A cabeça de Gabriel doia e ele queria saber porque Kate o imprecionava tanto.
Ele ainda tentava se lembrar de como havia ido parar naquele lugar ,mas suas lembranças eram um breo total.
–Onde estou?-Ele perguntou depois de uns minutos a Kete,que brincava com seus caichos ruivos.
–Na ilha de Fernando de Noronha.-Grande explicação.Pensou Gabriel.Nem sei em qual continente fica isso!-Ainda não me disse seu nome...-Lembrou Kate olhando-o pelo rabo do olho.
–Bem...Meu nome é....-Gabriel se esforçou a se lembrar de seu nome.-Meu nome é...-Ele começou a se preocupar ,não se lembrar do proprio nome realmente o assustavaEle andava de um lado para o outro mexendo em sua barba.-Não me lembro do meu nome!-Ele chutou a areia frustrado.
–Tudo bem ,não tem problema!-Kate tentou acalma-lo.-Até você se lembrar ,podemos te dar um nome...Que tal...-Ela analisou seu rosto tentando ver que nome era a sua "cara".-Que tal...John?
–John?-Gabriel franzio o cenho.-Por que John?
–Não sei...Mas...-Kate sacudiu a areia com a ponta dos pés.-Acho que você me lembra um pouco do meu irmão...Ele se chamava John.
–Bem ,se for assim ,será uma honra ter este nome...-Ele deu um leve sorriso que tirou o folego de Kate.
–Mas então...Ela desviou o olhar do rosto arredondado e dos olhos cinzas de Gabriel antes que tivesse um colápso nervoso.-Acho melhor eu te mostrar o lugar não é?-Ela sorriu mostrando os dentes branquinhos por trás dos lábios grossos e vermelhos.
Eles caminharam pela praia em silêncio ,Kate começara a se perguntar da onde ele poderia ter vindo...Ele tinha trassos americanos ,mas falava fluentemente o português e isso era só o começo ,ele nao sabia de nada sobre sua vida.
Gabriel prestava atenção na forma delicada com qual Kate se movia e a forma que o vento movia sua saia.Ele tinha a impressão que se daria bem com ela ,mas tinha a sensação que deixara algo de importante para trás naquela noite...Tentava relutantemente se lembrar do que era mas as unicas coisas que lhe viam a mente era como as covinhas de Kate se moviam quando ela sorria e olhos penetrantes desconhecidos.
Logo quando o asfalto começou a brotar da praia ,Kate subiu em um Hall de entrada de uma cabana simples feita de madeira e telhado de palha.Na varanda continha uma cadeira de balanço e nos dois cantos uma samabaia.Ela destrancou a porta e Gabriel foi convidado a entrar pelo seu sorriso.A casa era pequena ,uma sala de estar ,cozinha ,banheiro e um quarto ,e nos fundos uma pequena lavanderia.A sala só continha uma janela com uma cortina branca ,um sofá de dolis lugares ,uma mesa central com um tapete e a televisão .A cozinha tinha um geladeira amarela da época das discotecas ,um porta-balcão e o fogão,o piso vermelho chamou a atenção de Gabriel.
–Porque o chão é vermelho aqui?-Kate se virou e olhou o chão ,-Ah,é porque a um tempo,teve um temporal que acabou com a minha cozinha pois ela da de frente pra a maré.-Ela apontou para a janela entre-aberta da cozinha que mostrava o nascer do sol.-Então ,eu ganhei de u,ma conhecida esses ladrilhos dela que estava reformando sua casa e eu os coloquei...Ficaram disproporcionais ,mas eu gostei...Me lembra a casa de minha mãe...-Kate o conduziu até seu quarto que tinha uma cama de casal e umas caixasno chão e em seguida ao banheiro.
–Kate...-Gabriel a chamou meio sem graça.-Onde estão seus pais?Ou quem cuida de você?
