Elesis Em Um Futuro Incompleto escrita por Risadinha


Capítulo 30
Fraquezas: Parte 3


Notas iniciais do capítulo

Yooooooooooooooo! Tudo bem? É claro que estão, menos depois de lerem esse capítulo teheh. Bem, tenho que dizer que esse é o capítulo mais tenso da fic, então segura que lá coisa. Não direi muita coisa, só não me matem, ok?
Boa Leitura!



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Desviou de mais um ataque vindo de Harper. Tinha esquecido que o rapaz era veloz, até mais que ele. Ronan precisava bolar um plano se quisesse derrotar o albino. Ataca-lo com golpes fracos não adiantaria de nada, precisava fazer algo que desse mais dano.

Recuou o máximo o possível de Harper. Colocou sua espada de lado, concentrando sua mana na lâmina. A energia azul começa a ganhar forma, virando uma grande espada azul de mana. Avançou contra Harper e começou a ataca-lo rapidamente.

– Mestre Ronan, sei que pode acabar com isso com um golpe só! - Diz Harper enquanto desviava dos ataques. - Então o use.

– Eu vencerei de forma justa! - Fala o azulado com a respiração ofegante.

– Mas você não deve!

Parou de desviar e colocou a espada como um escudo. Achou que o ataque de Ronan não faria tanto estrago assim, mas estava errado. Foi acertado pela a espada de energia, fazendo um corte em seu peito e jogando seu corpo para trás, rolando algumas vezes até para longe de Ronan.

Aproveitou que Harper ainda estava se levantando, encheu sua mão com fogo. Arremessou contra o rapaz, gerando uma pequena explosão.

– Acabou? - Se pergunta.

De repente, Harper sai de dentro das chamas e correndo em sua direção. Sua pele queimava com o fogo, porém se regeneravam em poucos segundos. Ronan foi rápido e se defendeu com a espada.

– Mestre Ronan, por favor, use aquilo. - Diz Harper novamente.

– Não! - Grita irritado.

Fez uma força e arremessou Harper para trás, em seguida avançando e o atacando com rápidos cortes com a espada. Às vezes acertava os ataques, outras não. Sabia que não estava indo com tudo, infelizmente sabia. Gostaria de ver Harper como inimigo, mas não conseguia. Ele era seu amigo, sua família, um irmão que considerava. Cresceu e aprendeu tudo com ele. Como podia o matar assim, sem mais nem menos?

Conseguiu dar um ataque que fizesse Harper ir para o chão. Aproveitou esse tempo para usar um poder. Ergueu sua espada e a mirou para o chão, a enfiando desse jeito no solo. Um círculo mágico é criado em sua volta, pegando até onde Harper estava. Dentro do círculo, alguns pedaços de energia vão subindo, e em poucos segundos se transformando em espada. Parecendo uma armadilha de espinhos, as espadas sobem rapidamente, perfurando o corpo do de Harper.

Soltou um suspiro cansado após o círculo se desmanchar. Levantou o rosto e viu Harper caído no chão, com o corpo perfurado em algumas partes, que logo foram se regenerando. Harper ainda não estava morto, percebeu o azulado.

– Por que isso é tão difícil? - Pensa Ronan com um olhar triste.

Abaixou o olhar cansado. Começava a lembrar dos momentos que teve com Harper, que foi quase toda sua vida antes de entrar na Grand Chase. Lembrou também de quando o rapaz entrou na sua frente, o protegendo de um ataque de Astaroth. Harper morreu naquele dia, o que fez toda Grand Chase ir para Hades atrás de sua alma. Conseguiram o salvar, mas para quê? Para morrer nas mãos de Astaroth/Grandiel novamente? Por que a vida agia de maneira tão cruel? Milhares de perguntas se passava em sua mente no momento.

Olhou para Harper e viu que o corpo do rapaz não estava mais aguentando lutar, logo ele morreria. Talvez ele sentisse dor como qualquer ser humano. Precisava acabar com aquilo, mas que fosse um golpe certeiro e que o finalizasse de uma vez.

– Harper, desculpa por nunca estar ao seu lado quando sempre precisava. - Fala Ronan sem olha-lo. - Você é a pessoa mais importante na minha vida, e eu não percebi isso.

– Mestre Ronan, só em estar ao seu lado é uma honra. - Disse Harper. Queria sorrir, mas não conseguia.

– Em estar ao seu lado também, Harper. - O olha e abre um pequeno sorriso. - Obrigado por tudo.

Os olhos de Ronan começam a ter uma coloração vermelha forte, parecendo até os de Elesis. Sentiu uma energia estranha emanar do rapaz.

– Não foi nada, Mestre Ronan.

Uma energia escura fica em volta da espada de Ronan. Era a mesma energia de Cazeaje. Quando ela o possuiu uma vez, algumas partes de sua essência ficaram no azulado, que acabam podendo ser usadas pelo o mesmo.

Olhou determinado para Harper e avançou contra ele. O corpo do albino tentou se defender, mas acabou nem dando tempo. Ronan atravessou a espada na barriga de Harper, fazendo que a energia da lâmina se espalhasse por seu corpo, o matando lentamente.

– Acho que nos despedimos por aqui. - Diz Ronan sem olha-lo.

– Tem razão. - Fala com a voz arrastada. - Bem, acho que é com você tudo que acontecerá daqui em diante.

Ronan respirou fundo. Tinha que tomar coragem para continuar a falar.

– Tem razão. De qualquer jeito, obrigado.

– Eu já disse, não precisa agradecer.

Lentamente o corpo de Harpe cai sobre o de Ronan, que o segura. O albino encosta seu rosto sobre o ombro do azulado.

– Você é o meu mestre e eu sempre te servirei. - Diz Harper forçando um pequeno sorriso.

Percebe o corpo do rapaz começa a desmanchar em pequenos pedaços de luz. Apertou firme as costas do mesmo e fechou os olhos. Não queria deixar aquelas lágrimas escorrerem.

– Adeus. - Foi a última coisa que Harper conseguiu dizer antes de sumir.

Ronan sentiu seus braços ficarem vazios quando o corpo de se amigo sumiu. Sentiu também seu coração perder um pedaço após isso. Tudo estava fazendo falta naquele momento.

– Adeus. - Disse Ronan também.

***

Após aquela árdua batalha, Jin e Azin respiravam ofegantes. Mesmo sendo dois, não serviam de nada para acertar um golpe em Asin, seu mestre. Asin era veloz e agiu, estando em um nível longe dos dois. Nunca conseguiriam vencer ele daquele jeito.

– Precisamos usar nossas habilidades. - Menciona Azin. - Podemos juntar elas para derrota-lo.

– Pode ser. - Concorda Jin.

Sem nem avisar, Azin partir para cima de seu mestre, dando um pulo antes e caindo em sua direção. Ergueu os dois punhos com mana e se preparou para acerta-lo. Porém, Asin recua rapidamente, fazendo a raposa acertar o chão e racha-lo. Sem perceber, Jin aparece nas suas costas e o acertar na costela com um chute flamejante.

– Muito bem, rapazes. - Fala Asin enquanto se levantava do golpe. - Continuem assim.

Jin encheu seus punhos com uma energia amarela e partiu para cima de Asin. Tentava acerta-lo, porém o rapaz acabava desviando e revidando os ataques. Recebeu um chute de Asin e recuou com uma expressão de dor.

Asin iria avançar contra o ruivo, porém recebe um soco vindo pelas as costas. Olhou para trás e viu Azin o acertando. Ia revidar, mas começa a sentir seu corpo ficar pesado e lento. Percebeu o punho da raposa com uma magia, que começou a cercar seu corpo e se transformar em água. Quando foi perceber, estava preso em uma esfera de água.

Azin recuou, dando espaço para Jin. O lutador estava alguns metros de distância, juntando em suas duas mãos uma energia, que aumentava cada vez mais. Asin começou a se debater dentro daquela esfera, fazendo de tudo para escapar. Porém, seus movimentos vão parando aos poucos pela a falta de ar. Não conseguiu nem se mexer quando viu a energia amarela sendo arremessada contra ele.

O raio de Jin pega perfeitamente em Asin, fazendo sumir diante da fumaça após o ataque. O ruivo e a raposa ficaram apreensivos ao ver que nada saía daquela cortina de fumaça. Mas logo percebem algo vindo em suas direções. Esferas amarelas de energia, como as de Jin, voam em suas direções e o acertam, jogando seus corpos para trás. Se levantaram rapidamente, tendo tempo para ver seu mestre sair da fumaça e avançar contra eles.

Jin tentou recuar mas acabou se atrasando enquanto se levantava. Asin se aproximou do ruivo e o acertou na barriga com um soco. Jin sentiu ficar sem ar com aquele golpe, assim nem percebendo quando eu corpo voou para trás e parou quando bateu em uma parede de uma casa, entrando nela desse jeito.

