Mutant World escrita por Jenny Lovegood


Capítulo 13
Conflitos


Notas iniciais do capítulo

Eiiiiii pessoal! Eu estou postando de volta, finalmente! Não quero enrolar muito aqui então aproveitem o capítulo.

E eu queria agradecer a leitora Hermione Granger que deixou a quarta recomendação da história. Muito obrigada!



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A voz aguçada e firme ainda maro garota martelava a mente de Cato. Era o mesmo garoto que falara com Draco na casa de Cho, ele tinha certeza. Seus passos por entre o matagal se apressavam a cada segundo que se passava. As folhas secas pela terra do chão arranhava a boca da calça jeans surrada. A escuridão da noite atrapalhava-o a enxergar. Estava cansado, muito cansado. Com frio e sede, mas sua sede ainda não chegava a ser maior que seu frio. A única coisa maior dentro de Cato naquele momento era a vontade de chegar logo naquela vila e encontrar Draco. Se encontrasse Draco, se sentiria mais forte, e juntos, encontrariam Narcisa. A busca por sua mãe era um dos seus principais objetivos naquela guerra agora.

Nada estava calmo por entre a mata. O vento forte bagunçava os cabelos do garoto, que tinha os passos tão rápidos a ponto de praticamente correr. Ele não estava seguro, sabia disso. Havia alguém por ali, e era alguém que não tinha a vontade de ajudar. Cato também tinha essa certeza. Poderia com certeza usar seus poderes naquele momento e correr rápido dali, não demoraria minutos para achar a vila. Mas não, era arriscado. Quanto menos usar seus poderes, melhor. Não sabia o que estava acontecendo com as investigações envolvendo todos os mutantes, mas não era burro de não perceber que o uso das habilidades especiais desses seres estariam sendo monitoradas.

Aquele rugido agudo de leão já havia surgido por entre o matagal várias vezes, e Cato teimava em não deixar sua mente acreditar no óbvio. Existia um mutante por ali. E Cato estava em desvantagem. Só precisava ter a sorte de chegar logo na vila. Ou ter a sorte do rugido não ser na direção da vila. Seus sentidos também não estavam funcionando muito bem. Provavelmente, culpa do metabolismo fraco.

No instante em que os pés de Cato quebraram uma folha seca pelo chão, um rugido tão alto que acelerou a ventania, fez o corpo do loiro se girar abruptamente e automaticamente tirar a mochila das costas e a segurar com uma das mãos. A feição de espanto de Cato foi imediata.

– Quem é você? - Cato vociferou, entre uma respiração descompassada. Seus fios de cabelo constantemente cobriam seus olhos, o vento ao redor dele parecia feroz.

– Você decide quem eu sou. - Era uma voz fria e ao mesmo tempo grossa, capaz de assustar. Vinda de um homem. Não se deduzia muito mais velho que Cato. A não ser pela barba. E as presas entre o sorriso seco.

– Você é o leão. - Cato segurava firme a mochila com a mão esquerda, seu corpo em posição de guarda.

– E você? Mutante? - O homem parecia displicente com as palavras. Tinha a aparência jovem, os cabelos eram em um tom marrom vivo, tinha apenas uma bermuda jeans rasgada como peça no corpo.

– Sou. - Cato sibilou, inspirava e expirava pesadamente.

– Bem vindo ao clube, amigo. - O mutante sorriu, Cato pôde perceber dessa vez uma coloração vermelha por entre as presas, que pareciam ser maiores do que precisavam ser.

– É, não somos amigos. - Cortou-o Cato, vendo a expressão do mutante-leão fechar.

– Isso também é uma escolha sua. - O mutante abriu os braços. - Você pode escolher lutar comigo até morrer.. ou se juntar a mim e me ajudar.

– Essa última eu passo, fera. - Retrucou o loiro, vendo o mutante fechar os braços e mostrar as presas.

