The Reason - Você é Meu Sentido escrita por Bruna Oliveira


Capítulo 15
Capítulo 15




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       - boa tarde! O que deseja? – perguntou a garçonete de uma pequena lanchonete que achei próxima ao hotel onde estou hospedado em Chicago.

      - apenas um café, por favor. – falei sem ao menos olhar para a cara da garçonete.

      - qualquer coisa é só chamar por Tânia que venho lhe atender no mesmo instante. – falou quando deixou o café na mesa.

     - ok.   

 

Edward PDV

 

- então desconhecido como foi a sua noite? – perguntou uma mulher loira assim que abri os olhos, minha cabeça doía e o teto parecia rodar, olhei bem para ela e ela estava nua ao meu lado. “BURRO!” – vociferei em pensamento contra mim mesmo, como pude ser tão estúpido?

- bem?! – a minha afirmação que saiu em forma de pergunta foi bem recebida pela mulher ao meu lado cuja qual eu nem lembro o nome.   

- bem como você não deve lembrar meu nome, eu sou a Tânia. – se apresentou a desconhecida não tão desconhecida levantando a mão na minha direção. – e como você se chama?

- Edward. – falei pegando sua mão num cumprimento.

- então Edward como nós viemos parar na minha cama e sem roupas? – questionou Tânia depois de um tempo em silêncio.

- eu não faço a mínima idéia. – confessei eu era péssimo com bebida nunca lembrava nada no dia seguinte. – só sei que bebi bastante. – falei me virando para encará-la.

- bem pela minha vaga lembrança você é o gostosão que entrou na lanchonete ontem. Mas depois que te acompanhei na bebida também não me lembro de nada. – falou bocejando, encarei com a sobrancelha erguida não acreditando na sua resposta, fazendo-a me olhar acidamente. – o que? Só porque sou garçonete acha que encho a cara de bebida e trago qualquer um para minha cama?! Está enganado queridinho ontem eu tive um péssimo dia e parece que você foi minha válvula de escape. – falou áspera.

- desculpe. – pedi arrependido, alias esse era um sentimento constante na minha vida ultimamente.

- tudo bem. – falou enquanto virava para o lado para dormir. – quando sair tranca a porta e coloca a chave por debaixo. – falou quase dormindo.

Bem como ela disse eu saí daquele lugar, mas antes conferi pelo quarto se eu havia usado camisinha na minha loucura e constatei que alguma consciência ainda restava em mim, devido á camisinha usada que encontrei embaixo da cama.

Voltei para o hotel onde eu estava hospedado e tomei um banho saí durante á tarde para procurar um apartamento, que fosse perto do hospital onde eu faria a minha residência. É claro que não foi nada fácil, mas por fim encontrei um duplex perto da lanchonete de ontem á noite e perto do hospital. Aquele seria meu lugar de agora em diante.

Bem eu fiz tudo isso mecanicamente, alias tudo o que eu fazia era mecanicamente. Meus pensamentos ocupam-se unicamente em Bella, na imagem dela sendo estuprada e na minha deixando-a ali a mercê do imundo do Mike Newton. Nada no mundo me preparou para o amor e o ciúmes que eu sentia da Bella, até um olhar que outro homem lançava á ela me deixava louco, mas eu não demonstrava.    

 Agora que eu a havia perdido por causa do meus ciúmes doentio, eu dava a ela o seu devido valor. Eu me sentia péssimo, um verdadeiro traidor eu a fiz ter nojo de mim, eu a fiz querer distância de mim. Os dois anos que se seguiram a minha residência foram os piores de minha vida, tudo me lembrava Bella até mesmo a Tânia em minhas noites de bebedeira.

Tudo o que eu fazia era beber, quando soube por Alice que Bella iria se casar meu mundo desabou. Naquele dia tudo na minha vida deu errado, perdi uma paciente de doze anos chamada Bree que havia sido seqüestrada aos dez e hoje quando finalmente foi encontrada, seu seqüestrador havia usado-a como escudo, além de usá-la sexualmente por dois anos.

A menina estava tão traumatizada que durante todo seu atendimento ela pedia por urso de pelúcia que só foi encontrado pelos policiais quando sua vida já tinha se esvaído por meus dedos como água. Quando seus pais chegaram foi um verdadeiro desastre, o pai foi preso por quase matar o seqüestrador que causou a desgraça de sua família e a mulher foi internada na ala psiquiátrica com sintomas de depressão profunda.

