I Wanna Be With You ✏ HIATUS escrita por letiiciabriefs


Capítulo 2
A Feira do Milênio




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Marle. De onde tirei esse nome? Realmente não sei, foi o primeiro nome que me veio à cabeça. Não estou mais no castelo, então a partir de agora, meu nome é Marle, e sou uma simples moradora da cidade.



– Marle... é um belo nome - diz Chrono, levantando um de seus polegares.



– Obrigada - retruco. Minha voz sai seca, como a voz de alguém arrogante. Tento concertar meu tom.



– Então, Marle... preciso ir agora. Marquei de encontrar uma amiga na Feira do Milênio. Nos vemos depois? - pergunta. Afirmo com a cabeça. Ele acena e sai andando com as mãos nos bolsos, assobiando. Imagino vagamente como estarão as pessoas no castelo. Será que os guardas já avisaram ao meu pai que fugi? Provavelmente sim. Começo a ficar tensa. Não posso voltar ao castelo mesmo que eu queira, se eu voltar, ficarei de castigo até o resto da minha vida... ou, na pior das hipóteses, meu pai me obrigará a casar com o lorde. Mesmo sendo meu pai, ele deve ter algum problema. Assim como todos naquele castelo. Acho que fugir dali foi a melhor escolha da minha vida.






Penso em algum lugar da cidade para ir. Quero aproveitar o máximo de tempo que puder aqui, antes que me encontrem e me levem de volta ao castelo. Caminho até uma praça, e vejo algumas pessoas murmurando algo enquanto passo. Ando mais rápido e passo correndo por elas. Será que sabem quem eu sou? Deixo de lado esse pensamento e subo uma escada. Vejo um grande sino bem acima de mim. Acho que o chamam de "Sino de Lena". Dou um salto e bato com a mão direita em uma das extremidades do sino. Ele balança rapidamente, fazendo muito barulho. Dou uma risada. Estalo os dedos das mãos e preparo-me para bater no sino novamente. Ouço um grito.



– Cuidado!!! - fala uma voz. Antes de processar o que ouvi, sou empurrada para o lado. Minha cabeça bate com força no chão. Abro os olhos e vejo Chrono acima de mim, com uma cara de espanto. Olho para o lado. O sino está no chão, e várias pessoas estão ao redor dele. Volto meu olhar para Chrono.



– O que você estava pensando sua maluca ?! - pergunta ele, com os olhos arregalados.



– E-eu só estava... vendo se o sino funciona - falo gaguejando. Ele não parece convencido.



Todo mundo sabe que é proibido tocar no Sino de Lena. Bem, quase todo mundo - ele revira os olhos. Mais pessoas aparecem, me encarando. Fico paralisada no chão, quando Chrono finalmente levanta e me puxa para cima. Olho para a multidão, e ouço um barulho familiar. A trompeta real. No momento, não me importo com as pessoas me encarando ou com o enorme prejuízo que causei quebrando o sino deles. Só penso em sair correndo daqui. Para bem longe. Antes que possa pensar em algum lugar para fugir, Chrono agarra meu braço e me arrasta por uma escadaria. Tento correr, acompanhando seu ritmo. Para onde ele vai me levar? Será que vai me entregar às autoridades? Não, não posso achar que ele faria isso comigo. Preciso confiar nele.



– Você sempre se mete em problemas? - pergunta, respirando com dificuldade - digo, é comum você quebrar objetos históricos, ou atrair multidões? Confesso que estou impressionado - diz, forçando um sorriso.



– Bem...acho que é a primeira vez na minha vida em que causo tanta confusão - respondo, soltando uma risada. Ele para de correr. Estamos no fim da praça, onde há apenas um homem revirando algumas ferramentas e uma garota de cabelos curtos e óculos grandes. Ela sorri quando vê Chrono.



– Que bom, chegou bem a tempo Chrono - diz ela, ajeitando os óculos. Ela me encara - quem é sua amiga?