– Acha que pode lutar contra mim? - Indagou o outro, com a voz grossa.

– Eu também passo isso. - Cato encarou o mutante nos olhos. - Eu só quero sair daqui e você pode ficar com essa mata inteira pra você.

– Eu acho que isso não vai acontecer. Não com você saindo vivo daqui. - O mutante rugiu e deu passos à frente, Cato recuou mais rápido do que o normal aos olhos do leão.

– É, eu esqueci de dizer.. - O loiro começou, jogando a mochila por sobre o ombro imediatamente. - Tenho supervelocidade.

–Ninguém corre mais rápido que um leão. - Retrucou o outro, a voz já saía em forma de rugido.

– Suponho que não. - Cato soltou um sorriso debochado, soprando em seguida o cabelo de entre seus olhos. O mutante leão mal conseguiu ver o momento em que o garoto à sua frente correu dali, foi a ventania ainda mais violenta que se formou que denunciou o ato.

Cato foi seguido, por muitos segundos, pelo mutante, e teve a certeza de que aquele mutante poderia correr quase tanto quanto ele.

Mas não tanto quanto.

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– Os outros já dormiram? - Draco indagou, sua voz soou baixa e restrita. Apenas Luna à seu lado pôde ouvir. Já era tarde, e todos estavam cansados o suficiente para acolherem a ideia de uma boa noite de sono naquela vazia casa azul da Floreios e Borrões.

Clove e Rose haviam ficado com o espaço dos dois sofás da sala, enquanto Scorpius ficava com o colchão que acharam no quarto de solteiro da casa. Luna não reclamou em se contentar apenas com o chão forrado, com Draco ao seu lado. Alguém precisava ficar de vigia, e o vigia da noite era Harry, que mesmo exausto, não negou isso aos amigos e novos amigos.

– Acho que sim. Estavam todos cansados. - Luna comentou, estava deitada de costas para o loiro, o mesmo ato vindo dele.

– E você? Não está? - Cochichou o loiro.

– Estou. - Ela confessou, entre um suspiro.

– E por que não está dormindo também? - Indagou Draco, girando o corpo, olhando agora o teto à sua frente, que mal podia ser enxergado. Estava tudo muito escuro. As noites pareciam bem mais escuras do que o normal.

– Não consigo. - Luna percebeu o garoto se virar. Resolveu fazer o mesmo. Seu peito subia e descia lentamente, seus cachos loiros bagunçados pelo forro branco embaixo de seu corpo, se misturavam com os fios loiros platinados do cabelo do garoto. Em questão de aparência, eram bem parecidos.

– É.. - Draco olhou para o lado, a garota também encarava o teto escuro. - Eu também não.

– Tudo está tão estranho. - Luna soltou outro suspiro. - Em um dia eu acordo e o mundo está de cabeça pra baixo.

– O mundo sempre esteve de cabeça pra baixo. Agora as pessoas apenas sabem disso. - O loiro argumentou, calmamente.

– É, talvez você tenha razão. - Luna olhou-o de lado, percebeu que o garoto a encarava. Tudo o que a loira conseguia enxergar nele era o cabelo platinado e os olhos azuis acinzentados. Eram bem destacados. A pele branca também se iluminava um pouco na escuridão.

– Eu sempre tenho razão. - Draco fez Luna rir de leve.

– Você é convencido. - Ela brincou.

– Você não viu nada. - Retrucou o loiro, sorrindo junto.

– O que acha que vai acontecer com a gente? - Luna subitamente deixou o sorriso em seus lábios morrer.

– Pra falar a verdade? - O loiro contraiu as sobrancelhas, percebeu a loira mexer a cabeça, era um aceno para ele continuar. - Talvez a gente morra.

– Nossa. - Luna engoliu em seco. Draco voltou a olhar o teto, ainda sorria.

– Ué, você pediu a verdade. - Ele comentou.