Aquela noite foi a mais difícil da minha vida a imagem da Bella se alternava com a da Bree e a minha se alternava com a do estuprador, era realmente um pesadelo torturante. Acordei no fundo do poço, eu agora entendia o porque da Bella querer distância de mim, para ela eu era como se fosse seu estuprador porque apesar de não ter cometido o ato eu deixei que ele acontecesse sem nada fazer.

Eu me entreguei a vida sem felicidades, eu não merecia ser feliz como ela me pediu. Tudo o que eu fazia era trabalhar e beber, minha barba já havia crescido e eu estava magro. Nem a Tânia queria minha companhia, alias ninguém queria eu era um buraco de pura escuridão até que chegou o dia em que Bella se casaria.

Era completamente loucura, eu poderia acabar com o casamento da minha Bella, mas eu não podia me controlar. Eu já estava em Londres a algumas horas e fui direto para o endereço que Alice havia me passado com a promessa de que não deixaria que ninguém me visse.

http://www.youtube.com/watch?v=ITIELC4vpUU – Damien Rice – The Blower’s Daughters

Entrei na mansão depois escondido e fui direto para o jardim onde aconteceria a cerimônia, mas minha vontade era invadir o lugar onde minha Bella se encontrava e roubá-la para mim. Depois de alguns minutos começou a marcha nupcial, e ela apareceu tão linda, mais linda do que costuma ser e mais feliz do que eu a fazia.

“...Então, por favor, case tenha filhos seja um ótimo médico e principalmente seja feliz. Por que preciso fazer o mesmo...” – suas palavras soavam em minha cabeça enquanto eu a  assistia se entregar a outro e lhe jurar amor eterno, fazer aquilo que ela disse que faria.

A parte do beijo para mim foi a mais torturante, seus lábios tão sedosos que um dia foram meus agora eram avidamente beijados por outro. Como eu queria subir naquele altar e bater no idiota até ele ser incapaz de pensar qualquer coisa em relação á Bella e até mesmo dei um passo em direção ao altar, mas me detive quando eles se afastaram e um sorriso de satisfação e tranqüilidade tomava o rosto da minha amada.

Amaldiçoei a mim mesmo pelo resto da eternidade por não fazê-la feliz como o outro fazia. E prometi a deus que faria anos de caridade e seria o melhor médico do mundo para quem precisasse se ele ao menos uns minutos ao lado da Bella.

Eu estava bêbado como um cachorro e fedido como tal, meus cabelos grandes e minha barba por fazer provavelmente assustaria a Bella se por acaso Deus atendesse ao meu pedido e pensado nisso, fui para dentro da casa procurar o quarto da noiva depois de vasculhar três quartos finalmente encontrei o quarto da Bella.

Entrei no quarto rezei para que ela viesse sozinha para o quarto, depois de uma eternidade finalmente a porta do quarto se abriu e por ela passou uma Bella, linda e assustada. Isso me intimidou por mais pretensioso que parecesse eu esperava que ela ao menos me abraçasse já que o que passamos não foi um simples namoro de adolescente, eu a amei e amo mais do que a mim mesmo.

- o que faz aqui? – perguntou  e ríspida.

- vim te ver. – dei uma pausa engolindo o choro que ameaçava escapar de mim. – sei que não tenho o direito e na verdade eu nem deixaria você saber que estive aqui, mas é que você está tão linda. – falei tentando novamente ter uma reação diferente da que recebi até agora. – eu senti tanto a sua falta. – eu me aproximei dela.

- Edward o que você está fazendo aqui? – perguntou nervosa, deixando claro que minha presença a desagradava.

- eu só queria te ver, mas eu já estou indo embora. – falei e caminhei em direção a porta para ir embora.

- espera. – sussurrou quando viu minha intenção, mas não me contive tamanha era a minha saudade e arriscando por tudo água a baixo, a envolvi num abraço apertado, sem a intenção de soltá-la.

Alisei seus cabelos sedosos e cheirosos, senti a tanto tempo a textura dos fios em meus dedos, inalei seu perfume tão suave que tanto me fez falta e sem que ela percebesse levei-os até meus lábios beijando-os levemente.                                                                                                                                                                                                                                                                                    

- o Marley está tão gordo. – falei depois de um tempo querendo ouvir sua voz, eu queria falar algo como “eu te amo tanto”, mas acho que ela não aceitaria tão bem.

- ele senti a sua falta. – o que eu não daria para ouvir um “eu sinto tanto a sua falta”.

- eu também sinto a dele. – sussurrei mas minha intenção era dizer “eu sinto a sua falta”, eu cheirava seu rosto louco para tocar seus lábios com os meus.

