O paissagem escuro,

 uma voz,

 alguém me chamando…

Lucy…

Meu nome ecoava longe…

A  neve caía mais e mais…

Um olhar vermelho…

Um sorriso …

Um vulto escuro…

Uma pessoa…?

- LUCY…! – Dei um salto da cama com o susto ao escutar alguém gritando no meu ouvido.

- AH! – Assustada, senti meu coração palpitar como eu fosse infartar em alguns minutos.

- Por fim! Por fim – disse a voz brincalhona de…

- Vincent…! – disse enraivada, e vi este se arrepiar.

Vincent é meu primo, um rapaz de metro e noventa com cabeça de um pirralho estúpido, sempre tratando de  me frustar com tudo, e até digo que ele não merece toda a beleza que possui: Cabelos encaracolados de uma cor castanho chocolate, pele dourada pelo sol já que é um sufista nato, ainda que para falar a verdade poucas partes de sua verdadeira pele são visíveis, pois, seus ombros, braços, peitos, pernas... acreditem em mim, estão quase tudo repleto de tatuagens, o que o torna mais atraente nos olhos femeninos. Depois de tudo ele tem barriga tanquinho e braços e pernas bem definidos com os músculos. E sem contar a sua face de menino bonitinho, seus grandes e profundos olhos verde musgo que em diferentes constraste de luzes mudam para cor acinzentada. Ele tem os mesmos olhos que o de minha vó… Sem contar suas bochechas repletas de carne, o que o torna ainda mais ‘bonitinho’, a parte de seus lábios carnosos, e ainda tem as orelhas cheias de piercings. É um tipo de garoto charmoso que agrada as meninas, e ele não é como aqueles tipos garotos de bandas juvenis atuais, é bonitinho, mas não ao ponto de dar nojo… Não, mas ele dá nojo sim, quando quer.

- Eu disse para você não despertá-la… Você está bem, Vin-chan? - disse a voz que eu reconheci como de minha melhor amiga, Yuuki.

Yuuki era o tipo de garotas que agradavam aos garotos -delicada, bonita, gentil… Principalmente bondosa. Suas feições asiáticas se destacam muito no colegio. Seus olhos são puxados, longos cílios e incríveis olhos de um mel ambar. Seus lábios carnosos e vermelhos, sua pele branca destacavam mais com seus longos e belos cabelos negros sedosos, a parte de sua altura que estava em volta de um metro e sessenta e cinco, e seu corpo magro. O único que ela odeia é ter poucos peitos, mas digo, é preferível do que ter peitos que não te deixam respirar direito, coisas que acontece comigo…

- Ele merece, não tenha pena dele, Yuuki… - disse enraivada, indo direto ao banheiro.

- Mas… - disse Yuuki, porém eu não acabei de escutar o resto, entre dentro do banheiro do nosso quarto.

Como vivíamos em um internato para caçadores, eu campartilhava quarto com Yuuki. Tem um espaçoso quarto que cabe duas camas, dois armarios, é uma suite, e acima de tudo tinha banheira, o que a Yuuki mais adorava, às vezes ela tomava banho de quase quatro horas, não que me desagradasse, mas acredito que isso devia ser parte de seu costume nipônico.

Apesar de vivermos em um grandioso castelo, ele parecia até mais grande por dentro do que por fora, sendo uma espécie de Hogwarts, mas real, que as pessoas normais não conheciam, mas não os chamamos de Trouxas ou Muggles, apenas de humanos. Porém diferente de Hogwarts, nós passávamos ano atrás vivendo aqui, até que nos formamos para sermos caçadores, claro, com permissão de nossos tutores, podemos voltar para a nossa casa nas férias, mas muitas pessoas preferem ficar aqui se formando, incluindo, se você decidir poderá se formar em menos poucos anos e se esfoçar muito e passar na última prova de caçador, se tormará em um muito antes do que imagina.

Assim que acabei de tomar banho, percebi que havia esquecido minhas roupas no lado de fora, ainda que como estava só meu primo e Yuuki, não me importei em sair de toalha, e como suspeitado lá estavam eles.

- Esqueceu o uniforme…? – Perguntou Yuuki, e vi que Vincent brincava com meu urso de pelúcia, o qua eu havia ganhado de Yuuki nos meus quinze anos.

