Eu acordo e vejo que estou em uma cadeira, nela Anne aponta uma arma na minha boca.

Onde estamos?

-Estamos em Washington, e nós estamos prestes a acabar com o sistema.

Na sala onde estamos tem umas tv’s na parede, a reportagem falava de alguma manifestação a nível mundial, milhões de soldados estavam em frente a casa branca, e milhões seguiam pela principal rua de Washington, eram nossos manifestantes com mascaras de líder zero. O grande presidente dos EUA estava em um telão e falava de soluções diplomáticas para nossa manifestação.

- Nada disso é verdade, eles querem nos apunhalar pelas costas – dizia Anne.

Eu olho em volta e vejo que estamos em uma espécie de metrô, e era um metro bem conhecido para mim, parecia com os metrôs da Estação central de Nova York.

- Estamos em Nova York, babaca.

Sabia disso.

- Vamos virar heróis, não precisamos mais nos esconder Jacob – dizia Anne.

O que você quer em Nova York, Anne?

- Nós temos uns amigos nos esperando a partir daquela passagem de metrô.

Quem?

- Alguém que acabou com a vida de seres humanos, o representante do sistema em pessoa.

O Presidente?

- Sim.

E o que você vai fazer com ele?

- Você vai apenas dar um tiro de misericórdia nele, sabe dar um fim a todo o sistema.

Como uma morte acaba com um sistema?

- O detonador de nossas bombas está ligado aos batimentos cardíacos dele.

Você é grandiosa demais Anne! Você não iria querer perder esse espetáculo por nada, o que planeja fazer?

- O detonador dele emite uma onda de rádio que vai se espalhar através do Impere States para todas as grandes antenas do mundo e irá acionar os detonadores das bombas que destruirão os grandes edifícios de cartão de crédito.

Então é assim que pretende acabar com o Sistema capitalista? Com um Sistema Calculado?

- Não haverá Sistema algum, só o que haverá é o Homem.

O homem está moribundo e dependente demais Anne, não adianta você deixa-lo sem dinheiro e achar que ele pode se virar no mundo Anne!

- É pelo bem de todos nós Jacob! Se não fizermos isso a humanidade continuará caindo aos pedaços!

Anne podemos remediar isso, podemos acabar com tudo isso...

- Não há outra forma! Ninguém quer ser conscientizado de alguma coisa, eles querem viver a mesma coisa todos os dias, se não fizermos isso tudo estará acabado Jacob!

Anne meteu a arma na minha boca.

- Agora... você vai vir comigo por aquele corredor e iremos acabar com o Sistema Capitalista depois seguiremos o protocolo 1.

Quando você tem uma arma na boca você só consegue falar em vogais.

Ela retirou a arma da minha boca.

Anne... o que é o protocolo 1?

- Você vai saber se vir comigo.

Ela começou a seguir caminho por aquele corredor com um pequeno radio na mão. Eu me levanto da minha cadeira e sigo Anne.

Aquele corredor era grande, tinha algumas portas de acesso exclusivo a funcionários, uns ratos e baratas e etc. Anne andava de cabeça erguida enquanto eu a seguia com um pouco de dificuldade para andar naquele lugar.

O rádio começou a falar:

“Encerramos com o debate do presidente dos EUA neste exato instante por motivos técnicos.....CROMMO FRIE”

Por que ele falou “Crommo frie”?

- É por que agora iremos acabar com o Sistema.

Nós chegamos a uma outra estação de  metrô, e lá havia alguns de nossos homens com um cara ajoelhado no chão com um saco na cabeça, ele vestia um terno gravata e tudo mais.

- Líder Zero, estamos com o Vírus.

- Excelente, tire o saco da cabeça – disse Anne.

Era o nosso Presidente amordaçado.

- Jacob, não me decepcione agora – disse Anne olhando para mim mostrando a arma na mão dela, que em seguida estava na minha como um passe de mágica.

Anne... eu não posso fazer isso.

- Pode sim! Esse homem vendia armas e financiava guerras para o bem de seu bolço enquanto crianças eram mutiladas e mulheres eram estupradas por soldados controlados por ele! Já pensou do que será dele quando o Sistema cair?

Ele seria humilhado...

- Quer evitar isso para essa pobre alma?

É o que ele merece, Anne, ninguém merece a morte dessa forma. E ele deve ser julgado.

- Por quem?! Por uma assembleia de corruptos? Por homens tão podres como ele?