- Bella vamos perder o avião. – raiva me dominou quando a senti se afastar de mim por causa do outro

- já vou descer. – ela praticamente sussurrou e seu rosto se contorceu numa careta que ela nem ao menos percebeu.

- te espero lá embaixo. – ela caminhou para o closet ignorando a minha presença,  mas eu ainda assim a segui eu não poderia perder nem sequer um minuto com ela, mas ela encostou a porta me fazendo lutar num dilema entre abri ou esperar por ela.

Ignorando a minha consciência que dizia que eu estava invadindo a privacidade dela empurrei a porta e fiquei olhando seu corpo lindo que um dia foi meu, como eu senti saudades dessas curvas, de percorrer meus lábios por elas. Mas ela as cobriu com o vestido mas sem sucesso em fechar o vestido. Caminhei até ela e levando a minha mão a até sua pele exposta da pele macia e alisei descendo até o coccix  e pegando o feixe subi novamente segui por sua pele até sua nuca e sem resisti beijei-a sentir sua pele arrepiar e seu corpo estremecer e imaginei se seria de nojo. 

- tchau Bella. – sussurrei em seu ouvido quase me debulhando em lágrimas por sua reação.

- tchau Edward. – sussurrou enquanto se virava para ir, mas surpreendendo-me seus lábios encontraram os meus, abri meus lábios e senti a sua língua encontrar a minha e numa briga nos chupamos e terminamos com um selinho. (N/A: está aí o beijo que a Bella descreveu como pecaminoso e casto.)

E ela foi embora, me deixando com mais saudades do que cheguei e mais infeliz do jamais fui. Saí dali com a intuição de pagar a minha promessa a Deus de que se eu ficasse perto dela por alguns segundos eu teria que fazer caridade. Voltei para Chicago sem falar com ninguém da família, mas ainda assim recebi ligações de Alice me chamando de ingrato e outras coisas piores.

                http://www.youtube.com/watch?v=fvYLZ-aLSXE -> Eddie Vedder – Hard Sun

                Passei um ano apenas trabalhando, eu havia terminado a residência e agora eu poderia me especializar em qualquer área e escolhi ser cirurgiã e durante um ano me especializei em fazer cirurgias em todo o corpo apenas não aprendi a neurocirurgia, pois fazia parte de outra especialização.

Depois que terminei decidi me especializar em medicina legal e durante esse ano o que eu mais fiz foi trabalhar em casos de lesão corporal e exoneração de cadáveres. Trabalho este que por um ano me mostrou o quão o ser humano pode ser frio e violento, as vítimas não tinham diferenças de idade, cor, raça ou gênero, e o motivo para o qual elas estavam ali eram os mais asquerosos possíveis. Aquele trabalho estava acabando comigo os meus colegas me diziam que eu parecia um morto-vivo, então eu decidi fazer medicina por pessoas que não tinham acesso e não há lugar melhor para isso do que a África.

[...]

            O sol escaldante da África, na Etiópia para ser mais exato, a pobreza nesse lugar é tão intensa que traumatiza. Durante um bom tempo eu não conseguia comer direito ou me acostumar a dormir em acampamentos, mas por fim essa fase passou e o que assustava agora era as rebeliões que a população tinha contra o governo, as milícias constantemente atacavam as cidades e acabavam com tudo pela frente. Por fim decidi mudar de pais, quando um colega de trabalho foi torturado e morto num aviso contra o governo.

            República do Congo foi o lugar que eu escolhi para atuar agora, o lugar tinha uma densa floresta que rodeava as cidades e também é caracterizado por grandes conflitos entre o governo e a população e também a oposição. Eu me pergunto em qual lugar na áfrica isso não existe e cheguei a conclusão que só os lugares que são fortemente apoiados por algum pais europeu ou americano e são pouquíssimos.

            Durante dois anos e meio fiquei de aldeia em aldeia ajudando os necessitados, ajudando a ONU a criar novos programas para ajudar os países africanos a crescer culturalmente e economicamente, durante o tempo que fiquei na África vi que tinham poucos professores e também pouco incentivo para a população estudar, então junto com alguns políticos que conheci na minha jornada diária, fiz alguns programas que incentivavam á educação e os melhores receberiam bolsas de estudos em faculdades francesas e inglesas.

            Durante os seis anos e meio que estou sem Bella e sem a minha eu nunca me envolvi afetivamente com ninguém, provando da verdadeira solidão que algumas vezes era tão bem vinda e também tão torturante. Percebi que nesses seis anos e meio, eu nunca mais sorri e algumas vezes eu chorei principalmente pela Bella e algumas por saudades a família, geralmente depois das ligações de Alice e minha mãe, escassas vezes Emmett me ligou ele nunca falou mas sei que ficou magoado por ter ido embora.

