[CANCELADO] Pokémon Universe escrita por Pedro Verri Barboza


Capítulo 6
O Que Aconteceu?




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O sol já havia se posto no horizonte, a Enfermeira Joy já havia ido para seu quarto. Enquanto isso, eu e e David fomos instruídos a passar a noite nos quartos dos fundos, destinos para treinadores que quisessem passar a noite ali.

Haviam várias beliches espahadas pelo quarto, mas eu e David dividiámos a mesma. Eu sentado na parte na de baixo e ele na de cima.
Eu me perguntava porque ele não havia escolhido qualquer outra das camas, afinal só haviámos nós dois ali, mas ele disse que gostava do alto.
Minha Pokédex mostrava que já se passavam das 23:00 e David roncava baixinho no colchão acima e eu não estava com um pingo de sono, mas com boa razões para isso: havia dormido demais no dia anterior e depois desmaiado – literalmente desmaido – durante a tarde. Outro motivo era que eu estava preocupado com Zangoose.

Depois que David e eu o salvamos de uma emboscada das Sevipers, levamos ele para o Centro Pokémon, mas teimoso, ele se livrou dos aparelhos antes de estar totalmente curado do veneno e voltou para a floresta, eu tentei impedí-lo, mas falhei. Porém eu sabia que ele ainda estava machucado e enfraquecido pelo veneno das Sevipers. Eu também tinha certeza de que aquele Zangoose não era do tipo que deixaria barato assim, ele havia voltado para confrontar as Sevipers.

Não suportava a ideia de que já havia quase morrido para salvar a vida daquele Pokémon, e agora, ele havia voltado para a morte. Aí que tive a mais brilhante ideia: eu iria ajudá-lo de novo. Eu sabia que ele precisaria.

Peguei minha mochila, me certifiquei de que estava com minhas pokébolas e sai de fininho pela porta. David ainda estava rocando baixinho, nem se deu conta de que eu havia saído. Passando pelo salão principal, vi um uma patreleira, atrás do galpão de atendimento, onde Enfermeira Joy passava a maior parto do tempo, cheia de medicamentos. Sabia que era errado, mas me esgueirei até lá e peguei uma porção deles e enfie na minha mochila. Alguns liam “Antidoto” e “Poção” no rótulo dos frascos, eles poderiam ser uteis.

Andei com muita cautela até a porta da frente e... Droga, estava trancada. Me lembrei que havia uma porta nos fundos. Dei meia volta e passei por trás do balcão de atendimento mais uma vez. Havia uma porta que levava para uma outra sala.

Nessa sala haviam várias macas, camas e equipamentos médicos, era a mesma sala onde Zangoose havia ficado internado. Havia uma porta do outro lado da sala. Sucesso, essa estava destrancada. Provavelmente só um descuido da Enfermeira Joy, muita coisa havia acontecido aquele dia.

Então me lembrei do quanto ela havia enfatizado como as florestas e rotas eram perigosas durante a noite. Pokémons selvagens costumavam atacar treinadores e por isso que era apenas possível deixar a cidade na compania de um Pokémon. Eu sabia que nem todos os pokémons eram assim, Zangoose mesmo não atacou nenhum de nós, apenas quando eu o desafiei. Deviam existir mais pokémons como ele.

A noite estava fria e úmida, havia uma névoa fraca próximima do chão. Queria que meu casaco tivesse mangas. Segui o caminho da rota, por uma estradinha de terra batida no meio das árvores.

A noite estava silenciosa, mas de vez em quando eu ouvia algo revirando as folhas no meio da floresta. O céu estava limpo, com várias estrelas. Andei durante alguns mintuso esperando por qualquer sinal de Zangoose – ou de Sevipers – nada.

Andei mais um pouco e percebi luzes a distância. Eram vários potinhos de luzes multicoloridas que saltavam no horizonte. “A Cidade de Zeon deve ser ali” pensei. Já havia passado por ali antes, com David, mas não havia reparado na cidade ao longe, provavelmente porque estava de dia, mas agora as luzes chamavam a atenção.

Apolo: Está mais longe do que eu achava, vai levar um dia inteiro de caminhada.

Disse isso em voz alta, não ser porquê. Mas acho que havia chamado a atenção de uma criatura, ou talvez já estivesse ali a algum tempo e eu estivesse distraído demais com a cidade para percebe-la. Ela pairava no ar a minha frente. Era pequena, tinha a cabeça no formato de cebola com duas pequenas antenas na testa e tinha braços longos para o corpo. Ela ficava me olhando com grandes olhos azuis.

