Apenas Uma Goteira escrita por Just Shadows


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Essa Fanfic é uma das minha one do animespirit, tentei abrir minha antiga conta aqui no Nyah para colocar minha de Hiiro no Kakera..tomei na cara pois não estou conseguindo entrar... resultado? conta novinha aberta com todas minha Fanfics antigas e clarooo novas o/



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Mais um dia cansativo, mais um dia em que me desgastei em que dei tudo de mim, cheguei ao meu limite. Abri a porta daquele apartamento minúsculo, mas ao qual eu alegremente chamo de lar, retirei os sapatos os jogando com um chute, em que lugar caíram? Não sei ao certo, mas como não houve barulho não quebraram nada, joguei minha bolsa velha de pano encardido em cima da pequena mesa que jazia na sala/cozinha e fui rastejando em direção ao sofá velho ao qual me joguei com gosto aspirando aquele aroma de tecido velho que eu particularmente amo, fiquei fitando meu teto com algumas rachaduras e borrões de mofo devido à umidade.

—É choveu muito ontem de noite, não entendo por que chove só à noite, deve ser por que kami não quer que eu durma aquela maldita goteira.

Esbravejei ao me lembrar de que tive meu sonho interrompido por algo gélido tocando minha testa, ao abrir os olhos levei um susto ao sentir algo entrar, nos mesmos, depois que fui notar a presença da goteira.

—Maldita seja ainda dou um jeito em você.

Levantei-me com muito pesar, fui à cozinha/sala peguei um copo de água e entornei de uma só vez, voltando para a sala, onde fiquei parado a encarar a TV que nem funcionava mais.

—Por que ainda não te joguei fora?

Olhei para o relógio antigo que tinha em cima da porta, marcavam 21h15min.

—Que merda não me lembro de ter reclamado tanto assim da goteira, se passou mais de uma hora desde que cheguei aahhhh.

E de novo o sofá foi quem amorteceu minha queda. A que descuido o meu, me chamo Namizake Uzumaki Naruto estou no colegial no 3º ano, bem vindos a minha vida irritante.

—O velho maldito passou muitos exercícios, mas não pude fazer hoje o dia foi mais corrido do que eu queria.

Meu tio estava internado há alguns meses seu quadro se agravou ainda mais essa tarde, sai do trabalho mais cedo para poder ir visitá-lo, tenho um emprego de meio período no Ichiraku lamen, é bom o salário da pra pagar o tratamento do meu tio, e ainda posso comer o tanto de lamen que eu quiser, assim não gasto com outra coisa a não ser com o tratamento do meu velho.

—Ah o Iruka não vai ligar de eu não fazer a lição hoje, além do que estou com sono.

Apaguei no sofá na mesma posição em que cai mesmo, provavelmente acordarei com uma tremenda dor nas costas.

—Merda de sofá, estou andando que nem um idoso agora.

Não disse.

Fui até o banheiro todo encurvado, com uma mão nas contas e outra apoiando nas paredes, depois de um belo banho de água fria, não por ser relaxante mais por ser uma necessidade já que não tenho água quente, minhas costas melhoraram, vesti meu uniforme que devia ser azul, mas estava meio cinza sei lá, peguei minha mochila um pão que eu nem sabia que tinha e sai depois de uns vinte minutos cheguei à entrada da orgulhosa Konoha School Gakuen, que estava abarrotada naquela hora, passei por eles, que ao me verem me encaravam com cara de nojo e abriam caminho, passei por todos de cabeça baixa, amaldiçoando-os, porem ao andar se olhando pra baixo não se nota o que esta a frente ou quem esta a frente acabei esbarrando em alguém iria até pedir desculpas, mas não tive tempo em dois segundos eu já estava no chão provavelmente com a boca ou nariz sangrando.

—Olha por onde anda oh lixo.

La estava o arrogante, presunçoso Uchiha Sasuke namorado da menina mais linda no mundo em minha opinião, Sakura Haruno a única que não empinava o nariz ao passar por mim.

—Chega Sasuke, esta todo mundo olhando que saco.

Ela largou o braço dele e se aproximou de mim.

—Oe você esta bem?

—Es...

