I Knew You Were Trouble escrita por ddessamoretz


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Oi gente!
Podem me bater e tal, se quiserem. Eu sei que demorei, mas... fiz um capítulo grande pra compensar.
Amo vocês. Lindjos.
Boa leitura.



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Depois de oito horas de viagem eu tinha concluído que não tem lugar para tranquilidade nesse carro.

Toda vez que Claire cochilava, passados trinta minutos Tyler fazia algo para acordá-la. Quebra molas, buzina, freada brusca... A lista é longa.

Quanto Vivian e Leon... Toda vez que ele tentava algo minha amiga dava um safanão nele. Acho que ele não queria voltar à estaca zero depois de ter ido tão longe.

E eu estava de vela... Ou quase isso.

Meu irmão dirige por mais duas horas, até que pára em uma lojinha de conveniência. Pergunta se queremos algo e depois de pedidos anotados ele desce do carro com Leon. Quando já estão longe o suficiente minhas amigas soltam os cachorros, falando sem parar. Ou melhor... Gritando sem parar.

– Hei! – eu grito tentando colocar ordem no lugar.

Elas viram para mim. Irritação estampando o olhar de cada uma.

– Você viu o atrevimento dele?! – essa é Vivian – Como ele ousa me beijar?! E agora não quer largar do meu pé.

– O seu irmão vai me matar Elena! – Claire toma a vez. O cabelo tingido brilhando e fazendo reflexos vermelhos.

– A culpa é da Claire! – Vi berra.

– A culpa é da Elena! – Claire berra

– A culpa é das estrelas! – me defendo – Espera...

Então começamos um bate-boca, onde uma colocava culpa na outra. Quando ouvimos a porta do motorista sendo aberta paramos. O mesmo acontece com a porta traseira. Vivian desce do carro para dar passagem a Leon. Este dá um olhar avaliador (e aprovador) a minha amiga antes de entrar e sentar ao meu lado.

– Toma aqui suas coisas... – ele me entrega um pacote de batatas chips e um suco de caixinha. Para Vi entrega um pequeno pote de sorvete. E fica com uma latinha de coca. A qual abre e começa a beber. Percebo Vivian seguindo seus movimentos, e em algum momento fixa o olhar nos bíceps dele. Ele também percebe.

– Admirando? – pergunta com tom de deboche.

– Só querendo ver os braços do idiota que me forçou a beijá-lo. – responde. O que me dá vontade de rir, porque essa é a desculpa mais ridícula que eu já ouvi.

– Eu posso ter dado um empurrãozinho no começo. Mas lá pelo meio você não parecia estar sendo forçada. Aliás, parecia mais envolvida que eu. E olha que eu estava bem envolvido descobrindo o sabor dessa boca, e sentindo a maciez desse cabelo. – Vivian ruboriza. Não sei se por causa do final, ou por Leon ter falado tão abertamente do que ocorreu horas atrás.

Ela resmunga alguma coisa.

– Sabe? Eu sempre soube que você era como uma gatinha arisca. Que precisa ser mimada e saciada antes de ceder algo a seu dono... – Vi fica muda esperando o resto da frase – E você é minha gatinha Vivian.

Caramba! Até eu fiquei quente.

Claire olha pra mim pelo espelho retrovisor. Está pensando o mesmo que eu: Vivian está encurralada. O cara está louquinho por ela.

Olha para minha amiga loira novamente. Seus olhos brilham com algum tipo de reação as palavras dele. Não sei dizer qual. Mas parece que Leon sabe, porque um sorriso lento e perigoso desliza por seus lábios.

Depois disso o resto da viagem foi em silêncio. Acho que a tensão sexual sufocava nossas palavras na garganta.

As três da manhã estacionamos em frente a uma casa com um grande jardim, com variadas espécies de plantas enfeitando os cantos do lugar. A casa com a frente toda branca reflete um ar moderno. Com janelas e lâmpadas em formatos geométricos.

Todas as luzes estão apagadas, exceto a da frente.

Desço do carro e o frio da noite me atinge fazendo os pêlos dos meus braços arrepiarem.

A noite está silenciosa, a não ser pelo canto dos grilos e o coaxar dos sapos, as ruas estão desertas e a iluminação artificial dos postes não consegue ofuscar o brilho das estrelas. Sinto braços me envolverem, assim com o cheiro de madeira e chocolate que só meu irmão exala.

– Como você consegue ter esse cheiro? – inspiro mais uma vez. Sinto ele dar de ombros.

Me solta e pega um casaco no banco do motorista. Coloca sobre meus ombros.

Agradeço a ele com um sorriso.

Eu e as garotas vamos até a porta da frente. Que está trancada. Claire se abaixa, levanta a ponta do capacho e tira de lá uma chave, com a qual abre a porta. Ela entra, eu e Vi vamos depois dela, os garotos logo atrás com as malas.

– Vai ficar quantos anos aqui Vivian? Três mil? – Tyler pergunta enquanto carrega uma mala preta com detalhes roxos.

Entramos e fechamos a porta. Claire liga o interruptor de luz. Observo o local.

