Capítulo Vinte e Seis.

Um mês e meio Depois

Hoje era o casamento da Clove e do Cato. Finalmente chegou o dia dos grandes amigos do meu namorado. Eu e Nina passamos a noite passada em um barzinho com as amigas de Clove para uma despedida de solteiro. Foi uma despedida bem diferente, já que tinham crianças no meio. Nina ficou amiga do filho de Rachel. Ela é a vizinha do Peeta, ela é casada com o Finn Hudson e tem um filhinho chamado Cory que tem a idade da Nina. Ele é um fofo, na verdade ele é um sobrinho do Finn, mas o irmão faleceu e agora eles cuidam do garotinho.

Eu estava com um vestido bem bonito escolhido pela noiva já que eu era uma das madrinhas. Estava com um vestido no tom esverdeado e no busto tinha várias pedrinhas brilhosas. Um mimo.

– Ual, como minha namorada está um arraso. – ouço Peeta dizer e me viro e ele está na porta do quarto já vestido com seu smoking preto. Ele estava um gato.

– Ual, como meu namorado está um arraso. – digo e ele ri se aproximando de mim e me roubando um selinho.

– Somos uma família de lindos. – ele diz convencidamente e eu dou risada.

– Você viu nossa bebê? Ela está linda. – digo e Peeta sorri.

– Filha nossa só pode ser linda amor.

– Peeta vamos ser um pouco humilde né. – digo rindo e ele dá de ombros.

– Eu só falo a verdade meu amor.

– Vamos lá ver a Nina e ir pro casamento logo.

– Okay senhora mandona.

Dou risada e puxo-o em direção ao quarto da nossa pequena. Quando abro a porta ela está se olhando no espelho sorrindo. E quando nos vê ela sorri ainda mais.

– Ual meu amor, como você está linda! – diz Peeta olhando para nossa filha.

Nina vestia um mini vestido de noiva que Clove escolheu para ela. É um tomara que caia, rodadinho e cheio de brilho. Os cabelos dela estavam presos e com uma coroa.

– Está uma verdadeira princesinha. – digo sorrindo.

– Obrigada papai. – ela agradece voltando para o espelho.

– Imagine ela quando se casar se assim parecendo uma noivinha você já ficou todo babão, imagine quando ela se casar de verdade. - sussurro para Peeta e ele fecha a cara.

– Minha princesa só vai se casar com quarenta anos e olhe lá. – ele diz zangado e eu sorrio com sua irritação.

– Meu amor, esqueça isso ok?! Nossa filha vai se apaixonar e você vai ter que aceitar, pois eu e você fomos assim também. – digo e Peeta ainda está emburrado.

– Mas minha princesinha é diferente. Não deixarei nenhum marmanjo chegar perto dela. – ele diz e eu dou risada. Pai sempre é pai.

– Tudo bem, vamos deixar para discutir isso mais pra frente. Vamos princesa, já esta na hora de irmos.

– Vamos!

§§§

– Viva os noivos! – todos os convidados gritam quando Clove e Cato chegam ao local da festa. Foi tão linda a cerimônia que fiquei emocionada e até derramei algumas lágrimas. Ando muito emotiva nesse mês que até estou me estranhando.

E agora é a hora de curtir a festa. Fomos todos tirar fotos com os noivos. Tiramos uma em família, uma só com Peeta e os noivos, outra minha com os noivos e outra de Nina com os noivos. Depois eu troquei o vestido de Nina por outro para ela poder brincar com as outras crianças, já que com que ela estava era praticamente impossível.

Logo após as oito da noite chegou a hora da valsa dos noivos. Foi tão maravilhoso e romântico como eles dois dançaram juntos e trocando beijos. Peeta passou seus braços ao redor da minha cintura e me abraçou de lado e me beijou.

– Amo você meu amor. Tanto! – ele disse em meu ouvido.

– Eu também te amo meu amor! Muito e muito! – eu respondo e ele me beija novamente.

Ficamos olhando o casal dançando From this Momen On da Shania. Mas assim que a música acaba é iluminado o palco onde se encontra Finn Hudson em frente ao microfone.

– A pedido de um amigo muito legal que conheço estou aqui para cantar uma música muito especial. Ele dedica essa música para a namorada dele. A música é do nosso querido amigo Peeta Mellark para a linda namorada, Katniss Everdeen. – quando termino de ouvir Finn dizendo isso eu olho para Peeta com uma cara de surpresa e ele sorri. – E é claro que dedico também a minha mulher e a todas as outras mulheres. Cada uma pegue seu par e vamos fazer uma linda dança. Noivos, vocês também. – ele termina e Peeta sorri ainda mais.

