Filha da Lua escrita por Bia Kishi


Capítulo 21
Capítulo 21 - Os Novos Cullen


Notas iniciais do capítulo

Fui arrancada de meus pensamentos, pelo choro de Amellie. Ela estendeu os bracinhos para mim, com seus lindos olhos amarelo-amendoados cheios de lágrimas. Demetri passou-a aos meus braços enquanto brincava de cavalinho com Gavriel. Eu a segurei e toquei a ponta de meu nariz no dela.
— Ei Lilli, porque está chorando? A mamãe está aqui! Além disso, você vai ter rugas muito cedo se continuar a ser tão chorona!
Ela levantou o olhar e me encarou com os olhinhos chorosos. Sua boquinha de coração se abriu em um delicado sorriso.
— Isso mesmo, sorrir faz bem para a pele!
Demetri sorriu também. Eu passei para sua mão a mamadeira de Gavriel e nós dois sentamos no banco da varanda, alimentando nossos filhos.



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Como já havíamos percebido com Renesme, nossos bebês também cresciam rápido. Em alguns dias, Gavriel e Amellie já não eram mais recém-nascidos e começavam a impor suas vontades.

Em uma manhã chuvosa e úmida, eu me levantei e andei até o quarto dos meus vampirinhos – eles não estavam lá, nem Demetri. Desci as escadas e olhei pela janela da sala. Eles estavam lá, sentados na varanda, juntos. A cena trouxe à tona uma explosão de sentimentos, eu me lembrei de mim, me lembrei do passado e pensei no futuro. Meu Amado estava sentado no chão de lambris de madeira, sorrindo, enquanto tentava dividir a atenção entre nossa princesinha e nosso pequeno guerreiro. Eles eram tão diferentes e ao mesmo tempo tão iguais. Confesso que eu me identificava um pouco mais com o jeito impetuoso de Gavriel, ele sem dúvida tinha herdado bastante do sangue dos Black, como eu. Amellie era doce e letal, como o pai. Ninguém dizia não aquela carinha de anjo, ela dominava tudo e todos. Altiva e independente de natureza, minha filha até parecia mesmo uma Volturi.

Deixei meus pensamentos fluírem, enquanto preparava as mamadeiras. Senti falta de Aro, e de Marcus. Por mais que aquele castelo tivesse trazido sofrimento, ali eu tinha me feito quem eu sou – uma meio-vampira, meio-lobo, um terço Cullen, outro Black, mas ainda existia algo de Volturi em mim. Eu era uma Volturi também, como Demetri.

Fui arrancada de meus pensamentos, pelo choro de Amellie. Ela estendeu os bracinhos para mim, com seus lindos olhos amarelo-amendoados cheios de lágrimas. Demetri passou-a aos meus braços enquanto brincava de cavalinho com Gavriel. Eu a segurei e toquei a ponta de meu nariz no dela.

-           Ei Lilli, porque está chorando? A mamãe está aqui! Além disso, você vai ter rugas muito cedo se continuar a ser tão chorona!

Ela levantou o olhar e me encarou com os olhinhos chorosos. Sua boquinha de coração se abriu em um delicado sorriso.

-           Isso mesmo, sorrir faz bem para a pele!

Demetri sorriu também. Eu passei para sua mão a mamadeira de Gavriel e nós dois sentamos no banco da varanda, alimentando nossos filhos.

-           Demetri?

Ele olhou para mim com seus olhos profundos.

-           Eu dicidi como quero que seja nosso casamento.

            Demetri soltou um meio sorriso de lado, enquanto afagava o cabelo de gavriel.

-           Devo supor então que a Dra. Cullen vai parar de me enrolar e finalmente se tornar minha esposa?

-           Digamos que sim.

-           Que bom porque eu comecei a imaginar que você só estava se aproveitando dos meus genes!

Eu sorri para ele e olhei o rostinho de Amellie em meus braços, ela era a coisa mais linda que já havia visto na vida.            

-           São genes muito bons!

            Demetri se levantou, deixando Gavriel brincar, e ajoelhou no chão à minha frente. Ele retirou Amellie de meus braços e a colocou ao lado do irmão.

            Suas mãos tocaram meu rosto, e seu corpo se aproximou do meu. Seus lábios frios e gentis tocaram meus lábios, depois o rosto e o pescoço, e ele sussurrou em meu ouvido.