– É, mas eu não tava brincando. - Retrucou a loira, séria, olhando o teto e esfregando um pé no outro. Fazia frio, e a coberta que os cobria não parecia ajudar o suficiente.

– Nem eu. - O loiro argumentou, percebeu a loira se calar.

O silêncio que se formou entre os dois pareceu ter feito o cômodo esfriar ainda mais. Mas Draco sabia que não estava mentindo. Viu Cho morrer, viu sua mãe e seu irmão desaparecerem. E os dias daquela guerra mal haviam começado. Não acreditava muito que sobreviveriam até o final. Mas se a vontade de sobreviver ajudasse, ele com certeza iria até o fim nessa guerra. Descobrir toda a verdade dos mutantes já havia se tornado questão de honra, e Draco sabia que isso era um desejo de cada mutante naquela casa. Naquela cidade.

– Draco! - A voz estupefata de Harry adentrando o cômodo fez Draco rapidamente se levantar do chão, Luna fez o mesmo em seguida. Rose se remexeu no sofá e Clove contraiu os olhos que estavam fechados, abrindo-os consequentemente.

– Harry, que aconteceu? - Luna se alarmou.

– Tem um cara chegando aqui na vila. - Harry respirou fundo. - Acho que é seu irmão.

Os três saíram da sala rapidamente, deixando Clove e Rose para trás, que haviam despertado.

– Será que não é algum mutante perigoso? - A ruiva indagou, ao se sentar no sofá.

– Eu espero que não. - Confessou Clove, ajeitando os cabelos bagunçados e respirando fundo.

Draco não pôde definir a sensação que lhe invadiu quando viu Cato caminhando apressado pela vila escura. Ele estava vivo, e, mesmo sua aparência denunciando cansaço, parecia bem. Mas, e sua mãe? Não viu nem sinal de Narcisa ali por perto.

O loiro abriu a porta da casa velha e colocou o corpo para fora. Um arrepio do frio cortante da noite lhe invadiu, estava mil vezes mais frio ali fora. Cato era forte para aguentar.

– Cato! - A voz baixa de Draco despertou a atenção do loiro mais velho, que, de longe, abriu um sorriso quase sem forças, e correu até a casinha ainda distante. Draco desceu os poucos degraus da casa azul e com mais alguns passos apressados, a distância entre os irmãos foi encerrada. Os corpos se chocaram em um abraço.

– Draco. - Cato tinha a respiração descompassada, abraçava o irmão fortemente.

– Recebeu a mensagem, né? - Draco sorriu fracamente, em alívio.

– Sim. - Os loiros se soltaram do abraço. - Antes de receber, achei que estivesse morto.

– Eu achei o mesmo. - Draco confessou entre um suspiro pesado. Era bom ver o irmão chato novamente. Era uma sensação de "estar em casa novamente".

– Pra dentro, gente. - Alertou Luna, que observava da porta, ao lado de Harry. Clove e Rose haviam se juntado aos dois.

– E a mãe? - Draco sentia os cabelos serem bagunçados pelo vento. Cato encarou-o nos olhos, e fez-se um silêncio duro.

– Eu a perdi. - Contou o mais velho. Draco prendeu a respiração por alguns segundos.

– Ela tá m.. - Começou o mais novo, sendo cortado.

– Não. - Cato tentou ser convicto. - Vamos achá-la. Certo? - Viu Draco respirar fundo por alguns segundos.

– Certo. - O loiro assentiu. Sorriu fracamente ao ver o irmão sorrir junto. - Vamos entrar, tem muita gente pra te apresentar.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

Rony, Gina e Hermione não encontraram outra saída a não ser se hospedarem em um hotel. Procuraram o hotel mais afastado possível do centro da cidade. Se apresentaram com nomes falsos, e tiveram sorte do dono do hotel ser um senhor velhinho que acreditava na conversa de três jovens que vieram de longe e precisavam de um lugar para passar a noite.

