E Se O Final Fosse Diferente? escrita por Just Shadows


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Eu vi essa perfeição hoje e decidi por escrever essa Fanfic, mas com um final diferente, no meu ponto de vista ele ficaria legal com esse fim....Espero que gostem
Boa leitura!!



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O conheci quando ainda era apenas uma criança, uma criança perdida no meio de uma floresta a qual mesmo com o aviso do tio decidiu se aventurar e se perder.

Ainda lembro-me de sua voz, de como foi estranho quando me foi perguntado se eu era uma criança humana, foi estranho quando ele me falou que era um yokai, e foi incrivelmente triste quando soube que não poderia tocá-lo e se caso isso acontecesse ele sumiria. Prometi a mim mesma que em hipótese nenhuma eu o tocaria, nem se minha vida dependesse disso.

—Né Gin...

—Hm?

—Me prometa que nunca, nunca me tocara, não importa o que aconteça.

Não podia ver seu rosto que estava coberto por aquela mascara de raposa, mas eu tinha certeza que seus olhos estavam arregalados, você não me disse nada apenas ficou lá me encarando com aqueles olhos grandes de raposa.

Todos os verões eram vistos por mim como um meio de escapar de tudo e de todos, menos do Gin, me pegava pensando em você, em seus cabelos prateados macios, como eu sabia? Eu não sabia mas podia jurar que eram, meu desejo mais oculto era toca-los sentir a macies sobre meus dedos, sentir a textura de sua pele pálida era tantas as coisas das quais eu desejava, mas só de ter você ao meu lado isso valia a pena, eu poderia passar dias olhando para você, sem comer sem beber sem fazer nada, apenas ficar te olhando já me seria o suficiente.

—Vai ter um festival hoje.

—Hm?

Continuei a encarar o lago ao qual estávamos pescando ou no mínimo tentando, já que estávamos lá a mais de uma hora e nem uma fisgada.

—Hoje vai ter um festival, todos os yokais vão e...eu queria que você fosse comigo, você consegui fugir de casa de noite?

Parei o que estava fazendo para te encarar, ou melhor, encarar o rosto de raposa que estava virado para a água.

—Eu já tinha pensado em levar você, mas você era muito nova e podia se assustar.

—E..eu quero ir.

—Esteja no mesmo lugar de sempre às oito horas.

—Mas ir a um festival repleto de yokais parece meio assustador.

—Eu vou te proteger.

—Nesses momentos eu tenho vontade de pular em você.

—Faça isso...

Claro que ele não estava falando serio e eu muito menos, nunca seria capaz de fazê-lo desaparecer para saciar um desejo meu.

Aquela noite foi linda dançamos, rimos, comemos. Tudo isso é claro ao seu lado que fez questão de amarrar um lenço em meu pulso o interligando ao seu para que eu não me perdesse, o que sem duvidas aconteceria, pois aquele lugar estava cheio, após os fogos você decidiu por me levar para fora da floresta, dizendo que estava tarde de mais e que meu tio ia acabar dando por minha falta, o que eu duvido já que ele dorme como uma pedra, paramos sobre o arco que dividia a trilha da floresta, desatei o nó do lenço em meu pulso, para logo te encarar.

—Né Gin.

—O que?

—Eu....a um tempo notei que os espíritos podem te tocar.

—Sim, só humanos não podem.

Abaixei minha cabeça fitando meus pés, mil e uma coisas passavam por minha cabeça.

—Né Gin, se um dia...eu...eu...virar um espirito eu poderia te tocar também?

Você nada disse apenas caminhou para perto de mim retirando sua mascara me olhando de forma seria.

—Sim, mas isso vai demorar muito para acontecer.

E colocou a mascara em meu rosto beijando-o, ou melhor, beijando a mascara.

—Essa mascara, fique com ela.

E virou as costas para mim, voltando para a velha escadaria e se sentando na mesma.

—Vá, estarei de esperando aqui.

—Hai.

Me pus a correr para a casa de meu tio que não era muito longe, as ideias pipocavam em minha mente, fazia um tempo que eu tinha percebido que aquela admiração de criança que eu tinha pelo Gin se transformou em algo a mais, algo mais forte...sim eu tinha total convicção que eu o amava.

No dia seguinte não fui vê-lo, estava muito nervosa para olha-lo, fiquei no quarto o dia inteiro, remoendo e remoendo minhas ideias, meus planos, de noite quando as luzes da casa se apagaram e meu tio começou a roncar, levantei-me e me pus a caminhar em direção a floresta e qual não foi minha surpresa ao ver que você estava lá sentado como tinha me prometido.

