No meio de todas aquelas pessoas que passavam na rua, nenhuma delas notou quando Shikamaru suspirou. Só que desta vez o suspiro não era de cansaço ou preguiça, como normalmente era. Os olhos daquela problemática não haviam se encontrado com os seus desde que saíram do prédio da Hokage, quase meia hora atrás.

Olhando de canto para a mulher que andava ao seu lado, o moreno tentou saber o que ela pensava. Ela andava olhando para o horizonte, claramente dando mais atenção à seus pensamentos do que ao moreno que a acompanhava.

Temari e sua mente sempre seriam um mistério para o Nara.

Cansado de esperar ela começar uma conversa, ele começou:

- Você tem certeza que quer deixar as coisas assim?

A loira ergueu uma sobrancelha, mas não o olhou.

- Que coisas, bebê chorão?

Shikamaru mordeu o lado de dentro da bochecha com o apelido que ela lhe chamara.

- As nossas coisas Temari.

A kunouchi de Suna finalmente o olhou. Os olhos verdes o encararam por meio segundo antes dela desviar o olhar para frente novamente.

- Nós não temos coisas, Shikamaru.

O moreno bufou.

- Claro, porque estamos no ponto do Naruto desconfiar de algo e você ainda assim não quer falar nada.

Temari ficou em silêncio por alguns minutos, ainda se recusando a olhar para o moreno. Shikamaru até se incomodaria com isso, se não conseguisse ver uma leve coloração vermelha na bochecha da loira.

E foi a vez dela suspirar.

Deixou que os olhos verdes se encontrassem com os castanhos que tanto os procuravam.

- Eu não acho que precisamos falar alguma coisa pra qualquer pessoa.

O Nara até ia abrir a boca pra responder, mas ela o interrompeu.

- É perda de tempo, baka. Desnecessário.

Depois de alguns instantes, Shikamaru entendeu e sorriu. E como se fosse algo normal, tirou uma das mãos do bolso e entrelaçou-a com a mão de Temari.

Porque no meio de todas aquelas pessoas na rua, ninguém veria.

Mas no fim das contas, vendo ou não, não fazia diferença.

Porque como Temari tinha dito, todos já sabiam.