A Rosa Serpenteada escrita por Prince Salazar


Capítulo 22
Quinto andar


Notas iniciais do capítulo

Mais um meus caros leitores.
Boa leitura!



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“Apenas é possível vencer o egoísmo, que faz tantas vítimas, quando estamos providos de amor e capacitados para dar a vida pelos indefesos e injustiçados. Não vencemos o egoísmo senão redescobrindo o valo de cada homem, como filho de Pai dá a vida” – Victor Bachelet

27 de Outubro

POV Scorpius

A semana que se prosseguira ocorrera tudo muito bem, a escola sossegara com o ultimo acontecimento quando Sonserina ganhara de 320 pontos a 190 de Lufa-Lufa no jogo da semana passada. O clima fora do castelo caíra cada vez mais, todos os alunos andavam de luvas e cachecóis pelos corredores para amenizar o frio e não viam a hora de estarem frente a lareira em suas respectivas salas comunais. O professor Price melhorara de humor assim que ele provou que não era o autor dos ataques que se procederam, contudo, o professor Fourttenbarry ficara mais carrancudo e vivia tentando tirar pontos de mim principalmente, mas como também Rose e Alvo. Motivos? Desconhecidos.

A professora McGonagall fez todos os professores que tinham conhecimento do meu segredo a não revelarem para qualquer outra pessoa, nem mesmo os demais professores que não estavam ali presente. Mas, acredito que o professor Flitwick ficara sabendo, pois ele sorrira animosamente quando me virar na quarta-feira passada em sua sala quando fui prestar o castigo.

Estou sentado em uma cadeira de carvalho na sala comunal da Sonserina, rabisco a pena de faisão sobre uma folha de pergaminho desenhando uma extensa carta estelar que deverei entregar no dia seguinte, exaustivamente tento ligar Saturno com Urano, Júpiter com Marte. Quando sinto alguém chegar perto o suficiente da minha orelha para sussurrar em um volume mínimo.

– Festa só para monitores, no nosso banheiro. Leva roupa de banho! – disse ela e se afastou. Percebi que Persephone que entrara na sala naquele mesmo instante não parecia nada feliz com que vira.

Depois de cinco minutos, deixei minha carta estrelar de lado, pus uma roupa de banho na mochila e sair espreitando os corredores até o quinto andar parando em frente à Estátua de Boris, o Pasmo. Limpei a garganta e murmurei:

– Frescor de Pinho! – e uma portinhola surgira atrás da escultura. O banheiro dos monitores era algo surpreendente. Era todo feito de mármore branco, havia não uma banheira, mas uma piscina com várias torneiras para lançar diferentes produtos e até mesmo um trampolim. Ao fundo, um quadro de uma sereia alisava seus cabelos. Barry Corner, Helena Finch-Fletchley, Eric Macmilliam, Fergus Finnigan, Catherin Vaisey e Rose Weasley, todos se faziam presentes exeto Dimitia Stump, que não gostava de usar roupa de banho, então não viera. Olhei especialmente para Rose que já havia vestido um maior azul Royal e conversava com Eric e Helena. Troquei em um dos boxes que havia ali, pondo um calção preto e me juntei aos demais.

– Muito bem, acho que já podemos desfrutar dessa água quentinha! – disse Barry pulando na água sendo seguido pelos demais. Fergus que trouxera um radinho de madeira de 1936, ajeitara a frequência para uma rádio bruxa com uns toques da varinha, uma música animada de uma banda bruxa que surgira quatro anos atrás chamada de The Death Eaters, com sua música mais famosa Elastic Dragon Heart. Barry trouxe um barril de cerveja amanteigada que comprara para uma comemoração que acontecera na Sala Comunal da Corvinal. Nadei em direção a Rose que sorria para mim, nossos lábios se tocaram.

– Como você está? – perguntei.

– Você está aqui, eu estou aqui, o que poderia ser melhor que isso? – disse ela lançando um sorriso charmoso.

– Há, Há. Boba! – beijei-a novamente.

– Será que dá para vocês fazerem isso em outro lugar? – disse Cath pulando do trampolim e espirrando água morna sobre nós e nos demais monitores.

