A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Ufa, antes tarde do que nunca! Girls, eu não morri e nem fui abduzida por alienígenas. Acontece que eu tô trabalhando e não deu de jeito nenhum pra postar antes. Sorry pela demora! ;)

Mas estamos aí com capítulo novo, eu espero muito que vocês gostem. (mas se não gostarem não se acanhem e podem dizer, viu?)

Boa leitura!



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- Conta tudo, Elena

- Não tem muito o que contar.

- Nem vem com essa, eu sei que você está escondendo algo. – Bonnie insistiu. Como Elena não respondeu, ela continuou: - Você prometeu que ia contar quando tivesse algo a ser contado, lembra? Mesmo que não seja “muito” eu quero saber.

- Mas…

- Pode começar! – Caroline chegou e sentou com elas na cafeteria. Era a hora do almoço na escola. – Você arruinou os meus planos de juntar você e Stefan, então fale de uma vez como acabou a sua noite com o outro Salvatore.

- Caroline, você levou Stefan só pra forçar uma situação comigo. Que parte de “não estou interessada” não tinha ficado clara?

- Não me julgue! Foi para o seu próprio bem, Elena. Ele está muito a fim de você. Agora é estranho que você tenha saído justamente com o irmão super gato dele.

- Eu espero que isso não abale a amizade de vocês, Car. – Bonnie sorriu benevolente para a amiga.

- Oh, não, não estou preocupada com isso. Quer dizer, eu não tive culpa e fiz o que eu pude. Mas Elena, você não vai mudar o foco dessa conversa. Afinal de contas, como acabou a sua noite com o Salvatore mais velho?

- E mais gato… - Bonnie completou.

- Tudo bem, eu desisto. – olhou para as amigas e preparou-se para as reações. – Nos beijamos.

- Essa é a minha garota! – Bonnie exclamou e Elena a puxou para que falasse mais baixo.

- Não tão enferrujada afinal! – Caroline gargalhou.

- E depois? – Bonnie perguntou.

- Depois?

- Sim, Elena, depois do beijo?

- Depois, nada. Ele foi embora.

- Só isso? – Caroline parecia realmente decepcionada.

- O que mais vocês queriam? – Elena tentou ignorar as lembranças das suas intenções nada recatadas na noite passada. Graças apenas a Damon havia sido um beijo.

- Vocês podiam ter despistado Jenna e se esgueirado até o seu quarto. – Caroline provocou.

- Ok, um beijo é o começo. – Bonnie avaliou. - Ele já te ligou?

- Não. Ainda não.

- Você não quer ligar pra ele? – Caroline disse.

- Eu não vou fazer isso. O que ele pensaria? Além disso, eu nem tenho o número dele.

- Pensaria que você quer mais, o que é verdade. – Caroline começou a remexer na bolsa. – Droga…

- O que foi? – Bonnie se inclinou para ajudá-la.

- Eu nunca acho meu celular… eu tenho o telefone do Stefan, a gente liga e pede o do Damon.

- Caroline, não! – Elena quase gritou.

- Por que não?

- Ficou maluca? Você acabou de dizer que ele está a fim de mim e quer ligar pra perguntar pelo irmão dele com quem eu saí!

- Águas passadas. Não rolou, o que eu posso fazer?

- Pode ficar fora do que há entre Damon e eu.

- Ahá! Então há algo entre você e Damon!

- É claro que há! Quer dizer… eu não sei. Ah, vocês estão me deixando confusa!

Elena focou no almoço e tudo o que queria era que as últimas aulas passassem voando para que ela pudesse ir embora. Só quando estavam a caminho da sala de aula, Caroline voltou a tocar no assunto.

- Em uma escala de 0 a 10, quanto foi o beijo?

- Car…

- Só responda.

Elena sorriu em desistência e respondeu:

- Onze.

.

A aulas tinham demorado o que pareceu ser um século para acabar. Quando finalmente saiu da escola, Elena, que estava a pé, recusou a carona de Bonnie alegando que queria caminhar um pouco.

Ia andando quando um carro parou repentinamente ao seu lado. Elena quase pulou.

- Hey! – Damon disse tentando não rir do susto dela.

- Hey! – Elena respondeu entre aliviada e constrangida.

- Que tal uma carona?

Era a primeira vez que Elena via Damon durante o dia. Na luz natural ele conseguia ser ainda mais bonito, os olhos de um azul mais claro do que ela tinha percebido e a pele impecavelmente limpa e clara, contrastando com o cabelo negro. Damon vestia uma camisa preta de mangas compridas que estavam puxadas até quase os cotovelos. Ela podia ver os pelos escuros do braço dele, braços muito bem definidos - era impossível não notar.

- Então, vamos? – ele insistiu.

- Eu não estou indo pra casa.

- Você me diz onde quer que eu te deixe. – ele saiu do carro e abriu a porta do passageiro para Elena.

- Tudo bem, então – ela esperou Damon entrar no carro e dar partida. – Eu não quero te atrapalhar.

- Não vai. Pra onde, young lady?

