O tempo passava, e nada. Estava um silêncio tremendo na sala de ensaio. A única coisa que quebrava o silêncio, era Luffy estalando a língua. Ele estava jogado no chão, entediado. Seus companheiros de palhaçadas, Usopp e Chopper haviam descido para pegar uns sorvetes. Sanji foi pegar uns instrumentos com Franky... O mugiwara bufou entediado, queria ensaiar logo! Lá estava só ele, Nami e Brook. Porém, todos estavam ainda dentro do Sunny. Menos, o motivo de ainda não estarem ensaiando, Zoro.

Zoro estava atrasado!

Bem, já não era a primeira vez que isso acontecia. Depois de Luffy, a pessoa que constantemente se atrasa é Zoro. Mesmo estando cientes de seu problema de direção, não podiam ficar sempre tolerando. É tão difícil assim pegar um taxi? Ou contratar um motorista? Nami se perguntava essas mesmas coisas enquanto murmurava xingamentos para o marimo.

– Droga, e nem o celular esse marimo atende! - Nami gritou em meio á fúria, discando mais um vez o número do Roronoa. - eu odeio isso no Zoro, sempre que ele se atrasa nunca dá satisfações ou atende o celular. Somos um banda, não podemos ensaiar sem ele!

– E tem aquela nova música também, onde o trio monstro canta. Iremos estreia-la hoje, lembra, Nami-san? - lembrou Brook. - é uma ótima música, só de ouvi-la vou tremer até a espinha! Ah, mas eu não tenho pele para ter espinha, yo ho ho ho!

Nami rodou os olhos com a piada sem graça de Brook.

– É, você está certo, Brook. - Nami concordou suspirando.

– Mas é claro! - Luffy finalmente se pôs a falar. - qualquer um vê que o Brook é só ossos. Nossa Nami, e eu achava que você era inteligente.... Estou decepcionado.

Uma veia pulsou na cabeça de Nami.

– CALA A BOCA, LUFFY! - ela dá um soco forte na cabeça dele. - Ai ai Robin... Traga logo o Zoro para ensaiarmos, eu não aguento mais ficar sozinha com esses dois bobocas...

*

*

*

*

– Bem, - Robin disse, cansada de olhar para a menina de cabelos cor de rosa. - Zoro, Nami me mandou uma mensagem há uns minutos, e estamos atrasados para o ensaio.

– Atrasados para o ensaio...? - Zoro refletiu um pouco, até que a fixa caiu. Por causa da visita inesperada, esqueçeu-se completamente do ensaio! - É-É mesmo! Eu me esqueci.

– Nós temos que ir logo. Não só por causa da Nami brava, mas também porque a banda é uma responsabilidade nossa. - Robin falou.

Os dois olharam para a família de Zoro, que ainda estava ali.

– Como eu imaginava, você é uma pessoa ocupada, Zoro. - finalmente o pai de Zoro disse algo. Ele se levantou, cumprimentando Robin. - vamos embora.

– Ahh... É uma pena. Queria tanto conversar mais com você meu filho, já sei, eu virei aqui no domingo, tudo bem? Poderemos conversar direito. - A mãe de Zoro propôs.

– Sim sim, qualquer coisa que você quiser, agora pode ir. - ralhou Zoro, abrindo a porta para eles irem.

– Filho, eu também quero passar um tempinho com a Tashigi-chan.

Agora a expressão incomodada de Zoro, mudou para uma mais séria.

– Com... A Tashigi? - Zoro olhou calmamente para a menina, que ainda estava no colo de Robin. - Tashigi. - o marimo chamou, devagar, ela olhou para ele. - você quer passar um tempinho com a Kosaka?

Kosaka... Então seu nome era Kosaka. Robin entendeu no momento que Zoro não tinha tanta aproximação assim com sua mãe. Kosaka não parecia nada com Zoro, mas Kuina, Tashigi, e Monet eram bem parecidas com a mãe.

Por um momento, achou que Tashigi iria com a mãe. Havia percebido que a pequena desejava uma mãe e um pai.

Mal ela sabia que estava completamente enganada.