            As ligações de Alice sempre me faziam chorar, ela era a única a quem eu tinha coragem de perguntar sobre a Bella. Quando soube que ela teve uma filha quase morri de falta de ar de tanto que soluçava, eu estava triste pois essa filha deveria ser minha e feliz por ela está feliz. Alice sempre me manda fotos de todos e incluindo algumas de Bella com sua família. A Julie, como Alice me falou uma vez, é tão linda como um anjo, mas sua mãe é mais linda que qualquer deusa, parecia que quanto mais o tempo passava mais linda a Bella ficava. Quando soube que o marido da Bella havia morrido, eu pensei em voltar e lhe apoio, mas percebi que a minha presença só a perturbaria e eu nunca poderia substituí-lo pois ele foi para ela o que eu nunca vou ser, ela não me quer e até deve sentir nojo de mim.  

            - Doutor Cullen nós temos que sair daqui rapidamente os soldados das milícias estão vindo aí e eles vão colocar fogo em tudo. – despertei dos meus devaneios quando Joseph, um padre que me ajudava a cuidar dos doentes que tinha no posto, ele dificilmente seria comparado a um padre devido a sua vestimenta num calor infernal como este era difícil vestir mais que calças jeans, camisetas e sandálias de couro, ele parecia muito comigo na verdade.

            - nós não podemos ir tem muitos doentes que não podem ser removidos. – falei e caminhei até a porta da pequena capela que havíamos transformado em hospital, avistei ao longe muita fumaça e o som de tiros. Olhei ao redor sem saber o que fazer tantos doentes e poucos familiares, muitos não poderiam se locomover e eu não poderia abandonar meus pacientes. 

            -você vai para floresta se esconder com a maioria dos pacientes que conseguem andar e os familiares levem a maioria dos medicamentos e mantimentos, deixe apenas morfina necessária para os que estão aqui. – falei me virando para Joseph.

            - mas e você? – ele perguntou já fazendo o que eu falei enquanto eu ajudava a alguns pacientes levantarem de seus leitos. – se ficar eles te matam. – falou desesperado.

            - eu não posso abandonar meus pacientes. – falei irredutível e percebi que eu não tinha medo de morrer, nada na minha vida valia a pena, minha família vivia melhor sem mim, a Bella provavelmente nem deve se lembrar que eu existo.

- que deus te abençoe meu filho. – falou Joseph enquanto colocava o seu crucifixo em meu pescoço.

- ele vai. – falei vendo ele se embrenhar no meio da floresta com vários pacientes. Eu nunca fui muito religioso, mas também nunca duvidei da existência de Deus e se fosse da vontade dele que eu morresse então assim seria.

Depois de quarenta minutos os soldados chegaram, a vila estava um verdadeiro deserto as poucas pessoas que não puderam se esconder na floresta vieram para capela rezar e cuidar dos doentes. Muitos dos que ficaram já estavam doentes ou eram crianças que tinham a AIDS outra doença e foram deixados por us a família.

Os soldados rebeldes já entraram na capela atirando e matando muitos, os que não morreram eles fizeram questão de garantir que morreriam agonizando, os estragos eram traumatizantes, crianças e mulheres estupradas e desmembradas, homens doentes torturados e desmembrados e por fim eu, pelo que escutei depois de ser cruelmente açoitado com cabo de aço nas costas eu servira de exemplo para o governo não mandar nenhum estrageiro para o país.

Eu sido levado para o acampamento dos soldados rebeldes e eu sentia a minha costas em carne viva, doía muito e elas faziam a questão de piorar urinando em mim. Eu não agüentava mais a dor lasciva que me consumia e por fim fui tomado pela escuridão, por muitas vezes acordei e dormi novamente, eu sentia meu corpo, como se capaz de me sustentar, a ultima vez que acordei estava sendo jogado em um lixão e novamente voltei a ser tomado pela escuridão.

Quando novamente voltei a abrir meus olhos eu estava em um local claro e branco e que muitas vezes balançava, tentei me mexer mais doeu muito então fiquei quieto. Tentei falar e minha voz não passou de um sussurro, mas minha agonia não demorou muito, assim que Carlisle apareceu um alívio me tomou.

- nós esmos indo para casa agora descanse. – ele falou e novamente eu adormeci aliviado.

