Continuava a olhar a verdinha, que estava com seu olhar assustador. Mas logo abaixa a cabeça, deixando de encarar a ruiva.

– Ta bom. - Fala Elesis se recompondo. - Pode começa a explicar.

– Você realmente não se lembra do que aconteceu? - Perguntava para confirmar.

– Eu tenho cara de saber alguma coisa?

– Tem cara de assustada. - Começa a andar até a saída. - Vamos conversa, mas não aqui.

A ruiva deu uma risada daquela piada, mas uma risada forçada.

– Eu não tenho medo. - Se gabava.

Deu uma última olhada para a paladina. Porém se assustou novamente com a cara que a verdinha fazia. Voltou a olhar pra frente e seguiu o albino. Após sair do local fecharam o portão de ferro, e o mesmo paladino que acompanhou eles fechou o portão usando uma magia para selar.

– Felizes? - Pergunta o senhor.

– Claro que não. - Diz Elesis. - O que diabos aconteceu com ela?! Que eu saiba, a Holy tem poderes da luz e não das trevas!

– Onde está os equipamentos da Holy? - Perguntava Lass, ignorando totalmente a ruiva.

– Eu os guardei. Me acompanhem. - Segue em frente.

Lá foram novamente seguir o senhor pelos os grandes corredores. No mesmo andar, chegaram numa sala grande e bem decorada. Havia armas de paladinos na parede, usados como decoração.

– Tentamos o máximo para tirar isso. - Dizia o paladino indo até um pilar de tamanho médio. - Mas não conseguimos.

Sobre o pilar estava o martelo que Holy usava. O senhor segurou a arma, com uma facilidade, e deu para a espadachim.

– O que o martel -- Ao segurar sente um grande peso, que acaba deixando o martelo cair no chão. - Ele é bem pesado.

– Deixe-me ver. - Pegou o martelo das mãos da ruiva, e levantou com uma facilidade.

– Por que sou a única que não consegue levantar a droga desse martelo? - Pensa Elesis triste.

– Olha. - O albino aponta para uma parte da arma.

O equipamento estava rachado e acinzentado. Em uma lado estava uma mancha escura, que era óbvio que não era sujeira. Elesis curiosa, aproxima a sua mão até a mancha escura mas antes que tocasse senti uma magia negra naquele local.

– Nem mesmo o martelo conseguimos concertar. - Menciona o rapaz. - Parece que tudo que estava na Holy foi afetado.

– Quer me dizer logo o que tá acontecendo? - Pergunta Elesis irritada.

– Tudo bem. - O albino se senta num sofá. - Vou te dizer desde o começo.

– Que bom. - Se senta em outro sofá a frente. - Conte-me tudo. - Diz séria.

– Bem, isso aconteceu após derrotamos Astaroth. Sieg tinha sumido, Mari estava apagada e todos nós cansados de exaustão. E um de nós estava cansado até demais, que acabou liberando uma criatura nada feliz pra gente.

– E esse alguém era a Holy, certo?

– Errado. Esse membro era a... Lin.

Flashback...

Como estávamos no limite, não tinha cura ou algo do tipo para nos ajudar. A única coisa que podíamos fazer era seguir o caminho até achar algo. Até que...

– Está tudo bem, Lin? - Pergunta Amy.

A sacerdotisa tinha caído no chão. A rosada se aproximou dela e esticou a mão para ajudar. Mas Lin não fala nada. Amy estranhando aquilo vira o corpo da morena pro lado. Em meio ao seu peito, saia uma magia escura. E aquela magia se espalhava cada vez mais. E a pobre Lin, estava com uma expressão de agoniada, como se não aguentasse mais aquela dor.

– Ei, Lin! - Se abaixou até ela. - Acorde! O que tá acontecendo?

A gente ouviu os gritos de Amy, então paramos de andar e fomos ver o que tava acontecendo. Quando vimos aquela mancha escura...

– Amy, se afasta dela. - Disse Jin tirando ela de perto de Lin.

– Essa não... - Menciona Holy assustada.

– O que foi, Holy? - Perguntou Elesis.

– O selo está se partindo. Se o selo se partir... - Coloca as mãos na cabeça. - Balltz será libertado!

Não sabíamos que era aquele, ou aquilo. Mas Dio, Rey e Lupus estavam com uma expressão de saber algo.

– O que?! - Grita Rey. - Tá querendo dizer que Balltz despertará novamente?

– Não podemos deixar ele despertar. Temos que fazer algo. - Dio falava sério.

– Simples. É só matarmos ela e pronto, fim de história. - Diz Lupus apontando sua Scarlet para Lin.

– Ninguém aqui vai morrer! - Grita a ruiva. - Matar nunca é a solução.

