A Rosa Serpenteada escrita por Prince Salazar


Capítulo 15
Morango e limão


Notas iniciais do capítulo

Tenho absoluta certeza que vocês vão amar esse capítulo. Eu já amei!
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/374677/chapter/15

23 de setembro

POV Rose

A semana que se seguira, não ouve um só aluno que questionara um possível suspeito para o atentado contra as ampulhetas que contavam os pontos das casas. Contudo, eu estava bem mais interessada em saber quem enfeitiçara o boneco e por que ele tentara invadir a entrada da sala da professora McGonagall.

Meus braços estavam ardendo de dor, eu segurava quatro livros muito pesados, meu corpo estava quase vergando para frente quando alguém apanha-os de mim.

– Me dá, deixa eu levar pra você! – disse Alvo que surgira do nada.

– Credo, você apareceu do nada – falei olhando para ele.

– É que eu conheço muitas passagens secretas. Pois bem, eu estive conversando com alguns quadros que ficam próximos a entrada para sala da diretora. Bem, muitos deles disseram que não viram nada de estranho naquela noite a não ser uma correria logo após o toque de recolher.

– Sim, esses era Demitia e Fergus, e provavelmente o boneco. Mas, Alvo você tem que parar de ser metido a investigador...

– Ah, Rose. Tá no meu sangue, eu não consigo evitar! – disse ele alegre em dizer aquilo.

– Se você diz...

– Tiago me escreveu essa semana, ele disse que o treinamento para Aurores está indo muito bem. Até agora não reprovou em nada, graças ao Tio Rony que dá umas dicas a ele.

– Tsc, tsc. Deixa a mamãe descobrir que papai está trapaceando. E seu pai, não sabe?

– Não, ele está no exterior resolvendo o caso da casa do ministro – disse ele ajeitando os livros no braço.

– Eu não sabia. Na verdade quase não tenho me comunicado com meus pais. Eu estou...

– Estudando muito, eu sei! – disse o moreno.

– Você também deveria estudar um pouquinho...

– Quem disse que eu não estou estudando? – disse ele amarrando a cara.

– O.K., desculpa. Temos aula de duelo agora, vamos.

Seguimos em direção ao salão de duelos no segundo andar. Era uma sala comprida com as paredes acolchoadas. O professor Fenício Worme estava no meio da sala e mandara que os alunos do sétimo ano se aproximassem. Eu e Alvo deixamos nossos materiais em um canto da sala e seguimos para mais perto do homem alto com um chapéu cônico na cabeça.

– Muito bem. Hoje vamos fazer duplas do mesmo sexo para duelarem uns com os outros. Atenção, os únicos feitiços válidos são os impactantes e azarações não muito danosas. Certo, seus pares são: Alvo Potter e Lírio Pucey, Barry Corner e Taylor Wood, Demétria Robins e Demiti Stump, Roxanne Weasley e Agatha Zabini, Alexander Nott e Terence Higgs, Percephone Montague e Rose Weasley...

O professor chamou o nome dos demais alunos a formarem par. Nem uma vez na vida eu desejaria ter feito par com aquela garota asquerosa. Ela olhou para mim como se fosse me matar e segurou firme em sua varinha. Eu fiquei de frente para ela, prendi o cabelo e estiei a manga do suéter preto. Todas as duplas foram se agrupando.

– Muito bem, comecem! – disse o professor emitindo um som de apito de sua varinha.

Ela lançou um jato de luz na minha direção muito rápido fazendo com que eu tivesse pouco tempo para me defender, usei o feitiço escudo repelindo o ataque da loira que recomeçara a lançar mais e mais jatos. Eu fui cambaleando para trás, ela era forte. Em um momento de descanso da loira consegui então ataca-la, lancei um, dois, três jatos. Ela defendera todos. Olhei de canto de olho para Scorpius e Fergus, apenas um vulto de suas varinha era possível ver. Mas Malfoy estava duelando com mais confiança.

Vermilius! – disse a loira a minha frente, um jato vermelho veio em minha direção fazendo com que eu apenas rebatesse-o para a parede da sala.

“Scarlatum Máxima!” – três jatos escarlate emanaram da minha varinha seguindo em direção a loira que usara o feitiço escudo, mas o meu feitiço fora tão forte que ela dobrara os joelhos no chão.

– Sua mestiça asquerosa! – disse ela se levantando com raiva. E lançou um feitiço azulado na minha direção.

– Protego! – digo riscando o ar, produzindo a minha frente um escudo translucido que absorvera o feitiço da loira. – Minha vez, galinha de granja!

“Petrifucus Totalus!”- um jato cinza gelo voara tão rápido na direção da loira que esta não tivera tempo de se defender. O feitiço acertara a região superior dos seus seios fazendo com que a menina colasse os braços no corpo e caísse dura no chão.