O sofá de couro negro está no lado oposto ao da TV fixada na parede. Um confortável carpete felpudo bege está no centro da sala, e sobre ele uma mesinha de mogno com tampa de vidro. A larga janela dá vista para o jardim.

– Meus pais estão dormindo. Vou levar os garotos para seus quartos. Não se preocupem, ninguém vai dividir espaço. As garotas já sabem onde vão ficar. – Claire avisa.

– Tyler pega minha mala. – eu ordeno.

– “Tyler poderia pegar minha mala?” Sim Lena. Eu poderia. – replica irônico.

Subo a escada atrás de Claire e vou direto para o “meu” quarto. Tyler deixa minha mala e segue a minha amiga pelo corredor.

O quarto é todo trabalhado no branco e dourado. As paredes brancas tem finas linhas de dourado por sua extensão, fazendo desenhos circulares. As finas cortinas brancas ondulam por causa da brisa que sopra. Uma televisão está fixada em outra parede. Tem um armário branco onde eu poderia guardar minhas roupas, mas não vou porque estou muito exausta.

Não espero mais nada. Tranco a porta, vou para o banheiro e tomo uma ducha rápida. Visto meu pijama, que consiste em uma camisa do Tyler que ele não usa mais.

Caio na cama e adormeço.

*******

Tem um mosquitinho muito malvado interrompendo meu sono.

Empurro o ar perto do meu ouvido.

Acontece de novo. Não é mosquito nenhum! Tem alguém assoprando no meu ouvido. Isso faz cosquinha.

Espera aí! Eu tranquei a porta ontem!

Eu caio da cama tentando me afastar. O relógio na escrivaninha do lado da cama marca onze da manhã.

Olho para o ser que me acordou. Victor. O que?! Victor?!

– O que você está fazendo aqui?! – eu berro.

– “Bom dia querido”. – replica com ironia – “Dormiu bem?” E depois de perguntar isso um beijinho.

– Que beijinho o quê? – pego o travesseiro mais próximo e jogo nele – Você entrou na porcaria desse quarto as... Espera aí... Como você entrou nesse quarto?! E como sabia que esse era meu quarto?! E o que você está fazendo na mesma casa que eu?!

– Nossa! Quantas perguntas... Bom, eu sabia que esse era seu quarto porque fui informado disso, e por outros motivos. Como eu entrei no quarto? – um sorriso perigoso se espalha por seu rosto – Eu vou pular essa. E eu estou aqui porque fui convidado...

Faço um gesto para dispensar mais explicações.

–... As onze da manhã e ainda tem a cara de pau de pedir beijinho?

O olhar que antes estava fixo no meu rosto, escorrega pelo meu corpo.

– Você fica muito sexy com essa roupa de dormir...

Lembro que estava vestindo nada mais que uma camisa pólo azul-escura que mal cobria metade das minhas pernas.

Cruzo os braços em uma tentativa de me sentir menos exposta. O que não deu certo.

– Caí. Fora. Daqui. Agora. – e para dar mais ênfase eu abro a porta violentamente e aponto para fora. – Agora Victor! Não faz eu te tirar daqui! Porque, acredite, eu sou capaz.

Ele desliza para fora da cama e antes de sair lança mais uma olhada para minhas pernas. Quando saí eu bato a porta com força.

Agora eu vou me arrumar para falar com uma menina muito malvada chamada Vivian.

Depois de tomar uma ducha e vestir qualquer short e blusa que eu encontrei eu desço.

Vejo Claire esparramada no sofá com um prato de pizza nas mãos, e Vivian do lado com uma caneca. As duas ainda de pijama.

– Por que raios você chamou o Victor para vir aqui? – sibilo para Vivian. Ela nem se dá o trabalho de tirar os olhos da televisão.

– Não fui eu que chamei.

– Claire?!

Ela dá de ombros.

– Gosto dele. E eu posso ter chamado ele, mas Vi trouxe o Nathan. O que não foi muito legal, já que ele e Victor não se dão muito bem. Não sei por quê.

– Parece que eles já se conhecem de outras épocas... Vivian! – eu ponho a mão na testa. Que máximo. Agora vou ter que aturar dois babacas nesse final de semana. Mas... Até que o Nathan não é tão mal assim – Deixa pra lá.

Me jogo entre elas.

Um coro de vozes masculinas é ouvido no pé da escada. Tyler e Leon estão conversando, enquanto Nathan e Victor se encaram com cenhos franzidos. Esses dois têm história.

Victor se dirige a mim.

– Vejo que está mais bem vestida.

– É...

– Como está boneca? – Nathan me tira do sofá pra um abraço.

Saltos batem no chão e uma mulher jovem e vestida em calças justas e uma blusa amarela com mangas soltas entra na sala. O longo cabelo negro ondula com o movimento do ar e os olhos puxados estão bem destacados com delineador preto.

– Bom dia crianças. – ela cumprimenta – Pra quem não me conhece, sou Della, mãe da Claire.

– Prazer. – Leon diz apertando a mão dela.

– Obrigada por nos convidar. – Nathan dá dois beijos em cada lado do rosto.