– Sei que podem fazer melhor que isso. - Diz Asin. - Por que não estão levando a sério?

– Você é mais forte que a gente, mestre. - Fala a raposa. - Estamos levando isso a sério.

– Não estão, não. - Dizia o rapaz sério. - Quero que lutem contra mim como se fosse seu inimigo, e não alguém conhecido!

– Não é tão fácil assim, mestre! Para você pode ser fácil, mas para gente não.

Asin o olhou e soltou um suspiro. Era difícil entender o que sentia, principalmente por estar preso em um corpo sem sentimento. Queria muito se aproximar de Jin e Azin e poder dar um abraço neles, mas não podia. Lembrou que era mais uma das marionetes de Grandiel.

– Rapazes, quero que ouçam com atenção. - Menciona Asin. - Posso ser a pessoa mais querida para vocês, mas não agora. Sou o inimigo de vocês nesse momento. Então eu peço à vocês: Acabem comigo. Não sou mais o mestre de vocês, entenderam?!

Jin, que se levantava dos entulhos, olhou de forma triste. Para ele, Asin era como um pai que ele nunca teve. Para o ruivo era algo mais difícil de se fazer, já que tudo que aprendeu na vida foi graças à ele.

– Entendido, mestre. - Fala Jin em um tom triste. - Vamos acabar logo com isso.

O ruivo saiu de perto da casa e começou a andar na direção de seu mestre. Ficou com um olhar sério, que chegava a dar medo, e se preparou para o combate. Parou alguns metros de distância de Asin, o encarando assim.

– Azin, quero que deixe essa luta só para mim. - Menciona o lutador sem olha-lo. - Sei que quer entrar, mas só dessa vez, me deixe fazer do meu jeito.

– O que você planeja fazer, Jin? - Pergunta a raposa. - Você não pretende...

– Se você ver a Amy, proteja ela, ok? - Olha para o rapaz e sorrir. - Eu confio em você.

Azin olhava sem expressão para o ruivo. Sabia o que ele pretendia fazer, que era absurdo. Mas não tinha outra escolha a se fazer, então concordou com a cabeça.

– Cuidarei dela.

Jin sorrir aliviado. Virou o rosto para frente, voltando a ficar sério ao encarar seu mestre. Fechou os punhos e começou a se concentrar.

– Obrigado por tudo, mestre. - Diz Jin.

Asin o olhou confuso. O que ele pretendia fazer?

Uma energia amarela começa a cercar o ruivo, até ficar em volta do mesmo por completo. Em menos de um segundo, Jin corre na direção de Asin e prepara um dos punhos para acerta-lo. O mesmo fez o mestre, fechou um dos punhos e atacou contra o lutador.

O punho de ambos atravessaram o peito de cada um. Asin não pareceu reagir muito, mas Jin soltou um pequeno gemido de dor, em seguida cuspindo sangue.

– Jin, o que você está fazendo?! - Pergunta Asin preocupado. - Você vai morrer.

– Você é mais forte que nós dois juntos, mestre. - Dizia Jin com a voz fraca. - Não tem muita opção para se escolher no momento.

– Não, eu não sou. - Nega com a cabeça. - Vocês podem me derrotar juntos.

– Podemos, mas não contra você. - Olha para ele e abre um sorriso torto e sujo pelo o sangue. - Me desculpe.

– E você vai deixar tudo para trás? O Azin, seus amigos e até mesmo a Amy?

O sorriso do ruivo se desmancha. Lembrou de Amy e do filho que iria ter. Deixaria tudo para trás só para proteger a todos, inclusive a pessoa que mais amava nesse mundo. Queria continuar sua vida do jeito que tava, mas para certas coisas devemos fazer sacrifícios. E Jin já tinha feito sua escolha.

Logo o brilho que ficava em volta do ruivo aumentava, chegando a brilhar. Uma fumaça quente sai da sua boca, mostrando o quão quente estava ficando o corpo do rapaz.

– Por favor, mestre, não me faça arrepender da escolha que eu fiz. - Fala Jin. - Só não quero mais ver ninguém sofrendo ao meu lado. Tô cansado disso tudo.

Tossiu mais uma vez, saindo mais sangue de sua boca. Suas pernas começavam a ficar fracas, deixando seu corpo cair para frente. Com a mão livre, Asin puxa o corpo do ruivo contra o dele, apoiando a cabeça do mesmo em seu peito. Estava conseguindo controlar seu próprio corpo.

– Você sempre foi muito obediente, Jin. - Falava Asin. - Por que não é mais?

– As coisas mudam. - Sussurra o rapaz.

Sentia o corpo de Jin ficar mais quente, chegando a queimar a pele do próprio ruivo. Tirou os olhos do lutador e olhou para Azin, que olhava de forma triste. Mestre Asin abriu um pequeno sorriso, dizendo: Vai ficar tudo bem.

Chegou um momento em que Azin fechou um pouco os olhos pela a luz que o ruivo emanava. Ficou preocupado no mesmo instante. Correu na direção dos dois, mas para quando a luz começa o queimar. Foi esperto e percebeu o que aconteceria, assim se protegendo.

Chutou o chão, fazendo uma barreira de água subir na sua frente, como um escudo. De repente ouviu uma barulho de explosão, iluminando o local por completo. Azin colocou os braços a frente, protegendo seu corpo quando a barreira de água evaporou pela a luz. Fez um careta de dor quando sentiu o braço ser queimado.

Não durou muito isso. Abriu os olhos lentamente, vendo que a luz tinha sumido. Tirou o braços vermelho pela a queimadura da frente, vendo em volta. Jin e mestre Asin não estavam mais ali, apenas uma grande mancha escura no chão.

A raposa ficou com um olhar vazio depois de ver aquilo.

– Jin?! - Gritou Azin enquanto olhava em volta. - Para de brincadeira, cara! Cadê você?

Andou em cada canto daquela rua procurando o ruivo. Não o achou em lugar algum. Sabia o que tinha acontecido, mas só não queria acreditar.

Parou de correr, tentando parar sua respiração ofegante. Se sentou no chão e abaixou o rosto, escondendo sua expressão de assustado.

– Amy não vai gostar nada disso. - Sussurra o rapaz.

***

Continuava agachado no chão olhando para aquela mulher na sua frente. Achava que tinha ficado surdo alguns segundos atrás quando ela o chamou de filho. Não sentia nada além da presença dela, que o incomodava. Infelizmente, sabia que era ela, e qual relação tinha com ele.

– Mãe. - A chamou com uma expressão séria dessa vez.

– Que bom que me reconhece, Lass. - Diz ela sem expressão. - Pensei que não lembraria de mim.

– Gostaria de não lembrar. O que faz aqui?

Ela olhou para a faixa ninja em suas mãos. Passou o dedo na parte de ferro e deu as costas para o rapaz, andando de forma aleatória.

– Um tal de Grandiel me reviveu. - Falava enquanto olhava para a faixa. - Ele disse que eu era a fraqueza de um membro da Grand Chase. Eu perguntei de quem ele falava, então ele respondeu: Seu filho, Lass.

– Grandiel a reviveu? - Estranha o ninja. - Então você estava...

– Morta. Foi alguns anos depois de você ter ido embora. Só umas criaturas que atacaram a cidade onde eu estava e acabaram me matando.

Lass se levanta do chão e colocou as mãos no bolso. Não se preocuparia se ela o atacasse.

– Ido embora? - Pergunta o rapaz. - Foi isso mesmo que eu fiz? Que eu me lembre, você me jogou fora como se fosse um lixo.

Ela para de andar e olha sobre o ombro para Lass.

– Você não era uma criança normal, tenho que dizer.

– E você não era uma mãe normal, tenho que dizer. - Debocha Lass.

Ela se vira para o albino, mas volta sua atenção para a faixa.

– Eu não tive escolha, só para você ficar sabendo. Talvez você não lembre, mas eu lembro muito bem. Quando você nasceu, era um criança normal, mas tudo mudou quando você começou a crescer e aquelas coisas começaram a aparecem no seu rosto. Se alguma pessoa descobrisse, eu e você estaríamos em uma enrascada.

– Que bela explicação para abandonar um filho. Aliás, eu lembro perfeitamente de quando você me abandonou. Disse que eu não era seu filho, apenas uma aberração. - Deu de ombros. - Aquilo me machucou muito, mas eu já superei.

Tirou os olhos da faixa e voltou a observar Lass.

– E o que você queria que eu fizesse? - Perguntou ela.

De repente, a moça recebe um soco no rosto, a fazendo cair direto no chão após isso. Fez uma careta de dor e passou a mão em sua bochecha, onde tinha sido acertada. Sentiu também uma coisa escorrer de sua boca. Colocou a mão no local e viu que era sangue.