– Vocês duas podem dormir na cama, eu deito no chão. - Avisou Rony, que tirava o capuz do moletom de sua cabeça.

– Não, gente, vocês dois podem dormir. - Gina olhava um quadro antigo pendurado na parede branca do cômodo.

– Vocês são meninas. - Rony retrucou, vendo Hermione sentada na beirada da cama de casal.

– Eu me viro até na cadeira Ronald. - Gina olhou os dois. - É sério, não vou conseguir dormir mesmo.

– É só Rony. - Retrucou o ruivo, fazendo Gina rir levemente e revirar os olhos.

– Tá bom, SóRony, você e Hermione ficam com a cama, e eu me viro. - Concluiu a ruiva.

– Gente, cabe os três na cama. - Hermione se intrometeu. - Então parem de frescura que os três vão dormir na cama.

– Ui, ela colocou moral. - Debochou a ruiva, entre uma risada acompanhada de Rony. Hermione rodou os olhos e riu junto. Sim, eles estavam sentindo falta disso. Sentiam falta de rir e de ficarem felizes, nem que fosse por míseros minutos.

– Tudo bem, senhorita moral. Os três dormem na cama. - Rony se deu por vencido.

– Ui, ele obedece ela. - A ruiva continuou brincando, fazendo os dois rirem novamente.

– E eu fico no meio. - Hermione interferiu, fingindo autoritarismo.

– Ui, ela acha que manda. - Gina riu e desviou rapidamente do travesseiro que Hermione lançou em sua direção.

– Cala a boca, ruiva. - Mandou a morena, entre a risada. A risada dela se misturou com a de Rony, que foi complementada pelo som da risada de Gina. Os três cessaram os risos e se olharam por alguns segundos, em um silêncio calmo.

– Isso foi bom. - Rony comentou, olhando de Gina para Hermione.

– Foi sim. - Gina suspirou. - Até que vocês não são chatos.

– Mas você é. - Retrucou Hermione, sorrindo.

– É isso ai. - Rony entrou na brincadeira. - Não queremos você aqui, sua mala.

– Vou dar é uma malada na cara de vocês. - Gina ameaçou, rindo.

– Ui, ela acha que a gente tem medo. - Hermione imitou-a, em deboche.

– Ah é, é? - Gina se agachou no chão e apanhou o travesseiro. - Eu invoco os super poderes do travesseiro para dilacerar Hermione Granger. - A gargalhada de Rony ao ver Gina começar a começar atrás de Hermione pelo quarto foi gostosa de se ouvir.

– Não, Gina, sai. - A morena ria enquanto corria em círculos pelo pequeno cômodo. Pequeno, mas espaçoso.

– Vou tacar esse travesseiro de penas em você. - Ameaçava a ruiva, em brincadeira, enquanto corria atrás da morena.

– Eu já sou cheia de penas, sai sua chata. - Debochou Hermione enquanto ria e tentava se livrar de Gina atrás de si.

– Engraçadinha você. - Gina apontou a travesseiro para Hermione. - Pelos poderes do travesseiro.. - E a ruiva lançou-o em direção à Hermione, acertando-a na cabeça. O tecido macio bateu contra o corpo da morena, que, tentando se esquivar enquanto ria, tropeçou e bateu contra o corpo de Rony. O ruivo segurou a garota pelos braços, ela ficando plenamente sem jeito no mesmo instante.

– Opa. - Gina abriu um sorriso e arqueou as sobrancelhas. - Foi mal.

– Calminha, passarinho. - Rony brincou, soltando os braços de Hermione. A garota tinha as bochechas vermelhas.

– Vou te bater. - Hermione voltou-se à Gina, que ainda tinha as sobrancelhas arqueadas.

– Vai sim. Depois que eu for lá em baixo comer alguma coisa. - Avisou Gina, enquanto ia até a mesinha do canto da cama e pegava a touca que Rony lhe emprestara para disfarçar-se um pouco.