– Então quer dizer que prefere ver Ernas em destruição, em vez de salva-la? De qualquer jeito alguém vai morrer!

– Sempre há outro jeito!

Ficamos em silêncio. Até que os gritos de Lin aumentaram. Ela tinha piorado. Agora havia tatuagens em sua face, seus olhos ficavam sem cor. E aos poucos ela vai se levantando, mas não era a Lin que levantava e sim a criatura que começava a tomar conta de seu corpo.

– Façam uma barreira para que ela não saia! - Ordenou Elesis.

Ronan que estava com Mari apagada em suas costas, deixou ela comigo para poder ir fazer a barreira. Ele, Arme e Holy fizeram uma barreira com as suas únicas forças que restavam.

– Elesis, pense em algo rápido. - Avisava Arme. - Não sei por quanto tempo nós aguentamos.

– Eu sei! - Estava irritada, era muita pressão pra ela.

Lin já não estava mais consciente, era apenas o monstro no comando. Mas como o selo não tinha se rompido por completo, a criatura estava fraca demais. Porém, tinhas os punhos como arma. Então socava a barreira para que ela se quebrasse, mas é claro que não tinha tanto efeito assim.

– Não temos escolha. - Dio invoca a sua Deathstar. - Temos que mata-la.

– Espere! - Edel entra em sua frente. - Não precisamos sacrificar uma vida para salvar outras. Com certeza Elesis vai pensar em algo.

– Não há tempo pra pensar. - Dio estava nervoso com aquela situação.

– E também não há tempo para discussão! - Entra Rey na conversa.

Não tínhamos uma ideia ainda, na verdade não tínhamos nada. A barreira começava a se partir aos poucos, como um vidro. Não tinha outra escolha, a não ser sacrificar Lin. Mas alguém sabia de uma solução, que levaria a sua vida.

– Elesis, acho que eu tenho uma ideia. - Menciona Holy.

O pessoal pararam de discutir e vou sua atenção para a paladina.

– Que ideia você tem em mente? - Pergunta a ruiva desesperada.

– Bem, Há muito tempo -- É interrompida.

– Vá direto ao ponto, Holy! - Gritaram todos.

– O que eu estou querendo dizer, é que eu posso selar Balltz no meu corpo! E que isso....

Lass tinha parado de contar a história. Só para tomar um gole do chá que o senhor tinha servido. Elesis olhava pra ele com uma cara de não entender o que ele tava fazendo.

– Tá, eeee...?! - Pergunta querendo saber logo o final daquela história.

– Ah, eu tava contando a história. É que esse chá é muito bom.

A ruiva se levanta do seu lugar e se aproxima do albino. Dar um tapa na xícara dele, que vai parar longe.

– Poxa. - Olhava pro chá derramado no chão.

– Continua logo a droga da história. - O puxa pela camisa e cria uma aura demoníaca.

– Tudo bem, eu vou continuar. Ai a Holy disse....

Voltando pra história...

– E que isso pode nos ajudar, não por completo mas pelo menos ele não sairá. - Dizia desesperada.

– Mas Holy. - Lire se prenuncia com uma preocupação. - Isso não custará sua vida?

Ficou quieta, não estava muito a fim de responder aquela pergunta.

– Olha, mesmo eu sendo uma paladina ainda sinto que não me redimi o suficiente nesse mundo. Pelo menos, uma vez, eu quero fazer algo que todos fiquem felizes por isso! - Levanta seu rosto com as bochechas vermelhas e com os olhos derramando lágrimas. - Então por favor! Deixem-me fazer isso, para salvar Ernas desse tormento.

Aquela era a única solução no momento. Não tínhamos outra escolha, era isso ou Lin seria morta. Assim, todos olharam para você, esperando uma resposta.

– O que você vai escolher, Elesis? - Pergunta Lupus. - Matar Lin ou sela a criatura no corpo de Holy?

– Não precisamos fazer isso! - Grita a ruiva. - Podemos deixar esse bicho sair do corpo da Lin, ai nos matamos ele. E ninguém será morto, que tal? - Ficava com u m olhar de esperança.

– E quem garante que nós conseguiremos mata-lo? - Pergunta Dio com a sua foice em seu ombro. - Olhe em volta. Não há outro jeito.

Era verdade. Nunca conseguiríamos vencer Balltz, não nas condições que estávamos. Então sua resposta foi:

– Ok. Faremos isso. - Fala de uma vez. - Holy, espero que você esteja certa.

– Pode deixar. - Fala contente. - Pessoal, se afastem. Ronan e Arme, desarmem a barreira quando eu der a ordem. - Fica séria.

