A Love That Consumes You escrita por Liah Salvatore


Capítulo 26
Capítulo 26


Notas iniciais do capítulo

Hey, girls!

Espero que gostem do capítulo...

Boa leitura!



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– Stefan? Stefan! – Katherine chamou inutilmente, diante dos olhares de choque de Damon e Elena.

– Ele está morto. – Damon falou sem alterar a voz. A imagem à sua frente era algo que ele nunca pensou presenciar. A frase que seus lábios formaram era uma tentativa de convencer a si mesmo de que aquilo estava realmente acontecendo. Seu irmão não podia estar morto.

Mas Stefan estava com os olhos fechados, a pele escurecida e seca. A estaca de madeira cravada no seu peito não deixava dúvidas de que aquele corpo não tinha mais vida. Nunca mais teria.

– Você o matou. – o último Salvatore disse.

– Não… Eu o amo! - Katherine disse com um tremor na voz. – A culpa é dela!

Elena deu um passo para trás.

– Não se atreva, Katherine. – Damon avisou. – E saia de perto do meu irmão!

A vampira se levantou lentamente, hesitante em deixar o corpo do homem que mais amou em toda a sua existência.

– Isso não acabou. – ela disse e deixou a sala em um flash.

– Jeremy… - Elena se lembrou e saiu em busca do irmão pela casa, temendo que Katherine fosse vingar-se no garoto.

Damon lançou um olhar de incredulidade para o corpo do irmão, um segundo antes de ir atrás de Elena.

Os dois encontraram Jeremy em um dos quartos um andar acima, sentado na cama e olhando para frente sem dizer nada. O garoto tinha marcas de mordida no pescoço, estava pálido e sem a pulseira de verbena. Elena o alcançou primeiro.

– Jer! Meu Deus, o que ela fez?… - pegou o rosto do irmão entre as mãos, tentando fazê-lo reagir, mas não adiantava.

Olhou para a porta do quarto, onde Damon estava estático. Deixou o irmão um instante e foi até o namorado, abraçando-o com força.

– Eu sinto muito. Eu sinto muito, Damon…

Ela nunca teve qualquer bom sentimento em relação a Stefan, mas imaginava o que Damon estava sentindo. Queria nunca ter que sentir a dor que ela sabia que ele estava passando.

Damon apenas a abraçou de volta por um silencioso segundo, então a soltou, indo na direção de Jeremy. Mordeu o próprio pulso e o fez beber um pouco do seu sangue. Assim que a cor voltou ao rosto do garoto, ele voltou-se para Elena.

– Você também precisa.

Ela assentiu e recebeu de bom grado o pulso que ele lhe oferecia. Estava fraca e se concentrando em se manter de pé, pelo irmão e pelo namorado. Queria sair dali e consolá-lo, amaldiçoava Katherine por fazê-lo passar por esse sofrimento. Damon a envolveu enquanto ela bebia, fez com que recostasse a cabeça no seu peito e alisou o seu cabelo, tentando focar apenas na sensação dos lábios de Elena sugando o seu sangue. Precisava de algo para se manter inteiro.

Assim que melhorou, Elena deu um beijo com gosto de sangue no namorado e voltou-se para Jeremy. Fez o garoto ainda em choque se levantar e os três saíram do quarto. No andar de baixo, Damon lhe disse para esperar na porta, quando passavam pela sala onde Stefan se encontrava. Foi com uma enorme angústia e sensação de impotência, que ela observou o homem que amava sair de lá com seu único irmão morto nos braços.

Elena quis abraçar Damon e lhe prometer que aquela dor iria passar, mas sabia que não tinha como garantir isso. Ela mesma não fazia ideia de como sobreviveria se algo assim acontecesse a Jeremy.

A casa para onde Katherine a havia atraído era cercada por um bosque, por isso ninguém viu quando Damon colocou o corpo no porta-malas ou quando Elena fez um garoto hipnotizado sentar no banco de trás. Uma vez no carro, Damon dirigiu sem falar nada até a casa dos Gilbert.

– Ela deve tê-lo compelido pra não “dar trabalho”. – ele explicou a Elena. Virou-se um pouco no banco do motorista, pra olhar diretamente para o irmão dela. – Jeremy, tudo o que você vai se lembrar sobre hoje é que passou o dia inteiro na biblioteca estudando. Você está cansado e vai dormir cedo. Pode ir.

O garoto assentiu e saiu do carro. Elena ficou olhando-o entrar em casa e fechar a porta atrás de si, com um imenso alívio por saber que ele ficaria bem. Não teve a mesma sensação ao voltar-se para Damon. Ele estava com a cabeça recostada no banco, de olhos fechados e com a testa franzida. Ela queria que ele falasse, que chorasse, fizesse qualquer coisa pra colocar aquele sentimento pra fora.

– Damon… - chamou. Ele abriu os olhos.

– É melhor você entrar também. – ele disse.

– Não, eu vou ficar com você.

– Elena, fique em casa. Fique com o seu irmão. Você não quer ficar perto de mim agora, acredite.

