– Pepper?
Ouvi sua voz enquanto passava por uma das salas de um escritório que estava lotado de agentes.
– Eu, hã...
– Vamos mocinha, seja rápida ele não pode nos ver.
Barton sussurrou, ele parecia assustador com aquela Carranca no rosto, tão sério. Ele estava se referindo ao Tony? Ele estava por perto. E tão perto assim?
Não sei como sair dessa.
Já estávamos em outra sala, mais como um corredor. Eu erguia o pescoço olhava o redor... Várias salas e seus vidros espelhados... Onde estamos?
– Calme, Senhorita Potts... Ele foi para outro lado..
– não é isso que está me amedrontando.
Ele que estava na minha frente com seus óculos escuros e sua caranca eterna, parou. Ele se virou para me ver, guiou uma de suas mãos e com ela tirou seus óculos revelando o quão azul eram seus olhos.
– Eu não mordo, prometo.
Disse sorrindo, tirando-me sua impressão de Sério no mesmo instante. Sorri de volta por instinto.
Sei diferenciar, então... Certamente aquilo não foi uma cantada.
– Eu espero.
Ele colocou as mãos na cintura se apoiando por uma perna. Não era a melhor das poses mas pelo menos ele não estava me atacando.
– Qual seu maior medo?
Olhei para os lados buscando a resposta de sua pergunta rápida, porém difícil de ser respondida. Coloquei dois dedos na ponta dos lábios inferiores e uma "quase-resposta" estava prestes a sair.
– ... Eu acho... Que... Ser esquecida pelas pessoas que eu mais amo ou um ataque de morangos Mutantes.
Rimos.
– Garanto que não haverão morangos Mutantes, certo?
– Certo.
Ele se virou novamente e continuamos a andar até chegarmos à uma porta como as outras do corredor, mas com o vidro espelhado invertido (a parte espelhada para dentro e a transparente para fora). Ele abriu a porta, se afastou e sinalizou com um gesto bem popular.
– Damas primeiro.
Sorri enquanto entrava na sala branca, com três cadeiras e uma mesa, insinuando um interrogatório. No canto da sala uma figura familiar. Ouvi o som da porta bater e os passos de Barton atrás de mim.
– Então essa é a Shadowcat? Pepper Potts?
O homem negro que no canto estava se pronunciou, me analisando da cabeça aos pés.
– Bem... quando eu descobri essa também foi a minha reação.
Barton se aproximou da mesa ao mesmo tempo que o desconhecido familiar fazia o mesmo quando ele ia puxar uma cadeira para mim, no mesmo instante neguei com um sinal com a mão.
– Eu faço.
– se é o que deseja...
Barton logo se acomodou na cadeira de aço do lado oposto ao meu, cruzou os braços e sorriu enquanto esperava. O Homem do canto era Nicolas, reconheci aos poucos. Da ultima vez que nos vimos ele era meu chefe, mas nem ao menos sabia minha identidade falsa. Eu deveria ser apenas a Pepper Potts, nada de Shadowcat. Mas medidas desesperadas levam à decisões desesperadas.
– Agente 8... Quanto tempo...
Ele sorriu enquanto se sentava ao lado de Barton.
– Abra o jogo, antes que eu resolva expor tudo e acabar com essa... Isso que você criou e alimentou até se transformar no que é hoje.
Falei em tom defensivo e agresivo ao mesmo tempo. Ele bateu na mesa com força me fazendo apertar os olhos.
– Você quis entrar nessa. Então ouça - Ele se levantou e com os braços para trás resmungava rodeando a mesa e as cadeiras - Eu sei que vimos que os Vingadores trouxeram esperança para a humanidade... Vitórias e muita ajuda, mas... Algumas batalhas não são para soldados comuns, o mal está sempre por aí. Começamos hoje a recrutar e você, Shadowcat, é a mais qualificada para liderar.
– liderar o quê, exatamente? - gritei sarcásticamente - E Tony, e o Capitão América? Isso é a batalha deles, a guerra deles. Eu sou apenas uma espécie de nada nisso, eu não tenho poderes, escudos, uma força incrível... Eu sou só uma pessoa normal.
– E quem disse que para ser um Vingador precisa de todos esses requisitos?
Barton pulou da cadeira, me encarando com um jeito ameaçador, enquanto tentávamos chegar a um acordo.
– Agente Hill, Agente Romanoff, Agente Carter, umas das melhores agentes da SHIELD, elas não tem poderes...Tasha faz parte dos Vingadores, assim como eu. Mas nós somos Super soldados ou usamos um traje de guerra? Nós sofremos por mutações genéticas? Claro que não... Mas vocês acha que isso nos faz menores do que o resto do grupo? Aqui buscamos um diferencial, algo que ninguém tem, só você .