– Eu... - Tashigi desceu do colo de Robin, e deus um passos até ficar perto de Zoro. Colocou uma das mãos na calça do Roronoa, como se estivesse pensando de cabeça baixa. Zoro se surpreendeu um pouco quando ela levantou o rosto, e revelou sua expressão raivosa. - NEM PENSAR! Você... Não é minha mãe! Eu não gosto de você! Você nunca me ligou, nem pra mim e nem pro Zorinho! E Zorinho nunca falou de você! *snif* Eu... Eu... NO MOMENTO, SÓ PRECISO DO ZORINHO, QUE SEMPRE ESTEVE COMIGO! - ela gritou, sentindo as lágrimas caindo de seu rosto. - e você... - olhou com ódio para Mihawk. Ela conhecia muito bem aquele rosto, aqueles olhos amarelos... - você é o pior de todos, Olhos de falcão! Quase matou o Zorinho! - ela completou. - por culpa sua... *snif*eu... quase o perdi!!

– Tashigi... - Kuina murmurou. De fato, ela havia ficado apavorada quando soube que Zoro estava à beira da morte. A pequena chorava todos os dias, não queria comer, nem brincar, só ficar ao lado dele. Foram tempos difíceis....

Zoro se abaixou, ficando na altura de Tashigi. Não falou nada, apenas aproximou a mão direita entre o pescoço e ombro de Tashigi, e apenas com um leve golpe a apagou. Robin fez várias mãos brotarem do chão, impedindo um impacto bruto entre Tashigi e o chão.

– Você teve sua resposta, podem ir agora.

E assim foram. Kosaka foi a ultima a sair, meio cabisbaixa.

Ela não achava que Tashigi estava sendo malcriada. Ela estava certa. Não fora uma boa mãe.

Mas agora não dava mais para mudar o passado...

*

*

*

Zoro olhava atentamente a paisagem da janela do carro. Estava refletindo. Refletindo sobre o que aconteceu. Sobre sua família maluca. Sobre as palavras de Tashigi... Nunca imaginaria que ela se sente daquela maneira. Também não sabia que ela nutria ódio por Mihawk, ao menos sabia que ela estava ciente que sua cicatriz no peito fora feita por Mihawk.

Nico Robin olhou para o homem ao seu lado. Ela estava com Tashigi dormindo pesadamente em seu colo. Talvez, agora que tudo estava calmo, e a pequena Roronoa estava dormindo, era a hora de pergunta à Zoro tudo o que queria saber.

– Kenshin-san...-

– Isso me trás lembranças.

– O que? - Robin não entendeu.

– Esse "kenshin-san", quando nos conhecemos você me chamava assim.

– Huh... É verdade. - Robin sorriu. - desde... alguns anos atrás, eu sempre quis saber mais coisas sobre você, Zoro. Sobre sua família, sobre o olhos de falcão, sobre tudo. Você sempre foi uma pessoa bem misteriosa, e mesmo eu sendo ótima em história, nunca consegui descobrir a sua. - olhou-o nos olhos. - pode me contar?

Zoro olhou para baixo, similando o que ela disse. Virou-se para a janela e começou a contar:

– Aquela mulher, era minha mãe, Roronoa Kosaka, o outro era meu pai, Roronoa Zoshi, é do nome dele que vem o meu, "Zoro". - explicou. - o Zoshi herdou a empresa do meu avô, Ryuma. É umas das marcas de roupa mais conhecidas do mundo, Panda Deskoi. - Robin arregalou os olhos, aquela era uma marca famosíssima, até mesmo sua mãe que nem liga muito para roupas conhecia. - na família do meu pai também era formada por vários espadachins, inclusive tinham um dojô, e parece que foi lá que o Zoshi conheceu a Kosaka. - Zoro suspirou. - Kosaka engravidou da Kuina muito nova, com 14 anos. - Robin arregalou os olhos de novo, engravidar aos 14 anos não era nada normal. - e começou a trabalhar muito nova na empresa, junto do Zoshi. Dois anos depois veio a Monet, e quatro anos depois eu nasci. Eles eram muito ocupados, nunca tinham tempo para nós, então ficávamos sempre com as babás... E o Mihawk.