– O nome dela é Marle. Ela é legal, mas um tanto perturbada - responde ele, passando a mão na cabeça. Lanço um olhar de raiva, fingindo estar indignada. Ele solta uma risada.



– Bem, é um prazer conhecê-la - diz ela, estendendo uma mão - me chamo Lucca. Estou trabalhando para aperfeiçoar minha máquina teletransportadora - ela aponta para dois tubos enormes de vidro que estão atrás dela.



– Nossa...- me aproximo de sua invenção, fascinada. Nunca vi algo assim em toda minha vida. - É genial! - digo. Ela dá uma batidinha em um dos tubos.



– Não é?! Depois de muito tempo, finalmente consegui construir esta máquina. Só precisa de alguns ajustes e logo poderei desafiar as leis da Física e mostrar que é possível teletransportar pessoas! - seus olhos brilham enquanto fala. Chrono se aproxima de nós.



– Parece que a Lucca simpatizou com você - diz ele, encostando as mãos em meus ombros. Sorrio. Mesmo que não os conheça direito...já sinto como se fôssemos grandes amigos. De repente, lágrimas enchem meus olhos. Sinto um aperto no coração. Eles me encaram. Pisco várias vezes para afastar as lágrimas.



– Desculpe... - digo, olhando para o chão - é que...vocês estão realmente sendo muito legais comigo...obrigada...- cerro os punhos e choro em silêncio. Lucca me abraça, e Chrono encosta uma mão em meu rosto, enxugando minhas lágrimas.



– Marle. - Ele olha seriamente para mim - tem algo que você queira contar? Algo está te incomodando? - pergunta. Fico em silêncio por alguns minutos. Não tem porque continuar escondendo minha verdadeira identidade. Pelo menos, não para eles. Sinto que posso confiar neles. Respiro fundo.



–Eu...tenho que contar uma coisa. Um segredo. Mas precisam me prometer que não contarão a ninguém - digo. Eles assentem com a cabeça e olham firmemente para mim.



–É que...eu sou uma... - antes que consiga terminar o que queria dizer, guardas do castelo aparecem subindo as escadas. Sem pensar, viro-me em direção à máquina de Lucca e entro em um dos tubos, na esperança de que ele pelo menos me sirva como um esconderijo. Não adianta, ele é transparente. Como sou burra. Saio e aperto uma série de botões.

Um dos tubos se ilumina. Entro nele, e Chrono entra logo depois.


– O que estão pensando em fazer? A máquina ainda não foi testada! - grita Lucca.

– Por favor, teste a máquina agora. Se funcionar, pode ser a minha salvação. Deixe as explicações para depois - digo. Ela suspira.

– Bem...mas há uma série de riscos...você está ciente disto, não está? - pergunta. Bem, na minha atual situação, vale a pena correr qualquer risco. Só preciso sair daqui o mais rápido possível.

– Sim - digo, sorrindo - por favor...permita-me a honra de ser a primeira pessoa a ser teletransportada - ela suspira novamente e aperta mais alguns botões.

– Chrono...você também vai? - pergunta. Ele afirma com a cabeça.

– Você deve gostar bastante dela, não é? - diz Lucca, com uma risadinha. As bochechas dele ficam vermelhas. Fico um pouco sem jeito. Ela limpa a garganta.

– Preparados? - pergunta ela.

– Sim - dizemos juntos. Ela se afasta da máquina, e um clarão invade o tubo. Vejo um dos guardas alcançando Lucca e a jogando contra o chão. Tento fazer algo, mas não adianta. Meu corpo não se move, e está tão leve...como uma pena. Fecho os olhos, evitando a luz.

Quando os abro novamente, alguns segundos depois, vejo-me deitada em uma cama de seda. Idêntica a minha. Ouço o canto de Mary, que costumo escutar todas as manhãs. Onde está Chrono? E por que estou de volta ao meu quarto, como se nada disso não tivesse passado de um sonho?


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Notas finais do capítulo

Final confuso, não? :s mas, espero que tenham gostado :D ~



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