– Nunca mais me chame de mestiça asquerosa... – disse olhando os olhos esbugalhados da loira no chão. Olhei para meus amigos, Scorpius havia derrotado Fergus que estava desmaiado. Alvo estava com o nariz sangrando mas tinha feito lírio ficar de ponta cabeça no ar. Rox com o rosto vermelho de raiva e havia colado os pés de Agatha no chão. Eu vi Barry arremessar Taylor para o outro lado da sala. Terence e Alexander estavam rindo sem parar no chão.

– Pois bem, foi muito bom. Aqueles que conseguiram de fato derrotar os seus adversários meus parabéns – falou ele pondo a varinha debaixo da axila para bater palmas. Depois ele saiu pela sala lançando contra feitiços nos azarados.

Estava escurecendo lá fora, segui com os alunos da Grifinória para deixarmos nosso material no Salão Comunal. Quando chegamos lá vimos que muitos alunos estavam envolta do quadro de aviso, isso significava que o próximo final de semana era em Hogsmead. Só os céus sabem o quanto eu estava precisando relaxar, tomar uma cerveja amanteigada no três vassouras.

– Então, Rose, meu convite ainda está de pé... você vai ou não para Hogsmead comigo? – perguntou Fergus quando já estamos jantando no Salão Principal.

Eu deixei ele ficar com uma pausa longa em quanto tomava um pouco de suco, eu não queria ir com ele, fato. Então eu disse:

– Por que não? – e levantei a taça para ele. O que foi que eu fiz?

Não é que eu odiasse o Fergus, mas nada nele me atraía, embora ele fosse bonito e atlético. Eu só queria que voltássemos para o ano passado quando eu, Alvo e S.... íamos até o três vassouras para passar a manhã de sábado.

– Isso é ótimo. Espere até Taylor saber, ele achou que você diria não! – ele tinha quase toda a razão para pensar isso.

Após o jantar fui até o banheiro das meninas. Assim que entrei lá sabia que iria me arrepender profundamente. Persephone e Cath estavam lá olhando-se no espelho da pia. Cath me soltou um breve aceno assim que entrei em um box vazio.

– Sabe amiga... – disse a loira em voz alta para que eu escutasse. -, Scorpius me convidou para ir com ele até o três vassouras na próxima visita. Ele é tão bom comigo, acho que logo, logo ele vai me pedir em namoro!

– Você já me falou isso! – disse Cath baixinho mas mesmo assim escutei. Eu desistir de fazer o que iria fazer, saí correndo do banheiro das meninas. Eu sabia, eu sabia que eles estavam juntos.

Corri pelo castelo ignorando o chamado de um fantasma pelo qual passei por entre ele. Subi direto a torre de astronomia e me joguei minhas mãos apoiadas no parapeito. Minha lágrimas caíam dos meus olhos e o vento levava em direção a floresta proibida, elas caíram a muitos metros de distância dali. Eu só perguntava por que de tudo aquilo. Será que é castigo? Não, é o que todos nós passamos quando temos um amor conturbado. Eu desejei com todas as minhas forças que Scorpius Malfoy nunca tivera entrado na minha vida. Que ele nunca tivesse nascido.

Deixei o tempo passar para retornar a torre da grifinória, haviam poucas pessoas acordada e nem uma percebeu meus olhos vermelhos de tanto chorar. Troquei de roupa e afundei-me nos cobertores da minha cama e chorei em silencio.

24 de setembro

POV Scorpius

Entrei na sala de poções e cumprimentei o professor Slughorn que aguardava os demais alunos chegarem. Sentei-me em um banco aleatória e abrir meu livro de Estudos Avançados no Preparo de Poções. Comecei a folheá-lo até o capítulo cinquenta e seis que tratava sobre ingredientes numero dez: extremo grau de periculosidade e ilegais. Lírio viera se sentar ao meu lado mesmo que eu insistisse para que não, eu queria que Rose senta-se, como ela fez nas outras aulas. Ela podia não falar comigo, mas sempre agradecia quando tinha aracnídeos para serem acrescentado as soluções mágicas. Mas hoje ela não viera sentar-se ao meu lado, ela ocupou uma mesa junto com Alvo a uns dois metros de distância da minha.

– Pois bem, vamos começar... – disse o professor que começara a explicar o capítulo dez e mostrar algumas amostras de ingredientes perigosos e ilegais. Ele disse que este capítulo do livro estaria presente em nossos N.I.E.M’s no final do ano letivo.

– Desculpe professor, por que os ovos do Farosutil* são perigosos? – perguntei erguendo minha mão antes que Rose ergue-se a dela. Eu vi ela me olhar com raiva e retornara a abaixar sua mão.

– Bem, entenda meu jovem, o animal não é perigoso em si, se você não for picado por uma das cabeças. Os ovos do Farosutil são utilizados em preparo para poções para estimular a agilidade mental e é proibido por quarenta e cinco ministérios da magia classificado como artigo comercializável classe B.