Victor apenas se inclina e deixa um beijo no dorso de sua mão.

– Vejo que todos já estão acordados. – uma voz diz.

– Bom dia. – todos dizem em uníssono.

O homem ri. Então puxa a esposa pela cintura.

– Iago. Pai da aniversariante.

– E a cada dia sua filha fica mais linda. – Tyler fala.

– Você é o namorado dela? – Della pergunta com singela curiosidade. Ta! Ela estava literalmente pra pular no meu irmão.

– Não. O que é uma pena. Ela precisa de alguém para proteger ela. – ele senta ao lado de Claire e põe o braço sobre os ombros da baixinha. Que ela logo joga para o lado.

– Não preciso de ninguém pra me proteger! Tyler. Pára de ser idiota.

– Sempre tão carinhosa e delicada... – ele provoca. Minha amiga levanta um lindo dedo do meio.

– Claire! – exclama sua mãe horrorizada – Bom. Eu fiz o café-da-manhã. Mas poderia ser almoço. É um alfé. – dito isso ela começa a gargalhar – Alfé. Entenderam? – Ninguém ri. E Iago apenas dá um sorrisinho. Claire bate a mão na testa. Ela caminha em direção a cozinha ainda gargalhando. E todos a seguem.

Na mesa todos estão comendo como se não vissem comida a dias. Menos Nathan e Victor, que parecessem apenas ocupar lugares.

– As sete todos têm que estar preparados, a festa começa as oito, mas sabem como é, tem convidados que chegam mais cedo. – Della diz.

Claire cospe o suco que estava bebendo. Recebe olhares reprovadores dos pais.

– Convidados? – pergunta atordoada.

– Claro querida! Acha que deixaríamos seu aniversário passar a limpo.

– Mas... Eu não quero festa! – protesta.

– Tarde demais.

Todos se retiram depois que terminam, eu vou até a geladeira e pego o quinto Toddynho que eu bebo no dia, depois vou até a sala e me jogo no sofá. Fico zapeando pelos canais até encontrar Bob Esponja.

Alguns minutos depois Nathan desce e senta ao meu lado.

– Você gosta muito de achocolatado pelo que estou vendo. – diz sem olhar para mim.

– Não sei de nada melhor do que chocolate. Só livros.

– Eu sei de algo melhor que chocolate. – desvia a atenção da TV e sinto seu olhar queimar em mim. Um olhar acompanhado de um sorriso provocante.

Eu ruborizo. Por que diabos estou corando?!

– Legal, mas... Podemos falar disso depois. Estou ocupada agora. – tento me afastar, mas sou impedida por um braço que enlaça minha cintura.

– Não vai escapar de mim. Não agora. – sua boca captura a minha em um beijo louco e descontrolado. Sua língua pede passagem e rapidamente dou. Embaralham-se. Ele me puxa mais, até não ter nenhum espaço entre nós. Sua outra mão está na minha nuca, impedindo que eu me afaste. Nem sei se quero.

Passos no corredor nos faz afastar. E quando olho para escada vejo Victor descendo. Ele pára no último degrau, olha para mim e Nathan, fuzila este com o olhar e sobe novamente. Segundos depois Vivian desce.

– Nossa! O que deu no Vic hoje? – Ainda bem que ela veio. Nunca fiquei feliz em ver Vi. Levanto e vou para os fundos. Della disse que a festa já estava pronta.

Abro a porta de correr e logo a brisa fria me atinge. Meu olhar varre todo o local.

Mesas espalhadas pelas margens do local, decoradas com tolhas brancas e velas coloridas. No centro uma pista de dança. De frente para pista um palco onde vários instrumentos estão arrumados. Uma tenda cobre todo local e um globo está no centro. Sofás estão nos cantos.

Entro novamente e vou para a varanda. Sento no pequeno sofá e observo tudo a minha volta.

Minutos, ou horas depois Vivian saí de dentro toda eufórica. Parecendo uma criança de dez anos que vai ganhar o que queria no aniversário.

– O que é? – pergunto.

– Vamos ao shopping. – responde me puxando e arrastando para dentro – Você precisa se vestir adequadamente querida. Não vou sair contigo assim.

–Me magoou profundamente. – deixo ela me levar para o quarto.

Pego um vestidinho amarelo de tecido leve e florido, e coloco também sapatilhas laranja. Deixo as ondas soltas, e Vi faz questão de colocar uma presilha minúscula do lado. Passo gloss e rímel.

Quando chego na parte de baixo encontro Leon e Nathan jogados no sofá. Victor e Tyler do outro lado. Claire esparramada no chão com o celular.

Vou direto para fora, mas ainda consigo ouvir Claire e Tyler.

– Aonde vão? – meu irmão pergunta.

– Não te interessa. – a baixinha responde.

– Vamos com vocês.

– É melhor todos ficarem com o traseiro onde estão. Vamos sozinhas. Até mais tarde.

Claire e Vivian saem de dentro e me chamam. Entramos no carro e partimos rumo ao shopping.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Fiz com o maior carinho gente.



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