- James, você não sabe o que está pedindo. – falei encarando-o séria.

       - Sei sim. – falou sorrindo. – Estou tentando manter você perto de mim.

       - Você me quer por perto? – perguntei confusa, pois já estava acostumada a ser afastada da vida das pessoas.  

       - Claro! – falou animado.

       - Tudo bem. – menti descaradamente, eu não iria para Oxford.

       - Sério? – perguntou sorrindo torto para mim.

       - Sim. – menti novamente. Eu não queria ficar sozinha até que desse a hora de ir para o aeroporto.

       Fomos conversando amenidades até meu quarto, entramos e James se deitou na minha cama enquanto eu colocava umas últimas coisas nas minhas duas malas.

       Eu não tinha muitas roupas já que eu usava uniforme nos dias que tinha aula. Arrumei minha bolsa para a viagem e me deitei ao lado de James.

      James me puxou para mais perto de si e me beijou carinhosamente. Entreabri meus lábios para dar passagem para língua de James e esta vasculhou toda minha boca. O beijo estava tão envolvente que já me encontrava sobre o corpo de James. As mãos másculas de James agarravam meus cabelos e minha cintura enquanto as minhas mãos delicadas bagunçavam os cabelos curtos de James. Deslizei minha mão para sentir os músculos bem torneados dos braços e logo deslizei minha outra mão para dentro da camisa, fazendo com que esta subisse com o movimento que minhas mãos faziam. James rapidamente parou meu movimento e afastou minhas mãos de seu  peitoral.  

       - Bella nós não podemos fazer isso. – falou me colocando deitada novamente em seu lado.

       - Por quê não? Se eu quero e você quer. – falei encarando e beijando novamente, este retribuiu o beijo, mas não com a mesma intensidade de antes. Aproveitando de minha distração, James mudou nossas posições ficando sobre mim e prendendo minhas mãos sobre minha cabeça. Parou o beijo e falou:

        - Eu não acho prudente fazermos isso já que você vai viajar daqui a pouco e só vai voltar daqui a um mês e meio. – ele estava um pouco enganado já que eu ia viajar realmente em poucas horas, porém não voltaria para Londres tão cedo. Mas depois de tanto tempo sem ser realmente de alguém, eu queria ser de um cara tão legal quanto James mesmo que fosse por apenas algumas horas.

       - Então por quê resiste? – eu mentiria feio para James, mas ele não me conhecia. Não tinha como saber que estava mentindo. – Eu volto daqui a pouco tempo. – falei sem encará-lo. – Vamos dizer que talvez eu até volte mais rápido. – eu estava cavando minha cova, pois sabia que não voltaria e ainda teria que dar essa notícia a James por telefone.

       - Bella não me tente assim, não sou de ferro. - tentou me repreender, mas me movi embaixo dele passando minhas pernas por seu quadril forçando-o a colar seu corpo ao meu. James não resistiu ao meu ousado movimento e colou seus lábios nos meus num beijo que já dizia o que faríamos.

       As mãos ávidas de James passeavam pelo meu corpo fazendo com que eu tivesse arrepios que subiam pelas minhas costas e eriçavam até os fios de cabelo da minha cabeça; estava totalmente entregue as carícias que James me fazia, quando percebi já estava sem blusa e o James sem camisa.

       Os lábios de James se dirigiram para meu pescoço quando já estávamos sem ar, me proporcionando um prazer esplêndido, enquanto suas mãos se ocupavam em tirar meu sutiã; o atirou em algum canto do meu quarto.

       Logo uma de suas mãos alcançou um de meus seios e seus lábios percorreram a distancia entre meu pescoço e o vão de meus seios para rapidamente sugar o outro. Suas mãos agora se ocupavam em tirar minha calça e junto, minha calcinha. Enquanto as minhas também se ocupavam em despir James, em umm átimo ele vestiu a camisinha e deslizou para dentro de mim. Chegamos ao ápice juntos e James saiu de mim. Assim que já deitou ao meu lado um turbilhão de lembranças e pensamentos invadiram minha cabeça, enquanto eu os tentava expulsar na vil tentativa de não estragar a melhor coisa que já aconteceu em minha vida desde que a minha mãe morreu.

