Survivor escrita por Hollow


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Mais uma fic minha hehe. Dessa vez posso não ter escolhido o tema mais original mas, eu tentei fazer o melhor que pude. Esse cap é uma introdução pra história em si, por isso tem muitos flass backs. Espero que gostem.
OBS: Leiam as Notas Finais, por favor.



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As nuvens que cobriam o céu deixavam pequenos raios de sol invadirem a terra molhada pela chuva, esta que ainda caía fortemente. O que se via pelos mais infinitos quilômetros, era nada mais nada menos que as ruínas de uma grande cidade. Apesar de recente, o caos causara uma imensa destruição, levando junto de si a vida que ali habitava, assim sendo notáveis as vozes do silêncio que ecoavam dentre os prédios vazios e desgastados. As gotas do firmamento caíam como lágrimas perante aquela destruição avassaladora.

Carros parados, despedaçados e sem qualquer ocupante em seus acentos, jaziam com seus faróis acessos como se tivessem medo do que poderia haver lá fora. O fantasma da solidão varria tudo o que encontrava, não importava o que acontecesse, absolutamente tudo era sombrio e frio, até um grande coronel choraria feito um bebê. No solo de uma larga rodovia, jaziam cartuchos de balas de todos os tamanhos e tipos, estas que eram acompanhadas de um vermelho num tom perturbador, o cheiro característico não deixava dúvidas: Era o líquido que corre em nossos corpos, era sangue.

Um trovão rugiu. Estariam os céus avisando os meros mortais que algo estaria por vir? Ou talvez seria apenas coincidência? Respostas geram mais perguntas, perguntas que talvez nunca se tenha resposta. Os pequenos filetes de luz que transpassavam as densas nuvens davam um ar, de certa forma, calmo ao lugar. Que grande engano...

Entretanto, ao acompanhar o traçado de uma pequena trilha atrás de um prédio, este totalmente destronado, podia-se ver um singelo sinal de vida. Ali, em meio a imponente chuva repousando inconscientemente, encontrava-se uma pessoa. Esta pessoa possuía cabelos loiros longos, caindo sobre ambos os lados de sua face moldando-a, os três riscos em cada bochecha davam um ar único ao jovem ali desmaiado. Usava roupas totalmente rasgadas, sujas e sem cor, sem vida, um sinal de que lutou para chegar até aquele local.

Recebendo algumas gotas de chuva mais fortes em sua face, o loiro franziu seu rosto, isso foi acompanhado por um leve gemido de cansaço. Após alguns segundos o rapaz abriu seus olhos, revelando-se serem de cor azul, entretanto, um azul já sem vida como os olhos de um velho que já passou por todo o tipo de sofrimento na vida. Após acordar lentamente o jovem fez um esforço descomunal para se levantar, apesar de tudo, a gravidade o venceu e foi novamente ao encontro do chão, não que isso o fizesse desistir, pelo contrário, o ser que aqui se apresentava não tinha a mínima vontade, aparentemente, de desistir de seus objetivos.

Reunindo suas forças mais uma vez, ele conseguiu, ainda que com muito custo, se pôr de pé. Levando sua mão à cabeça assim a podendo sentir ligeiramente molhada, mas não era por causa da chuva, era algo diferente. Olhando-a lentamente pôde constatar que estava molhada não por água e sim por sangue, o loiro assustou-se com tal visão, tanto que por pouco não foi para o solo novamente. Recuperando-se do susto, resolveu ignorar seu próprio estado e olhou em volta, tudo o que o jovem conseguiu ver foi o que o fantasma da solidão levou junto de si: O nada. Nenhum resquício de vida.

Com movimentos involuntários começou a caminhar em direção à rua mais próxima, assim que conseguiu sair do amontoado de entulho notou que estava mancando e em sua perna esquerda se ostentava um corte, não tão profundo para ser grave, entretanto a volumosa perda de sangue o colocava nesta categoria. O loiro rasgou um pedaço de sua calça e amarrou no local do ferimento.

Conforme se aproximava do que julgava ser a rua, seu estômago ficava cada vez mais revirado. Apesar de ter fome, a dor não o atingira, o reboliço no interior do rapaz se dava pelo forte cheiro que era exalado mais à frente. Apressando o passo, não muito mas o suficiente para encurtar sua caminhada, o loiro adentou desajeitadamente o asfalto molhado. Neste momento as poucas frestas de luz que transpassavam as nuvens foram encobertas deixando assim o ambiente ainda mais assustador. O jovem corajosamente caminhou mais alguns passos, o odor de carne em decomposição acabava de se tornar insuportável.