"- Zoro, a mamãe precisa trabalhar, então não chore hoje quando ela sair, está bem? - Kuina dizia, era apenas uma menininha de 7 anos, mas tinha de agir como uma responsável irmã mais velha.

– Mas Kuina, ela pouco vem pra casa... - o pequeno menino de 4 anos dizia, com expressão triste.

– Eu tentava fazer a mesma coisa que você, e nunca adiantava. Aceite. - Monet dizia ríspida."

– Dracule Mihawk? - Robin se surpreendeu.

– Exato. - afirmou Zoro. - Ele é irmão mais novo da Kosaka. O nome de solteira dela era Dracule Kosaka. Mihawk morava conosco, porque tinha só 14 anos quando eu tinha uns... 4 anos. Ele era sério, não falava muito com a gente. - disse desinteressado. - eu não tinha amor, nem atenção. Com 6 anos eu já era sério e responsável, tendo apenas Kuina como exemplo. Nós aprendíamos a lutar no dojô do nosso tio, Koshiro. Kuina até se mudou para o dojô. Ela e eu gostávamos muito de lutar com katanas, e ficamos decididos à treinar. Kuina sempre foi melhor que eu, ela sempre ganhava de mim. Mas houve um dia que nosso tio disse uma verdade para Kuina, que a deixou muito triste.

– O que ele disse?

– Ele disse que as chances da Kuina conseguir eram quase nulas, porque ela era uma menina, e a falta de um físico masculino dificultaria muito o seu sonho. Eu fiquei revoltado, claro. A fiz acreditar de novo que podia, e prometemos que um de nós dois derrotaria Mihawk e se tornaria o melhor espadachim do mundo. Isso aconteceu uns meses antes de eu conhecer o Luffy.

– Entendo... E então?

– Houve um dia, em que Kuina ousou desafiar Mihawk. Ele nem mesmo usou sua katana de sempre, usou uma de treino. Kuina perdeu feio, e isso a fez ficar frustrada e correr, e nessa correria ela caiu na escada, teve um problema nos braços, e agora ela não pode mais lutar. - a expressão de Zoro não demonstrava nada, mas Robin sabia, pelos seus olhos, que Zoro se sentia emocionado em falar disso. - foram tempos ruins...

– Entendo... Por isso ela sempre olhava de um jeito estranho quando via você ensinando kendô para Ta-chan. - Robin olhou para Tashigi. - e seus pais?

– Eles decidiram administrar a empresa lá em Nova York mesmo, quando eu tinha 7 anos, e levaram apenas Monet, que por ser uma gênio muitos anos avançada, já estava terminando o colegial.

– Zoro... Sua história de vida é bem complicada... E a Tashigi? Onde ela entra nisso tudo? Eu me lembro vagamente que do nada, você nos apresentou aquele fofo bebê como sua irmã mais nova.

– Depois que o Mihawk saiu de Tóquio, eu passei uns tempos na casa do Luffy, lembra? Depois que ganhamos mais dinheiro com a banda eu comprei o meu apartamento, e uma semana depois, a Monet chegou com um bebê nos braços. Ela disse que o bebê se chamava Tashigi e que ficaria sob meus cuidados e de Kuina.

"- O-O que? Endoidou, Monet? Eu não sei cuidar de bebês! - Zoro esbravejou, enquanto segurava desajeitadamente Tashigi nos braços.

– E eu não tenho tempo disponível para cuidar de uma criança, vou começar um dorama novo e tenho muito à fazer. - contestou Kuina. - sem falar, que para ser o guardião legal de uma criança tem ser maior de 18 anos!

– Eu sei disso. Você completou 18 mês passado, Kuina. Quando Zoro fizer 18, passe a guarda para ele e estará tudo bem, vocês conseguem."

– ...eu tinha a total certeza de que não conseguiria cuidar dela. Até mesmo decidi viajar até os Estados Unidos para devolvê-la à minha "mãe". Mas teve um dia...

