My Daddy Is Zeus escrita por Rookie


Capítulo 2
II – Fúrias me atacam


Notas iniciais do capítulo

Amei os comentários que recebi. Tô postando mais um capítulo pra vocês... Estou tendo dificuldade pra fazer a profecia dessa história. Quero algo autentico, mas parece que terei novamente que roubar umas ideias do tio Rick, ainda mais agora que terminei O Herói Perdido. *-*

#partiu #filho #de #netuno. hahahaha

Boa leitura. ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/375175/chapter/2

– Capítulo Dois 

Fúrias me atacam

Tudo pegava fogo. Eu me sentia tão cansada que não queria desperdiçar energia respondendo Sai, que gritava algo inaudível. Não sei ao certo porque me sentia tão esgotada, mas o chão parecia aderir meus pés, fazendo-me sentir como se tivesse ganhado uns cinqüenta quilos. O ar continha tanta fumaça que queimava meus pulmões. Chamas subiam ao meu redor, alimentadas pelos ventos, e a temperatura subiu tão rápido que aproximava á de um forno.

Senti quando as mãos grandes de Sai agarraram meu braço e me arrastaram para fora do jardim. As pessoas nos olhavam assustadas como se tivéssemos provocado um ataque terrorista a Casa Branca. Não sei o que elas tinham visto, mas eu tinha certeza, assim como das ultimas vezes, que sido a mesma coisa que eu vi.

Entramos na sala de aula que agora estava vazia. Ouvia os gritos dos bombeiros tentando controlar o fogo e culpa invadiu minhas entranhas. Já tinha feito coisas parecidas nas minhas outras escolas, mas nunca batalhei com uma moeda-espada com uma quimera. Precisava de respostas o mais rápido possível antes que eu chegasse à conclusão de que enlouqueci, mas aquela não parecia uma boa hora.

Sai vestiu suas calças jeans escuras e calçou seu tênis da Nike escondendo suas pernas peludas e seu casco de bode. Agradeci mentalmente por isso. Era difícil ver que seu melhor amigo é na verdade um menino bode. Ele murmurou algo sobre encilhadas de queijo e sobre buscar algum tipo de “lã”. Eu estava muito desnorteada para prestar atenção. Sai parecia bravo, e quando jogou um casaco azul que ele sempre usava – que ficou enorme em mim – senti um pouco de rudeza. Ótimo. Agora a culpa era minha.

– Precisamos sair rápido daqui Sakura, sinto cheiros nada bons vindos em nossa direção. – Sai disse.

– Tudo bem amigão deve ser esse casaco. Fede a grama, café e pelo de cachorro molhado. – Disse fazendo careta enquanto me vestia. Sai pareceu ofendido, porque as linhas de seu rosto ficaram duras.

– Grande coisa. Você fede a loção de banho!

– Isso não pareceu ser um insulto. – Disse entre risos. Não era uma boa hora para rir. – O que você quis dizer com cheiro ruim?

– Monstros. Eles já sentiram o seu cheiro, preciso te levar em segurança para o acampamento.

– Está dizendo que mais daquelas quimeras estão a caminho?

Os pêlos do braço de Sai – que agora percebi ser enormes – arrepiaram-se. Seus olhos adquiriram um brilho de medo que não gostei nada. Também não sabia sobre nenhum acampamento. Pelo menos o governo ainda não tinha me oferecido nenhuma dessas oportunidades. Então, quase imediatamente, comecei a pensar que toda aquela confusão deveria ser alguma piada de programas de tevê. As câmeras deveriam estar em algum lugar escondidas e as pessoas do outro lado da tevê sentadas em seus sofás rindo da minha cara.

– Coisas bem piores do que a quimera. – Sai respondeu. Percebi segundos depois que ele mastigava um apontador de ferro. Assim como eu, ele estava apavorado.

Agarrei minha mochila quando escutei passos apressados ecoar pelo corredor. As sirenes ainda gritavam tocando lá fora e incrivelmente altas. Eles pareciam não conseguir dar conta do pequeno incêndio. Sai pegou sua flauta de bambu e enfiou no bolso. Por fim olhou para mim e percebi que nunca mais esqueceria aquele dia.

– O que está acontecendo? – Foi tudo que consegui dizer.

– Cubra-se com o capuz. Te explico tudo mais tarde, chiclete. - Eu odeio esse apelido.