- Sim… Por culpa de certas pessoas… - disse frustada, e sim, ainda estava frustada porque não tem coisa pior do que te acordarem quando você está morrendo de sono.

Ontem cheguei de madrugada com Kazuki, ele me pediu para que ajudasse a ver umas quantas espécies em uma das lojas que ficavam em Berlín, como a cidade está meio longe deste lugar, tivemos que fazer uma viagem até a vila, logo pegamos um trem, fizemos três escalas em três cidades diferentes. E por tudo isso, e porque tive que comprar umas quantas coisas para as próximas aulas, acabamos demorando mais do que esperava. Fato: eu só havia dormido três horas, e estava atualmente morrendo de sono.

Assim que vesti meu uniforme, admirei o espelho, vendo se estava tudo certo. Percebi que estava com os olhos inchados de sono, mas meus cabelos caíam em ondas de castahos escuras, até disfarçavam mais a minha falta de sono, meus olhos grandes e negros, os quais sempre tinham um brilho mas agora estavam meio apagados, e minha boca estava um tanto torcida, frustada pela imagem. Suspirei fundo e tratei de não pensar em como odiava estar assim, a parte de ser baixa apenas de um metro e cinquenta e dois como máximo, ainda que eu não era gorda, e até se podia apreciar algumas que outras curvas com meus odiosos super peitos, coisa que eu já tinha deixado de dar tanta importancia.

O ‘uniforme’ do colégio costumava a ser negro, calças negras e uma blusa sem manga, o sapato é opcional, mas quase todos optavam por botas militares ou sapatilhas chinesas, era os mais confortáveis e práticos para nós caçadores, pois era algo que nunca nos atrapalharia em uma luta, uma das regras mais importantes, e levamos as nossas armas sempre juntas ao corpo, pelo menos fora do castelo.

- Nossa… Sempre com tanto negro é até normal que as pessoas da vila tenham medo e achem que temos uma certa seita satânica neste colégio… - disse para mim mesma deixando o comentário mental se escapar.

Nada de mentira, as pessoas da vila aqui perto não nos tratavam muito bem, por isso muitas vezes saíamos de noite para qualquer tipo de atividade extra escolar, já que as lojas que vendíam coisas para caçadores, umas duas o três delas estavam abertas nestas horas. Porém se quisessemos algo bom mesmo o melhor era ir à Berlín, lá havia um subúrbio perfeito para qualquer tipo de compras adicionais no nosso currículo, claro, isso se fosse realmente necessário sendo que a escola já estava provida de todo tipo de artefatos.

- Negro… Negro… - suspirei ao lembrar do sonho. – Aquele rapaz tinha cabelos longos e negros… E seus olhos vermelhos… E…

- Lucy… Já está na hora, vamos chegar tarde ao café da manha. – Suspirei ao escutar a voz de Vincent. Ele é um chato, mas se preocupa sempre por mim, porém mesmo que eu seja um ano mais nova que ele, sempre sou eu que o tira de várias encrencas.

- Tudo bem, estou indo.

Vincent, eu e Yuuki, nos dirigimos para o refeitório, enquanto caminhávamos pelo castelo. Víamos alguns que outros novatos e veteranos, ainda que era impossível de se confundirem que eramos os mais velhos naquele lugar, já estávamos no rankin dos últimos anos de preparatório, por isso nossos uniforme eram especiais para estarmos sempre preparados para qualquer caça, diferente dos mais novos, que tinha típicos uniformes de estudantes normais, ainda que também eram negros.

Ao chegar no refeitório vimos umas quantas mesas repletas de jovens conversando e comendo, aproveitando a primeira refeição das seis da manhã – Sim eu havia dormido apenas três horas.

- Ei! Por aqui… - Admirei nossa amiga, Chris, acenando com empolgação para a nossa direção

Chris era uma vampira, e como tal era bonita, e desejada por todos os garotos, mas não era segredo que ela já tivesse seu grupinho particular de amantes, ainda que isso soe meio estranho, mas ela era uma vampira, e o que eu posso dizer? Os rapazes que gostavam dela não se importavam muito com isto, e nem me pergunte se eles já fizeram algo, são coisas pessoais que eu não mostro muito interesse.