– Queria que fosse uma mãe melhor! - Grita Lass irritado. Pela primeira vez, o ninja demonstrava essa emoção. - Queria poder ter crescido em um lar, com alguém para cuidar de mim! E não rezar para as Deusas para que todo dia eu possa continuar lutando pela a minha vida, ou que eu pudesse fugir daquele Circo!

Ela olhava sem expressão para o rapaz, vendo seu rosto enfurecido para ela. Desviou o olhar e levantou do chão lentamente. Enquanto isso, sentiu o corte na sua boca sarar.

– Não irei te atacar, pelo o que você percebeu. - Fala ao se levantar. - O tal de Grandiel me disse que eu vou ser a única que vai ter o controle do corpo. Não sei o que ele quis dizer com isso, mas soou mal. - Olha para Lass e ver que ele não se importava com o que ela dizia. Soltou um suspiro. - Entendo o que você sente por mim, tem o direito de ter.

– Direito? - Aperta o punho. - É mais uma obrigação.

Ela não disse nada, mas abriu um pequeno sorriso. Abaixou o rosto e ficou olhando de um lado e para o outro.

– Quando eu conheci seu pai, ele era o homem mais perfeito do mundo. - Dizia a loira. - Ele era gentil, forte e um pouco desajeitado. Mas ao mesmo tempo, ele era um cara sério, frio e que parecia sempre viver de mau humor. Lembrava você. Só que um dia ele foi embora, disse que tinha um trabalho para fazer. Ele disse que voltaria, mas não voltou. - Seu pequeno sorriso some. - Nunca mais voltou... E então eu tive você. Não sabia o que fazer quando você começou a ter aquelas coisas no rosto. Se o achassem, o matariam. - Olhou para o rapaz. - Como eu disse, não tive muita escolha.

Lass correu em sua direção, a pegando pela a gola da camisa e a erguendo com uma mão só. A loira não fez nada, apenas o olhou sem expressão.

– Você teve escolha, sim. - Falava Lass. - Muitas escolhas!

– É, eu tive. Mas todas o levaria à morte.

– Está inventando. - Apertou com mais força a camisa de sua mãe. - Já disse que eu me lembro de você me chamando de aberração!

– Sabia que você não iria embora se eu apenas mandasse ir, então eu tive que fazer algo para que você fosse. Mas é verdade, te chamei de tudo isso para você se afastar de mim. Me desculpe.

Foi arremessada contra o chão. Perdeu um pouco o ar quando suas costas se chocaram no solo. Quando foi abrir os olhos, o ninja segurou seu pescoço com uma mão. Outra vez, apenas o olhava.

– Me desculpe, filho. - Volta a falar, mesmo com a voz fraca. - Não sou a melhor mãe do mundo, pelo visto. Queria poder ter o criado, visto você crescer e sorri quando me visse, mas acho que não precisa de mim mais. Têm amigos, família e até um garota para cuidar. - Sorri. - Fico feliz em saber disso.

Sentiu a mão do rapaz apertar cada vez mais seu pescoço, começando a ficar sem ar. Mas aos poucos, a mão de Lass começa a tremer, parando de apertar sua garganta. Olhou confusa para o rosto do ninja.

– Você é minha mãe. - Menciona Lass com a voz tremula.

Soltou o pescoço da loira e levantou o rosto que escondia sob a franja. O albino se esforçava para tirar aquela expressão chorosa de seu rosto. Deu uma pequena fungada pelo o nariz,tentando não deixar as lágrimas cair, porém falhando. O rosto da loira começou a se molhar por suas lágrimas.

– Eu te odeio, continuo te odiando. - Continua Lass. - Mas... Mas você é minha mãe. Queria poder dizer que eu gosto de você, mas não consigo.

A moça olhou para a faixa que ainda segurava em suas mãos, pegou cada ponta e esticou até a cabeça do ninja. Lass ficou um pouco surpreso ao sentir ela amarrar a faixa em sua testa.

Abriu um pequeno sorriso ao ver como tinha ficado no albino.

– Não precisa. Mas agora, você deve me matar para eu voltar de onde eu vim.

O albino confirmou. Pegou sua katana e tirou da bainha, fazendo a lâmina refletir no brilho da lua. Ergueu a espada, mantendo a ponta para baixo, e respirou fundo. Precisava de coragem para fazer aquilo.

– Tome cuidado daqui em diante. - Avisa ela. - Não quero que você se torne uma pessoa como eu.

– Certo. - Sua voz saiu fraca.

Contou até três para enfiar a ponta da lâmina no coração de sua mãe. Foi em um rápido movimento, dando tempo nem para desistir de fazer isso. Fechou os olhos antes de atingi-la, só abrindo quando sentiu que a katana não descia mais.

– Me desculpe. - Olha para ela e tenta não se expressar muito. - Isso não devia acontecer.

Com uma expressão de dor, a moça esticou sua mão até seu rosto. Tocou na bochecha de Lass, vendo que não tinha mais aquelas pedras do passado. Recuou a mão e não disse nada.

Seu corpo começava a se desmanchar por pequenos pedaços de luz. O peso que ficava em volta da lâmina de Lass começava a sumir, deixando o ninja preocupado.

– Por favor, não fique com essa cara. - Pede sua mãe. - Isso me incomoda.

Deu uma fungada e concordou.

– Adeus. - Disse ela com uma voz calma.

Segurou Lass pelo o ombro e o puxou para perto. Aproximou seu rosto e deu um pequeno beijo em sua testa, porém sumindo em seguida.

Lass permaneceu com os olhos fechados por um tempo, ainda segurando sua katana enfiada ao chão. Tudo tinha sumido, exatamente tudo. Lentamente abaixou seu rosto perto da katana, escondendo sua expressão chorosa. Não gostaria que ninguém o visse daquele jeito.

Apertou os dentes e deixou as lágrimas quentes escorrerem pelo o seu rosto.

– Eu te amo, mãe...

Ela podia ter feito tudo de ruim na sua vida, mas ela continuava sendo uma pessoa que Lass amava. Mesmo quando foi embora, continuava na esperança de que um dia ela voltaria e o abraçaria. Tola criança. Mesmo quando foi possuído por Cazeaje, continuava com esse pensamento em mente. Tão tolo...

Tão tolo que continua a ama-la.

***

– Mari! - Gritou Amy.

A rosada continuava seguindo o dragão que tinha pego Mari. Voava com suas largas asas e com o seu novo visual. Descobriu que a Pandora podia transforma-la em muitas coisas, mesmo não existindo. Amy estava mais forte que no passado. Se ela quisesse, esse dragão já tinha morrido há muito tempo, porém machucando Mari junto. Não queria arriscar.

– Amy! - Ouviu Mari gritar.

A azulada estava presa nos dentes da criatura. Um de seus braços estava dentro da boca do dragão, a impedindo de usar suas WDW's com facilidade. Primeiramente precisava escapar dali, depois atacar a criatura.

– Pode deixar, vou fazer ele te soltar. - Diz Amy confiante.

Em um rápido movimento com a Pandora, Amy cria um clone dela, com asas e tudo. A rosada apontou para cima, mandando sua clone ir para lá. Sem dizer uma única palavra, a clone entendeu e voou na direção mandada. Já Amy, voou por baixo, ficando embaixo do queixo do dragão.

A clone esperou o sinal de Amy e atacou. Um brilho contorna seu corpo, ficando maior cada vez mais. Quando o brilho se dissipou, um grande dinossauro rosa caía na direção da criatura, afundando em suas costas. O dragão voou direto para baixo, por causa do peso que carregava.

– Toma essa! - Gritou o grande dinossauro rosa.

Abriu a boca e um raio rosa atingi a nuca da criatura, fazendo ela gritar em agonia. Ao abria a boca, Mari foi solta rapidamente, o que fez a azulada voar pelo o ar descontroladamente.

– Dro-Droga. - Pensa Mari.

Sentia seu corpo cair, o que a deixou desesperada. De repente, sente alguém a segurar pelas as duas mãos, a impedindo de continuar a queda.

– Te peguei. - Diz Amy com a voz ofegante.

Mari olhou para cima e viu a rosada.

– Obrigada. - Diz a tecnomaga sem expressão.

– Não foi nada. - Responde a dançarina sorridente.

As duas direcionaram o olhar para o dragão que caía, que nem tinha mais o clone de Amy em suas costas. Naquele momento, Mari percebeu que a rosada tinha amadurecido em relação aos poderes, principalmente na estratégia.

Amy desceu voando até solta Mari sobre um telhado.

– Vá atrás do Sieghart, eu vou atrás do Jin. Ele deve tá com problemas. - Diz Amy.

– Tem certeza que não precisa de companhia?

– Já tenho a companhia que preciso. - Coloca a mão na barriga e sorri. - Nos vemos depois, Mari! Até!

Acena e sai voando outra vez. Mari nem ao menos conseguiu se despedir direito, apenas deu uma pequena acenada e depois saiu de cima daquele telhado. Precisava ir atrás do Sieghart o mais rápido que podia.

