Too Late... escrita por MS Productions


Capítulo 1
Tarde demais...


Notas iniciais do capítulo

Capitulo Unico



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-Ei Nick…Aquela não é a Sarah? – Perguntou o Roger, meu melhor amigo e colega na empresa. Estavamos os dois dentro do carro, tinha acabado de estacionar, junto da discoteca mais badalada da zona, abri o vidro e espreitei. Era a Sarah, ele estava certo.

- Sim,ela veio sair com a amiga dela a Dorine…Disse-me algo parecido quando saiu de casa! – Suspirei, fechando o vidro.

- Queres ir a outro sitio? – Perguntou – Sei lá, estar no mesmo ambiente que a Sarah e ela ver aquilo que fazes, não é nada bom!

- Sem problema, ela a seguir cansa-se e vai se embora, depois podemos ter a noite por nossa conta! – Disse-lhe despreocupado. Conhecia demasiado bem a Sarah, isto não fazia o género dela, mas ultimamente as saídas tinham-se tornado repetitivas, me deixando muitas vezes com a sensação que alguma coisa não estava bem.

- Quem é aquele tipo!? – O Roger perguntou apontando de novo para onde a Sarah se encontrava, olhei.

- Mas que… - Nem terminei a exclamação de fúria que ia soltar. Um tipo alto e bem constituído, segurava a minha esposa por trás e ela deixava, sorrindo. Um nó se formou na minha garganta, o meu estomago se torceu. Que merda era esta!?

- É Nick…- O Roger começou, como se fosse fazer um grande discurso. – Esta é a parte de te dizer, eu bem te avisei! – Exclamou e eu olhei aturduido para a frente,segurando o volante. Deixando os meus dedos brancos de tanto aperto.

- Ela…não…faria isso! – Soltei e ele gargalhou.

-Qual é!? Tu es um desmiolado, sais todas as noites, bebes, ficas com qualquer uma! – Bufei, tentando controlar a vontade de sair disparado do carro e cair em cima do Filho da puta que tocava na minha mulher. – A Sarah não é de ferro! Ela já deve ter aguentado muito…

- Ela ama-me… - Sussurrei, observando os sorrisos entre ela e o tipo. Tentar repetir para mim próprio que ela me amava era como um mantra que me protegia dos pensamentos de traição que me surgiam na mente.

- Sempre te disse Nick…A Sarah é perfeita, única, ama-te ou amava… - Olhei para ele – Tu nunca lhe demonstraste qualquer traço de sentimento, as pessoas cansam-se de esperar…

- Não… - Segurei inda mais o volante.

- Querias o que!? Que ela ficasse deitadinha na cama, como uma mulher esperando pelo esposo? Fazes merda, atrás de merda, meu… Por mais que uma pessoa ame, não é obrigada a isto!

- Já chega Roger! – Gritei enfurecido, o meu amigo encolheu-se no banco, olhei de novo, ele dava –lhe a mão e entravam, atrás deles seguia a Dorine e o seu namorado, óptimo uma saída de casais. Controlei-me para não socar tudo a minha frente.

- Ainda queres ir? – Perguntou-me o meu amigo. Passei as mãos pelo cabelo. – Certo, vamos a outro lado…

Entrei em casa, olhei em volta, tudo às escuras e um silêncio arrasador. A Sarah ainda não estava em casa! Quatro da manhã e não estava a casa! Suspirei, tentando manter a calma.

- Isto não está acontecer comigo… - Sussurrei para mim próprio. A Sarah não me ia mentir. – Ela ama-te Nick… - Suspirei, passando a mão no cabelo. Ouvi um carro a parar ao portão, levantei-me, fui até a janela da sala e espreitei. A Sarah despedia-se do rapaz que ela conversava quando a vi a entrar na discoteca, eles trocaram um abraço, demasiado intimo, ele estava praticamente a atirar-se para cima da minha mulher e aquilo deu-me uma raiva enorme, ela é a minha mulher!

Afastei-me da janela quando a vi a caminhar para a porta e a entrar. Os meus dentes rangiam um no outro, cruzei os braços no peito.

- Oh…Boa noite… - Falou quando me viu e pousou as chaves e a mala, no aparador de entrada. Tirou os sapatos e caminhou pelo corredor, travei-a antes de poder dar mas um passo.

- Onde estiveste? – Grunhi, trincando o maxilar.

- Fui sair com a Dorine…

- A Dorine mudou de sexo, por acaso!? – Aumentei o tom de voz.

- Que queres dizer com isso!? – Enfrentou-me, a Sarah nunca me levantou a voz, nunca me olhou daquela forma.Fiquei sem chão naquele momento. – Não te devo justificações da minha vida Nick!- Estagnei com aquilo.

- Tu o quê!?

- Ouviste muito bem…Vou dormir estou cansada… - Segurei-lhe no braço e ela olhou-me com raiva no seu olhar, afastando o meu toque.

