It Will Rain escrita por Queen


Capítulo 1
One.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem :3



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P.O.V Annabeth

Acho desnecessário dizer, mas eu odeio mudanças.

Por quê? Porque tudo aquilo que um dia foi meu fica para trás toda santa vez em que me mudo.

Eu já estava acostumada a mudar de cidade, estado, até mesmo país. Mas como eu e meu pai ficamos cerca de três anos em São Francisco, eu acreditava que pela primeira vez pertencia a algum lugar; tinha amigos, estava namorando com o Luke, tudo estava perfeito, mas aí... Punf, foi tudo por agua abaixo quando meu pai me deu a noticia de que eu precisava morar em Manhattan com uma Tia cujo nem sabia que existia, enquanto ele iria continuar em São Francisco.

O motivo da mudança? Adivinha? Você deve achar que foi porque eu fiz alguma besteira ou algo do gênero, mas não foi nada disso. Ele chegou com uma história de que São Francisco não era segura para mim, que coisas estranhas estavam acontecendo lá.

Devo dizer que: quem é estranho é ele.

Não acreditava que aquilo estava acontecendo, mas a Hera, melhor dizendo; vaca da minha madrasta tinha o prazer de me lembrar disso de cinco em cinco minutos. Eu já estava enlouquecendo quando chegamos na porta do aeroporto, esperamos até a chamada começar.

“Senhoras e Senhores do vôo 75366, destino Manhattan, será em 7 minutos. Tenham uma Boa Tarde.”

A voz da aeromoça ainda zunia meus ouvidos. Estava torcendo para acordar e perceber que tudo isso era um pesadelo, mas o mundo não é uma fabrica de realização de desejos, pois é.

– Filha, porque você não vai logo agora? – meu pai diz com uma voz mansa – deposita suas bagagens, entra no avião e não se atrasa? É melhor do que ficar esperando as próximas chamadas.

– Porque não.

Não sou tão dura assim, mas hoje estou em exceção.

– Frederick, ela não quer ir porque quer ficar esperando aquelas aberrações – já falei que minha madrasta é uma Hera? Pois é. – que ela insisti em chamar de amigos, eles são um mal exemplo para a sociedade.

Mulherzinha legal pro meu pai arranjar visse?

– Cala a boca. – minha voz sai mais rouca que o normal. – não lhe perguntei nada.

– Annabeth... – meu pai diz franzindo o cenho – Não fale assim...

– Meu amor, eu não me importo – O tom de voz dela muda para algo grave. – Querida. Eles. Não. Vão. Vir. E aquele seu namorado de meia tigela nem se importa se você está indo embora ou não.

Eu já ia soca-la quando algo chama minha atenção.

Aquela criatura com cabelos castanho liso comprido, andando desleixadamente com uma blusa do Nirvana só podia ser a....

Julyanne! – gritei a pleno pulmões, alevantando as mãos e deixando minha mochila com livros cair. – Julyanne sua tapada, aqui!

Ela se virou e arregalou os olhos com um sorriso. Havia mudado a armação dos óculos, inveja matando, pois é. Veio em minha direção abrindo os braços e eu a abracei forte.

– Annie... – ela massageava meus cabelos – eu vou sentir sua falta.

– Eu também princesa.

Ela se afastou e me olhou. Eu tinha lagrimas nos olhos, conheci a Jubs assim que me mudei e puxa, ela era uma das únicas pessoas que me suportava, mesmo sendo bem estranha as vezes, ela sempre seria minha amiga. Ok, vamos parar de melação.

Foco-me em olhar para ela, mas ao olhar á sua frente vejo Sam, Charles, Thiago, Clarisse e Luke me estudando atentamente.

– Oh Meu Deus! Eu pensei que vocês não iriam vim!

– Claro que vimos Beth! – Lembrando que: eu odeio esse apelido, mas Clarisse se diz me chamar assim por “carinho” – Somos seus amigos, ouch.