– O natal está chegando e depois tem as provas, tudo está acabando. Daremos adeus a Hogwarts! – disse Helena.

– Não é porquê está acabando que significa que é o fim, a cada ano que uma turma se forma, uma nova turma surge. Foi o que aconteceu a sete anos atrás quando atravessamos o Lago Negro em barquinhos. Em Hogwarts nunca há fim e sim um recomeço!

– Você tem razão... A Hogwarts! – disse Eric erguendo seu copo com cerveja amanteigada.

– A Hogwarts! – repetimos mesmo quem estava de mãos vazias. Passara um tempo em que estivera ali, Rose pedira para que fossemos para outro lugar.

Vestimos nossas roupas e nos despedimos dos demais. Saímos para o corredor em penumbra devido ao fraco fogo dos achortes, era possível sentir o ar mais denso do lado de fora. Passei meu braço pela cintura da ruiva beijando-a na bochecha e seguimos nosso caminho parando de tempo em tempo para usar as colunas rusticas como apoio para os nossos amassos. Embora faltassem apenas uma hora para o toque de recolher, não havia um só aluno no sétimo andar facilitando com que atravessássemos a passagem da armadura de Sebastian, o destemido, e entramos na sala vazia dos monitores. Rose apressara-se para acender os lampiões a óleo e eu fui acender a lareira que começou aquecer o lugar de imediato.

Percorri com olhos pela sala a procura de Rose, a garota estava sentada em um dos sofás prendendo seu cabelo em um coque alto. Embora suas sardas revelassem inocência, seus olhos eram quentes e sedutores.

– O que foi? – perguntou ela percebendo que eu mantinha os olhos fixos nela.

– Perdão madame, não sabia que era proibido admirar sua beleza! – falei sentando-me ao seu lado.

– Olhar, olhar, pode. Mas, você vai ficar a noite inteira só me olhando? – disse ela descansando a cabeça sobre minhas pernas.

– O que você quer dizer com isso?! – perguntei sorrindo marotamente. Ela me puxou pela gola da camisa encostando seus lábios no meu e ficamos assim por um bom tempo.

Quando me separei dela, seus lábios estavam vermelhos. Encostei minha cabaça no estofado.

– Rose, agora que eu me lembrei de uma coisinha...

– O que foi? – disse ela enrolando os cabelos.

– Por acaso, você contou para o Sr. Weasley que estamos namorando? – ela ficou em silencio e se levantou do meu colo e ficara virada de costa para mim.

– Rose, você contou? – perguntei de novo.

– Droga Scorpius, claro que não... ele iria vir aqui e me tiraria a força de Hogwarts – falou ela virando para mim, seus olhos estavam vermelhos.

– É mas eu tive coragem de contar para os meus pais, que aceitaram de boa, contei para os meus Avós que só faltaram me deserdar e brigaram com meus pais... – falei calmo, mas estava furioso. – Você sabe onde meus pais estão morando agora?

– Não, onde? – perguntou ela com a voz fina.

– Em um apartamento no Beco Diagonal, foi o que eles arrumaram depois que meu avô os expulsou de casa! – falei alisando o queixo e limpando os olhos.

– Eu... eu não sabia, cinto muito ! – falou ela tocando a mão no meu rosto. Tirei a mão dela com delicadeza e me levantei, fui até a lareira e me encostei sobre o console de mármore. Sentir seu olhar me acompanhar.

– Meu avô acha que você é indigna, mas, eu não liguei para o que ele acha... meu pai sempre me disse para não sermos espelhos de ninguém e equilibrar a razão com o coração – falei calmo fitando o fogo.

– Tudo bem, eu... eu vou escrever para ele amanhã de manhã...

– Se tempestades vierem, saiba que eu vou estar sempre aqui, não importa o quanto forte elas sejam! – virei para olha-la, ela tinha as mãos no tosto apoiando o baço nas pernas. Fui a até a ruiva e a puxei para um abraço forte que a suspendeu do chão, beijei seu pescoço e ela beijou meu ombro.

POV Alvo

– Você tem certeza que você quer mesmo fazer isso? – perguntei a ela.

– Claro, nunca tive mais certeza em toda a minha vida! – falou Demétria.

– O.K., no início pode doer, mais depois vai passar...