Elena se amaldiçoou por estar indo ao cemitério, mas preferiu não mentir.

- Cemitério de Mystic Falls.

Esperou pelo riso, que não veio.

- Está brincando? – Damon disse, sério.

- Na verdade, não.

Um silêncio se instaurou por um minuto. Foi Damon quem o quebrou.

- Vai fazer uma visita ou…

- Isso. Meus pais.

Damon apertou a mão dela que estava pousada sobre a perna.

- Eu sinto muito, Elena.

Ela só assentiu. Ele dirigia calado e olhando sempre em frente. Uma vez ou outra, Elena virava o rosto na direção dele tentando não deixá-lo perceber que estava sendo observado. Os pensamentos dela voavam da noite da morte dos pais, que também tinha sido a noite em que conhecera Damon, para a noite passada, quando ele a beijou na varanda. A coincidência era no mínimo estranha, especialmente porque, ao contrário do que se poderia imaginar, a presença de Damon não lhe trazia uma sensação ruim, o que seria perfeitamente normal de se esperar, já que estava diretamente associada ao pior dia da vida dela. Ninguém falou mais nada até que Elena percebeu que Damon não entrou na rua que levava até o cemitério.

- Hey, você passou da rua certa. – ela riu.

- Não vamos ao cemitério.

- O quê?

- Não vamos ao cemitério.

- Eu ouvi da primeira vez. O que significa isso? – ficou automaticamente séria.

- Significa exatamente o que eu disse, Elena.

- Damon, pare esse carro. – embora no fundo não estivesse muito interessada em descer do carro de Damon, era isso o que sua razão dizia pra ela fazer.

- Relaxa, Elena. Eu não estou te sequestrando – ele disse rindo.

- O que é tão engraçado? Você disse que ia me dar uma carona e agora está dirigindo pra deus-sabe-onde!

- Eu vou ignorar o mini ataque de pânico. – ele voltou a segurar a mão dela e apertou mais forte dessa vez. – Acha mesmo que eu faria algo contra você?

Não, não acho. Elena admitiu pra si mesma, sabendo que isso era irracional. Apesar de tudo, Damon era praticamente um estranho. Um estranho que estava lhe provocando arrepios que não eram de medo apenas por estar tocando de leve a sua perna enquanto segurava sua mão.

- Eu não sei – respondeu.

- A resposta é “não” – ele disse sério. – Lembre-se disso.

Elena percebeu a ênfase que ele colocou na última frase. Ele dirigiu por mais algumas ruas e parou.

- Pronto.

Estavam em frente a um prédio histórico.

- Não entendi – Elena disse com sinceridade.

- É a Biblioteca Pública de Mystic Falls.

- Eu sei. Vivo aqui, lembra?

- Claro. Então porque você não teve a ideia de usar esse local pra escrever?

Agora Elena gelou.

- O que quer dizer?

- Você sabe o que quero dizer. Cemitérios não são locais apropriados pra uma garota frequentar, Elena, ainda mais sozinha. É perigoso, sabia?

Então, ela soube.

- Você estava lá. – disse, mas Damon não respondeu. – Era você lá naquele dia. No primeiro dia de aula, eu fui ao cemitério, estava escrevendo meu diário, então eu vi. Foi você quem eu vi.

- Esse não é o foco da conversa, Elena. O que importa aqui é que você não pode passar a sua adolescência frequentando um cemitério. Isso é mórbido.

- Meus pais estão lá!

- Não, eles não estão e você sabe disso. Tudo o que tem lá são pedras com os nomes deles, datas e uma frase que eu aposto que nem foi você quem escolheu.

- Damon…

Ele estava virado pra Elena, então segurou o rosto dela com uma mão. Elena tinha os olhos cheios de lágrimas.

- Chorar faz bem, você só não pode chorar pra sempre.

- Eu gosto de ficar perto deles. – ela disse baixinho.

Damon acariciou o rosto dela de leve e secou uma lágrima no canto do olho. Então saiu do carro e abriu a porta de Elena.

- Vem. – estendeu a mão, que ela segurou.

Damon a guiou pela lateral do prédio, até chegarem aos fundos. Estavam ao pé da escada de incêndio. Damon indicou a Elena que fosse na frente. Ela começou a subir sem entender direito o que estava fazendo. Pra onde estavam indo? Por duas vezes, parou na escada e virou-se para Damon, que imediatamente a fazia virar de novo para frente e dava um leve empurrãozinho fazendo-a continuar. Em poucos minutos estavam no terraço e Elena admitiu para si mesma que até não tinha sido uma má ideia subir até lá. A Biblioteca Pública de Mystic Falls ficava no centro da cidade e era o prédio mais alto, apesar de ter apenas quatro andares. Ela olhou ao redor, maravilhada.

- É lindo – podia ver toda a cidade e um pouco mais além. Conseguia ver a rodovia e as propriedades rurais, mais ao longe, proporcionavam a visão de campos tão verdes que chegavam a brilhar com o reflexo do sol.