–Ah ,sabia que ia me perguntar sobre isso...-Ela voltou a varanda e se sentou no murinho olhando o oeste.-Eu morava com meus pais no Rio ,mas eu tinha sonhos que eles não concordavam...-Ela abaixou os olhos para suas mãos e Gabriel viu que lágrimas brotaram em seus olhos e se arrependeu amargamente de lhe fazer essa pergunta.-Então ,quando fiz 18 anos fugi de casa com uns trocados no bolso e vim para cá ,onde um bom senhor me arranjou esta casa por um preço de merreca e eu pudi trabalhar sem problemas e viver da forma com que eu quis...-Ela olhou o horizonte distante.
–E você não...Sente falta deles?
–As vezes dos meu irmãos e da minha mãe...-Sabe,quando eu era criança,ela pegava um lençol o estendia no quintal e brincava comigo de casinha...-Ela deu um sorriso fraco.-Mas do meu pai...Nunca.Ele era um alcóolatra descontrolado.Sempre voltava bebado pra casa batia na gente me lembro ainbda de ouvri minha mãe gritar e meus irmãos pequenos chorando...Eu nunca sabia o que fazer e acabava tampando os ouvidos e me escondia em um canto...
–Não é sua culpa...Todos temos medo e problemas...Temos que aprender a viver com isso..
–Obrigado John...Sinto que ,você veio para me ajudar sabe?Como...Um anjo da guarda,sei lá.-Gabriel rio daquele comentário ,mas eles não sabiam que a presensa de ambos na vida do outro ,era muito maior do que eles podiam imaginar.
~~ ♥ ~~
No decorrer do dia ,Kate lhe mostrou a ilha ,a visinhança.Seus vizinhos ,que eram todos senhores e senhoras de idade se alegravam ao ve-la passando e ela semprre parava para ajudar uma senhora com as compras ou perguntar a um senhor sobre o jogo de baisebol de onde surgi uma longa conversa .Alguns perguntavam quem era o alto moreno que a seguia e ela respondia que era John ,um primo distante que veio passar as férias.Provávelmente ninguém sabia de sua história para acreditarem nisso.
Ela lhe mostrou um mercadinho local e fez as compras do mês .Coisas básicas como arroz ,feijão ,ovos e leite.Eles foram a praia novamente onde ela lhe contou que trabalhava como biologa tentando salvar os animais marinhos do lixão que estava se transformando o mar.
–As pessoas são imundas...-Ela lhe contava lá pelas 3 da tarde enquanto comião um cachorro quente.-Você não faz ideia do que eu já encontrei no mar ou até mesmo na barriga de uma tartaruga...-Ela falava indignada.-O mínimo é uma sacola plástica que os sufoca até morrer.-Eles se sentaram na areia quente beira mar e deliciavam seu almoço atrasado.-Eu queria...Poder mudar isso..Poder dizer as pessoas que se alguém colocasse uma sacola sobre sua face elas não iam gostar ,muito menos sobreviver ,mas é dificil ,o ser humano só ve seu próprio umbigo .Queria mudar a realidade...Mas é impossivel .-Ela olhou de má vontade para seu cachorro quente com uma única mordida e o colocou de lado.
–Mas você pode fazer isso...-Disse Gabriel intusiasmadao.
–John ,você não entende ,não depende só de mim ou dos meus vizinhos ,depende do mundo.Eu...
–Você pode...Você tem o dom de falar e giar as pessoas ,olha os seus vizinhos,eles escutam tudo o que você fala!-Gabriel ficara imprecionado na forma que as crianças e os idosos olhavam maravilhados para Kate quando ela falava sobre o mar ,com um amor até que maternal ,o quue fazia eles ter esse sentimento também.
–Tá ,mas só isso não basta .
–Mas se cada um fizer sua parte ,a algum lugar iremos ir...
Kate não acreditava no que estava ouvindo ,mas aceitou ,ele tinha razão,ou parte ,mas ela via no fundo dos olhos dele que ele queria aquilo tanto quanto ela.
–John,você é um cara legal...Espero que tem alguém te esperando...-Ela fez uma pausa.-Da onde quer que você tenha vindo.-Ela fez uma careta fazendo Gabriel rio.Ele também gostaria de pensar assim ,mas era dificil ,a unica coisa que ele podia imaginar no seu mundo era como o sorriso de Kate se misturava ao por do sol ,como seus olhos verdes se confundiam a água e como fácilmente ,e provávelmente estava se apaixondando por ela.