POV KATNISS – Pouco tempo antes.

Acordo com o despertador do meu celular anunciando que já era oito horas da manhã e me fazendo lembrar que dentre uma hora Jake estaria na minha porta para irmos para a nossa viagem. Mas para falar a verdade, eu não estava nenhum pouco animada com essa história de viajar. Ainda mais sem minha filha. Seria a primeira vez que eu ficaria longe dela desde que ela nasceu e isso me deixa angustiada. Mesmo sabendo que ela está em boas mãos.

Com uma preguiça monstra, eu me levanto da cama e vou em direção ao meu banheiro, faço minha higiene matinal e coloco a roupa que tinha separado para hoje de manhã. Dou uma ajeitada no meu cabelo e vou para a cozinha preparar algo para me alimentar.

Quando chego na cozinha, vejo dois bilhetes em cima da mesa. Pego o primeiro e vejo que é da minha mãe.

“Bom dia Kat, tive que ir as pressas para o hospital, teve uma emergência e tive que ir ajudar. Faça uma boa viagem meu amor. Quando chegar me ligue. Se cuide, beijos. Mamãe.”

Pego o outro bilhete e vejo que é da Prim.

“Kat, tive que sair cedo hoje por causa da minha aula prática na faculdade, mas antes de você ir pense no que eu te disse ontem, não seja movida pelo sentimento de raiva e de mágoa. Pense muito bem no que irá fazer, porque pode acabar se magoando e ainda magoar o Peeta e o Jake. Pense direitinho e siga o seu coração. Eu te amo maninha. Beijos, Prim.”

Respiro fundo e fico pensando no que eu deveria fazer, e penso nas palavras de ontem de minha irmã. Ela me entende mais do que eu mesma.

Tomo meu café lentamente e fico só pensando no que irei fazer quando o Jake chegar.

§§§

Ouço uma buzina do lado de fora da minha casa e meu coração acelera, pois sei que é Jake. Respiro fundo pela centésima vez e fico tomando coragem para ir pro lado de fora.

Abro uma fresta na cortina pela janela da sala e o vejo encostado no carro e um nervosismo cresce em mim.

– Vamos lá Katniss, seja mulher uma vez na vida e encare seus problemas com a cabeça erguida! – digo para mim mesma e vou em direção a porta.

Quando a abro, Jake abre um enorme sorriso em minha direção e eu dou um pequeno sorriso para ele.

– Bom dia meu amor. – ele diz e tenta dar um selinho em mim, mas eu desvio não querendo dar esperanças. – O que aconteceu Kat? – ele me pergunta confuso.

– Jake, eu nem sei como te dizer isso, vai parecer clichê o que irei dizer mais é a verdade. – eu começo.

– O que você quer dizer Katniss? – ele pergunta.

– O problema não é você, sou eu. – digo a frase mais clichê da face da terra. – Eu não posso mais mentir para você Jake, eu não posso mais mentir para mim mesma. Eu nunca pensei que isso aconteceria entre nós. Eu gosto muito, muito mesmo de você, mas não do jeito que você gosta de mim. E eu me sinto terrível com isso. Quando você fala que me ama e eu não digo o mesmo eu me sinto um monstro. Você merece uma mulher que te ame de verdade, que te mereça, mas essa mulher não sou eu. – digo e sinto umas lágrimas descendo pelo meu rosto. – Eu nunca iria conseguir entrar no seu carro Jake, para irmos a um fim de semana romântico, só para te dar mais esperanças, isso é muito egoísmo da minha parte.

– Esse é o problema Kat? O final de semana? É só não irmos mais, e fica tudo bem. – ele diz meio desesperado.

– Esse não é o problema Jake, o problema é que você é bom demais para mim, eu não te mereço e nunca irei merecer. Eu nunca deveria ter aceitado esse namoro, pois eu sabia que uma hora ou outra isso iria acontecer. Você é muito especial para minha Jake, você me ajudou quando mais eu precisei, sempre vou ser grata por tudo, mas..

– Mas não sou eu que você ama né? – ele completa o que eu iria dizer e concordo lentamente com a cabeça. – É o Peeta né? Você ficou assim depois que ele voltou?

