Encantos escrita por Fadinha


Capítulo 2
A Separação




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Andei lentamente pelo caminho que me  levaria à pequena aldeia onde eu vivia.Fechei novamente os olhos, já conhecia o caminho décor, e escutei mais atentamente o canto dos pássaros que estavam pousados nas arvores onde passava.

Assim que abri meus olhos, minha aldeia já era visível, as arvores estavam mais espaçadas e a grama estava rala.

E lá estava ele, com as mãos nos bolsos, encostado no que havia sobrado da antiga muralha que rodeava nossa aldeia, meu melhor e mais amado amigo, Eric. Seus olhos, azuis como o céu em um dia lindo de primavera, estavam focando o horizonte. Aproximei-me apenas observando aqueles lindos cabelos caramelos balançando de acordo com a mudança de intensidade do vento. Sua expressão era séria. Finalmente, ele desviou seu olhar do magnífico pôr-do-sol o qual estivera observando e voltou sua atenção para mim. Agora eu estava poucos metros distante dele. Ele sorriu e eu correspondi. Encostei-me na muralha ao seu lado:

-Como vai? – Perguntei com doçura.

Ele apenas balançou a cabeça afirmativamente e começou a morder o lábio inferior. Isso não era um bom sinal.

-O que houve? – Indaguei-o num quase sussurro.

Ele suspirou e uma lagrima solitária escorreu por sua face, então eu o abracei confortando-o.

-Minha mãe morreu, Ela não resistiu á doença.

-E-eu sinto muito – Murmurei

-Tudo bem, ela nem era minha mãe de verdade...

Ele disse isso com tal naturalidade que me espantei. Eric havia sido abandonado na porta do orfanato ainda bebê, Era certo que eu não tinha um pai, mas minha mãe esteve sempre presente, então não sabia como Eric se sentia. Olhei para ele com ternura, haviam adotado ele à tão pouco tempo e ele já havia perdido sua nova família.

-Bom, não vou mais ser um estorvo para a sociedade... Queria apenas te ver uma ultima vez...

Ele colocou suas mãos, uma em cada lado de meu rosto, e deu-me um beijo na testa. Era delicioso sentir aqueles lábios macios e quentes contra minha pele. Ele se afastou e me olhou dentro dos olhos. Em seguida, pegou uma bolsa encostada na muralha, que até aquela hora eu não havia percebido, e dando as costas à mim, partiu.

Eu esperava ele dar meia volto, e voltar sorrindo para mim, me confortar em seus braços, como tantas vezes eu já havia feito com ele, e dizer que era tudo uma brincadeira. Mas não voltou. Queria correr atrás dele, gritar por seu nome, mas não conseguia. Simplesmente fiquei paralisada enquanto Eric se afastava mais e mais, e junto com ele, o sentido de minha vida. E quando eu finalmente o perdi de vista, percebi a verdade: Ele se fora.

 


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