Forbidden Fire escrita por Victória Miranda


Capítulo 10
2 de julho de 2010


Notas iniciais do capítulo

Olá leitoras lindas do meu coração, como vocês estão?
Bom, primeiramente, quero agradecer pelos reviews que vocês deixaram. Eu li todos e fiquei muito feliz :) Ainda não tive tempo de respondê-los, mas acho que vou entrar no site mais tarde para responder, ok? Não se preocupem, não deixarei vocês no vácuo hahahahah ;)
Demorou, mas chegou o capítulo tão esperado por vocês. Então, parem de ler essa porcaria de nota e vão logo para o capítulo heheh



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Capítulo 10 - Caroline POV

Era noite de sexta-feira e eu estava trancada no quarto, assistindo American Dad e acabando com todos os doces e chocolates de casa. Sinceramente, não havia nada melhor do que isso. Eu estava totalmente no clima de uma noite tranquila e preguiçosa.

Já eram praticamente onze horas da noite quando meu celular começou a tocar. Era um número restrito. Pensei em ignorar a ligação, mas acabei atendendo.

“Alô?”

“Caroline, eu entendo por que você não me quer. Eu não sou bom o suficiente, eu sei.”

“Niklaus?”

“Me escuta, por favor. Eu não sou tão ruim quanto pareço. Eu quero você. Não, na verdade, eu tive uma ideia melhor. Eu quero deitar. Por que não tem nenhuma cama aqui?”

Que tipo de conversa era aquela? Não fazia sentido nenhum. Ele falava devagar e as palavras saíam enroladas.

“Você está bêbado?”

“Não.”

Ele riu, mas em seguida, sua risada se transformou em um choro.

“Eu estou cansado.”

“Niklaus, onde você está? Eu vou aí te buscar.”

Ele explicou mais ou menos onde estava, mas não soube dar maiores informações. Peguei as chaves do carro e fui atrás dele, o mais rápido que pude. Eu confesso que estava bastante preocupada. Sei que ele já era grande o suficiente para se cuidar, mas ele parecia acabado. E eu tinha razão. Quando finalmente o encontrei, Klaus estava sentado no chão, com as costas encostadas na parede do lado de fora do bar e a cabeça baixa.

- Pensei que tivesse esquecido de mim - ele falou baixo. Imediatamente, senti um cheiro forte de bebida.

- Claro que não esqueci - passei meu braço ao redor da cintura dele, evitando que ele tombasse para o lado e, então, caminhamos juntos - Pronto. Tudo certo? - eu perguntei, quando já tínhamos chegado ao carro.

- Você pode me ajudar? - ele segurava o cinto de segurança, mas não conseguia colocar no devido lugar.

- Claro.

Tive que inclinar meu corpo, para conseguir alcançar a trava do cinto de segurança. Niklaus ficou imóvel, sem tirar os olhos de mim.

- Você fica muito mais bonita vista por esse ângulo - ele abriu um sorriso idiota no rosto. Tive que me controlar para não dar risada. “Vista por esse ângulo”. Não acredito que ele tinha mesmo me dito isso.

- Obrigada. Agora fica quieto, Niklaus.

Talvez eu tenha sido séria demais, já que ele foi o caminho inteiro sem dizer nada. Klaus acabou dormindo quando estávamos próximo de nosso apartamento. Ele estava lindo naquela noite. Cabelo absolutamente bagunçado, bochechas rosadas, lábios entreabertos. Seu peito se movia conforme o ar entrava ou saía de seus pulmões. Era a primeira vez que o via dormir e eu simplesmente não conseguia parar de observá-lo.

Se estivéssemos em um conto de fadas, eu seria a bela adormecida e ele me levaria no colo até meu quarto. Mas não, estávamos no mundo real. E eu teria de acordá-lo.