Durante o sono que se seguiu longo revivi todos os momentos que passei naquela capela, eu queria muito acordar mais meu corpo não me obedecia, até que todos os sonhos sumiram e eu me envolvi em escuridão. Depois de muito tempo acordei num hospital em Port. Angeles, onde fizeram cirurgia plástica em minhas costas e já tinha sido medicado para combater a infecção que eu havia contraído devido a falta de cuidados a qual fui exposto, além de ter feito vários exames para descobrir se eu havia contraído alguma doença entre ela a AIDS.

Recebi a visita de minha família que pareciam estar felizes com a minha volta porém pareciam penosos pelo meu estado, eu senti a falta de Bella mas não perguntei a ninguém sobre ela. No outro dia pela tarde minha mãe e Alice vieram me visitar novamente e quando a minha mãe me deixou sozinho com a Alice eu finalmente criei coragem e perguntei sobre a Bella.

- Alice, como está a Bella? – perguntei tentando não parecer ansioso pela sua resposta.

- melhor que você irmãozinho. – falou sorrindo para mim. – ela vai vir trabalhar hoje, provavelmente vai vir te visitar. – falou e deu um tapinha no meu braço.

- o que foi? –perguntei levando a mão até meu braço num movimento leve, mas mesmo assim a dor que senti ao fazer esse simples movimento foi agonizante.

 - vê se recupera o amor da Bellinha, por que depois que você a perdeu se transformou num verdadeiro morto-vivo. – ultimamente eu estava ouvindo muito isso.

- ela deve me odiar Alice. – falei encostando a cabeça ao travesseiro os remédios que os médicos me deram já estavam fazendo efeito.

- é aí que você se engana a Bella mostra na cara o amor que senti por você quando o seu nome é mencionado. – falou Alice apaixonadamente.

- Alice acho que você ficou mais piegas do que já era. – bocejei.

- que seja, mas que a Bella ainda te ama isso você pode ter certeza. – falou sorrindo. – agora dormi para ficar bom e pegar a Bellinha de jeito. – não pude deixar de sorrir e sonhar com isso.                        

Meu sono nunca mais seria tranqüilo como antes depois do que presenciei naquele capela na África, toda vez que tentava dormir tranquilamente as cenas do episódio vinham perturbar meu sono me fazendo acordar assustado. Já era noite quando acordei não havia nenhuma enfermeira na sala e ainda não estava na hora dos medicamentos a televisão não passava nada de interessante então resolvi ficar de olhos fechados e perdido em meus pensamentos quando alguém abriu a porta e adentrou o quarto, não me mexi provavelmente era alguma enfermeira, mas o cheiro da pessoa me fez abrir os olhos instantaneamente e encarar os olhos chocolates que tanto me tranqüilizavam.

- oi – falei com a voz fraca devido ao sono.

- oi. – respondeu friamente me fazendo suspirar. – eu trouxe um contrabando. – falou pegando algo da mesa e mostrando para mim. – era um sorvete de chocolate nosso preferido. Sorri.

- eu até tomaria, mas mexer o braço dói muito. – respondi fazendo manha.

- não seja por isso. – falou enquanto tirava a tampa do sorvete e pegando a colher encima da mesinha que tinha ao lado da cama, afundou no sorvete tirando-a cheia de sorvete e levou até a minha boca. Abri a boca e tomei o sorvete bobo com a reação da Bella, eu pensei que ela fosse tomar o sorvete e não me dar na boca. – então como foi que você se meteu nessa confusão? – perguntou enchendo novamente a colher de sorvete.

- bem é que... NÃO FAZ ISSO. – gritei com ela quando ela ia levar a colher de sorvete até a boca.

- aqui tem sorvete para nós dois, você não era tão egoísta. – falou e colocou novamente a colher cheia de sorvete na minha boca.

- não é isso. – falei com a boca cheia de sorvete. – é que eu posso ter contraído alguma doença imagina se você pega?! Eu nunca me perdoaria. – falei engolindo o resto do sorvete.

-que besteira Edward! – falou se afastando de mim e levando a colher cheia de sorvete a boca.

- isso foi completamente irresponsável. – falei repreendo-a pela travessura.

- não foi e você não tem nenhuma doença. – falou e levou novamente a colher cheia de sorvete até a boca.

- como você pode saber? – perguntei num desafio.

- porque apesar de estar com essa barba horrorosa e esse cabelo enorme e essas profundas olheiras não tem aparência de quem tem doença. – falou sorrindo orgulhosa de si mesma, pelo diagnóstico.

- aparências enganam. – constatei.

- mas o conhecimento jamais. – falou e levou uma colher de sorvete até a boca.

- Hey! Eu pensei que o sorvete era meu. – reclamei irritado.