– O restaurante tá fechado. - Rony avisou, enfiando as mãos nos bolsos.

– A cozinha não. - Retrucou Gina, dando uma leve piscadela. Hermione rodou os olhos e riu, afinal de contas, Gina não era aquela menininha tão indefesa que conhecera há algum tempo.

– Toma cuidado. - Pediu Hermione, a ruiva assentiu. - E volta logo.

– Não esperem por mim. - Alertou Gina, antes de sair pela porta e deixar o cômodo.

– Não esperar pra quê? - Hermione se desentendeu. Olhou Rony de esguelha e o ruivo contraiu os ombros, sorriu sem mostrar os dentes, parecia tão sem jeito quando a garota. - Então..vamos sair logo pela manhã? - A morena tratou de mudar de assunto.

– Acho que sim. - O ruivo observou a morena levar as mãos até as costas e mexer no vestido. - Vou fazer umas pesquisas de madrugada ainda.

– Não vai dormir? - A morena colocou os cabelos para o lado.

– Só um pouco. - Rony estava atento aos atos dela. - Preciso primeiro descobrir onde fica essa ilha.

– Não deve ser muito difícil. Quantas ilhas se tem por aqui? - Hermione tentou ser lógica, viu o ruivo assentir. Ela sabia que se achassem a ilha, estariam a mais um passo de descobrir toda a verdade sobre os mutantes e terem como se defender. Mas estava cansada de ser atormentada com todos aqueles pensamentos. Queria, por uma noite, só poder dormir tranquila em uma cama quentinha e com companhias agradáveis.

– É, cê tá certa. - O ruivo tinha as mãos nos bolsos, seus olhos azuis esverdeados acompanharam o corpo de Hermione se virar de costas para ele, as mãos dela desamarrarem o laço do vestido sem pressa.

– Ainda quer ver? - A morena indagou, calmamente. Rony, mesmo sem entender, sentiu um leve descompasso no coração. Sempre teve curiosidade para ver aquelas asas. E agora estavam sozinhos.

– Quero. - Ele tirou as mãos dos bolsos e deu um passo à frente. Também não entendeu como, mas teve certeza que Hermione havia sorrido. As costas do vestido da morena se abriram e um par de asas grandes e extremamente brancas se estenderam no ar. Rony entreabriu a boca e sorriu instantaneamente. - Nossa. - O ruivo estava bobo. - Uau. - Ele sorriu ainda mais quando Hermione se virou para vê-lo. - Uau.

– Estão tão grandes. - A morena pareceu orgulhosa ao falar.

– São lindas. - Rony bagunçou levemente os cabelos. Hermione o observou fazer.

– Obrigada. - Agradeceu, também sorria.

– Eu posso pegar? Quero dizer, tocar.. - Rony se atrapalhou ao dizer, fazendo a morena sorrir mais.

– Claro. - Hermione se aproximou do garoto, que esticou a mão e tocou levemente as penas macias da garota.

– De longe parecem de mentira.. - Rony tinha um sorriso bobo nos lábios. - De tão lindas.

– Minha irmã dizia isso. - Hermione suspirou. Rony olhou-a nos olhos. - Sinto falta dela. - Comentou a morena.

– Eu te entendo. - Rony tirou a mão das asas de Hermione e encarou-a.

– Espero que ela esteja bem. - Confessou Hermione.

– Vai ficar tudo bem. - O ruivo fitou os olhos castanho-mel. - Você vai ver.

– Espero que sim. - A morena suspirou novamente. E Rony novamente sentiu aquela vontade de abraçá-la e protegê-la. Era estranho aquele sentimento. Mas era o que ele vinha sentindo há horas.

– Vem cá. - O ruivo tentou abraçá-la, mas se embaraçou ao tocar a raiz das asas da garota em suas costas. Hermione riu com o jeito que Rony se envergonhou. - Desculpa, eu.. - Ele pediu enquanto se afastava.