O loiro não aguentou, vomitou ali mesmo, este ato lhe rendeu uma imensa fadiga, ajoelhando-se no chão ao mesmo tempo que encarava o que seu organismo expulsara, ele se perguntava o que teria acontecido...

Flash Back On:

Um carro do exército avançou o sinal vermelho de uma rua qualquer em alta velocidade, estava claro que seus ocupantes estavam com pressa. Ao longe, numa ponte que cruzava um rio e encaminhava para a saída da cidade, eram visivelmente perceptíveis as sirenes da polícia. Um helicóptero sobrevoava o local diversas vezes, percorrendo o caminho da grande rodovia encontravam-se uma imensa frota de carros, motos e até caminhões, o bloqueio feito pelas autoridades impedia de todos ali seguissem para onde quer que fossem.

– Saiam daí! – gritava um motorista irritado ao mesmo tempo que buzinava seu carro freneticamente

– Afastem-se! – um policial ordenava a multidão

– Queremos sair daqui – pronunciou-se uma mulher – apenas isso!

– Fiquem aí mesmo ou iremos atirar! – um soldado que acabara de chegar falou, ele empunhava seu fuzil totalmente carregado

Ao longe daquela confusão toda, mais precisamente às margens do rio que isolava a cidade, estavam um grupo de três figuras, a escuridão da noite dificultava a identificação mas era claro que se tratavam de jovens, pela sua fisionomia. Um deles, o mais alto, acendeu uma tocha na qual iluminava o caminho tomado por eles: Um túnel do sistema de esgoto. Com passos rápidos todos os três seguiam uma rota previamente traçada.

Com o fogo, suas faces eram mais visíveis, assim possibilitando uma melhor observação. O que levava a tocha possuía cabelos negros, caídos sobre os lados de sua face e testa, com sua  parte traseira espetada, levava uma face séria e um tanto quanto fria, isso contrastava com seus olhos totalmente negros como a noite que os assolava. O segundo, sendo ligeiramente menor que o primeiro, possuía cabelos castanhos bagunçados e olhos da mesma cor, assim como o primeiro, sua face estava séria, entretanto isso se deve ao fato de estar preocupado, muito preocupado. O terceiro certamente foi o mais misterioso dos três, sua face estava embaçada e apenas suas madeixas loiras eram visíveis.

Caminhando mais sum pouco, todos pararam perto de uma escada que levava para a superfície. A tocha foi posta no acima do grupo pelo seu ostentador, o jovem de olhos castanhos estendeu um mapa para que todos ali pudessem ver.

– É aqui – disse para os outros dois – basta subirmos esta escada e estaremos mais perto do barco.

– Certo – disse o loiro com uma voz distorcida – Sasuke, Komuro, vamos logo...

Flash Back Off.

Mais um trovão iluminou os céus. Uma pontada de dor invadiu a cabeça do jovem que levou suas mãos ao local, mesmo não sendo uma dor tão forte foi muito ensurdecedor. O jovem de olhos azuis ficava cada vez mais confuso. Por que estava tendo estas lembranças? Quem afinal eram Komuro e Sasuke? Ou o loiro de voz distorcida que ou viu falar? Isso o estava perturbando e muito.

Sem se importar em colocar seus pés em contato com seu próprio vômito, o rapaz criou forças para caminhar o mais rápido que podia em direção ao local que julgava estar o bloqueio policial que viu em suas lembranças. Embora fraco ele consegui forças para correr os últimos metros até alcançar seu objetivo, ofegante, o loiro apoiou suas mãos sobre os joelhos e baixou a cabeça para tomar fôlego. Olhando em volta era claro que exatamente ali restara o que um dia foi o bloqueio feito pelos policiais, agora era nada mais que um monte de viaturas e placas espalhadas por todos os cantos.

Olhando para o lado, o rapaz encontrou com certo espanto, toda a frota de veículos, assim como se recordava de suas memórias. Resolveu procurar de carro em carro, procurar qualquer coisa: Alguém, comida, roupas, tudo. Sendo assim, rumou para o primeiro dos automóveis ao seu alcance, que por sorte estava com a porta aberta, pensando bem todos os carros ali tinham as portas abertas, mas isso não importava agora. O loiro vasculhou todos os cantos do automóvel encontrando apenas um meio pacote de bolachas. Não pensou duas vezes: Retirou todo o conteúdo da embalagem e comeu rapidamente.