"- Waaaaaaah! Waaaaaaahhh! Waaaaaahh! - Tashigi chorava. Zoro já não sabia mais o que fazer. Aquela pequena bebê de 7 meses não havia parado de chorar a noite inteira. Não estava com fome, não estava com fralda suja, não estava com nada errado!

– Droga! O que diabos vocês quer?!?! - gritou, em meio aos choros incessáveis. Ele olhou para a chupeta cor de rosa, e colocou na boca da pequena. No mesmo segundo ela cuspiu.

Do nada, veio em sua cabeça que ela não tinha gostado do gosto, então se ele desse um gosto melhor à chupeta. Determinado, ele colocou a chupeta dentro do copo de sakê, e depois deu a chupeta para a criança. Surpresa? Ela chupou-a com prazer, e deitou se no berço olhando para Zoro.

– Da da da... - ela esticou o braço gordinho, como se pedisse algo. Por instinto, Zoro colocou seu dedo na mãozinha dela. Feliz com isso, ela puxou sua mão inteira, e rapidamente adormeceu daquela mesma maneira.

Atenção...

Talvez seja isso que ela precisava.

– Acho que você passou pela mesma coisa que eu, hein, Tashigi? É duro não receber amor, certo? Acho que... Não vou te levar de volta. Vou te criar direito, para você não passar pelas mesmas coisas que seus irmãos mais velhos."

– ...que aquele bebê chorão me olhou com esses olhos, um olhar... Que nem o meu. Olhar de criança... sem amor. - completou Zoro. A história de vida dele era bem... digna de um livro e um filme. Provável que ele não queria falar sobre isso quando futuramente lançarem um livro com a biografia de cada um.

– Zoro... - Robin tentava descobrir as palavras certas para dizer. - me desculpe por fazê-lo dizer isso tudo...

– Não, tudo bem. Não é como se eu escondesse isso.

O carro parou.

– Chegamos á residência dos D., Ojou. - avisou o motorista. Robin abaixou o vidro do carro, e, pelas câmeras os guardas abriram passagem para o carro entrar.

Tsuru, a senhora que fica com Tashigi quando Zoro sai, havia ido para o interior visitar seus filhos. Então, o jeito era deixar Tashigi dormindo na casa de Luffy mesmo.

– Tudo bem mesmo, Sabo? Não tem nenhum compromisso? - Robin perguntou depositando a pequena Tashigi adormecida no colo do loiro.

– Não não, sem problemas. Eu vou deixar ela dormindo no quarto de hóspedes, ok? - Sabo respondeu gentilmente.

– Hm. - Zoro assentiu. - arigatô.

*

*

*

– Chegamos... - Zoro parou de falar ao ver que os amigos estavam ensaiando uma música, o solo de Luffy.

Luffy:

Kurayami mayoikomi tesaguri dena zoto ki

Yukisaki miezuni tachi domarutoki

Nami:

Umm you and me yes kimochi wakachiau sekaini

Michibiki I feel the Beat arukidashiteku oh yeah

Os quebra-cabeças confusos contidos na escuridão

Ofuscando a nossa vista ao nosso destino

Umm, você e eu, sinta a excitação que esse mundo traz

Eu sinto a batida me guiando a seguir em frente oh yeah

Luffy: Share the music...

Nami: itsudatte

Luffy: Share the one dream...

Nami: shinjiatte

Luffy: Share the good times...

Nami: tewotsunaide

Luffy e Nami: Share the one world now!

Sempre compartilhe a musica

Compartilhe aquele sonho em que você acredita

Compartilhe os bons tempos de mãos dadas

Compartilhem o mundo agora

Luffy e Nami:

Luffy: Ano oozora ni todoku made nando demo boku nayukunda
Ima koso koeteyuku I believe hitotsu no ashitae yeah yeah...

Continuarei sempre tentando alcançar aquele grande céu
Eu ouço o eco "Eu acredito naquele amanhã" yeah yeah...