Como disse, Chris era bonita, bela demais.Tem uma altura de um metro e setenta, um belo corpo com curvas, longos cabelos negros, com uma mecha violeta e belos olhos roxo que podiam mudar para o vermelho. Ela era uma das vampiras que não se importava de colaborar com os caçadores, dizendo ela, seguia sua própria justiça. E era um fato muito importante nesta sociedade, haviam ‘monstros’, seres sobrenaturais nas concepções aos olhos humanos, que eram nossos aliados. Eles não se importavam de manter a vida como era, como seres noturnos, mas haviam aqueles que não aceitavam apenas uma 'vida' noturna e que desejavam o mundo todo para eles, o que trás a nós, os cazadores. Os quais não matamos como todos acham, ou melhor, não por prazer nem nada parecido, mas para manter o equilíbrio  junto aos alguns dos seres que nós ajudavam, e a sociedade dos anjos na Terra… Como todos sabem, um dos primeiros seres criados pelo criador.

- Por que demoraram tanto…? – disse Jake, nosso amigo, e atualmente um de nossos professores de Defesa e Artes marciais.

Mesmo sendo um professor de Luta e Defesa, Jake tinha o aspecto de um conde inglês dos tempos vitorianos. Vestia seu habitual chapéu de neutro, negro com uma ralha branca, seus cabelos quase todos coberto eram longos até o pescoço, eram bagunçados por sempre levar o chapéu. Porém quem não diria que Jake era belo - ele tinha descendência holandesa por parte de mãe, e seu pai era chinês de raríssimos olhos azul safira, como ele, Jake tinha os olhos um pouco puxados, o que o dava uma espécie de charme único, pele branca e de porcelana, e por de baixo do terno negro, como todos podíamos comprovar durante as aulas, ele tinha músculos definidos e escondia uma enorme tatuagem de um dragão, como ele era conhecido desde que se graduou aos seus doze anos, o dragão negro de olhos azuis. Jake era um dos caçadores mais privilegiados, e sim, todos o considerava um gênio para sua idade, e sim, ele tinha consciência disso, Jake é um genio em tudo o que faz e acredito que até hoje ninguém o fez tombar quando ele luta para valer.

- Não me culpem, só fui ver porque Yuuki não vinha, e resultou que Lucy ainda estava dormindo. – disse Vincent sem dar importância.

- Claro… Como você só se interessa pela Yuuki, diz isso porque gosta dela. - disse sentando na mesa e notei que Yuuki havia ficado vermelha e Vincent também.

- Ei! Eu não disse isso… Eu… Quis dizer que… Estava preocupado com as duas… E...

- Sim, sim. Todos sabemos dos seus interesses – disse eu por fim levando um gole de café puro até a boca, mas logo o segurei para não expulsar.

- Que foi bebê? Não consegue tomar café preto sem açúcar…? – perguntou Chris carinhosamente e eu apenas pensei no caso de porquê dela sempre falar assim tão carinhosa comigo. Aquilo me fez corar, já que isso de 'bebê' parecia me fazer mais pequena do que eu já sou.

- É que eu preciso, mas odeio este amargo...

- Mas se tomar com um pouco de açúcar não vai acontecer nada… E se não gosta disso, por que ainda tenta tomar? Isso é locura – Admirei meu lado e me topei com o Akira.

Ele era o primo de Yuuki, mesmo isso sendo incrível, já que os dois eram tão parecidos em tudo que pareciam gêmeos. Não por serem asiáticos, mas sim porque eram realmente parecidos, claro que um era um homem e outra era mulher. Akira tinha cabelos negros e armados, de jeito bem bagunçados, eu tive suposição de que ele fazia isso de propósito, já que seu temor era parecer com seu irmão do meio, Peter, também um caçador, e por Akira ter certo desgosto dele. A possibilidade de parecer com Peter tornava algo ruim para ele. Seus cabelos armados o faziam parecer mais ao irmão mais velho, Tom, também caçador - que por curiosidade aparentava que Akira sentia admiração por este, pelo menos mais do que pelo Peter. Porém diferente dos seus irmãos, Akira era considerado baixo ao comparar-se como homem, com a mesma ou alguns milímetros mais alto do que a altura da Yuuki, também isso ajudava mais para que as pessoas achassem que eles eram gêmeos, pois a parte da altura, possuía a mesma cor de pele, um branco neve perolado, a mesmas maçãs do rosto, que pareciam-me suáveis e delicadas, os mesmo labios carnosos, e a mesma face quando ficavam vermelhos – Maçãs. Todos os chamavam assim por ser fruta preferida dos dois, e por eles ficarem tão vermelhas como tal. Porém, a única diferença  que encontrávamos nos dois era seus olhos. Os olhos de Yuuki, como dito, claros como o ambar, levemente queimados como caramelo, e Akira tinha os olhos de safira como os irmãos e o pai, e de sua irmã gêmea, Francis. Porém tirando esse detalhe, irmã dele não parecia tanto com ele, por ter nascido com os cabelos loiros, uma herança de seu pai, um holandês.

