Lamento dizer para os invejosos, mas já estou ficando musculoso.

É isso mesmo o que leram, músculos, meu amor, músculos!

– Natsu ? Ei, vai ficar quanto tempo se olhando no espelho mesmo ? – Lucy me tirou dos pensamentos que levantam minha auto-estima.

– Ah, Luce, me deixa, olha só esse tanquinho! – Me virei pra ela, sem camisa – É de se orgulhar, não é ?

Ela corou um pouco e desviou os olhos.

– É, é, claro.

Meu sorriso só se alargou, ele se virou para mim novamente – Mas agora você vai ter aula de pilates comigo, vamos – E me puxou pelos pulsos.

– Pilates parece ser bem fácil, é só sentar em uma bola e ficar quicando por aí.

– Você que pensa, Natsu – Ela riu alto – Eu vou ficar na minha vendo você se ferrar.

– Oras, é só pilates, o que de mal poderia acontecer ? – Falei, rindo debochado enquanto entrava na sala.

[...]

– Meu santo Deus! – Falei, enquanto tentava repetir os movimentos da professora. Meus músculos novos ardiam como se estivessem no inferno, eu suava que nem um porco e meu rosto estava tão vermelho quanto o cabelo da professora Erza – Isso é um exercício de Satanás!

– ‘’Oras, é só pilates, o que de mal poderia acontecer ?’’ – Lucy me imitou, com direito a voz grossa e tudo mais, depois soltando uma gargalhada – Sua cara está ridícula!

– Dragneel! Você está fazendo tudo errado – Erza gritou comigo – Está muito frouxo, segure mais firme!

– Isso é o máximo que posso fazer, Erzaaaaa –Choraminguei um pouco e as moças que estavam lá riram.

– Francamente, você é muito frouxo. Obaa-san, vá lá, por favor.

– Obaa-san ? – Perguntei e vi a Lucy congelar no lugar por dois segundos e depois segurar o riso desesperadamente – Lucy ? Você é esquisita, o que foi ?

– Caham, mocinho – Uma velha que mais parecia uma ameixa seca, parou na minha frente me encarando de cima á baixo – Você está muito tenso, saia da bola que vou te ajudar a relaxar.

– Ok... – Levantei da bola e a ameixa seca passou a mão nas minhas costas, depois segurou minha mão com a outra – O que você está fazendo ?! Sua ameixa seca assanhad-

Creck!

Esse foi o som das minhas costas estralando como jamais estralaram na vida, a ameixa seca deu um empurrão tão forte que eu cai no chão, segurando as costas. Acho que dez partos não se comparam com a dor que estou sentindo na minha coluna agora.

– Mocinho, você está todo duro. Vou estralar todas suas articulações agora.

– N-NÃO! – Me afastei dela, segurando as costas ainda, com lágrimas brotando dos olhos – Eu estou bem! Acho que vou ir pra aula de musculação a-agora! – E sai me arrastando dali o mais rápido que conseguia.

[...]

– Hahahah! Natsu, você tinha que ver sua cara quando a Obaa-chan te deu um trato!

– Hum – Só fechei a cara para a loira na minha frente, a culpa era dela por me levar para a aula de pilates.

– O quê ? Tá com raiva de mim ?

– Tô.

– Não fica assim, Natsuuuu! – Ela se agachou na minha frente – Tá ?

– Não – Fiz bico.

– Humm, você me perdoa se eu te pagar um ramen ?

– Perdoo, sim! – Fiz meu melhor sorriso de vitória que pude e abracei a Luce.

– Só queria comer de graça, né, engraçadinho ?

– Digamos que sim.

[...]

Entramos na casa de ramen, e o calor rapidamente nos afetou, nos obrigando a tirar os agasalhos. Me sentei em uma mesa com a Lucy.

– Dois ramens grandes, com porção extra de carne de porco, obrigada – O garçom anotou e saiu para preparar os pedidos – E aí, Natsu, já pensou em como vai conquistar a Lisanna ?

– Estou indo tão bem com ela quanto você e o Sting.

– É-é tudo questão de tempo, e-entende ?!

– Que desculpa mais esfarrapada, Luce – Ri de lado enquanto apoiava meu rosto em uma mão – Mas acho que ele tá afim de você, já vi ele comentando sobre você tipo, várias vezes – Ela corou, e vi pelo brilho dos olhos que ela se encheu de esperança, e isso me incomodou um pouco, decidi ignorar – E a Lisanna, fala de mim ?

– Tanto que meus ouvidos até doem. Ai é ‘’Nat-kun’’ pra cá, ‘’Nat-kun ‘’ pra lá. Ela não pode te chamar normalmente ? – Lucy falou rindo, enquanto colocava os braços em cima da mesa.

– Nat-kun é um apelido bonito, poxa, você não acha ?

Ela ficou me fitando por alguns segundos, com aqueles imensos olhos castanhos – N....Nat-kun... – Chamou, e juro que corei.

– Ai Luce, não me chama assim que eu fico acanhado...

– Cala a boca! E-era só um teste.

– Aqui estão seus pedidos – O garçom colocou as duas tigelas na mesa.

– Obrigada – Lucy começou a comer e eu me aproveitei para pegar dois pedaços de carne de porco do prato dela – Ei! Isso é meu!

– Isso foi pela Obaa-chan – E comi, rindo.

– É assim né, seu sem vergonha – Ela roubou três pedaços do meu e comeu devagarinho, só pra provocar.

– Luce! – Fui tentar pegar mais do prato dela, mas minha mão bateu na tigela e derrubei o ramen (quente pra caramba só pra lembrar) nela.

– Natsu... – Ela tremia de raiva, enquanto alguns atendentes vinham ajuda-la.

– Luce, desculpa, eu não queria... – Ela pegou minha tigela e jogou com tudo na minha cabeça – Loira maldita.

– Desculpe senhor, vamos ir embora agora – Ela pagou o dono e me puxou para fora do restaurante, me beliscando e xingando – Lezado.

– Ridicula.

– Idiota.

– Escandalosa – Ela me deu um tapa.

– Besta.

– Dramática – Vi que ela começava a rir e ri também, até que começamos a gargalhar.

– Somos muito idiotas ?

– Só um pouquinho...

E assim fomos para casa, molhados até os ossos de caldo e com cheiro de tempero de ramen, fora isso, a caminhada foi ótima.