– Certo. - Confirmaram ambos.

A paladina respirou fundo e deu o sinal para que a barreira fosse desfeita. A criatura nem pulou em direção ao pessoal, pois sua atenção foi chamada pelas palavras que Holy ditava.

– Criatura de pura natureza das trevas. - Estava de olhos fechados e segurando o martelo a sua frente, como um cajado. - Hoje você será punido pela sua existência na Terra.

"Lin" sabia do que aquilo se tratava, então partiu pra cima dela. Mas antes que chegasse lá, foi pego por correntes que começam a sair do chão. Junto com um grande símbolo azul que aparecia no chão.

– Como... Se... Atreve? - Dizia o monstro com a sua voz rouca e grossa.

– Concedo-lho o seu julgamento, sacrificando o meu corpo para sela-lo para sempre. Assim, não trará mais sofrimentos há mais ninguém. - Abriu os olhos determinada. - E para finalizar... - Pega o martelo e dar uma girada. - A batida final do martelo, assim acabando com esse tormento!

Holy pegou seu martelo e o bateu no chão. Não conseguimos ver nada, pois houve uma grande iluminação do local. Quando tudo voltou ao normal, apenas vimos Lin caída no chão e Holy ainda de pé.

– Holy, você está bem? - Perguntou Elesis preocupada.

Jin dava apoio para Holy se manter em pé, em quanto Ronan e Amy ajudava Lin que estava apagada.

– Sim. - Estava com uma cara de dor, mas sorria pra disfarça. - Eu estou bem.

Ela parecia está bem mas no fundo estava sofrendo.

Assim, Lass termina de contar a história.

– Mesmo que ela conseguisse manter Balltz dentro do seu corpo, um dia ela não aguentaria mais. Diferente da Lin, Holy não tinha os poderes de Agnecia dentro do seu corpo, que era isso que fazia Balltz ficar adormecido. Mas se passou o tempo, e Holy acabou ficando fraca e os poderes das trevas dominando seu corpo. Até ela ser o que é hoje.

Elesis se levanta do sofá, ela estava com uma expressão de magoada. Lass entendia o que aquilo significava.

– Elesis, não se sinta... - É interrompido.

– De novo! - Grita furiosa. - De novo culpa minha! Até o que aconteceu com a Holy foi por minha culpa, porque eu deixei ela fazer isso. Porque fui eu que fui uma idiota em ter dado a ordem! Com certeza teria outro modo para salvar as duas, mas eu não pensei. - E novamente aquele sentimento de culpa vinha em Elesis.

– Pare de se culpar! - Gritou mais alto o albino, chamando atenção da ruiva. - Ficar se culpando não vai adiantar de nada. Holy precisa de sua ajuda, e você só fica colocando problema pra você mesma. Agora, erga o seu rosto e vá fazer o que deve ser feito.

Elesis pensou sobre aquilo. Era verdade, ficar reclamando não ajudaria Holy em nada. Então a ruiva foi em direção a porta.

– Vamos lá. - Mostra um sorriso confiante. - Vamos ajudar um companheiro de equipe.

Assim vão em direção aonde Holy estava. Mas antes, levavam o martelo dela com eles. Pra que? Apenas fazer a verdinha voltar.

***

Em algum lugar, ainda, em Ernas...

– Mas eu só me meto em furada andando com vocês! - Fala Edel irritada.

Em uma floresta. Lá estava Edel, Zero, Grandark e Eclipse correndo como se não houvesse amanhã. Estavam desesperados e com as roupas bagunçadas e sujas, até com alguns arranhões em suas faces. E bem atrás deles, os perseguindo, estavam uma criatura bem grande que parecia um tigre roxo. E o "tigresinha" não parecia nada contente.

– Por que vocês não avisaram que tinham guardiões nesses portais?! - Pergunta Edel.

– Foi mal, a gente esqueceu. - Diz Grandark.

– Idiotas! - Dar um soco na espada.

– Está bem a nossa frente. - Menciona Zero, bem calmo pra situação. - Só mais um pouco.

Assim conseguiram sair da parte daquela mata e árvores, e irem par uma área mais livre. Porém, bem as suas frente havia um grande desfiladeiro.

– É bem ali! - Diz Zero. - Vamos!

O andarilho pega na mão de Edel e a puxa até aquele buraco sem fundo.

– O que?! - Fica desesperada. - Tá de sacanagem que a gente vai pular ali?! - Não acreditava que aquilo iria acontecer.

Nem deu tempo de responder. Ambos pularam no desfiladeiro. Entraram naquela escuridão profunda, e logo um portal roxo vai aparecendo naquele fim. Até que entraram nele, partindo para uma outra dimensão.

