Saint Seiya - Kali Yuga Chronicles escrita por Casty Maat


Capítulo 20
Capítulo 19 - Salvação


Notas iniciais do capítulo

E eis o final de minha promessa...



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—Eu vou destruir tudo, destruir vocês, destruir o mundo todo... AGORA! – disse encarando com olhos raivosos o grupo dos defensores da paz e do amor. – Malditos helenos!

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Liderados por Casty e Requim, foram divididos grupos para trazer os que passaram para o outro lado da fenda. Logo estavam todos do lado original, mesmo os dourados que se encontravam praticamente inválidos.

Se tratavam, mas estavam de prontidão em meio aos primeiros socorros para uma emergência, e o cosmo extremamente poderoso e hostil da deusa hindu da morte não estava ajudando muito a vigília.

—A treta está mais quente que o cosmo do Chaffin. – comentou Matheus de Escorpião.

—Essa Kali não desiste não?! – resmungou o cavaleiro de bronze.

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Tudo ao redor estava rachando, deixando a pequena comitiva composta pela deusa e seus cavaleiros espantados. Era um cosmo brutal e revolto, destruindo tudo ao redor.

Setsuna estava nos braços da deusa sanguinária, dando-se como escudo para proteger aquela que amava, ou ao menos, seu corpo. Séculos a fio, suprimindo sua humanidade pelo bem de sua causa, se romperam por amor.

Kali continuava a queimar seu cosmo de forma perigosa até para seu receptáculo. Os sentimentos mais profundos de ódio e amor pareciam uma fonte inesgotável de combustível. As guerras entre os deuses das mais diversas mitologias pela supremacia de comando, a forma como os helenos do Olimpo destruíram seus corpos e os condenaram a viver com o cosmo selado, como sua alma rompeu o selo e se escondeu numa estátua no distante arquipélago japonês.

Sim, ela amava Setsuna, não apenas por este ser a alma encarnada de seu marido nos tempos mitológicos, amava simplesmente por ele ser o Setsuna. Amava os olhos amendoados e as feições andróginas, seu ar sério e compenetrado.

Estava concentrada e não vira o raio de luz passar perto dela, o báculo de Atena voltando para sua senhora.

—Quero que saiam. – disse a deusa. – Vou selá-la com meu cosmo.

—Não! – retrucou a amazona de Libra. – Vai se matar assim!

—Sou a única que pode deter ela, mãe. – olhou para trás. – Sei que ficarão em boas mãos.

—Steph... – os punhos tremiam para o cavaleiro de Sagitário. O dever, a salvação do mundo ou a amizade entre todos eles? Que caminho escolher?

Mas o inesperado então ocorreu: havia um segundo cosmo, desconhecido, mas potente. Era cheio de ternura e amor, tão grande como o da deusa da morte e da renovação. Estavam a procurar de onde vinha tamanho poder e se surpreenderam quando viram que vinha do próprio corpo de Kali.

Como poderia haver dois cosmos divinos naquele diminuto corpo frágil? Foi quando Messura se recordou de algo e fez a ligação.

Não era por acaso que a última Kaur recebera o nome de Parvati. Nunca houve acasos em uma jovem garota se chamar Parvati e ser o receptáculo da deusa negra: era uma deusa de faces.

Kali era a face violenta, guerreira, de uma sede de sangue indomável. Ela trazia a morte. Mas havia outra face mais serena e gentil, a real esposa de Shiva.

—Parvati... – murmurou o ariano.

—O que? – indagou Elys, olhando o colega. – Mas como uma garota...?

—Não a Parvati Kaur. Maadevi, a real consorte de Shiva, a deusa universo, a energia de tudo. – explicou Messura. – A face bondosa e real de Kali.

Todos olharam para a garota.

—A morte de Setsuna... de Shiva... – murmurou Rodrigo. – Despertou a Parvati.

Os olhos vermelhos da deusa hindu cedia um deles para o castanho mel, uma das mãos, a direita, a face ainda dominada por Kali, foi levada a cabeça.

—AAAAHHH, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? – gritava consigo mesma. – É a minha grande mudança!

—Está errada, ainda há amor. A Kali-yuga não se cumpriu por completo.

A voz era gentil, ainda que o tom fosse o mesmo. Parvati, a deusa mãe da energia universal, Maadevi, consorte de Shiva... Ela falava pelo cosmo que preenchia gentilmente o ambiente. A shakti se destruía no corpo da jovem, a deixando apenas com um belo sari vermelho.

—Atena, não guardo rancor contra vocês gregos. Estão cuidando bem do mundo, a sua maneira. Infelizmente, a era de Kali-yuga de fato começou, mas ainda não é o juízo final. Por favor, continuem a proteger o mundo.

—Parvati...

Steph olhava a garota que tinha um sorriso gentil.