– Está vendo megera – digo me virando para a coisa insuportável atrás de mim – eles vieram, agora chupa.

– Annabeth! – meu pai me repreende tão alto que meus pés se obrigam a andarem para trás. – Peça desculpas!

– Mas...

– Sem mas.

– Está bem. Desculpa.

– Desculpada minha flor, eu sei que você é um amor de pessoa...

Não sei se já citei antes, mas ela fica completamente diferente na companhia de outras pessoas, e eu odeio isso, argh.

– Awn Titia, você sabe que eu te amo...

Ela já iria vir com falsidade e jogar no mesmo modo que eu quando sinto uma mão fria em minha cintura.

– Annie, pare com isso. Faltam três minutos para seu embarque e você vai continuar com essa palhaçada?

Luke sabia me fazer calar a boca. Encaro suas órbitas.

– Desculpa, você está certo.

Ele se aproxima mais, brincando com as mechas que caem sobre meu rosto e então me beija intensamente.

É estranho beija-lo. Não que eu esteja reclamando, mas é porque ontem nós terminamos por eu se mudar e não saber quando voltar. Não queria que ele ficasse preso a mim, ele merece conhecer novas pessoas, merece viver.

Poderíamos ter ficado assim para sempre, mas de tanto ouvir as pessoas pigarrearem ao meu redor fui forçada a se afastar dele.

“Senhoras e Senhores, o vôo para Manhattan se iniciará daqui a instantes. A fila se entrega das passagens é na ala c. Tenham uma boa viajem.”

Então as chamadas começam.

Fecho os olhos respirando fundo. Um. Dois. Três. Inspiro e os abro novamente.

Dou um abraço grupal em Charles, Thiago, Sam e Clarisse. Depois indo até o meu pai.

Ele hesita, pensando no que fazer, mas antes que ele fale algo eu me jogo em cima dele, o apertando contra o corpo, ele afaga meus cabelos e então decido me soltar para não chorar.

Caminho até minha madrasta, ela está rígida. Pensei que estaria com os braços abertos, sorrindo para transmitir sua falsidade e felicidade por se livrar de mim. Mas o que eu vejo é ao contrario, e antes que eu possa raciocinar alguma coisa ela me abraça e depois sussurra:

– Eu sei que você me odeia e sei que te dou todos os motivos para isso, mas eu vou sentir a sua falta e espero que você seja feliz.

Tem tanta sinceridade na sua voz que meu pesadelo está virando sonho, acho.

– Eu também vou sentir sua falta.

Não é mentira, juro, mesmo ela sendo a megera que é ela vai fazer falta.
Abraço Luke sem dizer nada e então me viro para a Jubs.

Ela está com a cabeça baixa. Nunca pensei que despedidas fossem tão dolorosas assim, que dizer adeus machucasse tanto.

– Lembra quando a gente se conheceu? – ela pergunta olhando para o chão. – Foi real né?

Sorrio. Eu nunca se esqueceria do dia em que nós nos conhecemos, eu estava no corredor da escola quando nos esbarramos, e como ela estava com um suco de laranja na mão, acabou se molhando toda e manchando sua blusa do Arctic Monkeys.
Ela queria me bater, me xingou, nossa... eu a achei tão chata e metida. Mas a partir do dia que ela disse que gostava de Imagine Dragons acabamos virando amigas. Estranho, eu sei.

– Claro que sim.

– Pois é, parece que foi ontem... – ela alevanta o rosto e me encara – eu vou sentir muito a sua falta, você sabe.

– Sim, eu sei, eu também.

Nós nos abracemos e então peguei minha bagagem.

Daqui a algumas horas eu vou estar em Manhattan, engraçado que sempre foi meu sonho ir para lá, por causa das esculturas e lá é lindo, mas não esperava que iria ser justo em uma época em que eu finalmente me sentira confortável em algum lugar.

Entro no avião e a comissária avisa que já iremos decolar.

É hora de partir.


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Notas finais do capítulo

reviews?