Nego com a cabeça e ele me olha confuso.

– Eu nunca deixei de amá-lo. Posso ter deixado esse sentimento guardado dentro de mim a sete chaves, querendo esquecer tudo que passei por causa dele, mas no momento que eu o vi novamente eu soube que nunca deixei de amá-lo. Eu tentei, juro que tentei tirar de todo o jeito ele do meu coração. Mas não mandamos no coração, e o meu é do Peeta. Desculpe-me Jake, me desculpa por não te dar o amor que você merece. – digo e sinto algumas lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Ele se aproxima de mim e seca minhas lágrimas com o dedo e sorri para mim.

– Obrigado por ser sincera comigo Kat, isso significa muito para mim. Eu sei que você nunca sentiu um terço por mim o que você sente pelo Peeta, mas se é ele que você ama, quem sou eu para te impedir de ser feliz? – ele diz e como sempre Jacob Thompson é um fofo.

– Obrigada Jake, eu me sinto horrível em fazer isso com você, mas eu não podia mais te dar esperanças, seria injusto com você. – eu digo e ele concorda.

– O que seria mais injusto Kat, eu te impedir de ser feliz com o cara que você ama e sempre amou. Eu te entendo e não estou com raiva de você. Quando te pedi em namoro eu disse para você que queria uma chance, uma chance de mostrar que eu também te amo, mas que se você não conseguisse esquecer ele eu deixaria você ir, não iria ficar no meio. Eu agradeço a chance que você me deu Kat. Você é uma mulher incrível, e o Mellark tem muita sorte de ter você e a Nina na vida dele. – Jake diz e eu sorrio e o abraço.

– Você foi a melhor coisa que me aconteceu nesse tempo Jake, você foi e é um amigo leal e um confidente. Eu sempre irei te considerar muito, o cara que me ajudou quando eu mais precisei. Espero de coração que você encontre alguém que te faça feliz e que te ame como você merece ser amado.

– Agora eu vou indo Kat. – ele beija minha testa. – Vá atrás da sua felicidade pequena. – ele me diz e se vira para ir de volta ao seu carro.

Eu fico o olhando até que ele some da minha vista e abro um pequeno sorriso quando me lembro de um certo loiro dos olhos azuis. Tenho que correr atrás da minha felicidade.

Corro para sala e pego minha bolsa, meu telefone e as chaves do carro. E saio de casa pegando a avenida principal e indo em direção a casa do Peeta.Quando me dou conta, percebo que estou na entrada do prédio, como Peeta já tinha deixado autorizado minha entrada no prédio foi fácil entrar no mesmo.

Estaciono o carro na vaga especial para visitantes e desligo o carro. Respiro fundo tomando coragem para descer do carro.Cumprimento o porteiro e ele sorri para mim.

Um pouco tensa aperto o botão para chamar o elevador e fico batendo o pé repentinamente no chão, um movimento que mostra o quanto estou nervosa com toda essa situação.

O elevador finalmente chega e eu entro no mesmo, e uma senhora de uns 65 anos entra comigo também. Sorrio para a senhora ao meu lado e ela sorri para mim.

– Nunca te vi por aqui minha jovem, mora aqui? – ela me pergunta e eu nego com a cabeça.

– Na verdade não, eu vim visitar uma pessoa. – digo ainda um pouco tensa.

– Um rapaz pelo visto, você está tão tensa querida. – a senhora observa.

– É um rapaz mesmo, na verdade ele é o amor da minha vida e eu estou vindo aqui para dizer isso a ele, por isso que estou nervosa. – digo com um sorriso tenso.

– Você o deixou? – ela me pergunta e eu nego com a cabeça.

– Na verdade ele me deixou há seis anos, mas ele voltou e me pediu perdão e me mostrou que mudou, ele é um ótimo pai, ama nossa filha e me disse que me ama. Mas eu fiquei com medo de aceitá-lo de volta, meu orgulho não deixava, mas agora eu percebi que nunca deixei de amá-lo e que não o quero com nenhuma outra, só comigo. – eu digo tudo tão rápido que é como se um peso fosse tirado das minhas costas.