       Eu não estava tendo muito sucesso, pois minha mente insistia em trazer aquelas terríveis lembranças à tona, eu já sentia o nó se formar na minha garganta e meus olhos marejarem devido às lembranças grotescas que vinham como flash em minha cabeça. Percebendo que estava prestes a desaguar ali na frente de James levantei rápido e fui para o banheiro e tranquei a porta, fui para a pia e me apoiei nela com os cotovelos. Quando uma pergunta em meus pensamentos gritou pedindo atenção no meio da confusão que era minha mente.

       POR QUÊ MINHA PRIMEIRA VEZ NÃO FOI ASSIM? – eu gritava em pensamento.

       POR QUÊ EU ODIEI TANTO MINHA PRIMEIRA VEZ?

       POR QUÊ COISAS HORRIVEIS PARECEM ACONTECER SÓ COMIGO?

       POR QUÊ? POR QUÊ?  POR QUÊ? – minha mente estava a mil, eu não estava conseguindo ter um pensamento coerente, eu estava precisando cheirar um pouco de cocaína para esquecer esses terríveis pensamentos.

       -BELLA!!! – James me tirou de meus devaneios, com um tom preocupado quando gritou meu nome.

       - Eu estou bem James, saio em um instante. – falei com a voz embargada pela crise de choro que nem sabia que estava tendo.

       - Bella abre essa porta por favor. – pediu ainda preocupado. - Agente não deveria ter feito isso...- deu uma pausa. – Eu machuquei você, não foi? – como eu era estúpida! Ao sair do quarto daquele jeito não pensei que poderia magoar os sentimentos de James.

        EGOCÊNTRICA, ESTÚPIDA E BURRA. – xinguei a mim mesma por pensamento.

        Abri a porta e encontrei James com só sua cueca boxer sentado em minha cama cabisbaixo. Fui até a cama e o abracei.

        - Desculpa por isso, não achei que fosse ficar preocupado. – falei arrependida pelo que fiz. – E você não me machucou, eu gostei muito de fazer isso com você. – falei a verdade, pois realmente gostei de fazer sexo com o James.

        - Então por quê você está chorando? – perguntou me acolhendo em seus braços e nos deitando em minha cama novamente.

        - Não é nada. – tentei tranqüilizá-lo.

        - Bella, se você não me disser o que é que tanto te perturba, vou pensar que fui o culpado pelas suas lágrimas. – falou me abraçando forte.

        - James não é você, por favor, não insista. – supliquei a ele. – Eu realmente não quero falar sobre isso. – falei fungando por causa do choro.

        - Ok! – ficamos assim por alguns minutos até que eu me acalmasse.

        - Vamos tomar banho? – pedi sorrindo para James.

        - Tem certeza de que está tudo bem? – pediu preocupado.

        - Tenho sim.- falei séria. – Desculpa pela minha histeria... – James não me deixou terminar calando-me com um beijo sereno.

       - Bella, não se desculpe por suas atitudes quando você não está errada. – falou depois do beijo. – E você vai me explicar por quê está sempre tão preocupada em não incomodar as pessoas e o por quê de você ficar tão atordoada com alguns pensamentos que as vezes lhe afligem. – como ele sabia tanto sobre mim? Fiquei tensa com aquelas palavras. – Mas não será hoje e sim quando você estiver de volta a Londres. – dito isso meus músculos relaxaram já que não voltaria para Londres, porém meu coração se apertou por deixar a única pessoa que pareceu realmente se importar comigo desde que me entendo por gente. Ficamos nos encarando por alguns segundos e ele nos puxou para o meu banheiro para um banho relaxante, saímos do banho e nos vestimos rápido.

