A Bela Fera escrita por tsu-san


Capítulo 7
A mais bela maldição


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui de novo ♥
Espero que gostem desse cap e me pordoem qualquer erro, ok?
Enjoy~



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Nathaniel estava em choque. Olhava as arvores a sua frente e sentia um frio petrificante encher a sua alma.

Ele havia compreendido bem?

Olhou para a garota ao seu lado. Ela sustentava um ar triste, fitando o vazio e esperando uma resposta.

Quando não a obteve, virou seu olhar vazio de encontro ao da fera e voltou a falar.

–Nós não podemos ficar aqui, pelo seu próprio bem.

Levantou-se e, com um sorriso triste, encarou a fera e lhe disse, pouco antes de virar-se e começar a andar.

–Obrigado por tudo. Foi bom... Ter te conhecido.

O desespero o despertou de seu transe e ele se levantou, segurando o braço da garota.

–Espere!

Ela parou, mas não falou nada. Esperou que a fera completasse sua linha de raciocínio.

Demorou um pouco, mas ele se pronunciou.

–Explique direito... A sua maldição.

Sim, ele se deixou levar por uma única palavra. A única em comum entre eles.

Ela sorriu e passou a guiá-lo, como se fosse ele o cego.

–Siga-me.

Foi tudo que dissera.

Levou-o pelo jardim mal cuidado, soltando-o ao se deparar com um corredor de roseiras. Estavam secas e sem flores, somente os espinhos haviam sobrado. Esticou os braços ao lado do corpo, encostando as mãos levemente nas duas cercas vivas.

E, sem falar uma única palavra, se pôs a andar lentamente.

A cena vista pela fera era simplesmente fascinante. Um brilho esverdeado havia tomado conta da cerca a partir do ponto onde ela tocara e se espalhava. Por onde passava, podia ver as roseiras revivendo, crescendo, dando flores. O vento soprava em seu rosto e trazia o odor das rosas.

Como? Ele não sabia.

Ela andou por alguns metros e então virou a cabeça levemente em direção ao senhor do castelo.

–Vê? Não é lindo?

–Sim... Muito lindo...

Mas ele não se referia apenas ao jardim. Não... Ele via aquela garota, tão frágil, tão bela... A cena jamais seria perfeita sem ela.

Pobre fera.

Está começando a cair em um sentimento perigoso. Perigoso demais para um coração tão imaturo como o seu.

Mas ele não podia evitar, não é?

Celliny voltou a falar, calma e doce.

–Este é o meu poder e minha sina. Posso controlar a energia dos seres vivos ao meu bel prazer, sem restrições ou condições.

–É tão bonito...

–E perigoso.

A garota parou e virou-se para Nathaniel.

–Você... Não está conseguindo mensurar o risco que corre, não é?

–Como algo tão belo pode ser tão mortífero?

Deixou os braços caírem ao lado do corpo e andou em direção ao senhor do castelo, a voz adquirindo um peso do qual a fera jamais imaginaria ser possível.

–Existe energia dentro de todos nós. E nós precisamos dela em movimento para poder viver. Se eu posso controla-la livremente... – parou em frente ao nobre e puxou-lhe a cabeça para baixo, segurando seus pelos e sussurrando em seu ouvido. – Também posso matar sem ferir, não é?

Todos os pelos do corpo da fera se eriçaram e ele se viu sem fala.

Com um sorriso sádico e solitário, soltou-o, passando por ele cambaleante e parando a alguns metros de distancia, ainda de costas.

–Obrigado pela ajuda. E sinto muito.

Este é o ponto crítico da história. Afinal, uma coisa é se envolver com uma garota para se livrar de uma maldição. Outra completamente diferente é por a mão no fogo por algo, não, alguém que não consegue compreender.

Mas não é aqui que está a beleza?

O mistério, o desconhecido, a imensurável e sensual sensação de poder descobrir algo jamais imaginado.

E ele se sentia mortalmente atraído.

Talvez, mas só talvez, tenha sido o “não saber” que o fez correr para dentro do castelo a procura da morena. Ela, mais do qualquer outra mulher que já estivera em sua frente, despertou-lhe a curiosidade. De saber mais, de conhecer, de aprender sobre um mundo que não deveria existir.

E ele a encontrou. Já estava com os irmãos, quase na saída do castelo, portas abertas para o adeus. Mas Nathaniel gritou e se fez ouvir.

–Espere!

O quarteto se virou para encarar o senhor do castelo.

Um lobo, um amaldiçoado.

Um homem belo e de olhar dominante, um vampiro.

Um garoto de olhar febril, um lobisomem.

Uma garota sem luz, algo além de uma bruxa.

Um grupo singular e de irresistível sensualidade, diga-se de passagem.

A fera recuou, pelo menos em sua mente. Sentia-se intimidado, como qualquer ser humano se sentiria em seu lugar. Mas limpou a garganta, respirou fundo e voltou a se pronunciar.

–Fiquem... mais uma noite.

Os garotos trocaram um rápido olhar e o mais velho se pronunciou.

–Tem certeza? Você sabe... O que nós somos.

–Sim... Passem aqui apenas mais uma noite.

E, como sempre, a fala que mais pesou foi a de Celliny.

–Por quê?

Por quê?

Não sabia. Pensou por um momento e falou a verdade mais superficial que podia responder a pergunta.

–Eu quero... Entender. O mundo fora desse castelo, o que vocês passaram... Tudo.

Ela sorriu.

“Não é só isso” é o que passou pela cabeça da garota.

Mas se deu por vencida e, com um sorriso, aceitou a oferta.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam desse lado da nossa protagonista? Eu amo, sinceramente ♥
Quero agradecer a todos que leem essa história e pedir por reviews e (se eu for digna para isso) recomendações. Aceitam esse pedido encarecido de uma autora carente? -qqq



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