– Olha querida, eu vejo nos seus olhos que você ama esse rapaz, e que com toda certeza ele também te ama. Espero que dê tudo certo para vocês dois e que você, ele e a filha de vocês sejam felizes. – a senhora diz e eu sorrio para ela.

– Obrigada, foi bom falar com alguém sobre isso.

– Obrigada você querida, por confiar em mim. – o elevador para e a senhora se despede de mim e desce no andar que paramos e eu continuo subindo. Alguns segundos depois o elevador para na cobertura, e minha hora é agora.

Saio do elevador e vou em direção da porta, respiro fundo e aperto a campainha.

Ding Dong ♫

Como ninguém diz nada eu como estou nervosa e ansiosa, aperto de novo a campainha.

Ding Dong ♫

– Já vai! – ouço a voz de Peeta e meu coração se acelera quando ouço a porta sendo destrancada.

A porta se abre e quando Peeta me vê ele arregala os olhos.

– O que está fazendo aqui? – pergunta ele meio chocado.

– Posso entrar? – perguntei e ele sai da porta me dando espaço para entrar. Peeta fecha a porta e se vira para mim me olhando ainda como se fosse uma visão. Como se não acreditasse que era eu ali mesmo.

– Aconteceu alguma coisa? Que eu saiba, não era pra você estar aqui. – ele diz com os braços cruzados na frente do peito e ainda me encarando chocado.

– Eu sei Peeta, eu sei. Mas só agora eu percebi que eu.. – eu tento dizer, mas sou interrompida.

– Mamãe? – Nina aparece e sorri quando me vê.

– Oie princesa. – digo e ela vem correndo em minha direção me abraçando.

– O que você ta fazendo aqui mamãe? Não era pra você está viajando com o tio Jake? – Nina e pergunta e sinto meu coração se acelerar.

– É Kat, era para vocês estarem em uma casa de campo sabe se lá onde. – ele diz e eu o olho com um pequeno sorriso no rosto.

– Eu sei, era mesmo para estar lá. Eu ia hoje de manhã, mas quando o Jake chegou em casa eu não consegui entrar no carro. – eu digo e vejo ele me olhar confuso e sem entender nada.

– O que você quis dizer com isso? – pergunta e eu coloco Nina no chão.

– Filha, deixa eu e seu pai conversar a sós, vai brincar lá com a Mika. – digo para Nina.

– Mas papai, e o parque? Nós não vamos mais? – Nina pergunta com bico.

– Claro que vamos princesa, deixa só eu e sua mamãe ter essa conversa e depois nós vamos. – Peeta diz para ela e mesma concorda com a cabeça e vai atrás de Mika.

– Parque? O parque de diversão da cidade? – eu pergunto e ele assente. O parque da cidade é o lugar que mais me traz lembranças da época que namoramos

– É, esse mesmo. Tenho boas lembranças daquele lugar. – ele diz me encarando.

– Eu também. – digo simplesmente e ele dá um sorriso singelo.

– Kat, me diz a verdade, o que aconteceu para você não ir? – ele pergunta e sinto meu coração se acelerando e me aproximo dele e respiro fundo antes de começar a dizer tudo que preciso para ele.

– A verdade é que eu não consegui entrar no carro dele porque não era aquilo que eu queria. Não era o Jake que eu queria na minha vida, não era o Jake que eu queria acordar todos os dias ao meu lado, não era o Jake que eu queria que me abraçasse de noite, não era o Jake que quero compartilhar minha vida. – eu digo tudo tão rápido, pois sei que se enrolasse era capaz de não conseguir dizer.

–E quem é? – ele pergunta e sinto meu coração pular em meu peito me aproximo mais e coloco as duas mãos em seu rosto.

–É você Peeta, simplesmente você!– eu me declaro e sinto que o coração dele dispara com essa frase e não consigo segurar a felicidade que emana dentro de mim. – Desculpa demorar tanto para perceber, desculpa não ter te contado da Nina, desculpa por tudo, mas eu não consigo mais lutar contra o que o meu coração quer, eu não consigo mais fingir não escutar o que minha mente diz, o que eu mais quero é você, você e apenas você. Você é meu primeiro e único amor, você é o homem da minha vida o pai da minha filha o meu Peeta, meu e somente meu. Eu quero esquecer o passado, deixar tudo para trás, toda a confusão, o rancor, a mágoa. Não quero me lembrar de nada daquilo, eu quero deixar no passado o que ficou no passado, quero virar a pagina e viver o presente e pensar no futuro, um futuro que quero que você esteja nele porque eu te amo Peeta, te amo muito. – eu digo com lágrimas nos olhos e vejo que ele também está com lágrimas espalhadas pelo rosto.