Se nós controlamos, podemos prende-lo e cortar seus privilégios Anne.

- Ele vai morrer de qualquer forma, ele vai se matar na cadeia.

Anne, temos várias formas de acabar com o Sistema mas não é essa uma delas!

- Jacob... ou você faz ou eu faço.

Não tem que ser...

- Gostaria de saber quem matou seu pai?

Sim...

- Foi ele! Ele queria obter seres humanos geneticamente modificados para o seu exercito, você teve sorte de não ser descartado, você foi o primeiro experimento, você foi o fracasso de seu pai e ele não podia contar isso à ele, só que ele descobriu de alguma forma e matou seu pai Jacob! Ele fez experimentos com seu irmão para fazer soldados. A causa das dores de cabeça era por ter um chip em seu cérebro que o impedia de discordar do Sistema, ele sabia que você era uma arma eficiente que poderia ser usada contra ele, ele só precisava controlar você. Por sorte você se rebelou.

Ele matou meu pai... ele me fez matar meu irmão... FILHO DA PUTAAAAAAAAA!

Eu coloquei a minha arma na cabeça dele e disparei.

- PERFEITO JACOB!!! – disse Anne – agora venha temos 25 minutos antes da explosão do Sistema...

Eu via todo o miolo do cérebro dele escorrendo pelo chão, a mesma cena do meu irmão, eu via um sangue sujo naquele chão...

Merda... eu acionei uma bomba! Cacete!

Eu tive de relance uma parte do plano de Anne, o ed. Empire State ia ser o primeiro a ser destruído, eu tinha que impedir!

Eu sai correndo pelo corredor do metrô.

- Jacob! – gritava Anne.

-Líder Zero! – gritavam meus companheiros.

Eu saí da estação de metro e comecei a correr pelas ruas desertas de Nova York.

Não havia ninguém.

Eu encontro alguns membros do grupo na rua.

- Líder Zero! Recebemos o sinal do protocolo 3, daqui a pouco o edifício estará em ruinas.

Como? Escutem temos que parar essa explosão! Não faz sentido explodirmos esse edifício!

- Líder Zero... é uma honra iniciar o protocolo 2 para o senhor. – disse um deles me olhando seriamente.

Protocolo 2?

Eles pegaram algumas cordas e umas facas que tinham dentro de seus casacos.

- O protocolo 2: Deter aquele que tentar evitar o protocolo 3.

Eu saquei a minha arma.

Não toquem em mim! Para o chão! Agora!

Eles me obedeceram. Daí eu saí correndo.

Evitando ruas movimentadas, evitando meus companheiros.

Segui para o edifício Empire State. Eu tinha menos de 19 minutos.

Eu tentei arrombar a porta mas ela estava trancada.

Eu ponho mais força e consigo derruba-la, quando eu vejo muitos cabos que seguiam para a escada dos fundos.

O detonador estava lá, no ultimo andar do subterrâneo em uma vã.

Quando eu abro as portas da vã vejo diversas garrafas de nitroglicerina e TNT, e lá estava o detonador, pequeno mas eficiente.

Eu chego até ele.

Procuro uma forma de desarmar aquilo quando Anne aparece no banco do motorista.

- Por que vai fazer isso? – ela pergunta.

Eu estava mais concentrado em desarmar as bombas do que para prestar a atenção para Anne.

- Se for desarmar não corte o fio azul.

Tinha menos de 15 minutos.

Eu acreditei na palavra de Anne e cortei o cabo, deu certo.

Ela me deu um soco na cara e me empurrou para fora da vã, ela reativou os cabos.

- Como você pode me trair assim!?

É o certo a se fazer!

Ela começou a me dar vários socos.

- Poderíamos terminar isso numa boa só foi você intervir!

Anne isso é errado!

Eu consegui me levantar e ela me deu um chute giratório na barriga e começou a me bater contra a parede.

- Eu confiei em você! Você me deve demais!

Eu cuspia muito sangue.

Anne... podemos fazer de outra forma.

- Não há outra forma filho da puta!

Ela começou a acertar o meu queixo com seus chutes voadores de kung fu.

- Eu te amava! Como pode fazer isso comigo!

Ela me deu um chute definitivo no nariz que me fez desmaiar no chão de tanto sangue desperdiçado.

Fico desacordado e vejo Anne pisando em meu rosto, em seguida ela chutou na minha cara.

Eu fico inconsciente.