- mas quem tem que te dar é eu, então nada mais justo do que eu tomar um pouquinho. – falou e levou a colher até a minha boca. – UAU! Como você ficou rabugento. – falou rindo de mim.

- eu não sou rabugento. – falei irritado.

- é sim.

- não sou.

- é sim.

- não sou.

- é sim e acabou.

- não sou e acabou.

- os dois estão parecendo crianças rabugentas. -  falou a enfermeira que me dá os medicamentos durante á noite.

-  oi Suzi. – falou a Bella. – quando você chegou? – perguntou sorrindo para a mulher.

- alguns minutos atrás e Doutora Isabella que coisa feia trazer contrabando para o paciente. – falou a mulher de meia idade, pegando o sorvete da mão de Bella e depositando no lixo.

- mas eu não estou aqui como médica. – falou.

- não mesmo. – falei. – Suzi ela só está aqui para me irritar. – fiz charminho, fazendo Suzi sorrir.

- ok. Agora você vai dormir. – falou colocando o remédio no soro e indo em direção á porta. – e Doutora Isabella não demore, seus pacientes estão te esperando.

- claro. – respondeu Bella. – então eu volto amanhã à noite. – falou também se dirigindo á porta.     

- certo, mas traga o sorvete. – respondi já bocejando.

- boa noite Edward. – falou e saiu pela porta.

[...]

Um mês depois...

- ah! Nem acredito que estou finalmente deixando esse hospital. – falei enquanto levantava da cama.

- então você está saudável, mas só pode começar a trabalhar no mês que vem. – falou o Doutor Stackhouse, o médico responsável pela minha cirurgia. – vai ficar umas poucas cicatrizes mais comparados ao que poderia ficar, não está tão mal.

- bem pelo menos foi nas costas e não nas mãos. – falei conformado. – claro, seja cuidado durante esse tempo nada de pegar peso e cuide-se pretendemos tê-lo aqui trabalhando conosco dentro de um mês.

- certo tomarei. – falei e peguei os exames que o médico me entregou me garantindo que eu não tinha contraído doença alguma.

Minha mãe já me esperava  do lado de fora do quarto junto com Alice e Emmett, os outros me esperavam em casa e eu estava ansioso para conhecer a Julie e a Sophia. Durante este período que fiquei no hospital Bella havia se aproximado mais de mim e até me contava como havia sido a vida dela nesse tempo que passamos longe um do outro. É claro que ela deixou bem claro que não voltaríamos a ficar juntos, mas Alice não me deixou desistir de conquistá-la, apesar de pelar de medo de não ter nem mesmo a amizade da Bella.

Nas conversas noturnas que eu tinha com a Bella, eu perguntei por que ela trabalhava durante á noite, ela me respondeu que durante a noite a Julie dormia então não perderia nada e durante o dia ficaria com a Julie. É claro que ela ficava cansada muitas das vezes em que ia até meu quarto, quase dormia enquanto conversávamos e eu sempre me aproveitava para envolver meus dedos em seus cabelos sedosos ou apoiá-la em meu peito.

Ela ficou nessa rotina durante três semanas até que um dia ela fugiu do plantão e roubou em espaço na minha cama de hospital, os plantões de Bella começavam meia-noite e terminava às seis da manhã. Ela voltava para casa em Forks pegava Julie e levava ao colégio aqui em Port. Angeles, depois voltava a casa dormia quatro horas e novamente retornava a Port. Angeles para buscar Julie. Depois passava o dia inteiro, sendo a melhor mãe do mundo e quando a Julie finalmente dormia, ela voltava para o hospital.

Sugeri a ela que pagasse alguém para levar e buscar a Julie no colégio como Alice fazia, é claro que Alice morava em Port. Angeles então seria mais fácil. Ela disse que já tentou achar alguém para fazer isso mas não achou ninguém confiável, sugeri que usasse o motorista que Carlisle contratara para minha mãe. E ela disse que não queria incomodar, é claro depois dessa idéia absurda conversei com a dona Esme e ela mesma fez a Bella usar o motorista para levar e buscar a Julie e agora ela dormia 7 horas por dia, ainda era pouco, mas era melhor que apenas quatro.

- chegamos. – falou Emmett estacionando o carro em frente a casa da mãe e Carlisle em Forks.

- cadê o meu apartamento que pedi para vocês alugarem? – perguntei saindo do carro.

- ah! É que achamos melhor você ficar perto da família por enquanto. – suspirei frustrado era tão difícil controlar minha mãe quando ela atacava a super protetora.

Adentramos a casa e todos nos esperavam na sala de estar já eram 3 da tarde e todos deveria estar trabalhando e não perdendo tempo comigo. Avistei uma menina duas meninas loiras brincando sentadas no sofá.