Ele coloca a mão dele na minha cintura e me puxa para mais perto dele e cola nossas testas.

– Eu também te amo, e muito! – ele diz e é inevitável não sorrir com essas palavras. – Desculpa por tudo que te fiz passar, desculpa por ter e abandonada, desculpa por ter sido um idiota, mas eu prometo que se você me permitir, eu serei o melhor homem para você e o melhor pai para Nina. Eu te amo, muito, muito! Você é também a mulher da minha vida Kat, minha somente minha. Eu também quero esquecer o passado, quero recomeçar com você e viver o que não vivemos. Vamos botar uma pedra no passado e pensar daqui pra frente. Eu te amo muito, muito mesmo. – ele diz e vejo que ele está com mais lágrimas nos olhos e sinto que eu também estou, eu me aproximo dele para finalmente poder o beijar, há quanto tempo eu quero sentir os lábios dele nos meus, e a hora é agora. Mas na hora “H” ele desvia o rosto.

– O que foi? – eu pergunto totalmente confusa.

– Eu te disse e vou cumprir. Só te beijo quando você me pedir. – ele diz se lembrando do que me disse um tempo atrás na minha casa e eu dou risada.

– Bobo. – digo e coloca as minhas mãos em volta do seu pescoço e me aperto mais nele, ele me abraça mais forte e eu chego bem perto do seu rosto. - Me beije Peeta Mellark, me beije como você nunca me beijou. – eu digo baixinho e seu corpo treme.

– Você que manda meu amor. – ele diz baixinho antes de me beijar. Quando meus lábios se encontram com o dele é uma sensação totalmente nova, pois esse beijo é diferente, esse é o primeiro beijo de uma nova vida, de uma nova Katniss e de um novo Peeta. Esse beijo tem gosto de aceitação e de reconciliação e é como se fossemos adolescente ainda, como se nada tivesse mudado nesses anos separados. Eu amo Peeta Mellark e principalmente amo a sensação que tenho quando o beijo.

Quando o ar nos falta, nos afastamos um pouco e sorrimos um para outro.

– Vamos ser felizes juntos Kat? – ele sussurra para mim de olhos fechados pois queremos que esse momento seja eternos.

– Juntos. Fica comigo Peeta?- eu peço ainda de olhos fechados, mas com um sorriso no rosto.

– Sempre. – ele responde e junta novamente nossos lábios em um beijo cheio de amor, de saudade e principalmente de desejo. Um beijo de uma nova chance para nosso amor.

Separamos-nos um pouco depois quando ouvimos os passos de Nina descendo as escadas, Peeta sorri para mim e eu fico envergonhada com o olhar dele, pois sei que se Nina não estivesse aqui, teríamos passado da linha dos beijos.

– Papai, eu cansei de brincar com a Mika, vamos pro parque logo. – Nina desce emburrada e eu e Peeta nos controlamos para não rir do bico dela. Ela se parece demais com Peeta nesse aspecto, se prometemos que vamos sair com ela, e demoramos ou não vamos, ela fica emburrada e de bico, igualzinha o Peeta.

– Já vamos meu amor, nos acompanha até o parque Kat? – Peeta me pergunta com o olhar de gatinho do Shrek.

– É mamãe, vamos comigo e com o Papai, vai ser legal. – Nina também pede com carinha de cachorro que caiu da mudança.

– E tem como negar algo com vocês dois me olhando dessa maneira? – pergunto rindo e Nina pula comemorando a minha ida e Peeta sorri para mim.

– Então vamos minhas garotas, senão a dona Nina vai morrer senão formos logo. – dramatiza Peeta e Nina ri.