– Aceita dançar comigo minha linda? – ele pergunta todo galanteador e eu sorrio.

– E tem como negar algo para você Peeta fazendo essas loucuras? – digo sorrindo e ele ri baixinho.

– Faço de tudo só para mostrar pra você o quanto eu te amo.

E então começa o toque da música e eu na hora reconheço.

– Eu não acredito que você fez isso. – digo e já sinto as lágrimas de felicidades em meus olhos.

– Eu te prometi uma vez que faria alguém cantar essa música para você e nós dois a dançaríamos juntinhos. Não assisti um milhão de vez aquele filme a toa meu amor. – ele diz em meu ouvido e eu o abraço e começamos a nos mexer lentamente. Um passo pra lá, um passo pra cá.

O filme que Peeta citou é “Um lugar chamado Notting Hill”, e eu era e ainda sou apaixonada por esse filme e ainda mais por essa música, “She” do Elvis Costello.

– May be the face I can't forget. A trace of pleasure or regret. May be my treasure or the price. I have to pay. She may be the song that summer sings. May be the chill that autumn brings. May be a hundred different things. Within the measure of a day. (Pode ser o rosto que não consigo esquecer.O caminho para o prazer ou para o desgosto.Pode ser meu tesouro ou o preço que tenho que pagar.Ela pode ser a música que o verão canta.Pode ser o frio que o outono traz. Pode ser cem coisas diferentes.No decorrer de um dia.) – ouvimos a voz melodiosa de Finn cantando e Peeta ainda para me derreter mais fica cantando junto em meu ouvido.

– She.May be the beauty or the beast.May be the famine or the feast.May turn each day into a heaven or a hell.She may be the mirror of my dreams.A smile reflected in a stream.She may not be what she may seem.Inside her Shell. (Ela. Pode ser a bela ou a fera. Pode ser a fome ou a abundância. Pode transformar cada dia em um paraíso ou em um inferno. Ela pode ser o espelho dos meus sonhos. Um sorriso refletido em um rio. Ela pode não ser o que ela parece. Dentro da sua concha.)

– Você é o meu sonho Kat. Sempre foi e sempre será. – ele diz olhando em meus olhos.

– E você o meu Peeta. Eu te amo demais, e nesse momento to te amando um pouco mais.

– Então eu espero que você continue me amando muito daqui um pouco. – ele diz e eu fico um pouco sem entender o que ele quer dizer com isso.

– She who always seems so happy in a crowd.Whose eyes can be so private and so proud.No one's allowed to see them when they cry.She may be the love that cannot hope to last.May come to me from shadows of the past.That I'll remember till the day I die.(Ela, que sempre parece tão feliz no meio da multidão. Cujos olhos podem ser tão secretos e tão orgulhosos. Ninguém pode vê-los quando eles choram. Ela pode ser o amor que não se espera durar. Pode vir até mim pelas sombras do passado. Que eu lembrarei até o dia que eu morrer.) – Finn canta essa parte, mas então de repente as coisas muda.

E estamos no centro do salão, Peeta está iluminado e com um microfone na mão e ele apenas segura uma das minhas mãos e começa a cantar a última estrofe da canção.

– She.May be the reason I survive.The why and wherefore I'm alive.The one I'll care for through the rough and ready years. Me I'll take her laughter and her tears. And make them all my souvenirs. For where she goes I've got to be. The meaning of my life is. She, she, she.(Ela. Pode ser a razão pela qual eu sobrevivo. O porquê e pelo que eu estou vivo. A pessoa que cuidarei durante os rudes e fáceis anos. Pegarei suas risadas e suas lágrimas. E farei delas minhas lembranças. Para onde ela for, eu tenho que estar. O sentido da minha vida é...Ela, ela, ela) – e ele termina apontado para mim e com um lindo sorriso no rosto.

Eu não me controlei e corri para abraçá-lo. A minha emoção estava estampado em meu rosto, já que as lágrimas escorriam livremente por meu rosto. E quando eu acho que ele não pode me surpreender, ele mais uma vez consegue.

Ele rodeia meu corpo com seu braço e me abraça fortemente e eu passo meus braços pelo seu pescoço e encaixo minha cabeça entre o vão do seu ombro e pescoço. Ainda bem que tinha passado maquiagem à prova d’água. Todos os convidados batiam palmas e até podia ouvir Clove gritando.