       - Então que tal fugir dessa prisão de vez? – ele me perguntou com um sorriso torto no rosto.

       - Não posso James, daqui a três horas a orientadora vem me chamar para ir ao aeroporto.

       - Sua bobinha – falou apertando minhas bochechas – Eu levo você no aeroporto, vamos fugir baby? – falou com um sorriso maroto no rosto impossível de resistir.

       - Vamos lá! – falei animada retribuindo o sorriso. Saímos pelos fundos do internato enquanto eu levava minha bolsa e conferia se estava com todos meus documentos e James se ocupava em colocar minhas malas no bagageiro do seu jaguar.

       Fomos jantar e estava sendo muito agradável passar esse tempo com James: ele realmente cumpriu com o que disse que faria. Me fez esquecer até meu nome quando gozamos juntos.

       Eu gostava de James, ele me acalmava, me fazia rir das coisas mais tolas e parecia realmente gostar de mim. Algo que era raro acontecer: as pessoas sempre perdia, a paciência comigo e meus vícios. Eu também afastava todos que tentavam algo mais intimo, assim não sofreria quando eles me abandonassem ou fizessem algo que provavelmente acabaria como resto do coração espedaçado que ainda me resta.

       Eu e James estávamos agora nos despedindo no aeroporto, pois meu vôo já fora chamado a dez minutos.

       - Eu vou sentir saudades suas. – falou me abraçando apertado.

       - Vai nada. – falei rindo -  Você é muito exagerado! Mal passamos um dia juntos e já disse que sente saudades! – apertei ainda mais o abraço, eu realmente sentiria saudades de James, da única pessoa que realmente deixei-me envolver.

       - Eu estou falando a verdade. – falou beijando minha bochecha e soltando o abraço. – Você vai fazer falta. – falou olhando nos meus olhos e pela primeira vez acreditei nessa hipótese. Dei-lhe um selinho carinhoso e fui caminhando em direção ao portão de embargue quando escuto James gritar para mim.

       - VOLTA PRA MIM!!! – gritou a plenos pulmões no meio do aeroporto.

       Virei-me para James e corri em sua direção e o beijei com todo o carinho que sentia por ele, depois me desvencilhei dele e corri entrando no portão de embarque sem olhar para trás. Entrei no avião aos prantos de tanto que chorava, minha mente estava um caos. Eu chorava por deixar a única pessoa, além de Jake e Leah, que pareceu se importar comigo em anos, chorava por estar voltando para Forks e chorava por ter que reviver todos meus pesadelos quando colocasse meus pés em Forks. 

        Foram as seis horas mais longas de minha vida. Agonia tomava conta de meu corpo, ansiedade tomava conta de minha mente e o desespero tomava conta de minha alma. Eu odiava Forks e as lembranças que vinham com ela.

       - Senhores e senhoras passageiros, queiram se sentar em seus devidos lugares e apertem os cinto de segurança, dentro de alguns minutos estaremos desembarcando em Washington.  – a voz da aeromoça me tirou de meus devaneios, me alertando de que Forks estava próxima e que ela parecia me reservar várias surpresas. O problema é que eu odeio surpresas. 

        Assim que aterrissamos, peguei minhas malas e fui caminhando em direção ao pequeno avião que me levaria direto a Port Angeles.

       "Só mais duas horas de viajem Isabella, você não precisa pirar" – pensei enquanto subia no pequeno avião – "Nada vai te acontecer" – tentava me acalmar inutilmente – "Você não vai reencontrar Jéssica ou Lauren ou muito menos o Mike Newton." – eu estava desesperada.

       E foi em completo desespero que passei as duas horas até Port Angeles. Assim que desembarquei, avistei um cara engravatado segurando uma placa que tinha meu nome. Provavelmente era um motorista. Fui em sua direção e me apresentei e este era realmente o motorista que me levaria até o meu pesadelo particular chamado Forks.