- Niklaus - balancei cuidadosamente seu ombro - Acorda. Você precisa ir para o quarto - ele parecia estar num sono distante, pois nem havia se movido. Deixei minhas mãos subirem para seu cabelo, no qual comecei a fazer cafuné, lentamente - Me ajuda, por favor. Você tem que acordar agora.

- Agora não - ele resmungou, mas, felizmente, decidiu colaborar comigo e abriu os olhos.

- Finalmente - dei um suspiro de alívio - Vem cá, vou te ajudar a levantar - novamente, passei meu braço ao redor do corpo dele.

Demorou um pouco para que chegássemos ao nosso apartamento. Niklaus mal conseguia ficar em pé, assim, eu tinha praticamente que carregá-lo junto comigo.

- Vou para a cama - ele falou com os olhos fechados. Coitado! Senti pena dele. Estava morrendo de sono, praticamente dormindo em pé.

- Não, senhor. Você vai tomar um banho frio antes.

- Não vou mesmo.

- Vai sim. O que seu pai vai pensar quando te vir de ressaca amanhã?

- Meu pai? - ele finalmente abriu os olhos, como se tivesse levado um susto. Henry tratava Klaus com muita seriedade. Mesmo convivendo com eles há pouco tempo, pude perceber que ele esperava muito do filho. Tenho certeza que Henry ficaria muito decepcionado quando o encontrasse nessa situação deplorável - Meu pai vai ficar muito bravo - ele fez bico e olhou para o chão, parecendo até uma criança inocente.

- Sim, ele vai. Agora vem comigo.  

Levei Klaus até o banheiro e liguei o chuveiro. A água fria começou a cair instantaneamente. Quando me virei novamente para Klaus, entretanto, ele estava ajoelhado de frente para o vaso sanitário.

Geralmente, eu sentiria nojo de ver uma cena como essa. Sim, eu sou nojenta. Além de tudo isso, eu ainda odiava quando as pessoas ficavam bêbadas. Porém, com Niklaus, era diferente. Eu queria ajudá-lo. Queria que ele se sentisse melhor.

Me ajoelhei ao lado dele e apoiei minha mão em seu ombro esquerdo. Comecei a mexer meus dedos em movimentos circulares sobre a pele dele, na tentativa de acalmá-lo.

- Está tudo bem, querido - eu sussurrei, sem deixar de fazer carinho nele - Estou aqui com você.

Ele deu descarga, baixou a tampa do vaso e se sentou sobre ela. Ele apoiou a cabeça sobre os braços e ficou olhando para o chão.

- Eu não queria que você visse isso - ele disse completamente envergonhado.

- Tudo bem. Eu já disse que está tudo bem.

Sem dizer mais nada, segurei as mãos dele e o ajudei a ficar de pé. Klaus continuava evitando manter qualquer contato visual comigo, mas pelo menos, obedecia aos meus comandos. Tomando cuidado para não assustá-lo, levei minhas mãos à camisa social azul marinha que ele vestia naquela noite e, começando por cima, passei a desabotoá-la, botão por botão.

Niklaus passou a olhar para as minhas mãos e sua respiração tornou-se mais rápida, como se estivesse ficando nervoso. Deslizei a blusa pelos braços dele, expondo primeiramente seus ombros e, em seguida, seus braços.

Coloquei a camisa sobre a pia e o levei para debaixo do chuveiro. A água fria começou a cair sobre seu corpo, molhando totalmente seu cabelo e a calça jeans que ele ainda vestia. Eu tentei manter o foco, mas era difícil não olhar para seu corpo. Ele era lindo, de todas as formas possíveis.

- Fica sentado aqui por alguns minutos. Eu vou pegar uma toalha, está bem? - eu disse assim que o ajudei a sentar no chão do banheiro, ainda sob a água fria. Ele balançou a cabeça, indicando que sim.

Tentei ser o mais rápida possível, afinal, não queria deixá-lo sozinho. Assim que voltei, percebi que ele continuava exatamente na mesma posição. Ele levantou o olhar e, pela primeira vez durante aquela noite, ele olhou dentro dos meus olhos.