- Posso saber o que isso importa a você… Eu bebo o que eu quero e ponto final – disse frutada, e Akira perdeu a paciência como sempre e como esperado.

- Tudo bem! ADIANTE SE É UMA LOUCA DE QUER  BEBER O QUE NÃO LHE AGRADA!!! – Ele me encarou berrando e eu revidei na mesma tonalidade, ou mais alto até.

- QUEM É LOUCO AQUÍ É VOCÊ, JÁ SE VIU EXPLICANDO O INEXPLICÁVEL...!?! – brandei o encarando com raiva.

- SUA…!

- Epa… Epa… O melhor é parar por aqui, se querem brigar façam isso depois, porque quero tomar tranquilamente o meu café, e já estou com dor de cabeça só de escutar SEMPRE, cada manhã este velho casalzinho brigando como se levassem quarenta anos de casamento… Nossa, vocês são ainda muito jovens para isso… Qual é, seria bem melhor que houvesse menos briga e mais pegação… - disse Jake, se divertindo.

- CALA SUA BOCA, ANIMAL! – Gritamos ao mesmo tempo, percebi que eu havia ficado vermelha de raiva e ao parecer ele também… Como assim casal de quarenta anos...!!

- Deus me livre se tenho que casar com este pirralho, eu gosto de homens altos. – Concordei com sinceridade.

- E eu que vou querer casar com você… Nem louco… - Ele contradisse.

- Pelo menos concordamos em algo. - murmurei.

- E por que não vamos no próximo fim de semana no Berlín? Vocês sabem que o professor Jack vai fazer uma exposição lá… - disse animado Vincent, acredito eu que, para fazer eu e Akira pararmos de brigar.

- Ah, sim, o rei disse isso… Que bom...! - disse Jake com animação – Estou seguro que Sally também estará presen-…

- Ei… - Desta vez era Chris que dava um olhar ciumento ao Jake. Ah, sim, Jake é um dos amores da Chris.

- E… Então, conseguiu falar com ele, Vin-chan? – perguntou Yuuki, tratando de desviar o tema.

- Falar com ele… Bem… Bem… Bem… - Vincent pareceu nervoso.

Jack Halloween, trata ser do nosso professor de História de Artes e Simbologia. São matérias um pouco complicadas para quem odeia escrever qualquer coisa, porém, é necessário para ser um bom caçador. É primordial, não é só saber lutar, você tem que conhecer a história para poder se meter nela.

- Seguro que não… Você não tem nenhum pingo de coragem quando se trata dele. - disse eu com calma, pois sabia que Vincent o admirava, Jack é seu ídolo, como se fosse o super homem para um menino.

-  Você é patético, fazer o que… - disse Kouya.

Kouya é um dos nossos amigos das classe de veteranos, e também um dos amigos de infância de Vincent junto aos mais três amigos. Eles tem uma banda que tocam e ensaiam nas horas livres, acabei esquecendo de contar sobre isso: Vincent é o vocalista e Kouya o guitarrista solo. A parte disso Kouya é japonês, tem olhos violeta e cabelos da mesma cor, sua pele é branca, e bem, na minha concepção e que prometam que ninguém digará nada, é totalmente um cara que faz meu tipo - é sempre sério e na dele, ainda que Vincent o tira várias vezes do sério. Kouya é um ex-delinquente, antes não conseguia aguentar nem controlar facilmente a fúria, mas com o tempo ele vem melhorando muito bem, porém seu olhar de matar - literalmente, não mudou para nada, sem contar de que dá para perceber claramente que é um excelente lutador, tendo os músculos bem definidos e uma altura realmente agradável aos meus olhos. Às vezes penso que não me importaria de ter dois metros de altura, já que tenho certo pânico com a minha pequena altura, depois de que a maioria te chamem de baixinha o…

- Que tanto olha para o Kouyan, coisinha – disse uma voz que parecia se divertir com um humor desagradável com o meu tabu, e senti o peso de um braço sobre a minha cabeça.