Nós três saímos e Nina corre para chamar o elevador enquanto Peeta tranca a porta. O elevador chega e entramos os três no mesmo. Mas logo em seguida o elevador para em um andar e a mesma senhora entra conosco. Quando ela me vê com Peeta ela abre um pequeno sorriso.

– Vejo que deu certo né minha querida? – ela diz e eu sorrio para a senhora a minha frente.

– Deu sim, obrigada por me ouvir. – eu digo e Peeta me encara confuso.

– Fico feliz em ver uma família tão linda unida novamente, parabéns minha jovem.

– Obrigada. – eu digo e ela sorri. O elevador para no térreo e a senhora desce, e continuamos no elevador, já que precisamos ir até a garagem.

– Quem era aquela Kat? – Peeta pergunta todo curioso.

– É uma senhora que conheci na hora que estava subindo para seu apartamento, eu acabei desabafando com ela e ela me encorajou a te dizer tudo.

– Fico feliz que você tenha a ouvido. – ele diz e eu sorrio para ele.

– Eu também.

Ele vê que Nina está distraída com os botões e me rouba um selinho.

– Eu te amo Kat. – ele diz baixinho.

– Eu também te amo Peeta. – eu digo e ele sorri.

O elevador para e chegamos à garagem, fomos em direção ao carro dele, e depois de acomodarmos Nina na sua cadeirinha, Peeta dirige em direção ao parque, e só espero que o dia seja tranquilo.

§§§

– Eu quero ir ao carrossel papai! – Nina diz apontado para o enorme carrossel que estava um pouco adiante de nós. Nina estava entre eu e Peeta, e segurava a mão de nós dois. Uma típica família feliz.

– Mas nesse brinquedo você vai ter que ir sozinha princesa, sua mãe e eu passamos mal em brinquedo assim. – Peeta diz e é a mais pura verdade, uma vez que nós dois viemos aqui e Peeta teve a brilhante ideia de ir ao carrossel porque segundo ele é romântico, nós dois passamos super mal, o que era para ser romântico se tornou uma ida para o pronto socorro.

– Eu vou então. – ela diz sorrindo e Peeta e eu fomos com ela até a fila e depois que ela entra, Peeta e eu fomos nos sentar em um banco que fica de frente para o brinquedo.

Peeta pega minha mãe e entrelaça nossos dedos e eu sorrio para ele.

– Eu quero muito te beijar, mas eu não sei se posso. – ele diz para mim e eu não entendo o por que.

– Por quê? – eu pergunto.

– Acho que primeiro temos que conversar a sós, depois temos que conversar com a Nina para só depois encarar os paparazzi. – ele diz e eu me recordo que Peeta é famoso.

– Ás vezes eu me esqueço o quanto você é famoso. – digo e sinto Peeta apertar minha mão e dá um pequeno sorriso.

– Eu sei que é difícil, mas é a minha vida, mesmo que eu esteja afastado esse tempo de Hollywood eles ainda me perseguem, mas com o tempo eu tenho certeza que vão nos esquecendo. – ele diz.

– Eu sei, mas Peeta é verdade que você quer largar tudo para ficar aqui? – eu pergunto e ele sorri para mim e acaricia meu rosto, fazendo um carinho gostoso.

– Por você e pela Nina eu sou capaz de tudo, sou capaz de largar tudo só para estar pertinho de vocês duas. Já perdi seis anos da vida da nossa filha, agora mais do que nunca eu quero ficar pertinho dela. – ele diz e eu vejo a maior sinceridade em seu olhar. – E de você. – ele completa.

– Eu amo ouvir você dizer isso Peeta, mas eu sei que atuar é seu sonho, sempre foi.

– Você está errada Kat, meu sonho é você, o maior e melhor sonho é ter você na minha vida. Eu sou feliz tendo você e nossa filha em minha vida. E tem mais, ontem eu já tinha comentado com meu pai em abrir um restaurante aqui, ele ficou de ir comigo ver alguns lugares para alugar. Você sabe que sempre gostei de cozinhar, e ter algo meu vai ser um sonho realizado também, e isso me deixaria mais próximo de vocês duas. – ele diz e mesmo sabendo disso, ouvir essas palavras da boca dele me deixa mais feliz.