- boa tarde família. – falou minha mãe chamando a atenção de todos para mim me fazendo querer entrar num buraco e sumir.

- seja bem vindo novamente Edward. – falou Rosalie que estava com um barrigão imenso.

- uau! Você está linda. – falei beijando sua bochecha. – qual vai ser o nome dos meus sobrinhos? – perguntei curioso.

- obrigada! Ainda não sabemos, porque seu irmão ficou encarregado de escolher, mas por ele eles se chamariam Tico e Teco. – falou fazendo todos na sala gargalharem, exceto as meninas que não entenderam.

- mas seria a dupla perfeita. – falou meu irmão fazendo Rosalie dar um tapinha em sua nuca fazendo grandão fazer biquinho o qual Rose beijou carinhosamente.

Ficamos conversando e rindo a Julie é exatamente como a mãe, linda e inteligente. A Sophia também é exatamente como a mãe serelepe, divertida e linda, mas é igualzinha ao Jasper na aparência seus cabelos loiros cacheados e seus olhos azuis vai ser tão linda quanto a Rosalie.

O resto da tarde foi agradável, depois que todos foram embora fui para o meu quarto e dormi por uma até que acordei com as gargalhadas que vinham da cozinha. Desci as escadas e fui até a cozinha, cheguei lá a Bella e a Julie faziam a maior bagunça.

- o que vocês estão fazendo? – perguntei sentando no banco e me apoiei no balcão.

- oi tio Edward! – cumprimentou a Julie, sorri para ela que estava senda sobre o balcão toda suja de mostarda.

- ah! Edward desculpe-nos ter te acordado. – falou a Bella envergonhada.

- eu já estava acordado. – menti.

- então como é que faz strogonoff? – perguntou a Bella segurando um pedaço de carne crua nas mãos.       

- olha tio Edward eu já falei para a mamãe que o papai colocava mostarda na carne, mas ela acha que não ficaria gostoso. – respondeu a Julie me passando a mostarda. Segurei-me para não gargalhar da situação cômica.

- é realmente coloca mostarda. – falei enquanto tomava o pedaço de carne da mão de Bella, fazendo-a me dar língua. Sorri feito bobo enquanto preparava a comida preferida Julie e a pequena me ajudava, enquanto a Bella apenas tratava de acabar com o estoque de sorvete de chocolate do freezer. – o que eu você faria se não conseguisse preparar a comida Bella? – perguntei enquanto colocava a comida na mesa.

- comprar oras. – falou me fazendo rir baixinho.

- ainda bem que era o papai que cozinhava, por que a mamãe só sabe fazer lasanha. – falou a pequena sorrindo. – eu sinto muita falta do papai, mas a mamãe disse ela está bem aqui no meu coração e é verdade sinto. – falou sussurrando para mim.

- porque você está sussurrando? – perguntei no mesmo tom.

- é que a mamãe fica triste quando falo do papai eu sei que ela também sente falta, ela chorava quando não trabalhava á noite. – respondeu a pequena ainda sussurrando. – mas ainda bem que temos você tio Edward, sabia que a mamãe está mais feliz depois que você chegou? – perguntou ainda sussurrando, a Bella já havia notado e olhava-nos curiosa. Então respondi a Julie apenas com um sorriso.

- que vocês tanto sussurram? – perguntou a Bella fazendo Julie passar o éclair na boca e jogar a chave fora e eu apenas dei de ombros.

Depois a Bella colocou a Julie para dormir e foi trabalhar, eu fiquei perambulando pela casa agora que eu não tinha mais os remédios do hospital para me fazer dormir seria difícil ter um momento de descanso. Fiquei assistindo a um filme velho que passava na TV, minha mãe e Carlisle chegaram, eles haviam ido jantar fora parecia que era algum tipo de ocasião especial para eles, pois estavam muito alegres.

Eu não conseguia pegar no sono, mas resolvi ir para o quarto, passei pelo corredor escuro e a luz do quarto da Julie estava acessa se ela estivesse acordada e a Bella descobrisse brigaria com ela.

- Julie você ainda está acordada? – perguntei enquanto abria a porta do quarto, mas a sua reação me deixou preocupado. Ela estava encolhida na cama e quando escutou a minha voz, pulou e quase caiu da cama. – o que foi pequena? – perguntei indo até ela.

- tive pesadelo. – falou chorosa.

- já passou volte a dormir. – falei cobrindo-a e levantei para desligar a luz.

- tio Edward deixa a luz ligada, por favor? – novamente com cara de assustada.