- Coi… Coi… Coi… - Senti como uma das veias de minha testa se romperam. – COISINHA…!!!!!

Suspirei fundo enquanto caminhava junto a Yuuki e o pessoal.

- Ainda está estressada…? – Me perguntou Yuuki preocupada, e eu apenas sorri para ela, tratando de negar.

-Não, que nada… - mas minha cara de mal-humorada me entregava.

- Ainda está com raiva de Jin… Não…?

- Hm… Não fale neste diabo. - disse, murmurando com raiva.

Jin era o típico cara que me tirava do sério, odiava sua forma de ser e principalmente por ele adorar mexer comigo. Jin é um maldito vampiro mulherengo que tristemente não merecia ser belo, já que está claro que ele é o tipo que quebra corações das mulheres. Tristemente ele tem uma espécie de charme que deixa as mulheres loucas (menos eu. Eca), seus olhos violeta destacam muito e sua forma de falar... Cortejar e agir com as mulheres as levam a loucura, a parte dele ser um típico garoto de cabelos negros e pele branca, pelo que suponho, as mulheres deixaram de gostar tanto de loiros dos olhos azuis e estão mais para morenos salvagens.

- Então está enraivada mesmo, chibi… - disse uma voz conhecida.

- Maldito! – chutei a canela de Kazuki, mas ele nem reagiu.

- Professor Kazuki, não faça ela ficar com mais raiva, e… Lucy para, pobre dele… - disse Yuuki com pena do estúpido Vampiro.

Supostamente Kazuki era um vampiro, ou só o chamávamos assim. Ele era uma espécie de ‘shinigami’, um Deus da morte que gostava de ser chamado de vampiro. Seus cabelos eram loiros brillantes, ele tinha uma boa altura, e seus olhos amarelos sedutores eram realmente a maior parte de seu charme. A parte de eu saber bem que ele tinha um belo corpo atlético, claro, quando ele não estava com o jaleco branco de doutor, sendo que ele é o médico do colegio e o professor dos Primeiros Cuidados, ele estava vestindo o negro - calças negras, blusa e botas negras, ele era uma espécie de vampiro metaleiro, mas confeço, isso o tornava ainda mais atrativo, porém não para meus olhos. Kazuki é meu melhor amigo de infância, e mesmo com este olhar sempre de peixe morto, ele tem… Mesmo não tendo… Um coração bondoso e gentil.

- Não protege este traidor… - disse sem conseguir controlar a minha raiva. Primeiro o chato do Vincent, logo o idiota do Akira, sem contar com o filho da mãe do Jin…

- Lucy…! – Yuuki falou convicta em ajudar Kazuki.

- Tudo bem, eu paro...

- Você ainda está pisando no pé dele – disse ela.

- Eu… - disse ainda pisando no pé dele, e logo tirei. – Que sejas…

- Bem, de qualquer forma eu tenho um comunicado para você, Lucy…

- Para mim? - perguntei mais calma.

- Sim, para você… 

Na frente da sala do diretor, pensei duas vezes antes de bater a porta, e acabei escutando algo.

- Então está bem, decidimos que você a vigiará…

Vigiar… quem…?

- Que feio Lucy, escutando a conversa do diretor – disse-me a voz de Jake por detrás das minhas costas, e acabei me virando um tanto corada, e para minha surpresa não estava somente ele, se não que também o Jack. Não Jack Halloween, mas sim o Jack Lee, o outro dos nossos professores.

