Arisen escrita por Kuroyomi


Capítulo 6
Andarilhos... Odeio esses caras!




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Na mesma manhã, foi Rook que tive que acordar Arya e Lyon.

Estranhamente, os dois haviam dormido no mesmo quarto, na mesma cama.

— Oe... — Rook cutucou os dois com seu cajado. — Acordem vocês dois...

— Hã... ah? — Lyon foi o primeiro a arriscar a abrir os olhos, levantou-se e esfregou os olhos, Arya acordou logo em seguida.

— Parece que vocês fizeram mais do que conversar ontem a noite, não é? — Rook brincou, acariciando a longa barba branca. — Eu nunca esperaria isso de você, Lyon, muito menos de você, Arya.

Arya e Lyon se entreolharam e coraram juntos.

— Hohohoho! — Rook saiu do quarto rindo. — Arrumem-se e preparem o quem tem que levar, partiremos daqui a pouco.

O casal esperou que Rook saísse do quarto para se acalmarem.

— O que foi isso? — Arya perguntou.

— N-Nada... Só m-mais um velho querendo confundir as cabeças de duas crianças.

— Não... O fato de... Termos dormido juntos... — Ela corou mais do que já estava.

— Ahh... — Lyon corou também — Eu não lembro... M-Mas... Não deve ter sido nada de mas...

— É. — A garota concordou, querendo encerrar o assunto por ali.

Não durou mais de uma hora para que Lyon corresse até sua casa e buscasse uma mochila grande, dentro dele, nada além de roupas e partes de armadura, arcanos não usavam armaduras pesadas, normalmente, só ombreiras e alguma placa de metal protegendo o coração. E um item essencial que não poderia deixar de levar é claro, era sua espada.

Logo estavam reunidos no portão norte da cidade, Rook esperava junto a Arya a chegada de Lyon. Uma carruagem de caravana estava postada fora dos portões.

— Você demorou. — Rook advertiu.

— Desculpe, estava pegando o essencial... Mas vamos, não deve ter demorado tanto assim...

— Duas horas. — Rook e Arya falaram juntos.

— M-Mas... — Acabou por suspirar, e ao levar o papo mais adiante. Jogou sua mochila na carruagem e, em pouco tempo, já estavam na estrada.

Quem conduzia os quatro cavalos era Rook, Lyon e Arya iam dentro da carruagem. Era uma típica carruagem de mercador, sem acentos, apenas uma lona e alguns arames para proteger a mercadoria do sol, era bem espaçosa e dava para se dormir lá dentro.

— Lyon... Sobre as coisas essenciais que você demorou para pegar... — Perguntou Arya, apenas por curiosidade.

— Ah... Runas...

— Achei que só pudesse usá-las na hora...

— E podem... Mas elas demoram muito tempo para fazer, enquanto você desenha, seu inimigo te dá uma espadada no coração. É melhor deixar runas prontas para usá-las depois...

— HAHAHAHA! — Rook riu lá na frente. O casal dentro da carruagem tomou um susto. — Seu pai tinha razão em fazer você ser o guardião da Arya.

— Por quê? — O garoto corou um pouco.

— Estratégias bem elaboradas e boa preparação antes do combate. Ouvi rumores de que foi você quem formulou a estratégia para derrotar aquele troll.

— ... Rumores são rumores... — Inflou as bochechas, irritado.

Arya riu da cena.

— Para onde nós estamos indo? — a garota perguntou.

— Uma cidade no norte, nas montanhas, precisamos achar um professor de esgrima para vocês dois. Bem, pelo menos para você, Arya.

— Já tem idéia de com quem nós vamos treinar? — Dessa vez foi o arcano que perguntou.

— Uma mulher chamada Amber, velha amiga minha e uma ótima espadachim. Ela faz parte da ordem dos paladinos... Acho que vocês não precisam saber mais do que isso até chegarmos lá. — Ficaram em silêncio por mais alguns minutos, até ele ser quebrado novamente por Rook. — Ah sim, de noite os podemos encontrar qualquer tipo de criatura, então, Lyon, eu e você iremos fazer turnos e protegeremos Arya. ... O primeiro turno é seu.

Lyon tentou protestar, mas Rook começou a cantarolar músicas sem sentido apenas para abafar os protestos do arcano. Ao fundo, Arya não parava de dar pequenas risadas vendo tais cenas.

Naquela noite Lyon ficou de guarda, havia perdido a discussão com Rook. Sentado numa pedra, Lyon desenhava no chão com a ponta de sua espada, a bainha da mesma estava repousando sobre sua cintura, não gostava dela presa a cintura, achava que atrapalhava muito seus movimentos em combate.

— Silêncio... — Sussurrou para si mesmo.