Luffy e Nami:

Come one Let's go everybody Oh we share the Music
Come on let's go baby baby oh we share the one world

Vamos, vamos todos, compartilha a música

Vamos, vamos baby baby, oh nós partilhamos o mundo

Oikake owarete mebiusu no wanoue

Chikazuki maemuki nee share shitaiyo style

Hajimaru hirogaru souzoujyou kono flavor

Karadajyuu I feel so god Jyouninareru oh yeah

Seguindo em frente no anel de moebius

Esperando compartilhar nossos próprios estilos

Ele começa a se espalhar, esse sabor único

Meu corpo, é tão bom ser livre, oh yeah

Luffy: Share the music..

Nami: tookutatte

Luffy: Share the one dream...

Nami: tsutaeatte

Luffy: Share the good times...

Nami: souwaratte

Luffy e Nami: Share the one world now!

Compartilhe a música, por todos os lados

Compartilhe aquele sonho junto

Compartilhe os bons tempos com alegria

Compartilhe o mundo agora

Ano oozora ni todoku made nando demo boku nayukunda

Ima koso koeteyuku I believe hitotsu no ashitae yeah yeah...

Continuarei sempre tentando alcançar aquele grande céu
Eu ouço o eco "Eu acredito naquele amanhã" yeah yeah...

Mienai kabe no mukoukawani matteiru kimi ga itanda

Mousuguni todokukara I believe hitotsu no sekai e yeah yeah...

Do outro dessa parede invisivel você esta esperando por mim
Chegarei em breve, eu acredito no meu mundo yeah yeah...

Come on Let's go everybody Oh we share the Music

Come on let's go baby baby oh we share the one world!

Vamos, vamos todos, compartilha a música

Vamos, vamos baby baby, oh nós partilhamos o mundo!

– Oh, Robin! Nem tinha te visto. - falou Luffy, depois que a música acabou. - o que vocês estavam fazendo que demoraram tanto?

– Aposto que esse idiota ficou treinando ou dormindo e esqueceu! - exclamou Nami, com raiva.

Bem, de certa forma ele tinha mesmo esquecido.

– Vamos deixar isso pra lá, Zoro e eu já estamos aqui. - Robin respondeu antes de Zoro. Ela andou até o banco mais próximo e se sentou. - quais músicas vamos tocar no show?

– Deixamos uma enquete no site, onde os fãs decidem quais músicas eles mais gostam. Começaremos com as mais votadas. - Chopper informou. - não me lembro bem qual era a mais votada, você lembra, Usopp?

– Era Bon Voyage... De fato, uma ótima música. - Usopp comentou.

– Minna, não temos tempo à perder! - Nami avisou. - vamos recuperar o tempo perdido e ensaiar!

– Oh!! - todos assentiram.

*

*

*

Casa dos D; Quarto de Sabo; 19:56

Sabo digitava rapidamente em seu computador, era algo como um código com várias palavras. Seus olhos estavam concentrados na tela, mas de alguma maneira percebia qualquer movimento ao seu redor. Parou de digitar com a mão esquerda e pegou sues fones de ouvido com microfone imbutido.

– Hey! - chamou, sem receber resposta. - Mermaid?

– Ahh cheguei, cheguei!– respondeu a pessoa, era uma voz feminina. - você entrando essa hora? Uau... Ou quer uma revanche do último x1, ou aconteceu alguma coisa.

– Não sei do que está falando. - fingiu-se de desentendido.

– Blue-kun, há quanto tempo nos conhecemos?

– Sei lá... uns dois ou três anos.

– Exato. Três anos. Eu conheço bem quando você está bem, e quando você não está. Pode me contar, vai.

Na verdade, não era que Sabo não confiasse em sua amiga virtual, sua melhor amiga. O caso era que... dizer algo assim era embaraçoso.

– É... - ele corou. Deu graças à Enel que não dava para ela ver seu rosto. - lembra daquela garota?

– Êh? Ah sim, aquela menina que você estava gamado. E ai?

– Ela disse não gosta de mim, e que já tem alguém que ela gosta. - suspirou. - eu estava triste, sabe, mas acho que não vale muito á pena.