Não tinha percebido a dor que sentia na perna até dar os primeiros passos. Se não fosse por Sai, que vinha logo atrás de mim, me segurar, teria levado um grande tombo. Minha perna esquerda saia um liquido transparente misturado com meu sangue. Dois buracos enormes do dente começavam a ter uma leve coloração arroxeada e ardia pra caramba. Escutei dois caras chamar nossa atenção quando saímos da sala, e lembrei que tinha escutado passos vindos do corredor. O que foi estranho porque fazia alguns poucos minutos que havia escutado e eles só apareceram agora. Decidi ignorar por hora aquela questão, pois quando saímos pelas portas principais – o que não foi algo lá muito inteligente – os policias interrogavam as pessoas que iam saindo do prédio. Não precisava saber ler mentes para saber que cada um ali dava minhas características para o retrato falado. Em poucas horas meu rosto estaria estampado nos jornais para toda Manhattan. Maluca incendeia escola e foge com colega de classe. Mais um ótimo caso para meu currículo.

Metade da minha blusa tinha virado cinzas e meu cabelo tinha um cheiro de queimado horrível. Podia apostar que grande parte do meu rosto estava preta também. Então, se eu tivesse sorte, os policias me confundiriam com um mendiga manca e incinerada. Mas felizmente conseguimos sair do alcance das sirenes minutos depois. Paramos em um beco fedorento em uma viela qualquer da 17th avenida. Meu corpo pesava mais do que eu imaginava ser possível e parecia que tinham me batido com bastões de beisebol. Toda aquela força que senti ao lutar com a quimera tinha se esvaído. Deslizei as costas na parede chamuscada e permite sentar-me. Eu só queria ter uma boa cama macia para deitar e dormir por muito tempo. Talvez, com sorte, para sempre. Ah, seria incrível!

Sai olhou mais uma vez para fora do beco só para se certificar que não tínhamos sido seguidos, depois, assim como eu, ele deslizou e sentou-se ao meu lado dando um grande suspiro de alivio. Ter se livrado de todas aquelas pessoas parecia ter sido algo muito importante para ele porque Sai tinha um sorriso de canto quase impercebível no canto dos lábios. Decidi que aquela seria uma boa hora para meu interrogatório porque algo me dizia que ficaríamos muito tempo ocupados para conversar depois. Pois é, eu tenho tido muitos pressentimentos ultimamente e todos estavam terrivelmente certos.

– Droga... Perderei muitos pontos com isso. – Ele murmurou depois olhou para mim. – Aquela quimera idiota poderia ter evitado aquele lance com fogo não é?

– O que está acontecendo? – Perguntei séria.

– O que você acha que está acontecendo? – Inverteu a pergunta.

– Acho que estou ficando louca.

– Você não está louca. – Sai riu como se aquilo fosse a ultima piada da moda. – Sabe os deuses do Olimpo? – Fiz que sim com a cabeça. – Eles ainda vivem Sakura e você teve a honra de ser filha de um deles.

– Está me dizendo que meus pais são deuses da mitologia grega? – Perguntei incrédula.

– Não seus pais, mas um deles sim. Pode ser sua mãe ou seu pai. Isso depende. Não pode ser os dois, ao menos que você seja uma deusa perdida, o que não é o caso.

Sai falava com a maior naturalidade do mundo como se estivesse acostumado com tudo aquilo. Não pude conter o acesso de risos que tive em seguida. Meu melhor amigo que era meio bode estava me dizendo que meu pai ou minha mãe era um dos deuses olimpianos das histórias. Aquilo soava tão estranho que quase me fez esquecer a dor insuportável que sentia por todo meu corpo.

– Certo. Onde estão às câmeras Sai? Isso não tem graça. Você sabe que odeio esses programas de televisão. Ouviu isso Drake? – Gritei para o final do beco. Drake era o apresentador mais ridículo da televisão. Eu o odiava demais.

– Pare com isso. – Sai disse tapando minha boca. – Você nunca se perguntou por que consegue entender tão bem mitologia grega? Ou por que sabe falar grego antigo como fala inglês?

Fiquei muda por alguns segundos. Eu era a melhor da minha turma na aula de história só porque o professor misteriosamente decidiu começar a falar sobre a mitologia, cheguei a conversar com ele inúmeras vezes em grego e nunca estudei nenhuma vez aquela língua. Eu sentia-me em casa como se parte de mim fosse aquilo.

– Você tem TDAH porque é seu reflexo do campo de batalha. Você não consegue ficar parada em um lugar só. Você tem dislexia porque seu real idioma é o grego antigo e não o inglês. – Continuou Sai.

– Mas porque aquela quimera me atacou? Eu não fiz nada de errado!

