Aos pés de uma montanha, a norte de lugar nenhum, havia um castelo. Grande, suntuoso, do tipo que sonhamos quando somos pequenos. Magnífico, glorioso, nada menos. Torres tão altas que faziam árvores centenárias parecerem de brinquedo. O muro, impenetrável. Um jardim tão extenso e belo que você poderia se perder nas cores e nunca mais ser encontrado. Corredores largos e perfeitamente adornados, no ponto exato entre luxo e simplicidade.

Um salão grande o suficiente para todos os nobres convidados e seus serviçais se acomodarem confortavelmente, sem falar dos quartos, da sala de jantar, das masmorras...

Este era o abrigo de uma família nobre de um importante e influente país esquecido. O patriarca, primo de vossa majestade regente, e sua bela esposa viviam em harmonia com seus servos e seu pequeno filho. Um garoto adorável, mas mimado como qualquer criança de sua idade e posição social.

Mas a alegria não durou muito. Na volta de uma viagem, tanto a senhora como o senhor do castelo morreram em um trágico acidente. Deixando seu pequeno “príncipe” se tornar rei. Ele cresceu e isso que pensa que se tornou. Um rei belo, ríspido e mal-humorado, um homem mimado e egoísta.

Ah, se eles soubessem da maldição que estava para cair sobre eles...

Numa tempestuosa noite de inverno, ás vésperas do aniversário de 18 anos do jovem nobre, uma velha senhora bateu às portas do castelo, oferecendo-lhe uma simples rosa em troca de um abrigo. Repugnado pela aparência da senhora, e sem se perguntar o como ela passara pelos muros, ele a expulsou sem dó ou piedade.

Ela o advertiu de repensar sua ação, pois o verdadeiro valor de uma pessoa está dentro de seu coração, e não em sua aparência. Pobre e ingênuo foi o jovem a mandá-la embora novamente.

A senhora se transformou numa bela feiticeira, e rogou uma maldição ao nobre. Ele tentou se redimir, mas não havia nada dentro de seu coração para fazer a feiticeira repensar.

Ela então o transformou em uma fera horrenda, assim com transformou todos os súditos do castelo em objetos. A rosa que ela havia oferecido era encantada e iria florescer até o 21° ano. Se o jovem rei aprendesse a amar alguém e fosse digno o suficiente para receber o amor dessa pessoa antes que a ultima pétala caísse, o feitiço se quebraria e todos voltariam ao normal. Caso contrário, continuariam assim pela eternidade.

Os anos iam passando e o jovem rei caiu em desespero, com medo de nunca mais voltar a ser humano novamente. 

Essa história você conhece, certo?

Errado.

Dessa vez, não teremos uma doce e sonhadora Bela.