Amy ficou planando a cidade, procurando os cabelos vermelhos de Jin em cada canto das ruas. Não achou, o que começava a deixar um pouco preocupada. Mas ficou aliviada ao ver Azin em uma das ruas. Sorriu aliviada e posou no chão sem dificuldade. Seu visual se desmanchou em segundos, voltando para a Amy normal.

– Azin - Gritou enquanto corria na direção do rapaz.

A raposa continuava sentada no chão, com o seu rosto abaixado. Sua mente estava uma bagunça, sem saber o que fazer. Tinha perdido Jin e seu mestre Asin alguns minutos atrás. Ainda não acreditava. Mas sua mente só pensava em como Amy se sentiria se soubesse sobre isso.

Seus pensamentos são interrompidos quando ouvem a voz da rosada. Seus olhos se arregalaram. O que faria agora?

– Azin, tá tudo bem? - Pergunta Amy ao se aproximar. - Se machucou?

O rapaz levantou o rosto sem expressão e olhou para Amy. Negou com a cabeça.

– Eu tô bem, só tava descansando.

– Ah, que bom. - Suspira aliviada. - Bem, você viu o Jin?

Sentiu o corpo gelar ao ouvir essa pergunta. Não disse nada, apenas se levantou do chão e passou a mão em sua roupa suja.

– Eu procurei ele, mas até agora não o achei. - Dizia Amy enquanto olhava para o lado. - Achei que você pudesse ter o visto.

– Eu não sei onde ele tá. - Era verdade. - Mas é melhor não se esforçar muito, Amy.

– Então vamos procura-lo! - Diz animada, ignorando totalmente o que Azin tinha dito. - Vem!

Pegou o rapaz pelo o pulso e começou a correr, o puxando. Azin não foi contra, deixou ser puxado pela a rosada.

– O Jin também nem lembra de mim nesses momento! - Falava a garota emburrada. - Acha que pode dar conta sozinha, mas acaba esquecendo de mim. Hunf!

– Eh, Amy... - Diz Azin com a voz baixa. Nem conseguia olhar para a garota.

– Quando eu ver ele, vou dar um grande cascudo naquele cabeça-oca. - Continuava, nem ouvindo o que Azin tinha dito.

– Amy. - Elevou um pouco mais a voz.

– Só quero saber a resposta que ele vai dar para mim, e para o seu filho.

Azin para de correr de repente, se soltando da rosada rapidamente. Amy parou de correr e olhou confusa para o mesmo.

– Que foi, Azin? Algum problema?

Permaneceu com o rosto abaixado e fechou os punhos.

– Azin, você está me assustando. - Diz preocupada. - Se tem algo a dizer, é melhor falar agora mesmo!

O rapaz levantou o rosto, mostrando sua expressão séria e tensa ao mesmo tempo. Soltou um suspiro e desviou o olhar. Olhou para Amy e se aproximou da mesma, a abraçando pelo o pescoço.

– Azin... - Murmurou Amy confusa.

O rapaz engoliu seco antes de falar.

– Me desculpe, eu tentei.

– Hã?

O abraço do rapaz ficou mais forte ainda. Amy sentiu seus braços tremerem em volta de seu pescoço. Ela achou estranho aquela atitude vindo dele.

– Azin, aconteceu algo com o Jin? - Pergunta Amy com um olhar tenso. - Você parece esconder algo de mim.

Disse nada.

– E-Ele tá bem? - Continua Amy. - Azin, me responda.

Demorou um pouco até o rapaz soltar um suspiro pela a boca e dizer:

– Me desculpe. - É a única coisa que conseguia sair de sua boca.

Lentamente, Amy foi entendendo o que ele queria dizer com aqui. Achava que podia ser imaginação sua, ou algo do tipo, porém estava errada. Entendeu o que Azin quis dizer com aquilo, mas preferiu não aceitar.

Fechou as mãos, tentando controlar a tremedeira que sentia. Era mentira, pensava. O seu coração começou a bater forte, a deixando sem ar praticamente. Sentia o chão desmoronar sob seus pés. Apenas um sentimento começou a despertar dentro de seu peito, e não era bom. Era mentira! Era sua imaginação, só isso... Imaginação.

Engraçado, mas as lágrimas que escorria de seu rosto não era imaginação, era real. Tudo que senti naquele momento era real, cada coisa.

– Jin... - Murmurou Amy com a voz fraca.

A rosada fechou os olhos, derramando as lágrimas que ainda restavam em seus olhos. Não conseguiu se segurar, começou a gritar em meio as lágrimas quentes. Abraçou Azin fortemente, afundando seu rosto no ombro do rapaz. Suas pernas começaram a balançar, fazendo seu corpo desmoronar no chão. Sorte a dela Azin ter a segurado e a ajoelhado no chão.

– Não chore, Amy. - Menciona Azin com a expressão triste. Ergue sua mão e a passou no cabelo da rosada, tentando a acalmar. - Por favor.

Não era só difícil para Amy aguentar aquilo, e sim para Azin também. Ele acabou de ver seu antigo mestre morrer junto com seu amigo, então estava óbvio que ele não estava levando aquilo muito bem. Queria poder desmoronar como Amy, porém não podia, tinha que se manter forte.

Mas ele estava cansado de parecer forte.

***

Outra vez, deu um ataque que acabou destruindo uma das casas. Todas aquelas magias que usava parecia ser o suficiente, mas não para ela. Sieghart nunca achou que Elizabeth soubesse manusear uma espada, pois ela nunca segurou em uma, então ficou assustado em ver toda agilidade da ruiva. Bem, aquilo devia ser apenas mais um dos truques de Grandiel, que acabou a deixando a mesma forte.

– Achei que fosse contra o uso de armas, querida? - Menciona Sieghart.

– Eu sou. - Diz ela afastada do rapaz. - Mas eu não tenho controle de meu corpo, se percebeu. Está sendo muito difícil para mim enfrentar você, principalmente com uma espada.

– Fique tranquila, irei acabar com isso rápido. - Aperta bem a Soluna. Estava sendo difícil para o rapaz a olhar e dizer aquilo. - Lembra, serei gentil.

– Você não vale mesmo. - Abri um pequeno sorriso.

Avançaram um contra o outro novamente, começando uma luta que não tinha fim, por causa de Sieghart. Mesmo Elizabeth sabendo manusear a arma, Sieghart podia muito bem acabar com ela em um golpe só. Porém, só não fazia isso pois queria ficar mais tempo com ela, mesmo que fosse trabalhoso.

Depois de alguns minutos, Sieghart percebeu que estava ficando difícil de aguentar tudo aquilo, então teria que finalizar. Ficou em volta das chamas roxas e começou ataca-la com isso, que parecia estar dando efeito, já que a ruiva recuava. Aproveitou isso e invocou suas espadas flutuantes, arremessando contra Elizabeth. Ela chegava a se defender de algumas, porém de outras pegavam de raspão.

– Desculpa. - Pede Sieghart ao ver ela soltar um pequeno grito de dor.

– Tá tudo bem. - Diz Elizabeth. - Apenas acabe com isso de uma vez.

Sieghart já se preparava para outro ataque, até Elizabeth começa um também. A ruiva ficou em volta de uma energia vermelha, que emanava algo pesado. O moreno percebeu que ataque era aquele, por isso preparou sua defesa.

Elizabeth avançou contra ele, rachando o chão por onde pisava. Ergue sua espada e atacou o rapaz, o afundando no chão quando ele se defendeu com a Soluna.

– Então você tem o Berserk. - Menciona Sieghart com um sorriso torto. - Acho que já entendei por quê Elesis tem isso.

Fez um pouco de esforço e conseguiu recuar, escapando de outro ataque vindo de Elizabeth.

– Elesis? - Estranha ela. - Quem é essa?

– Sua bisneta. Ela tem o Berserk, o que achava estranho já que eu não tinha.

– Eu sempre tive, só que nunca quis contar para você. - Parecia um pouco incomodada com isso. - É uma habilidade que exige muito controle do usuário, além de ser muito violento. Não sou a favor.

– Entendo. - Sieghart pega a outra lâmina dentro da Soluna e a separa. Parecia usar dois sabres. - Então não deixarei que continue com isso.

O moreno correu e deu um pulo em sua direção, ficando em volta das chamas roxas e girando na vertical, pronto para acertar suas duplas lâminas na ruiva. Por azar, ela conseguiu recuar a tempo, fazendo Sieghart apenas acertar o chão.

Elizabeth além da mana vermelha em sua volta, chamas da mesma cor começa a rodear, lembrando as de Elesis. Com isso, avançou contra Sieghart e o atacava com mais força.

– Você podia ter sido uma grande guerreira. - Menciona o rapaz.

– Só que eu não quis.

Deram mais um ataque e recuaram ao mesmo tempo. Sieghart recuperava o fôlego enquanto Elizabeth com as suas feridas que se regeneravam. O moreno passou a mão na testa tirando o suor que tinha nela. Precisava fazer algo antes que sua energia acabasse desse jeito.