-           Sempre que quiser!

            E eu queria! Ah como eu queria! Aliás, eu acabei por lembrar o quanto, eu queria. Desde que os bebês haviam nascido, Demetri e eu tínhamos pouco tempo livre para nós – eu precisava dar um jeito nisso!

            Uma voz fina e irritantemente linda nos trouxe de volta do momento romântico – Alice!

-           Ei, espero não estar interrompendo nada.

            Demetri se afastou e sorriu. Eu suspirei, tentando me recuperar do que o cheiro de Demetri fazia comigo.

-           Não mais Alice!

-           Ah! Sinto muito, mas sabe que eu não consigo ficar sem meus sobrinhos!

            Minha irmã se sentou no chão e começou a brincar com os bebês. Eu me levantei do banco e sentei ao seu lado.

-           Então, do que estavam falando?

-           Bem Alice, sua irmã estava me contando que decidiu finalmente marcar a data.

            Os olhinhos De Alice brilharam.

-           Jura?

-           Juro, Alice.

-           Então, eu posso começar a organizar a festa?

-           Eu quero me casar em Volterra.

Alice parou no mesmo instante. Os olhos arregalados para mim. Demetri com a mesma expressão.

-           Ei, tudo bem com vocês?

            Alice fez seu biquinho de sempre.

-           Por quê?

-           Porque Volterra faz parte da minha vida, e de minha história com Demetri. Eu gosto de lá, Alice, além disso, é uma maneira de estar perto dos que eu amo, sem trazê-los para cá.

Minha Irmã desfez um pouquinho do beicinho. O que fez entender que eu estava ganhando o jogo.

-           Eu quero me casar na catedral de São Marcos.

            Demetri se aproximou de mim, e beijou minha testa.

-           Será na Itália, então.

-           Ok, mas eu vou organizar tudo de qualquer jeito!

            Nós dois sorrimos. Apesar de tudo, minha irmã era demais.

-           Alice, pode me ajudar a arrumar as crianças? Eu quero ir ao hospital, falar com papai.

-           Claro!

Subimos para o quarto e Alice tirou as roupinhas e os colocou dentro da banheira. Os gêmeos estavam deixando Alice completamente encharcada, quando Demetri me chamou.

-           Amor?

            Eu hesitei um momento, não queria deixá-la com a difícil missão de cuidar de minhas duas “ferinhas”,mas Alice me encorajou:

-           Anda, vai atender o seu marido!

-           Ok!

            Sai quase correndo pelo corredor. Abri a porta de meu quarto e Demetri me puxou para dentro, fechando com força a porta atrás de mim. Ele me encostou na parede e jogou seu corpo contra o meu, meu coração se acelerou. Demetri respirou o ar à volta de meu pescoço, arrepiando minha pele.

-           Satine! Minha doce e deliciosa, Satine.

            Eu quase não conseguia respirar, o cheiro doce e envolvente que vinha da boca semi-aberta de Demetri, me nocauteava. Ele colocou os lábios sobre os meus, passando delicadamente a língua pelo contorno de minha boca. Demetri ainda exercia uma força esmagadora sobre meus desejos, eu o queria. Ele desceu as mãos até a barra do vestido que eu usava, subindo minha saia com as mãos, enquanto tocava delicadamente meu corpo.

-           Amor, Alice está no quarto ao lado.

-           E isto significa que estamos sozinhos aqui.

-           Demetri!

            Ele abriu os olhos e encarou os meus. Embora Demetri soubesse que eu tinha razão, suas mãos não obedeciam, e meu corpo também não. Ele suspirou fundo e afastou nossos corpos, colocando as mãos na parede. Eu sorri, e ele me acompanhou, beijando minha testa e afagando meus cabelos – que a esta altura já estavam espalhados e desarrumados.

-           Precisamos de uma babá!

            Eu sorri novamente e retribuí o beijo com uma mordidinha no pescoço.

-           Urgente!

            Demetri se trocou e se despediu. Ele tinha uma entrevista em uma escola de artes em Seatle. Fazia muito tempo que Demetri não pintava e eu estava feliz em vê-lo voltar. Eu o acompanhei até a porta e Ele se foi, lindo, em sua Ducati preta.