– Quero sim, é claro que eu quero, Damon. Eu quero ficar com você cada segundo, e é isso que eu vou fazer, você aceitando ou não. Eu não vou te deixar sozinho. Nunca.

Era uma promessa que ela fazia a ele e a si mesma. Passar por aqueles momentos em que ela teve certeza que perderia a vida a despertaram para um pensamento que ela vinha ignorando, mesmo que ele estivesse à espreita há bastante tempo.

Damon olhou para aquela garota e disse a si mesmo que era egoísmo de sua parte deixar que ela ficasse com ele agora. Mas ele precisava dela, mais que tudo.

– Eu tenho que levar o corpo… - falou a verdade, esperando que ela desistisse por conta própria. A resposta dela veio sem hesitação:

– Eu vou com você.

.

Na mansão, Damon e Elena entraram de mãos dadas e foram para o quarto dele. Mesmo passando pelo momento mais doloroso de sua vida, o vampiro não descuidava dela nem por um segundo. Queria que ela descansasse um pouco e se alimentasse.

– Eu só preciso trocar essa roupa. – ela disse, lembrando-se que estava suja com o próprio sangue.

– Vou pegar alguma coisa pra você comer…

– Não precisa, eu estou bem.

Elena lhe deu um beijo leve e entrou no banheiro. Damon sentou-se na cama, percebendo como tudo tinha mudado em tão pouco tempo. Era inacreditável como o seu mundo estável havia desmoronado desde a outra noite, quando ele estava na sala com Elena, em frente à lareira e pronto para… Era inútil pensar nisso, disse a si mesmo. Agora tudo seria diferente, seu irmão estava morto e Elena nunca aceitaria aquele presente. Ele jamais poderia culpá-la por isso. Ela era só uma menina que nunca devia ter passado pelo que passou nesse dia.

Damon sentiu que estava perdendo não só uma das pessoas que mais amava, mas as duas. Stefan já tinha partido para sempre e na certa era apenas questão de tempo até Elena perceber com o que estava metida e dar um fim, ela mesma, no romance dos dois.

Ele a observou sair do banheiro após um rápido banho e tentou sorrir para ela. Elena estava seriamente preocupada com ele, imaginava que aquele torpor em que o namorado se encontrava fosse passar alguma hora e sabia que era normal, mas ainda assim era doloroso demais vê-lo daquele jeito.

– Deita um pouco, Damon. – ela se aproximou.

– Não, eu tenho que fazer… Eu quero acabar logo com isso.

Elena sentiu os olhos encherem de lágrimas. Queria ajudá-lo de alguma forma, mas não tinha nada que pudesse ser feito. Então ela só o abraçou e o recebeu quando ele a abraçou de volta talvez um pouco forte demais. Os braços de Damon se apertaram em torno dela como se nunca quisesse soltá-la, ele escondeu o rosto no seu pescoço e ela percebeu quando suas lágrimas rolaram em silêncio. O vampiro não protestou quando ela os guiou para a cama e deitou-se com ele, envolvendo-o em seus braços no mais doce consolo.

Passaram-se algumas horas até que se movessem. Já era de madrugada e ambos estavam exaustos, mas Elena concordava que era melhor acabar logo com aquela agonia. Os dois se levantaram e ela se perguntou como fariam isso. Stefan era um vampiro, portanto a aparência do seu cadáver não era como o de um humano. Pelas palavras de Damon, e por ele estar dirigindo pela estrada escura com o corpo do irmão enrolado em um cobertor no porta-malas, um velório comum definitivamente não era uma opção. Ela deduziu que ele não iria reportar a morte a qualquer autoridade, provavelmente apenas diria que Stefan teria ido embora da cidade quando perguntassem.

Elena não reconheceu de imediato o local onde estavam quando Damon estacionou. Depois de um minuto olhando ao redor, percebeu que eram as ruínas da antiga igreja de Mystic Falls.

– Tudo começou aqui. – ele disse, com um vazio na voz. – Acho que faz algum sentido.

Damon carregou o vampiro morto até a porta das catacumbas que ali existiam. Colocou-o no chão e afastou as folhas secas, Elena ajudou-o com isso sem entender muito bem. Mas o ato ficou muito claro quando Damon pegou uma garrafa de álcool no carro e derramou o líquido sobre o irmão. Ele não iria simplesmente deixá-lo lá para ser atacado por animais, ou enterrá-lo em alguma cova rasa que acabaria sendo descoberta. Aquele era o fim irremediável de Stefan Salvatore. Transformar-se em cinzas no mesmo local onde recebeu os tiros que o levaram à morte humana e à vida vampírica 145 anos antes.

Damon segurou o isqueiro aceso por mais tempo do que era necessário. Elena abraçou sua cintura e ele passou um braço ao redor dela. Então ateou fogo no corpo do irmão. Os dois assistiram às chamas tomando o cadáver rapidamente.

– Eu queria que isso não tivesse acabado assim. – ele disse. – Por que ele tinha que confiar naquela…

– Eu sinto muito, Damon. – foi tudo o que ela pode dizer.

