergonhada e externamente sem jeito algum, Luna saiu de cima do corpo do loiro, tendo que se arrastar pelas pernas do garoto para poder se sentar no chão novamente. Draco percebeu os movimentos dela, observou-a fazer, sair ajoelhada de cima de sua cintura.

Droga, ele e aqueles malditos hormônios.

O loiro repousou a cabeça sobre o chão frio, respirou fundo, permanecendo na mesma posição. Olhou para o céu que começava a clarear.

Estava tentando entender aquele momento.

– O céu já está ficando claro. – Luna comentou, depois de alguns segundos de silêncio. Draco se levantou do chão e esticou a mão para a garota. A loira o olhou e sorriu um pouco sem jeito. Estava envergonhada ainda. Sabia que aquela troca de olhares tinha sido um pouco intensa demais. E não entendeu o porquê do coração acelerar tanto. Segurou a mão de Draco e se levantou do chão, sendo puxada por ele.

– Então é hora de irmos procurar por eles.

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– Como você conseguiu fugir desse laboratório? – Cato tentava prestar atenção em cada detalhe que a garota, Lilá, também mutante, lhe contava. Cada detalhe poderia ser fundamental naquela ilha.

– A doutora Bellatrix sempre vai em cada cela levar comida, às vezes até conversar com os prisioneiros. – Explicou a loira, olhando Cato assentir. – Então eu consegui pega-la distraída e lutei com ela.

– Você sabe lutar? – Cato pareceu se surpreender.

– Bom, a gente aprende muita coisa nesse lugar. – A garota falou, séria. – Eu cresci aqui, então, eu aprendi a sobreviver.

– Você cresceu aqui? – O loiro parecia se surpreender a cada minuto. – Então, você não tem pais?

– O meu pai morreu. – Contou Lilá. – Na verdade, mataram ele.

– Quem matou? Você sabe?–- Cato tentava ser cauteloso.

– Foi um policial. Eu lembro. Eu vi. – Lilá falou, respirando fundo.

– Esses policiais são uns desgraçados. – O loiro rangeu os dentes. Só de lembrar a cena de Cho sendo morta, e o loiro se perdendo de sua mãe por causa dos malditos policiais, Cato sentia seu sangue ferver.

– É, mas faz muito tempo. Eu ainda era uma criança. – Continuou a garota, vendo Cato subitamente se espantar.

– Criança? – O loiro arregalou os olhos. – Então esses policiais estão por trás de mortes dos pais de mutantes há muito tempo?

– Faz anos que Bellatrix conta com a ajuda deles. São os capangas dela. – Explicou a garota, enquanto Cato bagunçava os cabelos. A cada minuto que se passava, as coisas em sua cabeça pareciam bagunçar mais – Mas a minha mãe não morreu. E eu acho que a sua também não.

– Como você sabe? – Cato fixou o olhar na garota.

– Eu não sei, mas eu tenho certeza de que a Bellatrix aprisiona minha mãe lá no laboratório, há anos. – Falou a loira, prontamente. – Eu tenho certeza.

– Que merda. – Cato enfiou as mãos entre os cabelos. – Tem muito mais coisa podre aqui nesse lugar do que eu pensei. - Lilá assentiu. A garota era a prova viva daquelas palavras de Cato. – Temos que achar os meus amigos. Eles precisam conhecer você.

– Já está ficando de manhã. – Comentou a loira, olhando para cima, observando as poucas nuvens claras brilharem no céu ainda escuro.

– Então vamos. Já passou da hora de enfrentarmos isso tudo.

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– Já é manhã. – Rose sentiu o alívio de terem sobrevivido por uma noite na ilha, e principalmente pela mutante-pantera não ter aparecido. Clove tinha os olhos fechados e a sua cabeça repousava no ombro da ruiva.

– Que ótimo, não morremos. – Debochou a morena, a voz um tanto fraca.

– Deixa eu ver como está isso. – Rose ignorou o comentário da amiga, e com cautela, segurou Clove pelos ombros, procurando atentamente uma observação precisa dos machucados pelo rosto da morena.- Não estão tão ruins! – Comemorou, ainda mais aliviada. Levou a mão até a testa de Clove e tocou a pele da garota, torcendo para uma temperatura natural no corpo da menina. Por sorte, Clove não teve febre. – Você é uma garota de sorte.

– Eu sou uma mutante, esqueceu? – Rebateu a morena, sorrindo de canto. Internamente, estava tão aliviada quanto Rose por não ter piorado.

– Seu ego não me deixa esquecer. – Retrucou a ruiva, recostando o corpo de Clove novamente na árvore áspera, e se levantando do chão em seguida. – Eu vou procurar água pra limpar esses ferimentos.

– Claro, e vai trazer a água na mão? – A morena ironizou. Rose bufou. Não tinha pensado naquele detalhe.

– Então vamos, eu te ajudo a andar. – Rose foi até Clove na intenção de levantá-la do chão, mas apenas observou a morena se levantar por si só, sem reclamar.

– Olha, não tá doendo mais. – Clove foi sincera. – Só arde um pouco, e mesmo se doer, isso não importa.

– Importa si... – Rose tentou argumentar, mas foi interrompida pela amiga.

– Cala a boca. – Mandou a morena, vendo Rose rolar os olhos e cruzar os braços. – Nós vamos atrás dos nossos amigos e do meu irmão.

– Não, Clove. – Rose descruzou os braços e balançou a cabeça, negando. Pareceu indignada. – Pare de bancar a durona, porque você tá fraca. E eu não vou te levar a lugar algum.

– Ótimo. – Clove deu de ombros. – Se você não vai, eu vou.

– Para de ser teimosa! – Rose entrou na frente da garota, no momento em que a morena deu alguns passos. – Você está fraca.

– Então temos que encontrar Luna. – Rebateu a morena, prontamente. Viu Rose respirar fundo, controlando a irritação. No fundo, Clove sabia que Rose iria ceder.

– Certo, Clove. – Rose concordou, enquanto suspirava. – A gente vai. Mas se alguma coisa acontecer, você não vai bancar a heroína de novo.

– Pode deixar, mamãe. – Debochou a morena, rindo em seguida. Rose rodou os olhos. Às vezes, Clove parecia aquelas crianças que fazia tanta birra que uma hora conseguia o que queria.

Mas sua mente nem ao menos terminou de fazer essa observação sobre Clove, tudo apenas rodou. O corpo da ruiva se desequilibrou, e quase em um tom inaudível, Rose pode perceber Clove gritando por seu nome, e reunindo forças para segurar a ruiva e não deixá-la cair. "Vamos. É hora de encontrarmos esse laboratório". A voz de Scorpius causou fincadas pela cabeça de Rose. Era a voz dele, seu subconsciente tinha a certeza.


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Notas finais do capítulo

N/A: Cedro é uma árvore, tá gente? Coloquei até a palavra em itálico no capítulo.
Ah, e gente, eu queria que vocês tivessem paciência porque cada casal ainda vai ter seu momento na história! E não vai demorar.

N/B: Oi gente! Tudo bem?
Bem, sou a Laís Weasley e agora eu sou a beta da Jenn, e queria muito agradecer pela confiança e pela oportunidade de betar essa história incrível. Espero que vocês gostem e peço para que vocês continuem dando muito apoio a ela e muitos reviews! Beijão ♥


XX, Jen