            Alice apareceu alguns minutos depois, segurando Amellie nos braços. Minha filha estava linda, com um vestidinho de flores amarelas que deixavam seus olhos ainda mais bonitos, e o cabelo claro coberto por um chapeuzinho combinando. Olhei para baixo e percebi que Gavriel ainda estava de fraldas, e todo despenteado. Eu agachei e olhei nos olhos escuros de meu lindo vampirinho.

-           Porque você está pelado, meu amor?

            Gavriel sorriu e soltou da mão de Alice, engatinhando em minha direção.

-           Não existe maneira de colocar roupas neste garoto!

            Neste momento, ouvi um barulho conhecido subindo os degraus da varanda.

-           Isto é porque o garoto não é sua boneca sanguessuga, ele é um lobo! E será um alfa, como o titio.

-           Jake!

Eu o abracei com Gabriel no colo e o garoto praticamente se pendurou no pescoço de Jacob. Jacob me beijou e segurou Gabriel.

-           E aí campeão, quer passear com os lobos?

-           Jake, eu vou levá-los para ver meu pai.

-           Ah não, Satine! Você me prometeu que eu poderia brincar com eles sempre que quisesse. Eu sei que Rick prefere ir comigo, não é campeão?

-           Quem é Rick?

-           Você não acha que eu vou chamar o garoto por este nome fresco?

-           Jacob Black, o nome de Gavriel é muito bonito.

-           Pode até ser, mas sabe como é, Rick é um bom apelido.

Fechei meus olhos e contei até dez – claro que Jacob arranjaria um jeito de me irritar. 

-           Ok Jake. Chame-o como você quiser.

-           E isto significa que eu posso levá-lo comigo?

-           Sim Jacob, isto significa que eu pego ele na sua casa mais tarde. Não se esqueça que ele precisa comer.

Jacob Colocou Gavriel em suas costas e saiu correndo porta á fora. Enquanto eles desapareciam em meio ás árvores da floresta, ouvi Jacob gritar.

 -          Não se preocupe, eu vou cuidar bem dele.

            Eu tinha certeza que ia, Jacob era louco por Gavriel, tanto quanto Gavriel era por ele. Um caso raro de almas gêmeas do mesmo sexo!

            Alice estava sentada no sofá com Amellie.

-           Bom, o que acha de eu cuidar dela hoje? Acho que está mesmo precisando de uma babá!

-           Mary Alice Cullen você estava ouvindo?

-           Me desculpe! Mas vocês falam alto demais.

            Eu me joguei no sofá com elas. Abracei minha irmã e beijei o rostinho de Lilli.

-           Estou mesmo precisando de um tempo. Vou ligar para Jacob e pedir que ele leve Gabriel para você mais tarde, tudo bem?

-           Ótimo, Esme estava mesmo querendo vê-los dormir. Não se preocupe, tenha uma noite romântica, ok?

-           Ok!

Alice saiu em seguida. Eu arrumei meu cabelo em um rabo de cavalo e entrei no Nissan – enfim eu podia usá-lo, tínhamos a desculpa de dizer que era de Demetri.

Dirigi até o hospital e entrei passando pela recepção. Eu sabia onde encontrá-lo e entrei direto.

Meu pai estava guardando os instrumentos. Eu corri e o abracei. Ele sorriu e afagou meu cabelo.

-           Como está querida?

-           Estou ótima! E por falar em ótima, queria conversar com você.

-           É claro amor, quando quiser, eu estou terminando meu plantão.

-           Podemos tomar um café?

            Meu pai sorriu e passou a mão em meu ombro, me conduzindo pelo corredor.

-           Bem, porque não? Falando em companhia, onde estão os meus netos?

-           Bem, não se preocupe, vai poder mimá-los o resto do dia. Amellie está com Alice e Gavriel vai para lá mais tarde.

-                   Ótimo, eu estou mesmo com saudades!

Nós nos sentamos na lanchonete do hospital. Meu pai pediu um café expresso para mim e então segurou minha mão.

-                   Diga querida, sobre o que quer falar?

-                   Sobre meu casamento.

-                   Que bom, Satine! Achei que tivesse desistido.

-                   Pai, eu quero me casar em Volterra.

Meu pai pensou um pouco, olhando para o infinito. Alguns minutos depois, ele se virou para mim e sorriu, seu sorriso lindo inundou o ambiente.