Jack é irmão mais novo por alguns minutos de Jake, os dois são gêmeos, porém a parte das mesmas feiçes, eles têm as diferenças bem mais claras do que Akira e Yuuki: Jack conserva os cabelos lisos e parece não se interesar em usar terno… Ainda não sei como vim parar em um lugar aonde só tem garotos desejados por mulheres, o mesmo digo para as garotas, ja que eu não sou lá do outro mundo, apenas sou uma humilde menina. Jack era o que muitas diziam um Deus grego, coisa que eu não discordaria, seus cabelos negros, seus olhos asiáticos de coloração safira, sua pele branca como a porcelanda... Jack é lindo, sem contar do jeito serio e na dele, uma difereça em tanto do Jake, que é mais aberto e mais ‘feliz’, e até imagino Jack dizendo neste momento “Um idiota, um bicho estranho, e sobre tudo a assombração mais grande da minha vida depois do meu pai perdedor”. Nossa… Claro que Jack não é muito chegado ao Jake, porém Jake ama de mais o irmão dele - confusão, ne? Ainda que quem os conhecem bem, sabe que eles são como são, mas que Jack e Jake são inseparáveis de uma forma bem… Os laços deles são bem fortes.

- Ah… Jack… Jake… Bem, é que me mandaram vir aqui, mas escutei que o diretor estava ocupado…

- Ah, sim… Quem mandou você até aqui? – Jack perguntou calmamente para mim.

- Kazuki… Ele disse que o diretor precisava falar comigo.

- Oras, é só bater na porta, Lucy-chan - disse Jake com carinho e deu duas batidas na porta.

- Adiante… - escutei a voz do diretor.

Jake abriu a porta e me colocou para dentro, entrando ele e Jack logo em seguida. O diretor estava sentando na poltrona, pude ver seus perfeitos rasgos alemães me contemplarem. Seue olhos eram claros e amarelos, os cabelos loiros caíam em um corte reto até a nuca, e sua pele era branca quase albina.

- Olá, diretor Elric, me mandou vir…? – disse um pouco sem jeito, já que esperava pelo pior…

- Olá, Lucy… Há quanto tempo… Sem medo, venha até aqui.

Nervosa, dei uns pasos de chumbo, e ao perceber topei com uma parede.

- Wa…! – dei um pequeno grito afogado, e percebi que alguém segurava meu pulso.

- Está tudo bem…?  Se eu estive no meio do caminho, peço minhas sinceras desculpas - disse uma voz suave. E eu apenas pude admirar a face de quem pertencia.

Seus olhos azuis claros, tão claros que pareciam vermelhos, me despertaram lembranças…

O rapaz de olhos vermelhos.

Mas não, este era diferente, ele não tinha cabelos pretos e foi só uma pequena confusão. Este rapaz tinha cabelos ondulados e claros quase brancos, mas notei como ele tinha a cor de um amarelo mais do que pálido, assim com a pele dele branca, percebi que ele era albino, mais não daqueles albinos esquisitos, ele era realmente belo, e pensar nisso me fez corar, como se aqueles pensamentos pudessem ser escutados por ele, aquilo me fez engolir seco, e percebi como ele sorriu como se estivesse se divertido com minha reação.

- Lucy, este é Phoenix Gangreel, é um novo aluno que entrou no mesmo curso que você, e foi transferido desde Vaticano para cá… E o que eu quero que faça é que mostre a escola para ele… E o ajude no que pode.

Escutei o diretor falar isso, mas não contestei nada, pois realmente eu não me sentia ali. O rapaz havia me causado comoção no meu interior, mas não porque ele era bonito, em parte disso, mas havia algo de diferente nele, muito diferente, um humano normal não tinha aquela aura… Mas o que ele era tanto para me causar tanta confução…?

- Então veio desde Vaticano… Desculpa perguntar o porquê… Mas dizem que só os melhores que querem se tornar em exorcistas entram no internato de Sant Petrus… - disse eu tratando puxar um assunto, pois ele me seguia sem dizer nada, e isso me incomodava… Como se fosse um peso, a parte que por ele ter digamos, quase dois metros de altura, ou por ser calado, isso realmente me fazia lembrar a algo…

- Hm… - ele murmurou com calma. – Não tenho interesses em tornar-me em um exorcista, e estou aqui por questões de trabalho…

- Ah... Tudo bem, então que ser um caçador…? – Logo suspirei – Desculpa… Eu não quero ser desagradável com tantas tantas… Eh...