***

Elesis já tinha chegado no salão onde Holy estava presa. O paladino que acompanhava ela abriu o portão, mas ele desconfiava de eles terem levado o martelo da verdinha.

– O que vocês irão fazer com ela? - Pergunta ele preocupado.

– Vamos trazê-la de volta. - Diz a ruiva confiante.

A espadachim estava com o martelo de Holy. Então o arrastava pelo chão, indo em direção a paladina. Holy já tinha percebido a presença de Elesis, então já a olhava seriamente.

– Holy. - Chama Elesis, já na frente dela. - Eu sei que você está ai dentro. Então, aguente um pouco.

Segurou o martelo com toda força que tinha. Em seguida acerta a cara da verdinha com a própria arma dela. Se não fosse pelas correntes, o corpo dela sairia voando por aquele lugar. O paladino quando viu Elesis acertando em cheio a Holy quase entrou em pânico.

– O que você tá fazendo com ela?! - Começa a andar até a ruiva, mas Lass o segura para não ir. - Vocês vão matar ela com isso!

– Relaxa. - Diz o albino sério. - Não vamos mata-la.

Como se simples palavras fosse acalma-lo. Mas Elesis continuaria os ataques de qualquer jeito.

– Ele... - Sussurrava Holy. - Sis.

A ruiva por um momento para os ataques com o martelo. Olha esperançosa para a garota.

– Ele... Sis. - Continuava a sussurrar.

A verdinha levantou o rosto. Mostrando o seu rosto todo machucado por causa das marteladas.

– Holy! É você?

Não conseguia responder. Seus olhos de vermelhos mudavam para azulados, mas a cor avermelhada voltava de qualquer jeito. Até que Balltz fica no comando novamente. Tenta acerta outro chute em Elesis. Mas a ruiva desvia, e em seguida o acerta outra martelada.

– Desista droga! - Gritava Elesis irritada. - Deixe a Holy em paz.

A espadachim via que não adiantaria muito brigar com ele. Então continuou a atacar com o martelo. Era até agonizante de ver Holy daquele jeito, e ouvir os gritos de dor.

– Já chega! - Grita o paladino. - Ficar espancando ela não vai adiantar de nada.

– E ficar olhando ela também não vai adiantar de nada. - Rebate Elesis. - Pelo menos eu ainda tenho esperança que ela ainda esteja viva!

Não respondeu, preferiu ficar em silêncio. Já Lass observava concentrado, estava pensando em algo.

– Elesis, já está bom. - Diz o albino.

– Hum? - Olha confusa. - Por quê? Eu to quase tirando esse Satangoss de dentro dela!

– Ele tem razão, não adianta fica batendo nela. Balltz pode ficar fraco, mas Holy está sentindo as dores também. Lembre-se disso. - Se aproximava das duas.

– Então o que a gente faz? - Bota o martelo de lado.

– Bem, para curarmos a Holy vamos precisar de outra pessoa pra isso. - Se abaixa até a verdinha. - Primeiro vou chamar Arme pra ela dar uma analisada nisso. Depois a gente segue meu plano. - Passava a mão sobre o rosto da paladina, assim sumindo os machucados dela.

– Que plano?

– Depois eu te conto. - Se levanta. - Agora, é melhor irmos. Assim teremos mais tempo para pensar. - Começa a andar até a saída.

A ruiva ficou pensativa sobre aquilo. Mas acabou seguindo o albino, e levando o martelo junto com ela.

– Sim, é melhor nós irmos. - Fala um pouco triste pelo fato de Holy está do mesmo jeito.

Estavam quase atravessando o portão, até que alguém os chama.

– E quem disse que eu vou deixa vocês irem? - Falava "Holy".

Ambos olharam para ela, mas logo arregalam os olhos. A paladina tinha se levantado por completo, agora puxa as duas correntes que estavam em seus braços.

– Fiquem e se divirtam comigo. - Mostra um sorriso sádico.

As correntes se quebram, ficando apenas uma parte grande ainda em seu braço.

– Ai, ai. - Diz Lass um pouco sério, e já segurando a sua katana. - Tinha medo que isso acontecesse. - Começa seguir em direção a garota.

– O que? - Pergunta Elesis surpresa. - Você vai lutar com ela mesmo?

– Fazer o que, né? - Girava os braços, se exercitando para lutar. - Faz tempo que eu não luto com alguém que chegue ao meu nível.

O paladino que via aquilo foi logo fechando o portão e o selando. Se Holy fugisse, seria um caos. Mas Lass poderia impedi-la, mas o problema seria se Elesis não conseguisse seguir o ritmo...

Ambos se olharam e mostraram aquele sorriso de desafiadores. E que comece a luta.