- Eu trouxe sua escova de dentes e seu pijama - eu disse enquanto estendia a toalha para ele - Você precisa de mais alguma coisa?

- Acho que não.

- Então eu vou te deixar sozinho. Se precisar de qualquer coisa, me chama.

Me virei na direção da porta, mas antes que pudesse me mexer, Niklaus segurou meu pulso, me impedindo de sair dali.

- Muito obrigado, Caroline.

[...]

- Eu fiz um pouco de chá para você.

Klaus, que até então estava deitado em sua cama, ergueu o tronco, na tentativa de ficar sentado. Estiquei meu braço, entregando a caneca com chá quente para ele.

- Como você está se sentindo? - perguntei, enquanto o observava dar um gole no conteúdo da xícara.

- Estou bem melhor - ele sorriu, após dar outro gole.

- Que bom - sorri de volta. Eu não tinha certeza do que falar ou do que fazer, mas acabei me sentando na beira da cama, perto de Klaus.

- Caroline, me promete uma coisa?

- Claro.

- Não conta nada disso para o meu pai ou para a Meredith, está bem?

- Eu não vou contar nada, pode ficar sossegado - eu sorri fraco - Já é meio tarde... Eu acho que vou para minha cama.

Me levantei e me dirigi em direção ao corredor. Assim que alcancei a porta do quarto, ouvi Niklaus chamar meu nome.

- Caroline.

- Que foi?

- Fica aqui mais um pouco - a voz dele saiu baixa. Ele me olhou de um jeito intenso, como se tentasse ver o que se passava dentro de mim.

- Acho melhor eu ir para a minha cama. Nós dois precisamos descansar.

- Por favor - ele continuou me olhando profundamente e eu não conseguia dizer não para um olhar daqueles.

- Tudo bem, só mais um pouco.

Voltei para a cama e me sentei ao lado dele novamente. Ficamos em silêncio por alguns minutos, enquanto ele terminava de tomar o chá que eu havia preparado. Ele colocou a caneca em cima do criado-mudo e, em seguida, encostou as costas na cabeceira da cama.

- Você quer assistir alguma coisa? - ele olhava para a televisão, enquanto passava de um canal para o outro, procurando algum programa que prestasse.

- Pode ser.

Acabamos assistindo “Casa Comigo?”, mesmo contra a vontade de Niklaus, que se recusava a assistir romance. É claro que eu acabei o convencendo.

“E se tiver que trair, traia a morte, porque eu não poderia viver um dia sem você”. Eu falei, junto com a atriz do filme. Eu amava aquela parte.

- Não acredito que você decorou o filme! - Niklaus virou o rosto para poder me olhar melhor e riu pelo nariz.

- Decorei só essa parte - me vi repetindo as ações dele e também virei meu rosto.

Nós estávamos deitados na cama. Niklaus do lado direito e eu do outro lado, na extremidade da cama, tentando manter certa distância.

Já tinha se passado mais de uma hora de filme. Estava no trecho em que os dois protagonistas da história quase se beijam, após terem saído de uma festa de casamento. Era óbvio que eles queriam se beijar há muito tempo, mas eram teimosos demais para deixar aquilo acontecer. Estavam apenas adiando o inevitável.

Bem lá no fundo, eu sabia que era exatamente o que eu estava fazendo em relação ao Niklaus. Eu sentia alguma coisa por ele, isso era certo. Mas até quando eu poderia continuar fingindo que não?

Olhei para Klaus, que olhava atentamente para a televisão. Ele estava concentrado no filme. Ou, pelo menos, parecia estar. Ele, percebendo que eu estava o observando, voltou sua atenção para mim. Ele não disse absolutamente nada, nem fez nenhuma brincadeira sobre eu o estar “admirando”. Simplesmente, ficou olhando para mim.

Após alguns segundos, que pareceram infinitos, ele ergueu o tronco do corpo e se aproximou de mim. Ele estava bem próximo de mim, porém, nossos corpos ainda não se tocavam.