Também preferia que não tivesse acabado dessa forma. Nunca teve simpatia pelo irmão de Damon, chegou na verdade a desejar que ele partisse e desaparecesse da vida deles, mas nunca quis que o cunhado morresse. Especialmente porque essa era uma perda que faria, como estava fazendo, Damon sofrer. E ela queria ver o homem que amava feliz e não desse jeito.

De um segundo para o outro, Damon se virou, olhando para a noite escura. Segurou Elena mais forte contra o corpo.

– O que… - ela começou a perguntar, mas logo a resposta para o movimento brusco estava diante dos seus olhos.

Katherine estava lá.

– Veio assistir ao seu feito? – Damon perguntou com agressividade.

– Eu o amava, Damon.

– Melhor seria se o tivesse odiado.

– Eu amava vocês dois.

Damon não acreditou que ainda teria que ouvir esse lamento, mesmo depois do que ela fez. Abraçou Elena para se impedir de acabar com tudo ali mesmo. Queria a namorada muito segura em algum lugar quando fosse acertar suas contas com Katherine.

– O que você ainda espera de mim? Quer que eu a mate? Pode ter certeza que eu farei. Mas não aqui. E não agora.

– Por que não? – a vampira questionou se aproximando, Damon viu o seu olhar ensandecido. – É por causa dessa garota? Pois bem, eu acabo com esse obstáculo!

– Não se atreva a dar mais um passo, Katherine.

– Ela é o único obstáculo entre nós, Damon! Você não vê? Ela roubou a nossa felicidade!

– Ela roubou? Você matou o meu irmão!

– Aquilo era pra ela! O tempo todo eu só quis cumprir a promessa que eu nos fiz, Damon! Não se lembra? Eu te disse que tinha planos pra nós. Eu, você e Stefan!

– Você é doente…

– Não. Eu só quero o que é meu, apenas isso. Eu não aceito perder, Damon. Eu não vou perder vocês dois…

– Você já perdeu! Há muito tempo. Você não tem mais nada além de uma existência miserável com a qual eu vou acabar quando você menos estiver esperando. Se aceita um conselho, eu te digo que saia da minha frente, saia dessa cidade e corra o mais rápido que puder porque uma hora eu vou te encontrar, Katherine. E aí sim você vai saber o que é cumprir uma promessa.

Katherine parou onde estava, medindo bem o seu próximo movimento. Lá estava aquela maldita garota que era o motivo da sua desgraça. Se escondendo atrás de Damon, como sempre. Frágil demais.

Avançou no movimento mais rápido que era capaz de fazer na direção dos dois. Sua intenção era alcançar Elena mesmo que para isso precisasse ferir Damon. Ele se curaria rápido de qualquer forma, e depois os dois ficariam sós para resolver as coisas entre eles. Para o bem ou para o mal.

Em um reflexo, Damon a segurou pelo pescoço enquanto empurrou Elena para longe.

Katherine estava furiosa, mas ele estava mais. Mesmo tendo perdido o irmão, ainda tinha por quem lutar.

Então ele reuniu toda a sua força e toda a sua fúria e canalizou-a na direção da vampira. Katherine teve um segundo de atordoamento antes de tentar avançar para ele novamente. Foi em vão. Chocou-se contra uma parede invisível, que ela não percebeu que tinha atravessado.

Damon sorriu. Não um sorriso de alegria ou satisfação. Mas de um sentimento de justiça.

– O que é isso, Damon? – ela disse confusa, tentando ultrapassar a barreira.

– Olhe ao redor, Katherine. Você sabe o que é.

Ela não precisou de muito tempo para compreender. Um segundo bastou.

Damon a tinha jogado dentro da tumba onde ele acreditou que ela estivesse durante 145 anos. Ela estava agora exatamente onde deveria estar há muito, muito tempo.

– Não, Damon! Você não pode fazer isso comigo!

– Já está feito. O vampiro que entra aí nunca mais sai, você sabe muito bem como funciona. Dê uma olhada, tenho certeza que seus amigos ainda estão por aí.

– Não, não…

– Você vai ter tempo pra explorar.

– Alguém vai aparecer. Eu não vou ficar aqui, Damon!

– Ninguém vem pra cá. O conselho da cidade sabe o que aconteceu aqui. Eles não deixam que ninguém se aproxime. A casa é sua, aproveite.

Não se daria ao trabalho de matá-la agora, isso seria piedoso demais. Preferia deixar que ela dissecasse por tempo suficiente para enlouquecer com a culpa do que tinha feito e com a consequência disso. Um dia, quando Katherine Pierce tivesse assistido a si mesma sendo reduzida a nada, ele voltaria e acabaria com aquilo. Tinha certeza que um pouco de álcool e um fósforo resolveriam o problema.

Damon lhe deu as costas e pegou na mão de Elena, deixando a vampira para trás.

– Adeus, Katherine.


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Notas finais do capítulo

Eu sei que muita gente gosta da Kath bitch, mas eu acho que essa mereceu, não? rsrs Opinem aí... ;)

Até o próximo!
Xoxo ;)