-                   Eu te entendo, querida.

-                   Entende mesmo, pai? Achei que você ficaria chateado.

-                   De maneira alguma, Satine. Eu entendo porque quer se casar em Volterra. Você quer tornar pública sua decisão. Quer mostrar o quanto seu relacionamento com Demetri é real. Eu acho que tem razão.

Eu o abracei. Apesar de tê-lo conhecido à tão pouco tempo, meu pai me conhecia profundamente.

-                   Obrigado pai. Eu te amo!

Ele beijou minha testa e eu deitei minha cabeça em seu peito. Terminei de tomar meu café e andamos juntos para o estacionamento.

-                   Vai comigo para casa?

-                   Não. Eu preciso organizar algumas coisas, sabe, uma noite romântica!

Meu pai sorriu e se despediu, entrando em seus Mercedes. Eu dirigi até Port Angeles para comprar algumas coisas. Tudo tinha que estar perfeito, quando meu Demetri voltasse para casa.

Voltei de Port Angeles logo após o almoço. Parei na casa dos Cullen por duas razões. Primeiro porque eu precisava amamentar meus bebês, eles ainda mamavam no peito pelo menos uma vez ao dia. Segundo, porque eu queria contar a novidade sobre o casamento.

Assim que entrei, Esme me abraçou.

-                   Querida você está tão linda! A maternidade te fez muito bem.

-                   Obrigada. Eu estava mesmo com saudades do colinho de mãe. Ser mãe não é nada fácil!

Esme me beijou e fomos para sala que parecia ter sido atingida por um tornado, com a ajuda de Renesme e Gavriel. Jasper estava brincando com Amellie no tapete. Minha vampirinha deu os bracinhos para mim assim que entrei. Gavriel nem percebeu, ele estava tentando desesperadamente destruir um abajur na mesa de centro e Renesme o estava ajudando.

-                   Docinho, você estava com saudades da mamãe?

Lilli sorriu.

Eu a aconcheguei em meus braços e a ajeitei para que ela pudesse mamar. Edward se sentou ao meu lado, acariciando o cabelinho de Amellie.

-                   Ed, tenho uma noticia.

-                   Boa, espero?

-                   Bem, depende do ponto de vista.

-                   Fala logo garota! Está me deixando curioso. Sabe o quanto eu odeio não poder ler seus pensamentos.

-                   Eu vou me casar em Volterra.

Eu baixei meus olhos, esperando a censura de meu irmão. Edward não gostava dos Volturi e ele tinha suas razões. Meu irmão me surpreendeu. Ele beijou minha testa e sorriu.

-                   Acho que vamos para a Itália, então.

-                   Tudo bem mesmo?

-                   Se importa se Bella e Renesme ficarem?

-                   Eu vou entender.

-                   Então, eu vou estar lá com você. Satine, eu amo você. Você é minha irmãzinha e eu sei o quanto se esforçou para estar ao meu lado quando eu me casei. Não vou deixa-la agora. Não vou deixa-la nunca!

Amellie havia adormecido em meus braços e eu a coloquei cuidadosamente nos braços de Jasper, me atirando nos braços de Edward em seguida.

-                   Obrigado.

-                   É para isso que servem os irmãos!

Quando Edward pegou Renesme para um banho, eu peguei Gavriel e o amamentei também. Ele demorou um pouco mais mamando – meu garotinho tinha mesmo fome de lobo!

Gavriel também dormiu em meus braços e eu o coloquei no berço que eles tinham, em meu antigo quarto.

Desci as escadas e me sentei com meus irmãos na sala. Meu pai e Esme chegaram em seguida e eu pude contar a novidade para a família toda. Embora ninguém apreciasse muito ir à Volterra, meu pai me ajudou a faze-los aceitar minha vontade.

Alice se ofereceu para resolver tudo. Eu fiquei aliviada. Alice era boa em organizar festas e eu já tinha bastante trabalho com os bebês, não conseguia sequer dar atenção ao meu marido. O que me fez lembrar que precisava voltar e arrumar tudo em casa.

Despedi-me de todos e voltei para a cabana. Faltava cerca de duas horas para que Demetri voltasse. Eu coloquei meus lençóis de cetim lavanda, e enchi o quarto com velas. Fiz um arranjo com flores brancas e deixei um champanhe no gelo. Tomei um longo banho, utilizando meu arsenal da Victoria Secret’s. Penteei meu cabelo e o deixei solto, como Demetri gostava. Algum tempo atrás, eu havia comprado uma camisola preta de seda e renda francesa, achei que era um bom momento para usa-la.