Tinham parado a carruagem a beira da estrada. Pelo mapa, já haviam andado um quarto do caminho para a cidade destino, claro que iriam fazer pequenas paradas nas cidades pelo caminho.

As folhas de uma das árvore balançaram mais do que deveriam, o que fez Lyon levantar seus olhos rapidamente e observar em volta. Na hora que olhou, viu um brilho vindo rápido em sua direção, seus instintos mandaram-no levantar sua bainha para bloquear. Lyon obedeceu. Quando bainha e luz se chocaram, o arcano conseguiu ver o que provocava o brilho, um metal branco se dobrava em duas luas que se juntavam por uma placa de metal da mesma cor, esta presa numa estaca de madeira.

— Um machado de gume duplo... — O arcano citou.

— Há! — Quem manuseava a outra arma riu e recuou para as árvores novamente.

A primeira coisa que veio na mente de Lyon foi luz, odiava lutar no escuro e a luz da lua não era o suficiente. Tentou desenhar no chão a mesma runa que fizera no quarto do hotel quando estava com Arya, porém, o desenho foi interrompido com novos passos rápido que agora vinham de outra direção, virou-se para desviar o golpe. As duas lâminas se bateram e Lyon usou sua espada para direcionar a lâmina do inimigo para o chão, viu que a arma dele tinha mudado, não era mais um machado, agora era uma espada de duas mãos. Isso só poderia significar uma coisa, ou o cara que estava atacando Lyon tinha um arsenal generoso de armas, ou era mais de um homem.

Se fosse mais de um homem, uma runa que produziria luz era inútil. Enfiou a mão dentro de uma pequena bolsa, das dezessetes runas prontas que Lyon trouxe, qualquer uma que estivesse ali dentro serviria... De lá de dentro, retirou uma pequena pérola azul escura, podia-se ver uma runa branca desenhada dentro dela. Na lâmina da espada de Lyon, havia um pequeno compartimento em que podiam ser colocadas esferas como a que Lyon tirou da bolsa, e foi o que ele fez. No momento que colocou, raios começaram a rodear a lâmina.

— Há Há! Acha que simples raios podem nos parar? — Uma das vozes falou, logo depois, o machado apareceu novamente, indo em direção a cabeça do moreno.

Lyon dessa vez apenas fez um movimento com a sua espada em direção a lâmina do outro. A espada rodeada de raios do arcano atravessou o aço maciço do machado de seu inimigo como se fosse papel, duas placas de ferro afiadas caíram no chão, logo em seguida foi a vez do bastão de madeira. O mestre do machado caiu no chão, surpreso. Lyon finalmente pode ver seu rosto.

— Ah... Um bárbaro andarilho? Vocês não andam em bando? — Ele disse, chutando fortemente o peitoral do bárbaro, fazendo-o deitar no chão. Na sequência, pisou em seu rosto e forçou-o contra o chão, como se estive esmagando uma formiga, pequena e fraca.

A confiança de Lyon o cegou, estava tão ocupado rindo sadicamente do modo ridículo de que o primeiro bárbaro se encontrava, que não ouviu o outro chegando por trás e desferindo-lhe uma pancada com a parte chata da espada longa. O impacto foi absurdamente forte, lançou Lyon em direção a uma árvore.

Lyon rugiu de dor, mas se recusou a soltar sua espada.

O impacto foi o suficiente para Lyon não conseguir se mover direito. O outro bárbaro riu e partiu em direção a Lyon, com a espada pronta para estocar seu coração.

Nesse momento, o bárbaro caiu no chão, largando a espada próximo onde Lyon estava. O moreno pode ver uma flecha atravessada no pescoço do agressor. O outro bárbaro saiu correndo.

— Bom trabalho, cavaleiro. — Era a voz de Rook.

Lyon olhou na direção da carruagem, Rook e Arya estavam acordados. A garota tinha um arco em mãos e podia-se ver que ela tinha acabado de acordar.

— Você podia fazer menos barulho enquanto luta. — Rook falou, e Arya encarou Lyon com um sorriso. A resposta do garoto para ela foi outro sorriso.

— Eu não fiz nada de mas... — Lyon disse.

— Não me pareceu nada de mais... Nocautear um bárbaro utilizando runas prontas... Há! Que estratégia! — Rook exclamou. — Seu pai estava certo em mandá-lo nessa missão, não é Arya?

A garota assentiu com a cabeça, feliz.

— Isso quer dizer que... — O sorriso do arcano foi desaparecendo. — Vocês assistiram a luta toda e... Não tentaram me ajudar desde o começo...?

— Foi! — Dessa vez foi a vez de Arya exclamar, com um risinho fofo e infantil.


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