—Você demorou.

—Gomen.

—Vamos.

E como sempre você me guiou floresta adentro, não conversamos apenas andamos, até chegarmos ao lago.

—Hotaru.

—Nani?

—Amanhã o verão termina você voltara para sua casa, certo?

Abaixei minha cabeça, eu mesma tinha me esquecido disso.

—Hai, ficarei até o fim da tarde, depois vou encontrar meus pais na estação.

—Hum, família, você nunca me contou sobre sua família.

—Nada de mais, uma mãe e um pai, normais, mesmo minha mãe sendo um tanto preocupada de mais comigo, e você? Você nunca me falou da sua.

—Não sei, Hotaru.

—Hm?

—Eu...na verdade fui abandonado aqui na floresta, eu não sou um yokai amaldiçoado pelo Deus da montanha, ele me salvou da morte me transformando nisso, não sou humano, sou mais o que vocês chamam de fantasma, um corpo feito de magia é muito frágil por isso não posso tocar em outros humanos.

Ouvi tudo atentamente, então era por isso que os espíritos podiam te tocar, pois você era um deles, ou algo assim.

—Gin.

—Nani?

—Você....já teve vontade de tocar em alguém?

—Já....em você.

Engasguei-me com minha própria saliva e te encarei, sim encarei sua face descoberta, já que sua mascara de raposa pertencia a mim agora.

—Eu...também queria muito te tocar...mas.

—Toque.

E assim você se aproximou de mim, devo admitir que fiquei tentada, seu rosto estava próximo ao meu, eu podia ver claramente o brilho de seus olhos e o desenho perfeito de sua boca, minha mão se ergueu inconscientemente em sua direção, foi então que cai em mim e me afastei o máximo que eu pude.

—Não, fique longe, você prometeu que nunca tentaria me tocar assim como eu prometi o mesmo.

—Hotaru...

—Vou para casa, amanhã eu volto para me despedir.

Corri meio sem rumo, já que você sempre me guiou, estava escuro, se de manhã eu já me perdia imagina no meio da noite.

—HOTARU.

Ainda pude ouvir você gritar meu nome, que ironia você gritando, nunca tinha ouvido sua voz elevada. Corri procurando de todas as formas a saída, no caminho eu podia ouvir cuchihos do tipo.

—A humana amiga do Gin o que ela esta fazendo aqui?

Mas eu não dei importância, continuei correndo até que eu tropeço em algo e acabo caindo ao chão, não procurei me levantar, fiquei ali caída, apenas me virei de barriga pra cima para que assim eu pudesse ver o céu que estava estrelado.

—Que lindo....

Estiquei minhas mãos para cima, como se assim pudesse toca-las, mas elas estavam tão distantes assim como o Gin, estavam lá na minha frente, mas eu não podia toca-las. Foi com esse pensamento que senti meus olhos se umedecerem para logo meu rosto seu manchado pelas inúmeras lagrimas que caiam. Eu não aguentava mais, os dias que eu passava longe dele, eram agoniantes, eu não conseguia me concentrar nos estudos, não conseguia me concentrar em nada. Quando eu estava longe era só nele que eu pensava e quando eu estava perto era só nele que eu pensava.

—Chega...chega.

Limpei meu rosto, para logo me apoiar em uma arvore para me erguer, quase cai, olhei para minha perna para constatar que ela estava quebrada, engoli o bolo que se formou em minha garganta para logo começar a caminhar, jogando todo meu peso em cima da perna boa, depois de um tempo que para mim pareceu uma eternidade consegui chegar aonde eu pretendia, o alto daquela colina que você me mostrou, e disse.

—“é aqui que eu gosto de vir para ver o por do Sol”.

Cheguei na beirada encarando o reflexo da lua na copa das arvores e nas poças de água da chuva de verão que tinha caído de tarde. Não pensava em nada apenas em você Gin, e foi tendo como ultima imagem em minha cabeça o seu rosto que eu me joguei, em um mergulho incerto do qual eu pedia para não sobreviver “desculpe mamãe, tio....desculpe Gin”. E logo senti o choque do meu corpo contra o chão rochoso e depois não senti mais nada.

“Gin agora poderei tocar em você.”


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Notas finais do capítulo

Desculpem qualquer erro, na empolgação eu decidi postar sem revisar.