- Tu és minha mulher! – Falei impressionado

- Deixei de ser tua mulher há muito, Nick! Agora se me dás licença vou dormir! – Afastou-se e fiquei a observa-la a caminhar pelo corredor fora, deixei-me cair no chão. O que se estava a passar? Para onde tinha ido a doce Sarah, aquela que me amava, que me dava tudo sem pestanejar? A menina que fiz mulher, aquela pela qual eu me apaixonei e nunca fui capaz de admitir o que sentia? Uma coisa sabia…Eu estava a perde-la, o feitiço tinha se virado contra o feiticeiro…

Os nossos pais conversavam animados e ela sorria, ouvindo as coisas que eles contavam da sua adolescência. Eu apenas a fitava, confuso por tudo a minha volta se desmoronar.

- Nick, querido, que se passa? – Perguntou  a minha sogra. – Tens estado tão calado…

- Realmente, sentes-te doente filho? – Perguntou a minha mãe.

- Não… - Olhei para ela e a Sarah simplesmente virou o rosto, aquilo doeu mais que tudo.

- Problemas na empresa? – Perguntou o meu pai.

- Não… - Resmunguei, dando um gole no whisky. – Na empresa está tudo bem!

- Óptimo, mas não deixas de estar estranho! – Acrescentou a minha mãe.

- Eu não estaria estranho, se a minha mulher não estivesse a trair-me ou mesmo a mentir-me! – Levantei-me apontando o dedo à Sarah que me fitou furiosa. Todos na mesa olharam para ela inquisidores.

- Sarah!?- Perguntou a mãe dela. – Que conversa é esta?

- Conversa!? Querem ter uma conversa agora!? – Ela levantou-se enfrentando todos. – Eu estou farta, farta de ser a esposinha perfeita de um tipo que não dá valor nenhum, de um idiota que nunca se preocupou em estar em casa quando precisei dele. – Deu uma risada irónica – Casamento arranjado…Tinha que dar nisto algum dia…

- O quê!? – Gritei – Mas tu amas-me…Eu…

- Tu!? Puff… - Riu-se, todos os fitavam em choque. – Não vales nada... Pensavas que iria estar para sempre a espera que fosses reparar que eu estava ali!? Acorda Nick…

- Queridos, vocês precisam de conversar…- Falou a mãe dela

- Não…nunca conversamos nem nunca vamos! O vosso filho só se interessa pelas amiguinhas, noitadas e por ai fora…- Gritou – E agora está preocupadinho se a mulherzinha anda a encorna-lo!? Não Nick, não é preciso te preocupares…Nunca te trai, por mais que merecesses, antes de pensar em ter algo com alguém, eu pediria o divórcio, como estou a pensar fazer!

O copo caiu-me da mão partindo-se em pequenos cacos. Divórcio!? Como divórcio!?

- Vamos limpar isto antes que alguém se magoe! – Falou a minha mãe nervosa, ajudada pela minha sogra. A Sarah saiu da sala, seguia-a furioso, bati com a porta do escritório e tranquei-a. Ela não ia fazer isto comigo…

- Deixa-me em paz, Nick! – Ela vociferou olhando-me com uma raiva que nunca tinha visto!

- Diz que não é isso que queres Sarah, diz-me agora! – Olhei-a desesperado e ela ficou confusa.

- Nunca te preocupaste, porque esse filme agora!?

- Eu nunca me preocupei!?Nunca!? – Passei a mão pelo cabelo – Que é que estás para ai a dizer? Tu sabes…

- Eu sei o quê!? Que estas a forçar uma coisa que só tinha valor da minha parte!? Lembra te de uma coisa Nick, as pessoas cansam-se, fartam-se e se não dá para continuar quando apenas um se importa!

- Mas quem te disse que eu não me importo!?

- Poupa-me Nick… - Riu-se e voltou a olhar-me com raiva – Só te preocupas com o trabalho, amigos e borga! Tens o que sempre quiseste… a empresa, por isso fica com isso, a mim não me interessa!

- Cala-te! – Gritei – Não sabes o que estás para ai a dizer…Eu gosto de ti, eu preocupo-me…- Ela deu uma gargalhada arrogante.

- Faz-me um favor… Dá-me o divórcio, podes ficar com tudo, como sempre quiseste, apenas me deixa ser feliz…

Segurei-a e apertei-a contra mim, a fúria apoderou-se de mim, ela olhou-me nervosa, eu não lhe iria fazer mal, apenas queria que ela visse o quanto é importante para mim. Beijei-a como um louco. De inicio ela não retribuiu, mas não desisti, quando a sua boca que uniu a minha deixando à minha mercê, não perdi a oportunidade. Peguei-a entrelaçando as nossas línguas num beijo louco, há quanto tempo não a tinha assim, toda minha?

Segurei a sua saia para cima, enquanto ela puxava os meus cabelos com uma mão e a outra, desapertava como podia as minhas calças. Rasguei a tanga fina, tirando um gemido da sua parte, que me deixou louco, baixei as minhas calças juntamente com a minha roupa interior, o meu pau estava duro e doía, só para a sentir. Paramos a olhar um no outro, vi aquele olhar brilhante dela a surgir, aquele olhar que ela tinha sempre que me dizia que me amava.