– É ISSO AE MELLARK!

Peeta me puxa para encará-lo e quando vejo seus lindos olhos azuis cristalinos estão tomados pela emoção do momento. Ele limpa algumas lágrimas que escorrem pelo rosto e ele olha bem nos meus olhos.

– Há oito anos você me fez assistir Um lugar chamado Notting Hill com você, e acho que no decorrer do ano você me fez assistir umas quinhentas vezes, ainda mais quando você estava de TPM ou muito chateada com algo, e me lembro que você sempre amou essa música e sempre se emocionava com ela dizendo que isso era amor verdadeiro. E como demonstrar para a mulher da minha vida que o amor que sinto por ela é o mais puro e verdadeiro senão for cantando a música que mais marcou a minha, a sua, a nossa vida? Kat, você é a razão deu ter voltado para casa, você é a razão da minha vida, você me deu o melhor presente que eu poderia ter me dado que é a nossa filha, você me deu seu amor e me deixou te amar. Você, como diz a música é a razão pela qual eu sobrevivo, é o motivo de estar vivo, onde você for eu tenho que estar porque Kat, o sentido da minha vida é você! – ele diz para mim e já nem sinto minhas pernas, meu coração está disparado e eu estou parecendo uma idiota de tanto que estou chorando no meio da minha risada.

– Peeta... – eu tento falar mais ele não deixa negando com a cabeça.

– Eu ainda não terminei Kat. Muitas pessoas disseram nos tablóides que eu larguei minha vida para ficar com uma mulher. Mas eles estavam errados, porque eu larguei uma carreira pela minha vida, pois a minha vida é você, Kat. Você e a Nina são minha vida. E se me perguntarem do que eu me arrependo eu direi que eu me arrependo do fundo do meu coração ter deixado a mulher que amo e a minha filha em seu ventre para correr atrás de algo que nada acrescentou. Eu me sentia vazio, e sem motivo para ser feliz. Mas ouvindo essa música uns dias atrás eu percebi o porquê eu não era feliz. Eu não era feliz porque eu não tinha um coração. Porque o meu coração sempre te pertenceu e ele só funciona quando eu estou com você. – Peeta diz, mas eu não sei se consigo ouvir nenhuma coisa linda dessa sem me desfazer no chão. Mas como sempre Peeta Mellark me surpreende, ele faz mais uma vez. Ele se ajoelhou no chão e pegou minha mão esquerda. – Eu pedi para Clo e para o Cato me deixarem fazer isso no casamento deles, roubar um pouco da noite dos dois e eles apenas me disseram, “Já passou da hora né cabeção”- ele diz e algumas pessoas riem, mas eu continuo o encarando sem acreditar muito no que ele está fazendo. – E por isso eu estou aqui, cantei “SHE” para você e agora eu quero dar mais um passo. Já namoramos duas vezes, brigamos, temos uma filha linda, mas ainda falta uma coisa. Poder te chamar de minha, minha mulher, minha esposa, minha Senhora Mellark. E é nesse momento, na frente de todos, na frente da nossa pequena – ele diz apontado para Nina que estava há poucos metros de nós dois com um lindo sorriso em seu rosto. – que eu Kat quero te fazer uma pergunta muito importante. – E então ele retira de dentro do paletó uma caixinha vermelha em formato de coração e a abre. E dentro está um lindo anel e eu não consigo segurar um soluço. Era muita emoção para uma única noite. – Katniss Everdeen, você aceita se casar comigo e vivermos juntos para o resto de nossas vidas?

Sinto as palavras fugirem da minha boca, mas eu as encontros e respondo com a maior convicção.

– É claro que eu aceito. – digo entre o soluço, o choro e o sorriso.

Peeta não se aguenta de sorrir e todo mundo começa a bater palmas enquanto ele coloca o anel em meu dedo anelar da mão esquerda. Ele dá um beijo na minha mão e então ele se levanta e me abraça e enche meu rosto de beijos.

– Eu te amo tanto seu maluco. – eu digo sorrindo.

– Eu te amo demais minha louca. – ele diz e me levanta do chão e me rodopia, esbanjando felicidade.

Só que meu corpo não gostou muito disso e eu fiquei zonza e enjoada.

– Para amor eu to tonta. – eu digo com a voz um pouco molenga e na hora Peeta me para e me coloca no chão.

E a última coisa que ouvi antes de mergulhar na escuridão é Peeta me chamando. E então, tudo fica escuro.