– Ei, tudo bem. - Tranquilizou-o entre uma risada. Encheu os pulmões e fechou as asas logo em seguida. - Pode fechar pra mim? - Pediu a morena, enquanto se virava de costas. Rony ainda sentia aquele descompasso estranho nos batimentos cardíacos. O ruivo analisou atentamente as costas nua dela. A raiz das asas da garota era bem fixa na pele, na verdade, parecia adentrar a pele. Crescer de lá de dentro. Era surreal. Abaixo das asas, a pele exposta. Branca e com leves sardas. Hermione era uma garota completamente surreal, ele não podia negar. Rony fechou sem pressa o vestido da morena, enlaçando as fitas que cobriam suas asas consequentemente.

– Assim tá bom? - O ruivo indagou, Hermione virou-se para ele novamente.

– Tá sim. - A morena sorriu, agradecida. Um súbito e conhecido barulho de estilhaços de vidro surgiu entre os dois, que se alarmaram automaticamente.

– É a Gina! - Avisou Hermione.

– Merda! - Rony desesperou-se, indo até a mesa com sua mochila e jogando-a sobre o ombro apressado. - Vem, vamos. - E puxou Hermione pela mão para fora do quarto o mais rápido que pôde.

Desceram as escadas de madeira do hotel, foi impossível não fazer barulho. Pessoas de roupões apareciam sonolentas e assustadas da porta de seus quartos, o hotel parecia uma bagunça.

– GINA! - Gritou Rony, a recepção do hotel estava completamente bagunçada, mas não havia presença de ninguém ali. A não ser das pessoas que apareciam, aparentemente pasmas, para saber o que estava acontecendo.

– GINA! - Hermione foi cozinha a dentro à procura da amiga. Havia apenas um pedaço de bolo de chocolate mordido em cima da mesa.

– QUE MERDA! - Rony vociferou, enquanto chutava uma cadeira quebrada da recepção.

– O quê que tá acontecendo aqui meu jovem??? - O velhinho dono do hotel estava pálido.

– Ela sumiu. - Hermione voltou correndo. - Gina sumiu.

– Puta que pariu! - O ruivo enfiou as mãos entre os cabelos.

– Levaram ela Rony. - A morena tinha a respiração completamente descompassada.

– Rony? - O velhinho ainda parecia completamente pasmo.

– Escuta meu senhor, no quarto onde estávamos tem dinheiro que vai ajudar a pagar esse estrago. - O ruivo se dirigiu à Antônio, que mesmo sem entender completamente, assentiu. - Vamos embora daqui. - Alertou Hermione, que assentiu. - Agora.

~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~ ~~

– Mutante-leão? - Draco estava impressionado.

– É meu irmãozinho. - Cato se sentara no sofá onde Clove havia escolhido dormir. Todos haviam acordado com a chegada do irmão Malfoy, até Scorpius sem humor rodeava os mutantes agora.

– E você se livrou dele? - Rose pareceu ainda mais impressionada.

– Me desculpe mas, eu sou um Malfoy. - Gabou-se o loiro mais velho, arrancando risada dos mutantes, menos de Clove, que revirou os olhos.

– Mais um que se acha. - Retrucou a morena.

– Fica quieta Clove. - Pediu Rose, incomodada.

– Ih, quê que foi garota? - A morena arqueou as sobrancelhas e encarou Rose. - Tá interessada é? - Rose rodou os olhos com o comentário. - Cuidado hein Harry, vai perder seu partido. - Dessa vez, Harry rodou os olhos.

– E você tá bem na defensiva né? - Rose retrucou.

– Eu não costumo dar em cima de todo mundo. - Rebateu Clove, vendo Rose entreabrir a boca.

– Costuma botar medo em todo mundo. - A ruiva implicou.

– Continuo preferindo minhas atitudes do que as suas. - Clove não se abalou.

– Te perguntei alguma coisa? - Rose retrucou.

– Parem! - Mandou Harry.