Terminada a busca naquele veículo, ele passou para o outro, e teve mais sorte por lá ao achar uma mala com algumas roupas. Mesmo com dificuldade em vestir uma calça como o ferimento em sua perna, o loiro conseguiu. Vasculhando mais o interior do painel do carro, o rapaz encontrou um mapa, um mapa que lhe lembrava alguma coisa em particular. Subitamente outra dose de dor invadiu sua cabeça...

Flash Back On:

A tampa do túnel foi retirada, os três jovens saíram do seu esconderijo. O loiro, que agora tinha sua face parcialmente visível, teve de escorar-se na parede da ponte onde estava para esconder-se do holofote do helicóptero que patrulhava aquela área. Os outros dois subiram para a superfície logo depois, rapidamente se puderam a correr para longe de todo alvoroço, tinham de agir rápido, eles estavam sem tempo!

– Estamos perto? – perguntou o jovem sério e de face fria

– Não sei – disse o outro de olhos castanhos – mas temos de estar!

– Droga – começou o loiro, desta vez com uma voz familiar – não importa, apenas vamos!

– Fique tranquilo – falou o moreno – bebê chorão.

– Cale a boca Sasuke! ­– o desconhecido respondeu irritado

Após certo tempo, todos chegaram no local marcado, mas havia algo errado... Tudo estava quieto demais, e não era apenas por estarem a certa distância da multidão, e sim porque tinham certo pressentimento de que algo iria acontecer. Deixando estes pensamentos de lado, os três rumaram para perto de algo de tamanho médio, coberto por um pano preto que o deixava quase invisível durante a noite, com um simples movimento o rapaz de cabelos negros retirou a capa e revelou a pequena lancha que ali se encontrava.

Os outros sorriram com isso, finalmente iriam sair daquele inferno. Rapidamente começara a subir na embarcação quando repentinamente um tiro e ouvido, todos os três rapidamente levaram seus olhos em direção ao bloqueio realizado na ponte. Os gritos começaram a soar e ecoaram longe sendo possível serem ouvidos até do outro lado da margem do rio. Aquilo só poderia significar que... Eles estava vindo!

– Alguém, rápido, ligue a TV do celular! – ordenou o moreno

– Céus... – disse incrédulo o loiro

No telejornal, estava sendo transmitido ao vivo todo o caos que estava acontecendo naquela área, policiais estavam atirando a esmo para espantar o civis e impedi-los de passar. Parecia que um algo trágico estava para se iniciar...

Flash Back Off.

O jovem levantou sua cabeça com tamanha força que ao chocar-se como o teto do carro produziu um som estrondoso. Abalado por suas lembranças repentinas, o garoto rapidamente saiu de onde estava e se pôs a caminhar novamente, ele estava confuso, afinal, quam ele era? Como veio parar ali? O que causou tudo isso? A busca de resoluções para seu problema era quase impossível! A chuva ainda era forte e pairava junto de um vento de desespero do jovem, desespero por não saber com o que estar desesperado. Continuando seu caminho sem rumo, a fadiga mais uma vez o venceu, ele teve de sentar-se escorado a um carro próximo.

Respirando fundo, tentou lembrar-se ao menos de seu nome... Mas nada veio, nem isso! Enquanto o cansaço se esvaía de seu corpo aos poucos, e sua ferida parecia ter finalmente parado se sangrar, o loiro esfregou os olhos com as mãos, e não se importou em sujar sua face com sangue. Olhando para cima ele contemplou o céu, o mesmo céu que parecia chorar infinitamente, abriu a boca para a água limpa da chuva tentar saciar sua sede, funcionou um pouco, mas não muito.  Tirando o som das gotas caindo, tudo era silêncio, o mais puro silêncio, um silêncio que sinceramente incomodava.

Pela terceira vez, um trovão irradiou sua fúria iluminado as nuvens que cobria o firmamento azulado. O jovem continuava lá, parado, sem saber o que fazer dali em diante a não ser tentar descobrir algo em meio aquilo tudo. Tomando coragem, ele se levantou e olhou em volta, sentindo que estava sendo observado. Mais uma chuva de memórias o atacaram...