—Deixa ele ai, vamos Sakura

Disse a puxando para o meio da multidão me fazendo perde-los de vista, muitos curiosos apareceram para ver o que estava acontecendo, provavelmente rezando para que o Uchiha me matasse ou algo assim, porem ao verem que estava vivo deram as costas e continuaram a tagarelar sobre um professor chato, sobre o cabelo de sei lá quem, bando de gente fútil, mimados pessoas como eu gosto de dizer de plástico.

—Oe esta tudo bem? Quer ajuda?

Virei-me pra pessoa que estava atrás de mim, era uma menina um tanto estranha, baixinha cabelo grande, franja grossa, olhos de uma cor estranha, mas bonita e um uniforme tão grande que serviria em mim.

—Hmm?

—Quer alguma coisa? Eu posso pegar uma água e...

—Guarde sua caridade pra você.

E me levantei tirando um pouco de sujeira da minha roupa e caminhando no sentido contrario ao que a menina estava, fui grosso? Talvez, mas não aceito esmola muito menos desse bando de bunda de fada, o sinal para o começo das aulas não demorou a tocar, minha primeira aula seria de biologia. Fiz o que faço sempre entrei, sentei, fiquei quieto, copiei e depois dormi sobre a mesa, isso nas outras três aulas que antecediam o intervalo.

—Merda de aulas cansativas.

Andei a procura de um local onde o máximo de pessoas não ultrapassasse duas, depois de muito procurar achei um local perto da biblioteca, não me admirava que lá estivesse vazio o que essas pessoas menos faziam é estudar, por que viriam para a biblioteca? Dormir ou transar com alguém? Sentei no chão frio mesmo, recostei minha cabeça na parede e fiquei com os olhos fechados tentando ignorar o barulho das vozes irritantes daquelas pessoas, coisa que não deu muito certo, entrei na biblioteca pela primeira vez em meus anos naquela escola, andei entre as prateleiras, até que tropecei em algo.

—Que porra é...

Olhei para baixo e vi um livro.

—Gomen eu não quer....

La estava àquela baixinha de novo.

—Ah você.

Não sabia o porquê mais não conseguia olhar pra ela sem sentir repulsa, não sei se por ela ser mais uma bunda de fada ou por ela ter tido pena de mim.

—Desculpa.

E saiu sem nem ao menos pegar o maldito livro que estava no chão.

—Sem educação onde as aulas de etiqueta foram parar?

Abaixei-me e recolhi o livro do qual o nome era muito estranho “guia clinico”

—Mais uma querendo ser medica, ótimo a medicina esta indo de mal a pior.

Devolvi o livro de capa azul escuro pra estante ouvindo o sinal tocar novamente.

—Merda nem pude dormir AHHHHH.

—Ei ei aqui é uma biblioteca silencio.

Uma velha me repreendeu tudo culpa daquela anã, coloquei minhas mãos no bolso e segui para a sala, demorando uns quatro minutos para chegar. As aulas seguintes passaram mais rápido do que eu esperava, logo estava na frente do portão vendo a cena mais ridícula da minha vida, alguém ser praticamente colocado no colo e depois dentro de um carro maior que um trem.

—Ora ora se não é a anã, ela deve estar me perseguindo, nunca a vi na escola e agora pisco e vejo incrível.

E não foi exagero o meu, os meses foram se passando e eu toda vez que me virava encontrava quem? Sim a anã e não pude deixar de começar a reparar nela, seis meses se passaram desde o dia que eu esbarrei com o Uchiha, ele tem estado no meu pé desde então quantas e quantas vezes não fui surpreendido por uma caixa de suco voadora, ou esbarroes que me faziam voar, ou um pé colocado na frente do caminho, sim minha vida tinha sido um inferno, e aquela branquela continuava lá, reparei que ela não anda muito com ninguém, vestia sempre um uniforme uns três números maior, tinha um tique de ficar tocando um dedo no outro, não que eu tenha me tornado um obcecado ou coisa do tipo, mas toda vez que me virava ela estava lá.

Porem no dia 14 de outubro essa rotina de perseguição foi quebrada, não topei com ela um único segundo, isso se seguiu pelos próximos oito dias.

—Que merda por que estou me preocupando com isso?