– Entendi! – digo fazendo uma breve anotação.

Quando a aula chegou ao fim fui sozinho para a próxima aula já que Lírio e Persephone não cursariam Runas Antigas como eu. Estava andando distraído no corredor quando sinto alguém passar esbarrando em mim, era ela.

– Ei ruiva, não olha mais por onde anda! – ela virou de costa e me olhou com desde.

– Ah, desculpe. Você é tão branco que achei que fosse um fantasma! – disse ela irônica.

– Qual é o seu problema?! – digo franzindo a testa.

– Você é meu problema! – disse ela chegando perto de mim, ela conseguira alcançar até meus ombros mais ela tinha me intimidado, ela me olhava severamente. Parecia que a beleza de seus lindos olhos azuis tinham desaparecido. – Vê se me esquece, Malfoy!

E seguiu o seu caminho, quando entrei na sala de aula de Runas Antigas ela puxou Heloise Finch-Fletchley para sentar ao seu lado. Eu preferi sentar na última carteira da sala ao lado de um Lufano que fedia a carne enlatada e fungava. Quando a aula começou o professora começara a fazer um monte de perguntas sobre símbolos distintos de runas. Rose e Eu travamos uma batalha para ver quem respondia mais rápido. Ouve um momento que começamos a discutir um com o outro sem parar. O lufano ao meu lado se encolheu na carteira e Heloise passara para a mesa do lado dela.

– Agora já chega! – disse a professora furiosa com a gente. – Menos cinco pontos para sonserina e grifinória...

– O que? A senhora não pode fazer isso! – disse eu e Rose juntos.

– Posso, e silencio! – ordenou ela. Sentamos em nossos lugares calados e acanhados. Sentir meu rosto arder de raiva.

Pulei a parte do jantar, fui para a sala dos monitores no sétimo andar eu tinha certeza que ali estaria vazio e ninguém iria me perturbar. Joguei-me em um sofá de cor rubro e olhei o fogo crispa na lareira.

– Você aqui? Será que isso é perseguição? – gritou Rose que surgira na estrada da sala, ela jogara os livros e a mochila no chão e viera em minha direção.

– Chegou quem não devia... – gritei também.

– A é... toma! – disse ela socando com toda a força dela meu peito, ainda que tenha sido fraco. Na segunda vez eu segurei o braço dela com força antes que ela me bate-se, nossos olhos estavam mirando um do outro. Eram capazes de sair faíscas naquele momento.

– Me solta, seu estupido... – disse ela soltando-se de mim, pensei que ela iria parar mais então ela pulou em cima de mim, achei que fosse para me bater. Caímos sobre um tapete no chão, eu senti o peso dela sobre mim. Ela olhou fundo nos meus olhos e eu pude sentir a respiração ofegante dela. Eu não aguentava mais, não pude resistir. Selei um beijo nos lábios dela que retribuiu completamente, achei que ela fosse revidar me batendo, mas ela aceitou. Enfim pude sentir como era bom beija-la, depois de anos ter desejado ter feito isso.

Após um longo tempo eu me separei dela para tomar ar, mas ela queria mais. Ela me beijou novamente, e me beijou como se fosse o último no mundo. Os cabelos dela faziam uma cortina para nosso beijo e esconder nossos rostos, ele tinha cheiro de morando. De repente ela parou de me beijar e deitou-se do meu lado com a cabeça no meu peito e descansou.

– Uau, o que foi isso? – perguntei.

– Cala boca, não estraga o momento – disse ela apertando meus lábios, ela fitou-os e sentiu mais uma vez vontade de beija-los.

Ficamos ali durante o jantar inteiro, eu passei a mão nos cabelos dela e ela passava a mão no meu rosto onde a barba estava crescendo.

– Foi a minha primeira vez! – disse ela quase que inaudível.

– Que você beijou alguém? – perguntei.

– Sim, foi – disse ela mirando o teto da sala.

– E o que você sentiu?

– Uma sensação muito boa, gosto de morango com limão – disse ela rindo.

– E agora, como vai ser, eu e você? – perguntei receoso.

– Para falar a verdade, não sei – disse ela.

Ouve uma pausa antes que a lareira produzisse um estalo.

– Mas eu sei que eu não quero mais esconder o que eu sinto por você... – disse ela lagrimando.

– Ei, não chora – falei limpando as lagrimas que escorriam.

– O que adianta se você está namorando a Persephone, o que fizemos foi errado...

– Eu não estou namorando ninguém. Rose, me escuta, eu fui sincero quando eu disse que gosto de você. Gosto não. Eu te amo! – falei em voz alta a última parte que ecoou pelas paredes.

– Eu te amo! –foi a primeira vez que ela tinha me falado aquilo. Dei um selinho nela e abracei mais ainda. Eu desejei que aquele momento nunca passa-se, pois foi surpreendente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem, filhos!