– Claro que não! Você é uma ótima pessoa, Blue-kun, ela que sai perdendo.– a garota respondeu gentilmente. - desculpe a mudança de assunto repentina, Blue-kun. Mas... eu vou me mudar.– o tom da garota, que antes era mais animado, agora estava mais calmo.

– Sério? - Sabo perguntou surpreso. - você está triste sobre isso? - o loiro se preocupou, não gostava quando a amiga se entristecia.

– Um pouco... Eu vou sentir falta do meu tio, devo muito a ele... Mas eu... na verdade estou muito feliz, esse era um dos meus sonhos. Para a cidade que eu vou, tem todas as coisas que em sempre desejei ver...

– Nossa, que bom! Finalmente você vai-

Sabo parou, até que se tocou.

– Espera aí, a cidade que você vai é...

– Hm! - a garota confirmou. - exatamente essa! Blue-kun, EU VOU PARA TÓQUIO!!!!

Sabo abriu um largo sorriso.

Finalmente ele e Mermaid poderiam se ver pessoalmente!

*

*

*

Hokkaido; 20:22; Residência dos Fisher

A garota de cabelos cor de mel tirou os fones de ouvido, se jogando na cama. O tempo estava quente, e vestia apenas uma regata azul e um shortinho bem simples. Estava feliz, muito, muito feliz! Iria realizar todos os seus sonhos.

*Toc toc toc*

– Pode abrir, tio. - ela avisou. E ele entrou.

– Já terminou de arrumar suas malas, Koala? - Toger perguntou fechando a porta, e dando um pouco de chá para ela.

– Sim. - ela pegou o copo, deu uma golada e suspirou. - estou um pouco receosa... Eu nunca fui para a cidade grande. Porque você nunca deixou. - fez um bico.

– A cidade é perigosa, Koala. Não é um lugar que uma mocinha como você deva ir. - Tiger alertou calmamente, se sentando na cama da mesma.

– Mocinha que tem 18 anos, que é muito bem vacinada e que sabe Karatê do tritão! - argumentou ela. - bem, agora isso já não importa mais, né? Afinal, - sorriu. - eu vou para Tóquio~

– Sim, mas não quero saber de você saindo sozinha na rua, tem que estar sempre acompanhada! Principalmente à noite, que tem um monte de marmanjo bêbado sequestrando adolescentes por lá. - o tritão lembrou-se com desgosto. - você só vai para Tóquio para es-tu-dar.

– Hai hai... - confirmou desinteressada. - tio Tiger, por que que você, do nada, me deixou ir? Desde que eu tinha 13 anos que te peço isso e você nunca deixou.

– Porque um grande amigo meu se ofereceu para cuidar de você.

– Quem? Hachi-san?

– Não não, você vai saber quando vê-lo... - Tiger fez mistério. - quero que tenha o máximo de educação com ele, foi muito gentil de sua parte se oferecer para pagar sua mensalidade escolar.

– Eu vou para uma escola particular? - ela estranhou, não estava sabendo nada disso, nem mesmo que iria ficar na casa de uma pessoa estranha, imaginou que ficaria na casa de Hachi mesmo. - pra qual escola eu vou?

– Você vai ver quando chegar lá. - o tritão vermelho fez mistério novamente. - já contou a novidade para o seu namoradinho do jogo?

– Blue-kun não é o meu namorado. - Koala bufou. - eu já contei sim, ele ficou muito contente. Disse que me mostraria a cidade toda!

– Haha... Certo certo, agora vá dormir. - ele pegou os copos vazios, saindo do quarto e desligando a luz.

Koala ligou o abajur, olhando o retrato dela e seus amigos, que estava no criado-mudo. Um homem feio estilo punk com cabelos verde, uma menina de cabelos rosa, e um loiro bonitão com cara de garota.

Esta ligou o celular, mandando mensagem no grupo do chat de amigos dela, provavelmente os mesmos da foto.

– "Vou sentir saudades de vocês, pessoal... - confessou em tom triste, o que digitava - mas... Finalmente eu vou fazer o que sempre quis, e também... Emfim, verei o Blue-kun!"

To be Continued