—Voltem para a Grécia e reconstruam suas vidas. Peço perdão pela confusão.

A luz de teletransporte surgia do chão, ao redor de todos e até dos mortos do lado do exército ateniense. Steph olhava aquilo e constatava uma terrível verdade.

—Não, vai acabar se matando.

—Está tudo bem. O ciclo das coisas não se findaram. Por favor, Atena, cumpra meu desejo. Proteja esse mundo lindo que conheci com os olhos da menina Parvati Kaur.

O teletransporte fora potente, englobando o corpo de todos e quando deram por si, estavam no Coliseu. E o grito preso na garganta da deusa helena da sabedoria preencheu o local, junto com suas lágrimas.

—PARVATIIIIIIIIIIIIIIII

Havia falhado em salvar a garota.

Em meio ao caos, os dois olhos castanhos e um sorriso gentil olhavam para Setsuna e suas mãos tocavam o rosto do homem.

—Sabe que não é o fim, né? Setsuna... Vamos ficar juntos. – ela o abraçou, o fazendo deitar em seus seios. – Finalmente passei um tempo com você...

E tudo ruiu, toda a Torre do Equilibrio se desfez, carregando consigo o silêncio final.

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As reparações emocionais de perdes e ganhos levaram seu tempo, mas a vida retornou a normalidade no Santuário. Haveria em breve uma nova nomeação para cavaleiro de Virgem, mas Geovanne foram oficialmente empossado como cavaleiro de Touro.

Havia um clima de zoação quanto a isso por parte de amigos, o que deixava o clima mais ameno e gentil.

Chaffin frequentemente tinha febres, tudo por questão de seu corpo estar se acostumando ao cosmo renovado pela magia da deva Ragaraja. O que fazia Casty e Rosh se revezarem no cuidado do cavaleiro de Bronze. Mas passado cerca de um mês, o garoto retomara a rotina de treinos normalmente, sem quaisquer sinais de febre ou mal estar.

Steph ficara bastante entristecida com o destino da jovem Parvati Kaur, ainda que tenha sido para impedir desgraças maiores. No final, mesmo com todo treino, acabou que ela mesma nada pudera fazer.

—Se ficar pensando muito vai ganhar rugas, nee-chan.

Aos pés de sua estátua, a reencarnação de Atena olhou o cavaleiro de Escorpião, seu irmão caçula com um sorriso jocoso. O caçula dos dourados se sentou na escadaria.

—Não fique assim, ao menos, você não precisou sujar suas mãos de verdade.

—Não diminui minha impotência.

—Steph, você se cobra demais. Vamos sair, coloca uma roupa do mundo de fora. Hoje você só precisa ser a Steph.

Ela olhou para o irmão que cruzava o olhar e um sorriso mais doce. Ficou impossível não sorrir junto. Talvez precisasse mesmo relaxar. Viu o escorpiniano se levantar e iria seguir quando sentiu algo e olhou para o nada.

—O que foi, nee-chan? – indagou Matheus, sem entender.

Ela sorriu de forma aberta, batendo na ombreira da armadura.

—Quem chegar por último no templo é a mulher do padre! – e saiu correndo, seguida pelo garoto aos resmungos por ter sido deixado para trás.

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Haviam duas figuras cobertas, andando pelas montanhas. A menor se desequilibrou e foi rapidamente amparada pela maior. O vento fizera o capuz cair mostrando a jovem indiana de olhos castanhos mel e ar inocente ficar surpresa.

—Obrigada, Setsuna.

O oriental a puxou para um abraço forte contra o corpo. Decidira ficar por perto do Santuário, numa região montanhosa. Não havia mais Kali e nem Parvati, a deusa. Aquela que ele cuidava agora era apenas a jovem Parvati Kaur, sem memórias. O tempo em que as deusas permaneceram em seu corpo criaram esse problema e sem solução. Mas o que importava era que sua preciosa amada estava viva e em seus braços.

Sua imortalidade lhe permitiria sobreviver a destruição e ao golpe divino, mas temeu muito perder a garota. Mas a deusa Parvati a fizera sobreviver.

—Tome cuidado, por favor...

A garota se aninhou no corpo do japonês. Se sentia segura e amada.

—Quando chegar na nossa futura casa, vou dançar para você, tá?

—Eu vou adorar.

E continuaram a andar pela trilha, pela nova vida que teriam.

FIM


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Notas finais do capítulo

Minha promessa está cumprida. Talvez eu retome o Circulo de Fics, mas minha prioridade será as que estou atuando (Graad Gakkou, La bruixa de gel, Parajás). Mas essa era uma antiga promessa iniciada ainda quando fiz parte do Santuário, um grupo onde as armaduras eram "dadas" aos vencedores de quizes.
Enfim, está completa.
Até breve.



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