- Você vive aqui, lembra? Qual é a surpresa?

- Sim, mas eu não costumo olhar a cidade do topo.

- Não devia se acostumar com menos que isso.

Ficaram em silêncio, observando a cidade. Até que Damon falou:

- Eu pensei que você poderia escrever aqui. É tranquilo, você não seria interrompida. Dificilmente alguém vem aqui em cima.

De novo, Elena percebeu uma certa ênfase no que Damon disse.

- É só uma ideia. Eu sei que não devia me meter nisso, Elena. Mas você deve concordar que já passou tempo demais naquele cemitério.

- Acho que sim.

Damon percebeu a voz trêmula dela e quando a olhou havia lágrimas em seu rosto. Elena chorava em silêncio. Damon passou um braço sobre os ombros dela e a puxou pra perto. Elena logo passou os braços em torno dele, puxando-o para um abraço e descansando a cabeça em seu peito. Damon hesitou alguns segundos antes de abraçá-la de volta.

.

Minutos se passaram antes que Elena interrompesse o abraço deles. Afastou-se um pouco e seus olhos encontraram os de Damon. Havia algo neles que ela não conseguiu identificar o que era. Ele parecia tenso e ela teve a impressão de que o sorriso que os lábios dele formaram foi meio forçado.

- Ainda quer escrever hoje ou prefere ir pra casa?

Prefiro ficar aqui com você.

- Ir pra casa – ela disse dando uma última olhada no horizonte antes que descessem. – Foi uma ótima ideia. Acho que já tive o suficiente do cemitério.

Eles desceram, voltaram para o carro e Damon dirigiu até a casa de Elena. Ela ia descer do carro, quando se lembrou.

- Você não me disse.

- O quê?

- Se era você no cemitério aquele dia.

- Esquece esse cemitério, Elena – Damon riu pra descontrair. Mas ela percebeu que ele fugia do assunto.

Frustrada, fechou a porta do carro e cruzou os braços.

- Você tem que me dizer.

- Que diferença faz?

- Nenhuma, eu acho. Mas eu quero saber.

- Por quê? – ele disse ficando de frente pra ela.

Porque preciso entender quem é você e o que está fazendo comigo, Damon Salvatore.

Elena deixou a pergunta dele no vácuo e apenas o encarou em silêncio. O homem à sua frente era lindo, definitivamente, e ela sentia que podia ficar só assim, olhando-o, por horas. Contudo, apenas olhar não parecia suficiente. Os olhos azuis de Damon eram um convite para um mergulho em um oceano profundo e desconhecido. Nesse momento, tudo o que Elena queria, apesar de quase não conhecê-lo e de saber com toda a certeza que ele estava escondendo algo dela, era se jogar nesse oceano e se deixar envolver pelas águas agitadas que ela podia sentir por baixo daquela superfície plácida.

Elena se inclinou no banco do carro e encontrou os lábios de Damon com um beijo. Primeiro foi só um toque, mas nenhum dos dois ousou se afastar um milímetro. Num instante, os dois mergulharam na boca um do outro em um beijo que logo se tornou profundo, quando suas línguas se encontraram em movimentos sensuais. Elena sentia o calor envolver o seu corpo, que pulsava clamando pelo homem que agora a puxava mais pra perto e acariciava suas costas sem saber que esse gesto enviava arrepios por toda a sua espinha. Em retribuição e desejo, ela tinha uma mão entre os cabelos dele e outra no seu peito. Elena queria continuar aquele beijo para sempre e sabia que Damon não se sentia diferente dela, mas uma hora os dois tinham que respirar. Os lábios finalmente se separaram, permitindo que eles tomassem fôlego, e seus olhos se abriram aos poucos. Mas Damon não parecia muito disposto a deixar aquele contato acabar, pois logo estava beijando o pescoço de Elena. Ela inclinou o corpo um pouco para trás deixando que cabelo se afastasse para permitir o contato da sua pele com os lábios de Damon. A sensação era deliciosa…

- Porque eu preciso saber quem você é. – Elena disse em um sussurro.

Damon voltou para a sua boca cobrindo-a inteiramente antes de responder.

- É melhor você não saber, Elena. Acredite em mim.

- Não, Damon… - disse entre os beijos, ofegante. – Eu quero…

- Você pode não gostar…

Ele já ia beijá-la novamente, mas Elena o parou. Estavam ambos com uma das mãos entre os cabelos um do outro. Ela tinha a outra mão em um braço dele, enquanto Damon segurava a cintura dela. Elena olhou nos olhos dele quando disse:

- É impossível.

Então novamente uniu seus lábios aos de Damon com urgência. Teve um último pensamento coerente antes de se deixar envolver pela intensidade daqueles beijos.

Tudo bem, eu descubro sozinha.


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Notas finais do capítulo

E aí, será que Elena vai começar a fuçar a vida de Damon?
Uma hora ela vai ter que descobrir que ele não é só um cara lindo, perfeito, maravilhoso, gostoso... #ProntoParei!

Deixem reviews, please!

Xoxo ;)