– Obrigada Peeta, por ter voltado para nós. – digo enquanto acaricio sua mão.

– Obrigado você, por ter me permitido entrar no seu coração outra vez.

– Você nunca saiu de lá. Ele te pertence. – digo e ele sorri para mim acariciando minha bochecha.

– Digo o mesmo para você. – ele olha para os lados e vemos que Nina ainda está no brinquedo, se divertindo e então ele me dá um olhar sapeca e eu arqueio as sobrancelhas para ele.

– O que você está pensando? – pergunto meio desconfiadas das intenções do senhor Mellark.

– Eu acho que quero um beijo seu. – ele diz bem perto de mim e eu engulo em seco.

– Mas Peeta.. – eu tento dizer, mas é inútil, já que no segundo seguinte, Peeta me rouba mais um pequeno selinho.

– Acho que isso me satisfaz por enquanto. – ele diz e eu não aguento e dou risada.

– Prometo te recompensar. – digo com um sorriso sapeca e Peeta beija a ponta do meu nariz.

– Às vezes eu acho que estou num sonho, e que tudo que você me disse é apenas um sonho. – ele se volta para mim e olha nos meus olhos. – Isso não é um sonho, é?

Pego sua mão na minha e entrelaço nossos dedos e beijo sua mão.

– Isso parece ser um sonho para você meu amor?

– Um dos meus melhores sonhos. – ele diz.

Pego sua mão e levo até o meu coração.

– Vê como meu coração dispara só de ouvir você dizer isso? Só de pensar em você ele dispara. Isso não é um sonho, essa é a mais pura realidade, a nossa realidade. – digo e ele sorri e se aproxima lentamente de mim.

– Obrigado por tornar o meu sonho realidade.

– Obrigada por ter voltado para mim.

Ouço uma buzina indicando que o passeio de Carrossel da Nina chegou ao fim. Peeta e eu levantamos e fomos buscar nossa filha.

– Gostou princesa? – Peeta pergunta para ela quando ela se aproxima de nós.

– Aham, foi muito legal. – e ela começa a contar o que mais gostou no carrossel, e nos brinquedos que ela quer ir ainda.

Porém, quando passamos em frente a barraca de jogos, Nina encara um urso em particular.

– Olha papai. – ela mostra um urso enorme, na verdade, um unicórnio. – É um unicórnio fofinho, igual o da Agnes papai. – Nina encarava o unicórnio com os olhinhos brilhando.

– Agnes? A menininha daquele filme dos Cheetos? – Peeta pergunta e vejo Nina o encarar, ela não gosta quando eu falo isso para ela.

– Não é Cheetos papai, é Minions! – ela diz brava. – M-i-n-i-o-n-s. – ela soletra e Peeta ri.

– Tanto faz querida, Minions, Cheetos. Tudo a mesma coisa. – Peeta provoca e eu me seguro para não rir. Irritar dona Nina falando que os Minions parecem Cheetos é muito divertido.

– É não, Minions é Minions, Cheetos é Cheetos. – ela diz e Peeta ri.

– Se você diz Princesa, mas então, quer aquele cavalo? – Peeta provoca novamente.

– Não é cavalo papai, é UNICÓRNIO!

– Ok, ok, se você diz eu acredito. Então filha, você quer aquele unicórnio? – ele frisa a última palavra e Nina ri.

– Quero papai.

Ele se vira para mim e sorri para mim, com certeza ele está se lembrando de alguns anos atrás quando ele pegou Tatá para mim, o ursinho que dei para Nina quando nasceu.

O jogo é simples, ele tem que acertar cinco argolas em uma garrafa. Peeta pega o dinheiro e dá para o cara da barraca, ele entrega argolas para Peeta.

– Vai papai, você consegue! – Nina incentiva o pai e depois ele me olha.

– Mostra que você ainda é o melhor, como antigamente. – eu digo e ele pisca para mim.

– Como quando eu ganhei o Tatá? – ele pergunta e eu sorrio.

– Isso, agora ganha esse unicórnio para nossa princesa. – eu digo e ele assente.

Peeta perde na primeira e na segunda vez, Nina já estava ficando triste. Peeta já tinha gasto 20 dólares com esse jogo, mas Peeta Mellark nunca desiste.