Flash Back On:

– Deus! – gritavam as centenas de habitantes  que tentavam escapar de algo

– Minha filha – gritava uma senhora – onde está minha filha!?

– Aquelas coisas estão vindo – falou um militar que liderava o bloqueio – preparem as armas soldados!

– Meu senhor, são civis! – ouviu alguém dizer

Ao longe, era possível ver figuras, várias, centenas delas, algumas andando, outras correndo ou rastejando. Quem ficasse para trás seria atacado e morto, seria transformado em um deles, se tornaria uma daquelas criaturas medonhas e horrendas! O militar, que mantinha sua face coberta por uma máscara, apenas observava os inocentes serem mordidos, perdendo a vida logo em seguida, para depois levantarem-se novamente depois de mortos... Mortos-vivos...

– Aquelas aberrações também eram, soldado. – disse o militar

– E-Então, o que faremos? – o homem pensou por uns instantes e apenas apontou seu fuzil para a multidão

Os três jovens na margem do rio ouviram uma sequência perfeita de trinta tiros. Haviam mesmo matado civis? Poderiam não expressar, mas estavam com medo do que poderia acontecer agora. Segundos se passaram e outra rajada de tiros começou, dessa vez não só uma, mas várias armas foram disparadas de uma vez só, o jovem de de cabelos e olhos castanhos engoliu seco ao imaginar o que estaria se passando naquela ponte. Não que ele quisesse estar lá para ver.

O garoto de olhos ônix resolveu apressar os outros dois os mandando adentrar o barco logo, coisa que rapidamente foi feita. Agora era um momento delicado, eles estavam atacando, qualquer barulho e poderia ser fatal... Mas não havia escolha, o motor da lancha foi ligado. Aparentemente nada aconteceu, é, apenas aparentemente, logo um grunhido bem audível começou a ecoar.

Os jovens se entreolharam com clara incerteza nos olhos, apenas sabiam de uma coisa: Haviam sido descobertos. O moreno começou a acelerar o barco mas a hélice foi impedida de girar, o motivo? Uma certa criatura morta de fome se jogara na água na tentativa de capturá-los. O loiro rangeu os dentes enquanto pegava uma barra de ferro de um lugar desconhecido e tentava a todo o custo tirar o “bicho” de onde estava. Apenas não contava que o som produzido pelas batidas atraísse mais criaturas. Vendo o que estava fazendo, parou e observou uma pequena horda aproximar-se do barco.

– Idiota – disse o moreno de forma fria – por que é sempre tão impulsivo... Naruto?

O loiro não respondeu e apenas pulou para fora do barco.

– Ei! – o jovem de olhos castanhos esbravejou

– Vão – ordenou Naruto, em seguida virou para os mortos em sua frente – encontro vocês depois... – disse já indo para o meio de todos os zumbis

Flash Back Off.

A dor em sua cabeça começava a diminuir, finalmente havia se lembrado quem era, o que aconteceu, tudo era claro agora. Uzumaki Naruto, esse era seu nome, tudo o que ocorrera até ali não fora um mero pesadelo... Realmente um vírus mortal foi espalhado pela população, e agora ele era um dos únicos sobreviventes. O loiro levantou-se do chão e olhou para debaixo do carro no qual estava escorado, acabou encontrando um objeto que na verdade era uma pistola, e o melhor: Carregada.

Um quarto trovão soou, e como um assombração, uma silhueta de pele acinzentada, morta, apareceu em sua frente. O zumbi usava um uniforme policial totalmente rasgado e olhava fixamente para Naruto, que calmamente apertou o pano atado à sua ferida na perna.

– Me desculpe mas – o zumbi começou a avançar em direção ao Uzumaki – ainda tenho que encontrar algumas pessoas...

Naruto esperou a criatura chegar bem perto e então... Disparou. O som do tiro ecoou pelo local, mas o loiro não se importou, se pôs a caminhar em um direção qualquer, afinal, como ele prometeu horas atrás: Ainda teria que encontrar algumas pessoas.


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Notas finais do capítulo

E aí, gostaram? Espero que sim. Pois bem, pedi para lerem aqui por um simples motivo: Quem vocês querem que seja o par do Naruto? Vale qualquer garota de qualquer anime! Quero inovar um pouco nesse aspecto, sempre fui um NaruHina fanático mas os tempos mudam né? Quando postar o próximo cap eu aviso o resultado. Deixem reviews e obrigado.