Estava em casa preparando uma bolsa, meu tio saia hoje do hospital, não estava totalmente recuperado mais ele como o medico disse, ele quase subiu pelas paredes quando adiaram a alta dele pra semana que vem, depois de um show ele conseguiu que o liberassem hoje.

Segui o caminho para o hospital a pé, não podia me dar ao luxo de ficar pegando ônibus toda hora, demorei quase uma hora pra chegar lá, encontrando um velho com a cara fechada olhando pra mim.

—Demorou pensei que tivesse me deixada aqui pra morrer.

—Vontade não faltou.

—Ora seuuu ai ai.

—O velho tudo bem?

—Velho quem você esta chamando de velho?

—Ninguém, vamos vejo que vou ter que usar o salário do mês em taxi.

Entrei num taxi colocando o velho moribundo dentro.

—Não sabe o inferno que foi estar lá, a comida é horrível, sem TV a cabo, sem filme pornô.

Dei uma pequena risada, certas coisas nunca mudam mesmo.

—Tem tanta gente jovem lá, inclusive uma jovem que dividia o quarto comigo, ela era tão linda, parecia uma boneca.

—Pelo amor de Deus.

—Não... Escute, ela mais me parecia uma neta do que isso que você pensou agora, moleque idiota.

—Vindo de você queria o que?

—Mesmo assim, em pensar que eu sai e uma jovem como ela com uma vida pela frente continua lá.

—Já que você realmente quer falar dela, o que ela tem a final?

—Se não me engano era algo a ver com o coração, o nome era muito difícil pra decorar, ah e o dia que ela chegou ela estava com o uniforme da sua escola, talvez você a conheça.

Não sei por que, mas a imagem daquela menina irritante veio a minha mente.

—Quantos dias ela já esta internada?

—Uns nove por ai.

Legal muita coincidência.

—Mesmo assim ela foi uma ótima companhia, me lembre de voltar lá amanhã.

Levei-o pra casa, onde ele praticamente faleceu em meu sofá, e eu fui obrigado a dormir no chão mesmo. No dia seguinte como meu tio tinha dito fomos ao hospital era sábado e eu não tinha que trabalhar hoje nem amanhã, dei a desculpa que tinha que cuidar do meu tio um pouco.

—Vamos moleque me ajude aqui.

—Você não ficou doente das pernas seu preguiçoso pervertido.

—Eu estou fraco, ora venha.

—Isso é a idade.

—O que disse?

—Nada que você já não soubesse.

—Tá me largue agora.

Paramos em frente a uma porta que tinha o numero 356 em um cinza opaco, ele nem ao menos bateu foi logo entrando.

—Ora ora acorda dorminhoca.

—Jiraya-san.

Não entrei, estava estancado no corredor ainda com medo, mas medo de que?

—Anda moleque entra logo.

E me puxou pra dentro do quarto incrivelmente branco.

—Ora seu velho maldi...

—Naruto-kun?

—Já se conhecem?

—Pode-se dizer que sim tio.

—Que ótimo eu ia apresentar vocês, mas vejo que não é necessário, bom vou pegar algo pra comermos enquanto você me conta como foi ficar aqui sem o super. e extrovertido Jiraya.

—Seria ótimo, obrigada.

—Já volto, e vocês juízo.

—Ora seu pervertido o que você esta falando...nem me escutou.

Olhei para a cama onde ela estava deitada, depois para ela em si estava mais branca que a ultima vez que eu a vi na escola, e seu rosto estava mais fino.

—Olha eu...erm por aquele dia foi mal.

—Como?

—AH NÃO SE FAÇA DE...quer dizer você sabe do dia que você tentou me ajudar foi mal.

—Ah, tudo bem, na verdade eu tinha até me...

Ela teve um acesso de tosse, juro que pensei que ela fosse colocar o pulmão pra fora agora.

—Desculpe... Oh não se preocupe isso acontece às vezes.

Acho que ela reparou na minha cara de espanto, devia estar tão branco quanto um lençol.

—Ah... erm... Quer dizer que ficou amiga do velho?

—Ele é muito engraçado, ele foi o único que falou comigo aqui.

—E seus pais não vieram?