Quando terminei de me arrumar, olhei no relógio e percebi que Demetri provavelmente estaria a caminho. Abri o champanhe e desci as escadas com duas taças.

A sala estava quase escura, apenas a luz amarela das velas brilhava. Demetri abriu a porta e sorriu. Eu não precisei explicar, nem ele perguntou. Pegou-me em seus braços e subiu as escadas comigo no colo. Entramos no quarto, velas esquentavam o ambiente. Ele tomou uma taça das minhas mãos e a tocou na minha.

-                   Á uma eternidade ao seu lado!

-                   Idem.

Eu bebi o champanhe e ele me beijou. Eu tirei sua camiseta e encostei meu corpo no seu. Demetri tinha um corpo lindo. Musculoso na medida exata. Eu amava cada uma de suas cicatrizes. Eu o joguei na cama e me joguei sobre ele, beijando seu pescoço e seu peito, ele gemeu.

Eu não era exatamente uma pessoa experiente em matéria de sexo, mas ali com ele, em nossa cama, eu o queria mais que tudo. E eu o tive, a noite toda. Quando acordei e me virei, ele estava lá. Olhando meu corpo nu com o sorriso mais doce e mais sensual do mundo. Eu fiz um beicinho, jogando meu corpo contra o dele.

-                   Você nem disse se gostou da minha camisola?

Demetri escorregou as mãos pelo meu corpo encaixando-se em mim.

-                   Eu achei linda, vamos comprar outra amanhã.

-                   Porque vamos comprar outra?

Demetri esticou o braço e pegou um montinho de pano que estava na cabeceira da cama.

-                   Não sobrou muito desta.

Eu balancei a cabeça e o beijei novamente.

-                   O que acha de estendermos a noite romântica mais um pouquinho?

-                   Perfeito!

Quando enfim conseguimos sair da cama, já era quase hora do almoço. Demetri entrou no chuveiro, e eu aproveitei para ligar para Aro e contar minhas idéias. A secretária humana atendeu. Eu pedi a ela que o chamasse.

-                   Satine, meu amor, que ótima surpresa. Devo supor que os bebês nasceram?

-                   Sim.

-                   Que noticia maravilhosa! Posso ir vê-la?

-                   Aro. É sobre isso que eu queria lhe falar.

-                   Diga, minha querida.

-                   Eu vou me casar.

-                   Esta também é uma ótima surpresa. Prefiro mesmo que as coisas fiquem esclarecidas entre você e Demetri. Satine, eu quero realmente que seja feliz, e não me importo com quem seja. Eu a amo.

-                   Obrigado, meu pai. Mas tem outra coisa.

-                   Mais surpresas?

-                   Eu quero me casar em Volterra, na catedral de São Marcos.

Aro demorou alguns instantes para responder, fiquei tentando imaginar o que se passava por sua cabeça.

-                   Você me faria muito feliz.

-                   Quero que estejam todos lá.

-                   Estaremos, meu amor, certamente.

-                   Já tem uma data?

-                   Daqui a quinze dias.

-                   Perfeito.

-                   Quer que organizemos tudo?

-                   Seria muito gentil, Aro. Sei que Alice ligará para você, se puder ajuda-la?

-                   Certamente. Não se preocupe com nada, cuidaremos de tudo.

Desliguei o telefone assim que senti as mãos de Demetri  soltando o nó de meu robe de seda – ele definitivamente não queira terminar nossa noite.

-                   Amor!

-                   Não vai perguntar como foi ontem?

-                   Claro! Eu estava tão ansiosa em vê-lo ontem, quem deixei escapar. Como foi?

-                   Vou dar aulas na universidade de Seatle.

Seus olhos brilhavam de felicidade.

-                   Jura amor? Que bom!

-                   Não está preocupada que eu não possa me controlar?

-                   Não! Eu confio no meu general.

E assim, acabei indo buscar os bebês no começo da tarde. Não que alguém na casa dos Cullen se importassem com minha demora, eu ás vezes pensava que ninguém mais notava minha presença, desde que tivessem meus bebês!