– Acho que acabamos por aqui. - Diz Sieghart ainda respirando ofegante. - Serei breve, ok?

– Por favor.

Afirmou com a cabeça e fez uma expressão neutra. Abaixou o rosto e começou a se concentrar. Enquanto uma energia escura cobria seu corpo, as espadas são invocadas novamente, assim voando na direção de Elizabeth.

A ruiva fez como antes, rebateu contra algumas lâmina mas outras ela era simplesmente acertada. Porém, dessa vez as espadas vinha com mais frequência, enfiando em sua barriga e a erguendo para o alto. Quando foi perceber, estava sem os pés no chão, praticamente no céu. Cada espada que vinha em sua direção era mais alguns centímetros para o alto.

– Er-Ercnard! - Gritou o vendo lá embaixo.

Sieghart estava em volta das próprias chamas roxas. Levantou o rosto rapidamente, em seguida abrindo os olhos e mostrando uma coloração diferente. Na parte branca de seus olhos estavam pretas e o prata estava roxo. Sieghart não parecia o mesmo.

Jogou os braços para o lado, liberando a energia que estava dentro de si. Um grande raio roxo sai de seu corpo, fazendo o céu ficar da mesma cor por alguns segundos. Parecia ser um ataque inofensivo, mas aquilo mataria qualquer que tivesse perto. Elizabeth sentiu um grande aperto em seu coração ao ser atingida por aquilo. As espadas que a atacava sumiram, fazendo seu corpo cair daquela altura.

Sieghart olhou na direção onde ela estava, vendo a mesma cair. Seus olhos voltaram a cor natural, o mesmo com a energia que o cercava. Sem esperar, saiu correndo na direção que Elizabeth caía. Não deixaria que seu corpo se chocasse contra o solo.

– Elizabeth! - Grita o moreno.

Chegou em uma certa distância e pulou em sua direção. A pegou com os dois braços e se chocou contra o chão, rolando várias vezes até parar. Quando parou, seu corpo ficou sobre o da ruiva. Ficou preocupado ao ver que ela não se mexia.

– Por que está me olhando assim? - Pergunta Elizabeth com a voz fraca.

Ela abriu os olhos, mas já sabia que Sieghart a olhava daquele jeito.

– Você tá bem? - Pergunta ainda preocupado.

– Acho que não. Tá chegando a hora de eu partir, Ercnard.

– N-Não, você não vai. - A segura pelos os ombros. - Deve ter um jeito de você ficar, mas sem ser por magia negra. Aguente mais um pouco que eu consigo.

Ela dar uma pequena risada. O rapaz olhou confuso.

– Não sou desse tempo, Ercnard. - Dizia ela com o sorriso torto. - Você deve continuar a viver do seu jeito, sem mim.

– Não é tão fácil assim.

– Pelo o que Grandiel me contou, você tem muitos amigos. E como você disse, tem uma bisneta para cuidar. - Tosse. - Como ela se chama mesmo? Elesis?

Sieghart concorda e abriu um pequeno sorriso também.

– Sim, Elesis. Ela é que nem você, uma cópia perfeita, mas com uma cabeça muito esquentadinha. Ela é bonita, ruiva e forte como você. Você gostaria dela.

– É uma pessoa encantadora, pelo visto. Ela te chama de bisavô?

Desvia o olhar por um segundo.

– Idiota, fóssil, velhote ou pedaço de homem mal acabado. - Coça a bochecha sem jeito. - Ou Sieghart mesmo.

Elizabeth parece olhar surpresa para o que o rapaz disse.

– Acho que todos te adoram. - Força uma risada. - Mas por quê eles te chamam de Sieghart?

– Porque você é a única que pode me chamar por Ercnard. - Diz um pouco sem jeito. - Ninguém mais.

– Entendo.

Seu corpo, como os dos outros, começa a se desmanchar em pequenos pedaços de energia. Sieghart olhou preocupado, mas seu olhar volta para Elizabeth quando ela toca em seu rosto.

– Você vai ficar bem, tá? - Falava ela sorrindo. - Está diferente do que eu me lembrava.

– Por favor, fique. - Olhava preocupado. - Não quero que vá.

As mãos de Sieghart começava a tremer, e Elizabeth percebeu isso. Ela pegou uma das suas mãos e segurou firme.

– Não chore, isso não combina com você. - Diz a ruiva.

– Certo. - Concordou.

– Além do mais, você não depende de mim mais. Têm seus amigos e família para viver, lembra?

No final da rua onde os dois estavam, aparece Mari correndo em suas direções. A azulada parou os passos ao ver Sieghart com aquela estranha, pelo o seu ponto de vista. Percebeu a expressão que o rapaz fazia, o que era estranho. Preferiu não interromper.

– Mas você -- É interrompido.

– E provavelmente alguém que ama.

Sieghart não disse nada, apenas desviou o olhar. Enquanto mudava a direção da vista, acabou percebendo Mari no final da rua. Olhou para ela por alguns instantes, mas depois voltou para Elizabeth.

– Então há alguém que você ama. - Percebe Elizabeth só pela a falta de resposta do moreno.

– Não, eu só amo você. - Negou com a cabeça.

O sorriso da ruiva se desmanchar, em seguida ela ergue o corpo, assim abraçando Sieghart. Aproximou sua boca do seu ouvido e disse em voz baixa.

– Também, mas você não deve me amar mais. - Sorri. - Por favor, me esqueça.

Ao ouvir aquilo, sentiu um enorme aperto no coração. Mordeu o lábio inferior, querendo segurar a dor que sentia em seu peito.

Elizabeth se afasta dele e o olha nos olhos. Sorriu e se aproximou outra vez, porém o dando um beijo na testa. Sieghart fechou os olhos por um instante, mas abrindo quando ela se afasta.

– Adeus, Ercnard. - Disse Elizabeth.

Seu corpo se despedaçou em milhares de luzes. O moreno olhou surpreso pelo o brilho que voava ao seu lado. Suas mãos ficaram vazias ao percebe que não segurava mais o corpo de Elizabeth. O mesmo aconteceu com seu coração, ficou vazio ao ver que ela tinha sumido.

Abaixou o rosto sem expressão. Não sabia o que fazer dali em diante.

– Sieghart! - Mari grita.

Demorou um pouco para o rapaz ergue o rosto novamente, e ver a azulada na sua frente. Mari sempre chegava de fininho, assim ninguém nunca a percebia.

– Que bom que está viva, Mari. - Diz Sieghart com a voz sem animação. - Onde está a Amy?

De repente, Mari se joga contra ele, o abraçando fortemente. Ficou surpreso pelo o movimento inesperado da garota. A azulada nunca foi de contato, então um abraço era como se ele tivesse ficando louca.

– Mari... - Chamou Sieghart ainda confuso.

– Tudo bem em você agir como um idiota o tempo todo, mas agora não. - Falava com a voz sempre calma. - Você não tá bem.

– Eu tô bem, sim. - Abri um largo sorriso. - Principalmente por receber um abraço da Mari.

– Você fingi muito bem, Sieghart... Mas não comigo. Sei quando mente, sei quando fingi, sei tudo sobre você. Todos esse anos o analisando serviu para isso.

Não ouviu o rapaz dizer nada, apenas ouvia sua respiração pesada. Se afastou lentamente, para olhar seu rosto, mas é impedida quando Sieghart a abraça, a impedindo de se afastar.

– Eu tô bem. - Disse outra vez. - Não se preocupe.

Sentiu seu ombro começar a se molhar, o mesmo ombro onde Sieghart apoiava o rosto. Seu abraço ficou mais forte, assim Mari percebendo os braços do rapaz tremer. Ele não estava bem, pensou.

– Certo, então. - O abraçou da mesma maneira e passou a mão em seu cabelo espetado. - Você tá bem.

Sentiu um soluço vindo de Sieghart, mas ignorou. Ele estava bem, então o deixaria assim. Ficaria ao seu lado, não importa se estive bem ou não.

Era apenas Sieghart sendo Sieghart, mas não agora. Era Sieghart sendo Ercnard.

***

Caiu no chão ao tropeçar nos próprios pés. Enquanto se erguia novamente, viu os cortes em seu corpo, principalmente em suas pernas. Sua bochecha tinha um pequeno corte também, mas nada que fosse preocupante.

– Elesis! - Gritou Elscud quando ia ataca-la.

A ruiva olhou rapidamente para trás, assim vendo a espada descendo em sua direção. Se levantou em um impulso e esquivou do ataque, logo voltando ficar de pé.

– Elesis, pegue uma arma e lute contra mim. - Dizia o ruivo sério e preocupado ao mesmo tempo. - Você vai morrer assim.

– Eu já disse que vou dar um jeito! - Diz Elesis com a respiração ofegante. - Espere mais um pouco.