- Chame-me de Phoenix ou Poe, como alguns me chamam, e não se preocupe, não me desagrada de jeito algum. Vejo que a senhorita é bem gentil por estar a me mostrar a escola... – Ele disse com tanta gentileza que não duvidei de suas palavras, mas ainda estava curiosa demais para ser uma boa menina e calar minha boca antes de dizer qualquer besteira a mais.

- Ah... desculpa. De qualquer forma, é que parece que o conheço de algum lugar… - disse eu, a besteira mais grande de todas. Agora ele vai pensar que estou a fim dele… Aimeudeus...! - Quero dizer… Me chame de Lucy, por favor, e esqueça o que acabo de falar…

- Que curioso… Talvez uma espécie de visão…? – ele perguntou amávelmente, e continuou. – Tudo bem, senhorita Lucy…

- Não sou dese tipo… Meu primo, Antonio sim que é um vidente, mas eu não… - Tudo bem, sei ler as cartas e também sei perceber a aura dos seres e seus sentimentos, mas vidente, não…  - E por favor, me chame apenas de Lucy.

- Hm… Então isso torna o fato ainda mais curioso, não…? Lucy – Ele disse ainda com gentileza, principalmente meu nome, o que roubou um leve corado do meu rosto, e acabei admirando a frente enquanto caminhávamos pelos corredores do castelo.

Não disse mais nenhuma palavra até chegarmos na sala da primeira aula da manhã. Seria classe com a Professora Leila, de Feitiços e Encantamentos, um anjo muito bela, e muito gentil, era sem dúvidas uma de minhas professoras preferidas.

Leila era mais jovem do que os seus anos que tinha, possuía longos e incríveis cabelos loiros que caíam até a cintura, sua pele era branca imaculada, e seus olhos violetas eram simplesmente incríveis. Ela era perfeita como qualquer outro anjo, cheia de curvas, assim como nosso professor de estudos de Exorcismo, Gabriel, ele também era um anjo, alto e seu corpo parecia com uma escultura grega da época clássica. Sua pele era dourada, seus cabelos eram curtos e castanhos, e seus olhos azuis, seu físico era marcado como de um homem charmoso de quarenta anos, parecia como astros de cinema. Todos sabíam que entre Leila e Gabriel haviam algo, mesmo que os dois nunca tocaram sobre o tema, mas eles eram como o Brad e a Angelina do colegio, porém nada se sabia, se já que os dois eram anjos, e não se sabia muito bem se era certo, mesmo que eu pessoalmente já notei nos olhares que Gabriel dava a Leila, e ela a ele.

- Desculpa a demora professora Leila… É que ele, Phoenix Gangreel, um novo aluno. – Leila não pareceu se surpreender, e apenas sorriu de um modo gentil ao Phoenix e notei que o mesmo fazia, como se eles se conhecessem de algum tempo, ou eu estava transtornando.

- Seja bem-vindo a minha classe, senhor Gangreel… Sinta-se à vontade ao perguntar qualquer coisa que não entender. – Ele apenas sorriu como se dissesse um sim, e nos sentamos em uma parte da frente das mesas de madeiras, largas que subiam conforme os assentos, era como aquelas salas de filmes de universidade americanas, dando um bom espaço para praticar Feitiços e contra Feitiços, poderia parecer coisas de Harry Potter, mas não aprendíamos os feitiços da mesma maneira, eram apenas feitiços que poderíam ser lançados em nos por bruxas ou vampiros, aqui aprendemos a contra atracá-los e aprender o que ele poderia fazer de mal ou de bom, no caso para sempre estarmos em guarda, depois de tudo não somos bruxos e sim caçadores que precisam estarem atentos para poder fazer o melhor no trabalho.

A aula foi interessante, porém, eu estive mais perdida do que prestando anteção nos feitiços de tortura, que é de dominação de mente que podia haver, coisas que devíamos ter em conta. Estava com sono, e ele me fazia distrair, uma coisa nada boa para uma caçadora, e nem entendia porquê de tanto sono, foram três horas de sono, mas quando eu acordo eu acordava e não havia problema algum, retirando uma boa parte que causava o mal-humor do cão.

Mas na minha mente vinha toda hora…

Um olhar vermelho…

Um sorriso …

Um vulto escuro…

Uma pessoa…?

Admirei minhas mãos…

Vermelho… a cor do sangue…