Encostei a minha testa na dela e fechei os olhos antes de a penetrar. Tinha-me esquecido o quanto ela era gostosa e o quanto sentia saudades do seu corpo, do seu gemido. Eu não queria parar, não ia parar, queria dizer-lhe tudo o que sentia, tê-la só para mim.

- Nickk… - Ela gemeu ao meu ouvido e aquilo foi um desatino para mim, andei com ela até ao sofá enorme de pele que meus pais ali tinham, deitei-a com todo o cuidado, ela arranhou-me as costas, não me importei, queria ficar todo marcado por ela.

- Eu… - As palavras queriam sair da minha boca, mas a cada movimento louco que dávamos, um som arfante era o que conseguia deixar escapar, mesmo assim não fiquei calado, ela tinha que ouvir, ela tinha que entender. – Sarah…amor…

- Nick…- Oh Deus…Eu não podia, eu precisava de me soltar, um gemido dela foi como que uma alavanca para accionar o orgasmo em mim, eu não parei, uni de novo os nossos lábios, que beijavam com sofreguidão, gemi bem alto quando me vi sem controlo, ela tentava controla-los, beijando-me. Deixei-me cair por cima dela, sem forças. Passei a minha mão trémula no seu rosto, ela olhava-me como se quisesse dizer algo mas calei-a com um beijo.

- Eu amo-te… - Sussurrei – Eu amo-te tanto, que não fazes noção…És tudo para mim, sempre foste e eu nunca te soube dar valor…Mas não me deixes…Eu sei que me amas também…Mas só não me deixes…Eu preciso de ti, eu amo-te!

Ela fitou-me numa confusão interna, como não soubesse o que dizer. Fiquei na espectativa, tanto que uma lágrima rolou pelo meu rosto, caindo na sua face rosada. Eu nunca chorei…Porque que tinha tanta vontade de chorar agora? Ela ia-me deixar, a Sarah nunca tomava meias medidas, ela decidia e pronto.

- Desculpa Nick… - Sussurrou, afastando-se, fazendo-me sair de dentro e de cima dela. Senti mais uma vez o meu mundo a desmoronar, desta vez a sério, perdi-a para sempre.

- Não… - Rastejei até ela, segurei-lhe as pernas de joelhos. – Não Sarah, não! – Chorava que nem uma criança e ela chorava também. – Não me deixes…Eu mudo…A culpa é toda minha, sempre foi minha…Eu sempre te amei e nunca quis mostrar isso, mas dá-me uma chance…

Ela olhava para mim, entre as lagrimas, notei que ela estava em luta com ela própria. Segurou nas minhas mãos, afastou-as e afastou-se de mim, gelei por completo.

- Desculpa – Baixou o olhar e limpou o rosto. – Eu preciso de tempo…

Levantei-me de repente.

- Eu dou-te todo o tempo…Todo…eu faço tudo por ti…Só não me deixes…

- Tempo…Só preciso disso… - Falou endireitando-se e ajeitando o vestido, vi-a a caminhar até a porta e parar com a mão na maçaneta. – A chave…

Eu estava catatónico com aquilo tudo…Sem reacção, ela estava decidida a deixar-me, a dar um tempo… Suspirei, arrumei as calças e tirei a chave do bolso, caminhei até ela, apanhei a tanga rasgada do chão e guardei-a dentro do bolso.

- Eu vou dar-te… - Ela olhou-me – O tempo que precisas…Só promete que…pensas bem… - Limpei o meu rosto. – Eu amo-te!

- Eu…eu não sei! – Suspirou, notei a confusão interna, coração versus cabeça. – Podes abrir a porta?- a maldita lágrima que segurei por muito tempo soltou-se, a lagrima de dor por ela me deixar, por ser um idiota fudido e um filho da mãe. O meu coração que julguei que nunca se ia quebrar, muito menos por uma mulher, estava ali despedaçado aos meus pés, tudo o que julguei ser certo na minha vida, estava a desaparecer. As emoções abalavam-me, o amor por ela, o amor reprimido por estes anos, consumado apenas por um casamento arranjado, só precisava de uma chance, uma chance para recuperar todo o seu amor por mim.

- Eu amo-te! – Sussurrei, esticando a chave para ela, que a segurou tremendo. – Eu. Amo-te! – Falei pausadamente, tentando-lhe mostrar que não estava disposto a deixar tudo morrer. Ela não esboçou qualquer tipo de resposta, apenas virou as costas e rodou a chave, destrancando e abrindo apenas uma parte, suficiente para ela sair, sem uma única palavra, sem um único esboço de alguma vez tudo poderia ficar bem. Limpei o meu rosto, suspirei e assim, eu sabia que ao abrir aquela porta muita coisa mudaria e primeiro de tudo, ia fazer com que ela visse o quanto a amo, agora era a minha vez de a conquistar. Tudo o que ela fez por mim, eu ia retribuir e não ia deixar que nada a tirasse da minha vida, nada…


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Notas finais do capítulo

:)



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