Emmet estava brincando de cavalinho com Gavriel, enquanto Rosalie penteava o cabelo de Amellie.

-                   Ei, não querem mais ir para casa?

Nenhum deles se manifestou.

-                   Deste jeito vou deixa-los aqui para sempre!

-                   É uma promessa? Rosalie perguntou.

-                   Rose!

-                   Tudo bem, tudo bem. Pode levar, mas não demore para traze-los, hein?

Eu sacudi a cabeça e sorri – a verdade era que babás não faltariam nunca.

Peguei um cada braço e saí, colocando-os nas cadeirinhas do meu novo Land Rover LRX, também presente do Dr. Carlisle.

Ao invés de ir para casa, eu fui ver Jacob. Estacionei o carro perto da entrada da cozinha e desci com meus filhos nos braços. Billy abriu um imenso sorriso quando nos viu.

-                   Satine!

Eu o abracei e coloquei os dois em seu colo. Amellie o beijou e Gavriel puxou seu chapéu.

-                   Onde está Jake?

-                   Consertando a moto, na garagem.

-                   Acha que pode ficar com eles um pouquinho?

-                   É claro!

Eu tinha minhas dúvidas, provavelmente eles iriam derruba-lo da cadeira, ou coisa parecida. Mesmo assim, fui até a garagem.

-                   Ei gatinho, sentiu saudades?

Jacob se levantou e me abraçou, tirando meus pés do chão.

-                   Eu sempre sinto saudades de mulheres bonitas!

-                   Ei garoto, me respeite! Eu sou uma mãe de gêmeos.

-                   E que mãe!

-                   Jacob.

-                   Você não veio aqui só para brigar comigo, não é?

-                   Eu vim conversar. Quero lhe contar uma coisa.

Ele encostou-se no capô do rabbit e eu me sentei ao lado.

-                   Marquei a data do casamento.

-                   Bem, acho que isto é uma boa notícia, quer dizer, se o sanguessuga não for ciumento!

-                   Jake? Eu vou me casar na Itália.

-                   Ah Satine, não acredito!

Ele tentou se levantar, mas eu o segurei. Colocando minha mão na sua.

-                   Jake, por favor, só tente entender.

-                   Quando vai ser?

-                   Daqui a quinze dias.

-                   Ok.

Eu não perguntei se ele iria, ele também não me respondeu. Eu queria que Jacob se sentisse à vontade se por acaso decidisse não ir, mas tudo que eu mais queria, era vê-lo lá.

Ficamos conversando sobre outras coisas, até que Lilli apareceu engatinhando.

-                   Ei gatinha, veio ver o tio Jake?

Ela sorriu e levantou os bracinhos para ele. Vendo-a ali e imaginei que tinha razão sobre Billy cuidar dos bebês – era mesmo muito para ele.

Corri para ver Gavriel, enquanto Jacob pegava Amellie no colo.

Meu filho estava embaixo da mesa e Billy tentando puxa-lo.

-                   Gavriel, o que você está fazendo?

Ele sorriu em resposta e engatinhou para os meus pés.

-                   Desculpe Billy, estas crianças estão crescendo rápido demais!

-                   Não se preocupe, piora um pouco quando se tornam adolescentes!

Nós dois rimos da piada e eu voltei para casa. Meus vampirinhos estavam dormindo no banco trazeiro – o dia havia sido cansativo para eles.

Demetri estava em meu estúdio, que agora era nosso. Ele o havia enchido com cavaletes, tintas e pincéis.

Eu coloquei os bebês no quarto e fui até ele.

-                   Oi?

-                   Venha até aqui.

Eu andei até onde ele estava sentado, pintando.

-                   Gosta?

Ele havia me pintado, na posição em que dormi, com as costas nuas e um lençol cobrindo o quadril.

-                   Ficou muito bom.

-                   Isso porque eu tive inspiração da mulher mais linda do mundo, minha musa.

Eu me sentei em seu colo e comecei a beija-lo. Antes que pudéssemos nos empolgar, um chorinho nos dispersou – Gavriel.

-           Ma... ma! 

Eu olhei para ele e sorri.

-                   Juro que ele estava dormindo!

Demetri deslizou a mão sobre meu rosto e sussurrou em meu ouvido.

-           Tudo bem, eu posso dividi-la com este homem.


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