– Cala a boca! - As duas argumentaram, em uníssono.

– Ih, tão esquentadinhas hein.. - Scorpius se intrometeu.

– Cala a boca! - As duas novamente disseram em uníssono. Luna e Draco se entreolharam e riram.

– Já chega! - Vociferou Harry. Clove e Rose cruzaram os braços.

– Quanta tensão sexual. - Debochou Cato, vendo as garotas - com exceção de Clove, que apenas rodou os olhos - se constrangerem.

– Vamos voltar ao que estávamos falando? - Sugeriu Harry, sensatamente. - Precisamos de um plano, ou vocês esqueceram que não somos adolescentes normais com direito a ter "tensão sexual"? - O moreno fez aspas e Draco e Cato riram.

– Não é porque vamos morrer que não sentimos mais vontade de t.. - Começou Draco, vendo Luna corar ao seu lado novamente.

– Tá bom, tá bom. - Harry o cortou. - Mas vamos voltar ao que estávamos falando.

– Que cara chato. - Scorpius retrucou.

– Tá achando ruim, se manda. - Harry apontou para a porta da casa, Scorpius arqueou as sobrancelhas.

– Calma gente. - Luna pediu. - Não precisa de tudo isso.

– Eu tô tentando achar um jeito de ficarmos vivos mas parece que vocês não estão muito a fim. - Harry disse, irritado.

– Já descobrimos quem é que tá.. - Scorpius novamente se intrometeu, mas Rose o cortou.

– Scorpius, cala a boca que é melhor. - Mandou a ruiva, autoritária. Scorpius fixou o olhar no da garota por segundos a fio, e ela não se intimidou.

– Então, né gente.. - Cato pigarreou, chamando a atenção dos mutantes em volta. - Como eu falei, a mata de noite é muito perigosa, e eu não vi nenhum sinal de outras bandas da cidade por aqui. Então, se a gente resolve sair pela manhã, e não encontramos nada até a noite, a gente vai se complicar.

– É, mas essa casa não tá abandonada. - Luna falou. - Então, quem quer que more aqui, deve voltar pela manhã.

– E isso pode ser perigoso também. - Draco concluiu.

– Então a gente se arrisca? - Scorpius indagou.

– Só estamos fazendo isso ultimamente mesmo.. - Clove rebateu.

– Se tivermos sorte, encontramos nossa mãe. - Cato se voltou à Draco, que assentiu levemente.

– Não, vocês não vão encontrar a mãe de vocês. - E a porta da casa se abriu com um choque.

Cato se levantou do sofá automaticamente e os mutantes ficaram lado a lado. Uma tropa de policiais entravam, armados e portando coletes à prova de balas.

– Como esses porras descobriram a gente? - Draco vociferou, ao reconhecer imediatamente o policial Lewis, com quem lutara na morte de Cho.

– Mutante-Leão. - Lewis deu um passo à frente.

– Prenderam ele? - Cato pareceu perplexo.

– Não. - O mutante com quem Cato se encontrara horas atrás saiu de trás de alguns policiais, e apareceu ao lado de Lewis, carregava uma garota desmaiada em seu ombro. - Me juntei à eles.

– Você o que? - Cato se viu ainda mais perplexo.

– O quê que tá acontecendo? - Luna se desesperou.

– Levem eles. - Ordenou Lewis, sem mais delongas. Os mutantes se entreolharam. - Levem todos eles pra ilha.


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Notas finais do capítulo

Eu queria dizer algumas coisas à vocês..
Primeira coisa: Eu não revisei o capítulo porque queria postar ele logo.
Segunda: Eu ainda estou muito sem tempo e não posso prometer postar sempre.
Terceira: A história a partir de agora vai ter cenas mais "violentas" e o uso mais contantes de palavrões, queria alertá-los disso.

E quarta: Gostaram da volta???? AEWWWWWW *-* Deixem reviews hein!

Xoxo, Jen