Ela se calou e depois deu um sorriso morto.

—Não tenho pais.

Não sabia o que fazer, queria um buraco pra poder enfiar minha cabeça.

—Ah eu não queria.

—Não tudo bem.

—Erm...ele esta demorando.

—Sim, bem que ele saiu faz menos de seis minutos kkkk.

—Ah é.

—É sobrinho dele?

—Por incrível que pareça sim.

Mais um acesso de tosse dela, mas como ela disse que era normal eu não me assustei como da primeira vez.

—Ainda coloco meu pulmão pra fora.

—Deu pra perceber.

—Pode vir mais perto.

—Ham? Ah claro.

—Abaixe um pouco seu rosto.

Fiz o que ela pediu e logo pude sentir ela me tocar a face.

—São naturais?

—Como?

—Esses risquinhos?

—Sim, estranho não?

—Não, acho bonito... erm...quer dizer.

Ela corou, pra depois virar o rosto pra grande janela de vidro onde uma cortina branca balançava com o vento.

—Pode ser esse vento que esteja te fazendo mal.

E me encaminhei pra fechar a janela, quando estava com a mão na superfície lisa pronto pra fechá-la pude a ouvir começar a tossir novamente, e como da ultima vez não me alarmei, porem logo pude ouvir um zumbido irritante, me virei para ver o que era, e vi que ela estava com os olhos fechados, não entendi muito bem o que estava acontecendo, só pude ver várias pessoas vestidas de branco entrando correndo e um delas me colocando pra fora.

—Espera...

Fecharam a porta na minha cara, olhei para o lado e pude ver meu tio vindo pelo corredor com um saco branco, provavelmente era a comida.

—Não falei pra ficar com ela?

—Me expulsaram de lá.

—O que você fez?

—Nada, ela começou a tossir, ai um barulho agudo depois esses loucos correndo e eu aqui fora.

Meu tio nada disse apenas sentou no banco que tinha ali.

—Não vai entrar lá e xingar eles por terem fechado a porta na minha cara?

—Naru...

—Quem eles pensam que são pra f...

—NARUTO, pare de se portar como um mimado, agora não é a hora.

Nada disse apenas me sentei ao seu lado, ficamos esperando eu não sei o que. Depois de intermináveis minutos a porta foi aberta e aquele bando de gente saiu de lá, não falaram com a gente apenas seguiram pelo corredor, mas foram parados pelo meu tio.

—Esperem como ela esta?

—É algum familiar?

—Não eu...

—Só posso dar informação aos familiares me desculpe.

—Eu sou o namorado dela, pode falar pra mim.

É pirei de vez, o que eu estava falando.

—Vão à frente eu converso com eles.

Vi uma mulher alta de cabelos loiros falar pros demais médicos.

—Olha sei que vocês não são nada dela, mas pelo que vejo se eu for esperar pra avisar a família dela, vou morrer de velha aqui, o caso é que fizemos tudo, ela estava com a saúde fraca vivia aqui fazendo exames, porem ficou um tempo sem vir às consultas e apareceu há uns dias aqui com seu quadro agravado, ela tinha um defeito genético em uma das válvulas do coração, tinha que vir a cada cinco dias pra ver como estava porem com o longo período de tempo sem vir a situação se tornou irreversível, acredite fizemos tudo.

E foi naquele dia em que eu realmente a conheci em que ela se foi, o dinheiro pode comprar muitas coisas admito, mas isso serviu pra me mostrar que a vida de uma pessoa não tem preço, e que não podemos julgar as pessoas pelo que elas tem, mas sim pelos que elas podem fazer.

Depois fomos pra casa, meu tio foi pra cozinha enquanto eu mais uma vez estava lá deitado olhando para o teto rachado e mofado.

—Qual era o nome dela?

—Hum?

—Da menina.

—Você não a conhecia?

—Eu achava que conhecia tudo que tinha pra saber dela, mas não conhecia nada, qual era o nome?

—Hinata.

Voltei a encarar o teto

—Hm Hinata

Senti algo gelado tocar meu rosto.

—Maldita goteira.


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Notas finais do capítulo

Dei apenas umas ajustadas em errinhos de português, ainda postarei a dance until die



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