– Se espera mais um pouco você vai morrer! Desista disso, querida.

– Eu não vou desistir de você!

Sem conseguir controlar, Elscud avança contra Elesis. Sua espada ficou em volta de chamas, assim gerando um corte pior no ombro da ruiva quando acertou. Pelo menos a espadachim conseguiu escapar do outro ataque.

Segurou o ombro machucando, sujando suas mãos de sangue.

– Fuja pelo menos. - Diz Elscud já cansado de tanto insistir. - Não quero machuca-la mais.

– Por favor, confie em mim. Vai dar tudo certo.

A ruiva tinha mais uma coisa para falar, porém é impedida quando é pega pelo o pescoço e erguida, tirando seus pés do chão. Nem tinha percebido quando Elscud se aproximou dela e a agarrou. Seu pai era rápido, percebeu.

– Me ataque! - Pede Elscud quando começa a ergue a espada com a outra mão.

– Não! - Gritou Elesis.

Quando a lâmina desceu na sua direção, a espadachim colocou a mão na frente. Segurava com força a lâmina com a sua mão sangrando, por causa do corte. Fez uma expressão de dor, mas continua a segurar a espada.

– Olha, eu passei anos à procura do senhor. - Dizia Elesis com a voz fraca. - Não vou mata-lo agora, entendeu? Você é meu pai e eu sou sua filha, somos uma família! Família não mata um ao outro!

– Eu já estou morto, Elesis. Isso é só um corpo, entende?

– Não, eu não entendo! - Nega com a cabeça. Fez uma força com a mão e conseguiu arrancar a espada da mão do ruivo, assim a jogando para longe - Eu só quero que você confie em mim!

Juntou as duas mãos e conseguiu abrir o dedos em volta do seu pescoço. Se soltou e caiu de bunda no chão. Tentou se levantar, mas suas pernas não reagiam muito bem por causa de milhares de cortes que tinha nela. Não se importou, apenas olhou para seu pai.

– Nunca iria machuca-lo, pai. - Falava a ruiva. - Você é a razão por tudo existir. Se não fosse pelo o senhor, nada disso estaria acontecendo, e sim algo pior. Então entenda o que eu quero dizer quando eu falo que não quero machuca-lo.

– Fico feliz em saber disso, filha, mas... - Aperta os punhos. - Você irá morrer se não fizer nada. Pra mim, você é a coisa mais importante do mundo. O único jeito de sairmos dessa situação é me matando.

Elesis nega com a cabeça. De repente recebe um chute na barriga. Cuspiu sangue com saliva misturado. Elscud tinha a atacado sem ela prever.

– Filha! - Grita o ruivo preocupado. - Eu te imploro!

– Tá tudo bem. - Ergue o rosto ferido e abri um sorriso com a boca suja de sangue. - Vamos nós dois sairmos dessa situação juntos.

Recebeu outro chute. Mais sangue foi cuspido. De todos os ataques que Elesis recebia, nenhum ela se defendeu. Não se defenderia, também não conseguia mais.
Ouviu barulho de metal arrastando. Abriu os olhos e viu seu pai segurando a espada novamente. Ele tinha a pego.

– Por favor, me perdoe. - Pede Elscud. Se pudesse, ele choraria, mas não conseguia.

Ergueu a espada, se preparando para finalizar com Elesis. A ruiva não fez nada, só continuou a olhar seu pai.

– Fuja. - Pediu ele.

– E-Eu não consigo. - Diz Elesis sem expressão. - Minhas pernas... Mas tudo bem! Eu só quero que saiba que eu morri tentando salvar você. - Sorri.

Sentia um grande aperto no peito em vê-la daquele jeito. Não queria fazer aquilo,não com ela.

Fechou os olhos quando desceu a espada. Já Elesis ficou olhando o tempo todo, até quando Elscud foi acertado por algo que o jogou longe da mesma. A ruiva olhou surpresa para o seu pai caído no chão alguns metros adiantes.

– Por que não está lutando? - Pergunta alguém.

Olhou para trás e viu Lass em pé, a olhando seriamente. Ficou surpresa ao ver o ninja ali. Ele tinha acertado seu pai com as chamas azuis, que se apagavam em seus punhos.

– Lass, o que faz aqui? - Pergunta Elesis.

– Te salvando.

O rapaz tira sua katana da bainha e começa a dar passos pesados na direção na direção de Elscud. Elesis olha para frente e ver seu pai se levantando, enquanto seu peito se regenerava da queimadura. A ruiva percebeu o que Lass pretendia por causa do seu olhar ameaçador.

Conseguiu segurar o ninja pela a perna, o impedindo de continuar. Lass olhou confuso.

– Por favor, não mate ele! - Pede Elesis com um olhar desesperado. - Ele é o meu pai.

– Então... - Lass olha para Elscud. - Esse é o seu pai.

O ruivo ficou de pé novamente, dessa vez segurando firme a espada.

– Finalmente alguém para me desafiar. - Menciona Elscud. - Fico feliz que tenha chegado, rapaz. - Fala para Lass.

Mesmo sabendo que aquele era o pai de Elesis, o albino voltou a olhar sério para ele. Pretendia mata-lo de qualquer jeito.

– Desculpa, Elesis. - Diz o ninja sem olha-la. - Mas eu tenho que fazer isso.

Olhou assustada. Tentou segurá-lo novamente, mas Lass já corria na direção do ruivo, que se preparou para recebê-lo.

– Não! - Grita a espadachim.

Ao ver aquilo, Eslcud abriu um pequeno sorriso. Não iria mata Elesis porque tinha alguém a protegendo. Se preparou para atacar o ninja automaticamente.

Ao se aproximarem, os dois bateram as lâminas. Elesis ficou com um olhar preocupado ao ver os dois lutarem. Tentou levantar mas não conseguiu, por causa de sua perna estava muito machucada ainda. Precisava recuperar as energias, por um tempo.

– Lass, pare! - Grita Elesis. - Você vai mata-lo!

Os dois a ignoraram e continuaram a lutar.

– Lass, né? - Pergunta Elscud.

– É. - Responde o albino sem se importa muito.

– Você é algum amigo dela? Gostaria de te pedir algo.

Lass o chutou no peito, fazendo o ruivo se afastar dele. Ficaram em uma distância moderada.

– Pode falar, sogro. - Diz Lass.

O ruivo não disse nada, apenas olhou surpreso para o ninja. Olhou para ele e para Elesis, depois entendendo o que ele queria dizer com aquilo.

Abriu um sorriso sem jeito.

– Oh, entendo. - Fala Elscud parecendo estar sem jeito. - Vocês dois...

Elesis preferiu dizer nada, apenas ficou calada. Tudo que queria era poder levantar, só isso.

– Cuide dela por mim. - Pede o ruivo. - Eu... Eu não posso mais cuidar dela, se é que me entende. Então, proteja minha filha, Lass.

Lass olhou um pouco surpreso pelo o pedido do rapaz. Deu uma rápida olhada para Elesis e depois para Elscud.

– Eu irei. - Diz o albino. - Nada vai acontecer com ela.

Elscud abri um sorriso aliviado. Preparou a espada outra vez.

– Obrigado.

Lass entendeu o que ele queria dizer, então avançou contra o ruivo. Elesis gritou outra vez para o ninja parar, só que ele não ouviu. Tentou se ergue, mas falhou outra vez.

O ninja juntou a katana nas duas mãos, concentrando as chamas na lâmina. Apenas uma luz azul se encontrava na katana, mas que era o suficiente. Quando se aproximou de Elscud, o atingiu, mesmo quando o rapaz colocou a espada como um escudo. Só parou de correr quando estava alguns metros à frente de Elscud, porém ficando de costas para ele.

Lentamente, a lâmina do ruivo se partiu no meio, exatamente onde Lass tinha atingido. Após o pedaço de ferro cair no chão, o peito de Elscud aparece um grande corte, fazendo o rapaz cair de joelhos no chão. Tinha sido um corte certeiro no coração.

– Não! - Gritou Elesis desesperada.

Não sabe da onde tinha tirado aquela força, mas conseguiu se levantar e correr na direção de seu pai. No entanto, Elesis cai no chão outra vez, ficando somente alguns centímetros do rapaz. Levantou o rosto do solo e olhou preocupada para Elscud.

– Pai, não vá! - Implorava a ruiva. - Eu disse que te traria de volta.

– Filha, por favor, pare. - Dizia calmo. - Desista disso.

A ruiva percebeu seu corpo começar a se desmanchar em pedaços de luz. Começou a ficar desesperada.

– Eu não vou desistir de você. - Tentou se segurar mas não conseguiu, começou a derramar as lágrimas. Na verdade, desde que viu seu pai teve vontade de chorar, somente agora tinha chegado no seu limite. - Não vou, não vou, não vou!