Percebi, então, que o olhar dele saiu dos meus olhos e foi para a minha boca. Klaus estava olhando para os meus lábios. E foi só então que eu percebi o quanto eu queria aquilo. Eu queria beijá-lo. Queria muito. Deixei minha mão repousar sobre o ombro dele e, em seguida, permiti que ela descesse para seu bíceps.

- Caroline - ele disse com a voz rouca. Sem ao menos perceber, eu estava sorrindo. Ele tinha dito meu nome e isso parecia tão certo. Klaus fechou os olhos, como se estivesse aproveitando meu toque.

- Niklaus - eu fiz uma pausa, antes de continuar dizendo - Você pode me beijar?

Foi quando ele reabriu os olhos. Não sei ao certo por que, mas ele parecia estar surpreso. Niklaus abriu a boca, tentando dizer algo, mas acabou fechando-a. Ele passou a língua nos lábios, deixando-os molhados e, então, sorriu para mim.

Meu coração acelerou completamente quando percebi que ele estava se aproximando. Meu coração batia tão rápido que parecia que iria sair pela minha boca. Apesar do nervosismo, era uma sensação boa, muito boa. Eu me sentia viva.

Quando nossos rostos estavam a míseros centímetros de distância, fechei meus olhos. Logo em seguida, senti os lábios dele tocarem os meus. Imediatamente, senti um arrepio atravessar meu corpo inteiro e as borboletas no meu estômago começaram a fazer uma festa ainda maior. Parecia que a qualquer momento eu poderia explodir, de tanta euforia que sentia.

Nossas bocas ficaram coladas por alguns segundos, sem que nenhum de nós fizesse nada. Finalmente, pude sentir Niklaus mover seus lábios. A princípio, fiquei sem reação, apenas sentindo os lábios dele. Eles eram macios, quentes, beijáveis. Comecei, então, a beijá-lo de volta. Eu me esqueci de tudo naquele momento. O mundo poderia estar caindo que eu não me importaria.

Senti as mãos de Klaus tocarem minhas bochechas, impedindo que eu tentasse afastar o rosto. Levei uma das minhas mãos à nuca dele, onde passei a acariciar o pouco cabelo que ali nascera.

Não demorou muito para que eu sentisse a língua de Niklaus encostar na minha. Nosso beijo não era rápido, apesar do desejo que ambos sentíamos. Era um beijo calmo, cheio de carinho e delicadeza.

As mãos dele desceram para a minha cintura. Ele me tocava de forma delicada, como se eu fosse um cristal prestes a quebrar. Sua mão direita tocou minha pele, por debaixo da blusa. Senti um pequeno tremor percorrer meu corpo quando a pele dele entrou em contato com a minha.

Aos poucos, fomos parando o beijo. Klaus encostou sua testa na minha; nenhum de nós querendo se afastar totalmente. Sua respiração quente batia em meu rosto de forma suave e eu precisei me segurar para não beijá-lo novamente.

Quando finalmente abrimos os olhos, Niklaus afastou o rosto do meu, ainda sem deixar de me olhar. Ele sorriu para mim e voltou a se deitar, dessa vez, bem perto de mim. Ele passou o braço ao redor do meu pescoço e me puxou para perto dele, fazendo com que minha cabeça ficasse apoiada em seu peitoral.

Meu corpo relaxou completamente quando senti os batimentos do coração dele, os quais começaram a ficar cada vez mais calmos.

- Boa noite, Caroline.

- Boa noite, Niklaus. 


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Notas finais do capítulo

Eu acho - só acho - que eu mereço MUITOS COMENTÁRIOS nesse capítulo, não é? KKKKKKKKKKKKKKKKKK
Avisando que vai ter um pouco de drama antes deles ficarem juntos, mas tudo bem, vocês vão ver no próximo capítulo.
PS: Indiquem a história para os amiguinhos, está bem?
Amo vocês, beijos.