– Os monstros farejam semideuses para matar-los. Eles estão por toda parte e não é preciso algo errado, eles gostam de se divertir.

– Supondo que toda essa história seja verdade. Supondo. – Reforcei essa parte. – Quem é pai ou mãe Olimpiano?

– É complicado. Você tem dezesseis anos, o acordo eram ser proclamados aos treze... Por alguma razão você ainda é órfão de Olimpianos.

– Que ótimo. Até os deuses me rejeitam. Mais um ponto para Haruno Sakura!

– Vamos para o Acampamento Meio-Sangue, lá com certeza você será proclamada. – Disse Sai mastigando um cano de ferro que estava jogado a alguns passos dele.

– Acampamento Meio-Lambe?! É algum tipo de santuário para macacos?

Os olhos de Sai arregalaram-se e eu temi que eles fossem cair em cima do meu colo. Ele se levantou tão rápido que tudo o que vi foi um borrão. Agarrou sua flauta que carregava na cintura e a prendeu na palma da mão. Fiz o mesmo que ele, me levantando.

– Blérr blérr... Corra o mais rápido que conseguir e, por favor, não seja morta. – Sai disse balindo

Algo pousou enorme nas antenas parabólicas dos pequenos apartamentos daquela viela. A silhueta que formou no chão não me agradou em nada. Não quis olhar para trás, mas sabia que tinham enormes asas e só pelo fedor de lixo, não era uma das criaturas mais agradáveis. Ignorei a dor latejante da minha perna e corri o mais rápido que consegui tentando seguir os passos desengonçados de Sai a minha frente. Entramos em mais algumas vielas pulando arames farpados, desviando de mendigos e até mesmo chutando um gato sarnento. O monstro conseguia seguir nosso ritmo tão tranquilamente que imaginei seu sorriso de escárnio.

Entramos em uma rua larga próxima ao Central Park e por pouco tempo pude-me sentir aliviada. Aquela era definitivamente a minha área. O lugar que conhecia até de olhos fechados. Cruzamos a Starbucks onde tinha comprado café naquela manhã e viramos a esquina da loja de doces da tía Bell – uma mexicana muito simpática que às vezes vendia doces fiados para mim –, Sai escorregou em algumas latas de lixo, automaticamente me fazendo tropeçar também. Cai no chão xingando os sete ventos, e pensei que eles não gostariam nadinha das palavras que usei. Olhei para cima em um ato desesperado ao sentir que cai sofre a perna mordida e então vi o que nos seguia.

Até hoje ainda me pergunto como meus olhos não queimaram até a minha morte ao ver aquilo. Era uma mulher alada de aspecto terrível. Sua pele era encardida como se tivesse passado horas perto do fogo, tão magra que pensei que fosse um esqueleto e seus cabelos eram transados de serpentes, sem contar das gigantescas e negras asas em suas costas. Era uma Erínia, mais conhecidas como Fúrias ou Benevolentes. Pelo que eu sabia, elas viviam no mundo inferior castigando as almas pelos crimes cometidos, o que faziam na superfície? Bom, não quis parar para perguntar. Tratei de me levantar e seguir a blusa vermelha chamativa de Sai que virara a esquina a poucos segundos.

A fúria soltava sibilos nas minhas costas, deveria estar rindo da bizarra situação que se encontrava. Qualquer um que parasse para me olhar mais de um minuto veria o quanto suja, fedorenta e acabada eu estava. Meus olhos pesavam insistindo em se fechar, mas a adrenalina de uma possível batalha fazia o sangue bombear mais rápido em minhas veias. Igual a vez em que fiquei dois dias sem dormir e tomei Redbull para agüentar a aula de educação física. Podia ver meu lindo apartamento em uma parte afastada de Upper East Side quando mais duas fúrias bloquearam o meu caminho e do menino-bode.

Levei minha mão no bolso da minha calça e joguei minha moeda de ouro esquisita para o alto, em câmera lenta ela foi se transformando em uma linda espada de bronze e caiu como uma pena em minha mão. Minha perna estava doendo e minha melhor blusa tinha sido carbonizada, isso fez com que o ódio que já estava sentindo a um bom tempo viesse à tona. Olhei raivosa para as Fúrias e as vi esboçar um sorrisinho sádico enquanto batiam suas asas de morcego pairam no ar. Sai encolheu-se exatamente como fazia quando a professora de geografia gritava com ele.

– Então morcegonas, onde está o Batman? – Zombei apesar de não estar nem um pouco confiante ao olhar as enormes garras delas.