– Fico feliz em saber que não desistiu de mim nunca, mas agora você deve deixar isso pra lá. Filha, você é forte e não deve gastar suas forças comigo. - Sorri. - Deve gastar com seus amigos.

– Mas... - Diz com a voz tremula.

– Eu te amo, filha. Tome cuidado daqui em diante.

– Não vá...

– E fale para aquele imortal que eu fico devendo uma para ele. - Falava do Sieghart.

Elesis até olharia confusa, porém estava tão quebrada por dentro que nem estranhou o que seu pai disse.

– Adeus, querida. Boa sorte.

A ruiva arregalou os olhos. Se levantou do chão outra vez e correu na sua direção. Pulou contra seu pai, sabendo que não o alcançaria a tempo. Quando ia abraçar seu corpo, ele sumiu em milhares de pedaços de luz. Os olhos de Elesis se esvaziaram ao sentir que não tocava em nada. Caiu direto no chão, outra vez.

Ainda no chão, tentava pegar as luzes que voava ao seu lado. Quanto mais pegava e a luz se apagava em sua mão, mais Elesis ficava desesperada. Faria de tudo para trazer seu pai de volta, mesmo que precisasse pegar aquelas luzes.

– Não... Não! - Grita ao ver que não conseguia pegar nada.

Bateu com a testa no chão. Começou a chorar alto, como se tirasse tudo que tinha no peito. Sentia que seu peito ia estourar a qualquer momento. Não havia mais nada em sua mente além de seu pai morte. Tudo que queria era vê-lo novamente, e que a dor em seu coração parasse.

Por que se sentia tão incompleta?

– Elesis.

Ficou soluçando por um tempo até perceber que alguém a chamava. Sentiu tocarem em seu ombro, assim levantando o corpo e dando um tapa na mão que a tocou. Olhou furiosa para Lass, que ficou confuso pelo o que ela fez.

– Não toca em mim. - Fala Elesis zangada.

– Você ia morrer se eu não fizesse nada. - Diz Lass.

– Mesmo assim. - Limpa as lágrimas que restavam em seu rosto. - Eu podia salvá-lo.

– Não, você não podia.

Ignorou o que o ninja disse e começou a levantar do chão. Teve bastante dificuldade, até Lass a segurar pelo o braço e a erguer. A ruiva se soltou do rapaz quando ficou de pé.

– Que estraga prazeres vocês são. - Diz alguém.

Os dois se viram ao ouvirem isso. Sentem o corpo estremecer quando se depararam com Grandiel, que não parecia nada satisfeito.

– Grandiel. - Fala Elesis com a voz arrastada de raiva. Fechou os punhos e tentou se controlar para não correr na direção do loiro.

– Eu realmente achava que você ia morrer para o seu papai. - Debochava o rapaz. - Até aparecer você. - Olha para Lass sério.

– O que você ganha revivendo os outros? Rindo da nossa desgraça? - Pergunta o ninja do mesmo jeito.

– Muitas coisas. Diversão é uma delas. - Volta a sorrir de uma maneira irritante.

Elesis tentou andar na direção do loiro, porém parou quando sentiu suas pernas doerem.

– De qualquer jeito! - Eleva a voz Grandiel. - Tô cansado de ver você estragando minhas brincadeiras, Lass. - Estica a palma da mão na direção de ambos. - Acho melhor acabar com vocês dois de uma vez.

Parecendo um dos poderes de Sieghart, Grandiel invoca espadas, milhares dela. Em um simples mover dos dedos, as lâminas voam na direção dos dois.

Elesis arregalou os olhos ao ver as espadas voando em sua direção, e ela poder fazer nada. A ruiva tentou corre, mas acabou caindo outra vez no chão. Começou a xingar suas pernas naquele momento, porém nem teve tempo para isso quando viu as espadas irem na sua direção. Ia fechar os olhos, mas ficou olhando quando viu Lass entrar na sua frente. O ninja pegou sua katana e começou a rebater as lâminas para longe.

Lass era rápido, percebeu Elesis. Ficou aliviada ao ver o rapaz rebater a última espada que veio na direção deles.

– Como você é fortinho. - Menciona Grandiel em deboche. Ergue a mão outra vez, porém invocando esfera de energias. - Seria uma pena se alguém acabasse com isso.

O loiro sorriu e disparou as esferas brancas contra eles. Lass sabia que não conseguiria rebater aquilo, então guardou sua katana na bainha e correu na direção de Elesis. A pegou no colo e começou a correu.

– Lass, assim você vai ser -- Elesis para de falar quando era tarde demais.

Arregalou os olhos ao ver um raio atravessar o ombro de Lass. Viu a expressão de dor que o ninja fez, aquilo tinha feito um buraco onde acertou.

– Lass, pare! - Grita Elesis ao ver outra esfera o atingir nas costas. - Você vai morrer assim! - Fala desesperada.

Perdeu a noção de quantas esferas foram acertadas no albino. Apenas percebeu que ele estava no limite quando os dois caíram no chão. Elesis rolou algumas vezes, mas dando tempo de parar e ver Grandiel preparando mais esferas para atingir.

Na sua frente estava Lass caído, com muitas feridas em seu corpo. O rapaz cuspiu um pouco de sangue, tentando controlar sua respiração ofegante. Mas mesmo estando naquele estado, Lass se levantou e olhou para Grandiel.

– Own, que bonito. - Diz o loiro. Preparou só mais uma esfera. - Será que aguenta mais uma?

Grandiel disparou a última esfera na direção do ninja. Lass permaneceu no lugar, pois sabia se saísse pegaria em Elesis. Bem, não dava nem tempo de fugir por causa da velocidade que a esfera de energia vinha. Iria pegar na cabeça do rapaz, o matando de uma vez desse jeito.

– Não! - Gritou Elesis ao empurrar Lass para o lado.

Tinha conseguido se levantar a tempo de correr na direção do ninja e o empurrar para longe da esfera. Infelizmente, não deu tempo para Elesis.

Cuspiu mais sangue ao sentir a esfera atingir seu ombro. Tinha feito um grande estrago quando Elesis viu. A ruiva caiu direto no chão após receber o ataque.

– Oh. - Se surpreende Grandiel. - Não esperava que você fizesse isso. Bem, vejo que morrerá de qualquer jeito, então por quê não deixar que sofra até lá? - Rir. - Até lá, Elesis. - Acena.

A ruiva olhou irritada, esquecendo a dor que sentia. Se levantou e correu na direção do loiro, preparando os punhos até lá. Queria soca-lo, mata-lo e muitas coisas há mais.

– Eu vou te matar! - Grita furiosa.

Quando ia acertar Grandiel, ele some em um piscar de olhos. Socou o ar e caiu direto no chão. Ralou um pouco os braços, novamente, mas nem ligava para isso.

– Desgraçado! - Grita Elesis enquanto olhava em volta. - Vou matar você, ouviu?! Vou acabar com a sua raça!

Bufava irritada. Sentia o sangue esquentar, ficando mais quente cada vez mais que pensava em Grandiel. Porém, seus pensamentos são interrompidos quando ouve uma tosse.

Virou para trás e viu Lass ainda caído no chão. Ele estava muito mal.

– Lass! - Grita preocupada.

Correu na direção do albino, se abaixando ao se aproximar. Percebeu que o rapaz estava muito mal mesmo. Havia milhares de ferimentos em seu corpo, todos muitos grandes.

– Você tá bem? - Pergunta Elesis. - Não vai morrer, né?

– Não, eu tô bem. - Diz com a respiração ofegante. - Só me dá um tempo.

– Eu vou ir busca ajuda, espera aí! - Quando vai se levantar, Lass a segura pela a mão, a impedindo. Olhou confusa. - Que foi?

– Não fique longe de mim. - Pede Lass. - Ele pode voltar.

– Grandiel não vai voltar, relaxa. - Abri um pequeno sorriso. - E você nem tem condição de levantar, então deixa eu cuidar de você.

O albino deu de ombros.

– Depois disso tudo, vamos tirar uma folga. - Falava Lass. - Que tal um dia na praia? Seria legal.

Elesis deu uma pequena risada com o que o rapaz disse. Estava dizendo bobagens, pensou a ruiva. Mas ela acabou confirmando de qualquer jeito.

– Sim, nós vamos. - Se levanta, mas sem Lass a segurar dessa vez. Esticou a mão para o rapaz. - Vem, vamos juntos procurar ajuda. É melhor não deixa-lo aí.

Com um pouco de esforço, Lass segura a mão de Elesis e se levanta pela a ajuda dela. Ficou de pé, mas demorou um pouco para poder dar alguns passos. Seu corpo doía o suficiente para o mesmo fazer uma careta.

– Consegue andar sozinho? - Pergunta a ruiva.

– Sim, eu consigo.

– Bem, então vem.

Elesis andou na frente, logo Lass vinha atrás em passos lentos. Como o ninja, a ruiva sentia muita dor em suas feridas, principalmente no ombro. Colocou a mão no local, fazendo uma careta ao tocar.