- hum... você não vai dormir agora vai? – perguntei olhando o quão alerta ela estava.

- eu estou com medo.

- de que? – perguntei voltando para perto da sua cama.

- dos homens malvados, e se eles me pegarem novamente? – perguntou assustada.

- eles não vão, eu juro, eles estão bem longe e foram presos. – falei para ela.

- sério? – perguntou duvidosa.

- juro. – falei firme para que ela acreditasse.

- e o Senhor Incrível ajudou? – perguntou animada.

- claro, ele não deixaria que aqueles malvados chegassem perto de você novamente.

- e da mamãe?

- também não.

- eu queria que o Senhor Incrível estivesse aqui. – falou pesarosa.

- sabe Julie eu também estou sem sono você não quer ir a um lugar comigo? – perguntei animado.

- mas a mamãe vai brigar comigo. – falou apreensiva.

- não vai eu prometo, eu digo que a culpa é todinha minha. – ela continuou apreensiva.

- eu também não quero que ela brigue com você. – uau! Essa menina é mesmo filha da Bella.

- ela não vai, por favor, eu preciso comprar meu remédio. – peguei pesado, mas só assim ela iria é igualzinha a mãe. 

- tudo bem.

Eu fui para meu quarto e coloquei uma calça jeans e um casaco, fazia frio esta noite. Voltei para o quarto de Julie e ela estava linda toda empacotada, vestia uma calça azul e um casaco roxo. Fomos para meu antigo volvo e a coloquei no banco de trás, com o sinto de segurança, faltava a cadeirinha, mas por enquanto seria assim mesmo. Fomos o caminho todo conversando e ela me contou que já teve outros pesadelos, mas que nunca havia contado para a Bella não queria preocupá-la, então a encorajei e disse que a Bella ficaria feliz que ela lhe contasse as coisas.

Assim que chegamos em Port. Angeles fui para o supermercado 24 horas, fui para o setor de decoração rezando para que tivesse um abajur do Senhor Incrível, e por incrível que pareça tinha. Comprei várias coisas que ficam acessas no escuro e mais um monte de chocolate que a Julie pediu. Resolvi passar no hospital e fazer uma surpresa para Bella, assim que adentramos o hospital pedi para um atendente ir chamar a Bella que apareceu minutos depois.

- surpresa! – gritou a Julie animada.

-shh... – falou a Bella pegando a Julie no colo. – o que vocês dois estão fazendo fora da cama? – perguntou carrancuda, fazendo a Julie levar as mãos até a boca e soltar um “eu esqueci” baixinho.

- bem eu não dormiria nem que eu tentasse. – falei para a Bella que me encarou carrancuda. Ignorei-a e incentivei Julie a falar sobre seus pesadelos.

- eu tive pesadelo. – falou chorosa. – e o tio Edward me ajudou, ele até comprou um abajur do Senhor Incrível para ele me proteger sempre dos homens malvados, por favor, não briga com a gente não. – pediu chorosa.

- claro que não meu amor. – falou a Bella beijando o rostinho da filha e depois de um longo interrogatório da Bella para a Julie sobre seus pesadelos, me agradeceu e quando a Julie dormiu a levei para casa. Coloquei-a na cama e a pequena nem percebeu, pela manhã foi um sacrifico para ir para a escola. Só foi depois que disse que havia colocado dois chocolates na sua mochila. 

Bem a filha eu já conquistei agora só falta a mãe.


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Notas finais do capítulo

N/A: COELHINHO DA PÁCOA O QUE TÊM PARA MIM? UM CAPÍTULO DE THE REASON BEM GOSTOSO COMO O EDWARD. UHUL!!! RSRS GENTE AMEI TODOS OS COMENTÁRIOS E VOU RESPONDER CADA UM DELES. A FIC JÁ ESTÁ ACABANDO O PRÓXIMO CAPÍTULO QUE EU POSTAR VAI SER O ULTIMO E DEPOIS O EPÍLOGO. SE VOCÊS QUISEREM EU TENHO VÁRIAS OUTRAS FICS QUE NUNCA POSTEI, SÃO CRÔNICAS VAMPIRESCAS ORIGINAIS, MAS SE QUISERAM EU ADAPTO PARA TWILIGHT. ENFIM ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DO CAPÍTULO VOU POSTAR MAIS SÓ SEXTA-FEIRA POIS TENHO PROVAS E TRABALHOS A FACULDADE ESSA SEMANA TODA. BEIJÃO!!!
E SÓ PARA NÃO PERDER O COSTUME: VOCÊS SÃO A MINHA GALERINHA DO MAL!!!