– Haruno Sakura você deve morrer para o bem de nosso mestre. – As três falavam de uma só vez produzindo um barulho de metal raspando no asfalto. As pessoas a nossa volta olhavam intrigadas para nós.

– Mestre? Que mestre? – Perguntei.

– O senhor dos mortos. Hades. – Sai murmurou as minhas costas.

– Nossa! Sério? Espero que ele não seja o meu pai, porque isso é uma forma muito carinhosa de se dar boas-vindas. – Ironizei. – E vocês sabem... Odeio esse tipo de melosidade.

– Você irá morrer Haruno Sakura. – A mais feia delas disse vindo em minha direção.

– Já escutei isso hoje.

Sorri de canto e investi em direção a elas. Rodei minha espada na palma da mão atingindo a costela de uma e o braço de outra. Minha habilidade com a espada era tanto que me assustei. Era como se eu tivesse anos de pratica, da mesma forma que acontecia com o grego antigo. As duas urraram de dor e a mais feia das irmãs pareceu não gostar de ver um liquido dourado esvair delas.

– Sakura tente atraí-las para o beco. Os mortais estão ficando assustados.

As pessoas olhavam horrorizadas para as criaturas a minha frente. Fiquei intrigada com que eles poderiam estar pensando que era. Não entendia muito bem porque elas não podiam vê-las, mas algo me dizia que estava por trás de alguma magia. Talvez, nesse exato momento, eles estivessem vendo três caros altos vestidos de preto atacando uma menina de rua – que no caso era eu. Fui andando de costas até o beco afastando as fúrias com a minha espada. Elas sibilavam nervosas parecendo impacientes para mais ação. Deveriam estar com uma vontade quase insana de castigar a minha alma para a eternidade, mas eu iria, felizmente, desapontá-las.

Entramos na escuridão do beco e elas pareceram mais alegres com a proteção das sombras ao seu favor. Seus olhos antes negros se tornaram vermelho sangue, era essa a minha única referencia de suas posições. Brandi minha espada e as ataquei fazendo movimentos ousados. Cortei parte das orelhas pontudas de uma e metade das asas de outra. Enquanto eu atacava a maior delas, outra veio pelas minhas costas e arranhou minhas costas com suas garras fazendo um grito de dor escapar de meus lábios. Girei com a espada e a lamina cortou pela metade da menor das fúrias, explodindo-se em pó dourado. Suas irmãs sibilaram diabólicas para mim:

– Você irá cair filha do deus dos céus!

Todo meu corpo travou ao escutar as palavras da fúria maior. Filha do deus dos céus? Mas aquele era Zeus! Meu pai não podia ser o Reio dos Deuses. Achei que ele não tinha filhos com mortais. Cheguei a conclusão de que aquela morcegona feia deveria estar delirando pelo tanto de tempo que passou lidando com pessoas mortas. Os filhos mortais de Zeus eram conhecidos pela sua incrível força de liderança e de batalha, e eu era só uma garotinha assustada tentando proteger sua miserável e insignificante vida. Perdida em meus pensamentos não notei a aproximação das fúrias; uma na minha frente e uma atrás de mim. Elas levantaram as garras enormes sujas pelo sofrimento das almas do mundo inferior, e rasgaram minhas costas e meu tórax.

Meus olhos se fecharam aos poucos enquanto eu caia em câmera lenta vendo Sai gritar do outro lado do beco novamente algo sobre “lã”. Talvez Sai Weyne fosse um sátiro fissurado em lãs. As dores da minha perna junto aos novos ferimentos intensificaram a dor massacrante que sentia. Meu corpo seria levado para o mundo inferior pelas fúrias e minha alma amaldiçoada pelos crimes que cometi. Eu não poderia ser filha de Zeus. Filhos de Zeus são poderosos e eu era uma gatinha assustada.

Foi então que senti algo vindo da parede me puxar para dentro da escuridão total. Braços fortes me abraçavam contra algo macio e confortável. Eu sentia vontade de vomitar pela pressão do ar em meus pulmões, meu umbigo doía bastante. Deveria ser a morte me acolhendo. Só que eu estava errada. Muito errada.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Pelos Deuses! Quem será que puxou a Sakura? E para onde levou ela e o Sai? Hmmm. Será que são outros semideuses ou monstros? Vish... Vamos ter que aguardar o proximo capitulo!

Quem tem tumblr, ou curti PJO, que tal dar uma olhadinha no meu blog/tumblr? http://d-aughterofares.tumblr.com/

Bjs.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "My Daddy Is Zeus" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.