– É até uma boa ideia a gente ir para praia depois disso tudo. - Menciona Elesis. Olhou para Lass e depois para frente novamente. - Um dia sem nada para se preocupar, nada para lutar ou se machucar. Já tô cansada disso tudo.

O albino resmungou algo, mas Elesis continuo a falar.

– Ia ser tão legal chamar todos para um dia de folga. Se bem que nunca tivemos uma folga desde que a Grand Chase foi formada. - Falava pensativa. - Sempre tinha a Lothos para acabar com a nossa diversão, aquela sem graça. Mas agora somos livres! Isso mesmo, livres. - Não ouviu Lass dizer nada, que parecia ser estranho até mesmo para ele. Parou de andar e olhou para trás. - Lass?

Se assustou um pouco ao ver o albino na sua frente, com os braços esticados para o lado. O mesmo parecia se conter de dor pela a sua expressão fechada. Olhou para a ruiva e tentou dizer algo, mas não conseguiu. De repente, o corpo do ninja cai sobre Elesis, que o segura com os dois braços.

– La-Lass?! - Chama Elesis preocupada.

Quando deu vista para as costas do rapaz, arregalou os olhos. Tinha uma espada enfiada em Lass, que parecia bem profunda. A ruiva não sabia o que fazer ao ver aquilo.

– Desculpa, eu esqueci de entregar um presente para vocês!

A ruiva olha rapidamente na direção da voz. Viu Grandiel novamente.

– Isso não acontece mais, foi mal! - Diz o loiro antes de sumir como da outra vez.

Quando Grandiel sumiu, a espada que estava em Lass sumiu também, assim fazendo o sangue sair mais da ferida. O corpo do rapaz começou a ficar mais pesado ainda, o que dificultava até mesmo para Elesis, pois a ruiva estava com suas feridas ainda.

Lentamente o colocou no chão. Ficou ao seu lado ajoelhada, tentando entender o que tinha acabado de acontecer. Parece que Grandiel tinha voltado e arremessado aquela espada na direção da ruiva, porém o ninja percebeu a tempo e acabou se jogando na frente.

Seu sangue não ferveu dessa vez, ficou gelado ao ver seu amigo daquele jeito. A respiração de Lass estava muito fraca, e sua expressão vazia.

– Fi-Fica aí, eu vou procurar ajuda. - Diz Elesis.

Como da outra vez, Lass a segurou pelo o pulso, porém com muita fraqueza. A ruiva olhou preocupada, pois já sabia qual seria o resultado daquilo.

– Não dá tempo. - Diz Lass com a voz arrastada. - Fique aqui, comigo.

– Eu tenho que achar alguém para te curar! - Falava desesperada. - A Lire pode fazer alguns curativos e a Arme te curar. Só tenho que acha-las.

– Elesis, não se iluda. - Pede o rapaz com muita dificuldade. - Não adianta mais.

– Não, adianta sim! - Pegou a manga do seu casaco e rasgou, nem si importando se aquela roupa era cara ou não. Pegou o tecido e colocou sobre o ferimento de Lass, manchando o pano de sangue. - Já basta meu pai, agora você também não! Eu vou te salvar, pode deixar!

Tentava parar o sangramento, porém não adiantava. Começava a entrar em desespero quando sua mão começava a se sujar pelo o sangue de Lass.

– Pare, por favor. - Diz Lass. - Não adianta, Elesis.

– Adianta sim! - Grita. - Você não vai morrer. Vo-Você não vai...

Parou de falar quando começou a soluçar. Seu rosto começava a se sujar pelas as lágrimas novamente. A dor que sentia antes tinha voltado. Parece que tinha voltado o momento em que viu seu pai. Tudo doía.

Sentiu uma mão passando em seu rosto, limpando as lágrimas. Olhou para Lass e viu o rapaz tirando as lágrimas de seus olhos.

– Não chora. - Fala o ninja. - Não quero termina minha vida vendo você chorar.

A ruiva apertou os lábios e concordou. Fez o possível para segurar as lágrimas.

– Me desculpa. - Começa Elesis. - Você vai morrer por minha culpa, quer dizer, tudo que aconteceu com você foi por minha culpa. Não queria que terminasse assim.

– Não me arrependo. - A ruiva olha surpresa. - Se não fosse por você, eu ainda estaria com Cazeaje ou em um lugar pior. Então não se sinta culpada.

– Eu só fui um peso morto.

– Não, não foi. Pare com isso.

Elesis olhou para os próprios punhos. Estavam sujos de sangue e machucados. Os fechou, lembrando de Grandiel.

– Posso te fazer uma pergunta? - Fala Lass.

Elesis olhou para o mesmo, assim se acalmando um pouco.

– Fala.

– Você não é nossa Elesis, né?

A ruiva ficou sem expressão e sem palavras. Sentiu sua respiração parar por alguns segundos.

– O que? - Pergunta ela. - Como assim?

– Você age diferente, pensa diferente... Não é a nossa Elesis.

A espadachim apertou os dentes com força. Estava encurralada. Fechou os punhos outra vez, porém abaixando o rosto, o escondendo sob a franja. Não queria olhar para Lass depois disso tudo.

– Bem, eu sou a Elesis, mas não desse tempo. Sou do passado. - Continuava a falar sem olha-lo. - Grandiel do meu tempo me jogou aqui.

– Por que não contou para gente?

– Eu não sei, só não quis. Achei que vocês pensariam que eu estava mentindo ou algo do tipo, então eu preferi ficar calada. E também, quis consertar as coisas nesse tempo. - Suspira. - Eu menti para você e para todos, me desculpe. Se quiser sentir raiva de mim, eu entenderei.

Sentiu Lass tocar em sua cabeça. Levantou o rosto confusa e olhou para o rapaz.

Ficou surpresa ao vê-lo sorrir.

– Tá tudo bem. - Fala Lass. - Você continua sendo a Elesis que a gente conhece.

– Mas não desse tempo.

– De qualquer jeito, obrigado por ter me amado, mesmo não sendo a Elesis desse tempo.

Iria chorar.

– Me desculpe, eu queria muito poder ter contado. - Dizia sem jeito. - Eu não pude retribuir os sentimentos que você tem por mim, mas saiba que a Elesis desse tempo gosta mesmo de você.

Lass pareceu ficar feliz em saber disso, percebe a ruiva. Ele continuou a passar a mão em seu cabelo.

– Elesis nunca disse que gostou de mim. - Menciona Lass. - Quer dizer, ela nunca conseguiu dizer "Eu te amo" ou "Eu gosto de você". Mesmo assim, eu gostava dela.

Agora Elesis entendia o porquê de Lass ter ficado surpreso quando ela disse que gostava dele. A Elesis daquele tempo não tinha coragem de admitir, como ela. A entendia, de alguma forma.

Iria chorar.

– Obrigado por tudo. - Diz Lass.

– Não precisa agradecer! - Olhou desesperada. Precisava fazer algo. - Por favor, aguente mais um pouco!

– Eu te amo. - Diz Lass ainda com um sorriso no rosto.

Fechou os olhos. Seguraria as lágrimas que estavam vindo, as seguraria de algum jeito. Os soluços que vinham se calaram. Não iria chorar.

A mão que estava em sua cabeça começa a deslizar, caindo no chão. Elesis abriu os olhos nesse instante. Olhou para Lass e viu o mesmo com os olhos fechados, sem expressão alguma.

– Lass... - Chama Elesis.

Segurou sua mão. Não tinha pulso. O tocou no ombro, o chamando desse jeito. Mas Lass não respondia.

– Lass! Para de brincadeira!

Iria chorar.

– E-Eu também te amo. - Falava aquilo pela a Elesis desse tempo. - Vai, acordar.

Segurou firme a mão do albino. Estava ficando gelada.

– Você disse que íamos para praia depois que tudo isso acabasse! - Grita nervosa. - Íamos nos divertir, tomar uma folga para variar. Então acorda logo e me ajuda com tudo isso, idiota! - Não ouviu resposta. - Por favor... Acorda.

Ele não acordou.

Elesis percebeu que não havia luzes saindo de seu corpo como o de seu pai. Não havia nada. Havia escuridão, mas não tinha uma se quer luz. Nenhuma. Tudo tinha se apagado. Estava escuro.

Estava chorando.

Tudo é tão fútil.


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Notas finais do capítulo

Review?
*E o prêmio de personagem mais f*dido vai para... Lass! Yeeeiiiiii! É, já perceberam que eu gosto de botar os personagens para sofrer, principalmente o pobre do Lass... Tenho problemas, eu sei.
*O placar de gente morta até agora é três, com chance de aumentar ou não.
*O próximo capítulo é o penúltimo da fic, e o outro o último! É, tamo no fim :3
*Próximo capítulo eu termino as lutas que tem para terminar, ok?