– Vai, seja rápido. Mas faça!

– Certo, certo... – peguei minha varinha e apontei para o rosto da garota, Demétria e eu estávamos treinando transformações em humanos. Ela fazia em mim e eu fazia nela. Até agora eu estava com metade da sobrancelha loira e um tufo castanho que Demi chamara de bigode abaixo do nariz.

Mutat Speciem!” – acenei a varinha não sonorizando a palavra, o jato incolor do feitiço mudara a cor das sobrancelhas de Demétria para castanho claro.

– É isso ai! – falei apanhando o espelhinho e mostrando para Demi o resultado.

– Você é bom nisso... eu sou péssima, olha só a sua sobrancelha e seu bigode! – falou ela cabisbaixa.

– A não fica assim, até no dia da prova você vai ter melhorado... é uma questão de prática. Se você quiser eu posso servir de cobaia – falei rindo, era realmente terrível meu “bigode”.

– Não seja patético! – disse ela socando meu braço e amarrando a cara.

Estávamos no fundo da biblioteca e não havia ninguém por ali além de traças e poeiras. Por um momento fiquei olhando-a nos olhos, e que olhos. Havia mais perigo em seus olhos do que em vinte espadas¹, eu podia toma-los só para mim por pura luxuria, mas eles perderiam seus sentidos se não estivessem ali em sua composição do rosto mais belo.

– Acho que devemos parar por aqui, estamos a horas! – disse ela começando a guardar seu material.

– Sim, acho melhor mesmo... – guardamos nosso material nas mochilas e seguimos para fora da biblioteca.

– Deixa que eu levo seus livros! – digo pedindo os livros que estava em suas mãos.

– Não precisa, obrigado – disse ela fingindo que não estavam pesando.

– Deixa de bobagem e me dar logo aqui... – apanhei os livros da mão dela.

– Quem diria que existia um cavalheiro enrustido em Alvo Potter! – debochou ela.

– Sempre esteve aqui, você que nunca notou – falei dando de ombros nela.

– Desconheço este fato! – ela devolvera dando de ombros comigo me desequilibrando.

– Vish, tá fraquinho em Alvo – falou ela rindo.

– Fraco, hum, você não sabe de nada... – falei pomposo.

– O que você quer dizer com isso? – perguntou ela. Coloquei os livros dela em cima de um banco extenso de madeira e contrair os bíceps fazendo um grande montinho surgir embaixo do suéter preto.

– Toca! – falei.

– Eu não, para que eu... – apanhei a mão dela e encostei no musculo enrijecido do braço. – É nada mal! – disse ela parecendo pouco se importar.

– Ainda tem mais, que ver a minha barriga? – perguntei.

– Pra que eu quero queria ver... Por Merlin Potter abaixa isso! – disse ela corando quando suspendi a blusa revelando minha barriga cheia de gomos.

– O.K.! – peguei os livros e recomeçamos a andar. – Eu disse, não sou fraco!

– Certo, pare de se gabar ou vou usar um Feitiço Desinflador para diminuir esse seu ego! – disse ela rindo.

– Engraçada você, mas eu vi que você gostou do que viu...

– Gostei de nada, já vi melhores! – mentiu ela.

– Duvido, de quem? – perguntei.

– Lysander Scamender... – disse ela jogando os cabelos para trás. Não contive minha risada.

– Você só pode está de brincadeira comigo, não é! – digo.

– Por que eu estaria? Se você não acredita, descubra você mesmo... – disse ela apressando os passos. Parado frente a um retrato de um home extremamente magro vestido de camurça e plumas, desejei que ela não teria feito com que brotasse mil pensamentos em minha cabeça. Como ela teria visto Lysander semi-despido? Desejei que ela não tivesse ido e me contasse. Lá estava ela e seus sedosos cabelos esvoaçavam ao tempo, me deixando sedento para tê-la em meus braços, mas ela se foi atrapalhando meus sonhos. Acompanhei com os olhos verdes cujo tive a graça de herdar de meu pai, o corpo esbelta de Démetria Robins sumir no corredor quando ela dobrou em uma bifurcação.

¹ Frase de William Shakespeare.


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Notas finais do capítulo

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