– Mais uma vez moço. – Peeta entrega mais cinco dólares para o dono e o mesmo entrega mais cinco argolas para Peeta.

Ele se concentra e mira mais uma vez e joga. Ele acerta as quatro e agora falta apenas uma.

– Vai papai, você consegue! – Nina incentiva o pai, e eu fico apreensiva. Peeta mira mais uma vez e joga a última argola. Tudo parece em câmera lenta depois que ele lança a última argola e finalmente a argola cai no meio da garrafa.

– CONSEGUI! – Peeta comemora e pega Nina no colo e a rodopia, não consigo evitar que um sorriso brote em meus lábios.

– Qual vai querer? – pergunto o cara da barraca.

– Escolhe princesa. – Peeta diz para Nina, e a mesma aponta para o Unicórnio. O cara pega e entrega para Nina, que logo abraça o bicho.

– Obrigada papai, você é o melhor papai do mundo! – ela diz e dá um beijo no rosto do pai.

Depois disso, Nina vai na frente com o enorme urso e eu e Peeta vamos atrás, disfarcadamente ele pega minha mão e entrelaça nossos dedos, eu o olho assustada e ele sorri.

– Queria lembrar como era andar de mãos dadas com você. – ele diz e eu o olho com carinho.

– Eu também queria, e agora me lembrei o quanto isso é bom. – eu digo.

Fomos andando de mãos dadas e com Nina na nossa frente até o carro e terminando nosso dia de parque.

§§§

Peeta estaciona em frente a minha casa, Nina está adormecida no banco de trás e Peeta se vira para mim. Ele passa a mão pelo meu rosto e pega uma mecha do meu cabelo e coloca atrás da minha orelha.

– Kat..

– Oi?

– Você quer sair comigo? – ele me pede e meu coração dispara.

– Sair? Tipo um encontro? – eu pergunto e ele assente.

– Sim, quero recomeçar do jeito certo, te levando para jantar, aceita?

– Sim, eu ia adorar sair com você. – eu respondo e ele sorri como um garotinho que acaba de ganhar um doce.

– Sua irmã ta em casa?

– Acho que sim por quê?

– Podemos ir hoje, você deixa a Nina com ela e eu te pego aqui mais tarde. – ele diz.

– Você não acha que estamos indo rápido demais? – eu pergunto, porque até hoje de manhã eu namorava outro cara, e de noite já estou encontrando outro e tenho medo de dar errado de novo.

– Eu não quero perder mais nenhum minuto e nenhum segundo longe de você. Já ficamos tanto tempo separados Kat, o que eu mais quero é passar todo o tempo com você, eu quero que isso dê certo, que dure pro resto da nossa vida. – ele diz pegando minha mão.

– Eu também quero Peeta, eu só tenho medo de dar errado novamente.

– Não ira meu amor, dessa vez iremos fazer tudo certo.

– Você promete?

– Prometo. – e ele sela sua promessa com um doce e pequeno beijo.

Peeta tira Nina do carro e vai comigo até o quarto dela, ele deposita Nina na cama e Prim aparece na porta do quarto com um olhar confuso.

– Kat? O que você está fazendo aqui? E com o Peeta? – ela dispara nas perguntas.

– Eu já te explico maninha. – eu digo e ela assente, mas nos olha desconfiada.

Vou com Peeta até a porta e ele coça a cabeça sem graça.

– Acho que a Prim vai te fazer um interrogatório agora né. – ele diz rindo de lado.

– É, mas estou preparada. – digo rindo um pouco para descontrair o ambiente.

– Posso te pegar as oito?

– Pode, vou estar te esperando.

– Até mais tarde. – ele se aproxima de mim e me dá um rápido selinho e vai para o carro dele e dá partida. Fico na porta até que seu carro desapareça na rua e logo entro.

Assim que fecho a porta, encontro Prim de braços cruzados e com um olhar divertido no rosto.

– Pode me contar tudinho,e não me esconda nadinha. – Prim diz dando pulinhos e eu dou risada.

Respiro fundo e começo a contar toda a história para Primrose, vendo que ela não iria me deixar em paz.

Hoje não poderia ter sido mais perfeito!