Antes que eu pudesse tirar a Pokédex da mochila para checar de que pokémon se tratava, ela virou para a direita e adentrou a floresta. Não sabia porque, mas eu tinha uma sensação estranha de que eu deveria segui-la.

A coisa mais estranha aconteceu, era como se a floresta tinha aberto para que eu pudesse passar. As árvores se entortavam em forma de túnel por onde eu andava. Eu olhei para trás e as vi voltando a sua forma natural. Logo a minha frente, aquela criatura de antes ia me guiando.

Enfim chegamos onde ela queria. Era uma clareira no meio da floresta, bem iluminada pela luz das estrelas e da lua. No centro, havia outra criatura estirada no chão com manchas vermelhas, era Zangoose. Me aproximei dele, seu corpo estava mole, porém quente. Além de suas naturais manchas vermelhas, ele também tinha manchas de sangue no pêlo e estava incosciente.

Apolo: Não... Zangoose... Não!

Ele ainda tinha pulso, embora estivesse bem fraco. Pensei em leva-lo de volta para o Centro Pokémon, mas duvido que a Enfermeira Joy aceitaria tomar conta dele de novo, ainda mais essa hora da noite. Isso sem contar todo sermão que eu teria que ouvir sobre como o que eu fiz foi perigoso e blá-blá-blá.

Coloquei minha mochila no chão ao lado de Zangoose e tirei de lá um Antidoto, que eu esperava que curasse do veneno, e uma Poção. Pinguei algumas gotas do Antidoto na boca de Zangoose e espirrei um pouco de Poção em seus machucados. Infelizmente não houve reação.

A criatura de antes ainda pairava no ar, indo de um lado para o outro. Enfim ela parou e desceu próximo ao corpo de Zangoose. Fechou os olhos, como se estivesse se concentrando. Primeiro a ponta de suas antenas começaram a emitir um brilho azulado, depois seu corpo todo. A luz foi ficando mais e mais intensa e a criatura parecia fazer mais e mais força, até que a luz ficara tão forte que eu já não conseguia mais olhar diretamente. Então a luz se apagou subitamente.

O Sol ameaçava a nascer e a criatura havia ido embora junto com a luz. Zangoose estava sentado na minha frente, olhando para suas patas com um olhar assustado, como se estivesse surpreso em ver a si mesmo. A Pokédex soltou um beep de dentro da minha mochila, o que me assustou um pouco. Me inclinei para a mochila, que estava perto de Zangoose e a peguei. Ao segurá-la na minha mão, o primeiro susto: Eram 6:00. Depois o segundo susto: uma mensagem dizendo que Zangoose estava apto a aprender o golpe Shadow Claw.

O QUE havia acontecido? Como o tempo passara tão rapido, até pouco tempo atrás ainda eram 23:00h. E por que a Pokédex estava me avisando que Zangoose podia aprender Shadow Claw, seja lá o que for isso. Ela devia me avisar somente quando um dos meus pokémons pudesse aprender um golpe novo, não...

Olhei para Zangoose, que ainda estava chocado, parecia que ele havia visto um fantasma, mas já se recuperava e tentava se manter de pé. Passei a mão pelo me sinto procurando por minhas pokébolas, que ficavam presas ali. Uma, duas, três, quatro, cinco... Onde estava a sexta? Eu sabia que haviam quatro na minha mochila, mas eu tinha me certificado antes de sair do Centro Pokémon que haviam seis comigo.

Procurei ao redor por qualquer sinal da pokébola perdida, finalmente a encontrei caída ao lado de Zangoose. Me aproximei da pokébola e percebi Zangoose me olhando com um olhar confiante, mas não desafiador. Peguei a Pokébola do chão e a examinei, perfeita como nova.

Zangoose continuava me olhando, me examinando, como se esperasse ordens. Com a pokébola ainda em mãos, tentei chamar Zangoose para ela, como se eu já o tivesse capturado. Não sei porque fiz isso, era apenas uma sensação de que era a coisa certa a fazer. Para a minha surpresa, a pokébola obedeceu e Zangoose se transformou em uma raio vermelho que foi sugado pela pokébola.

Uau, eu não acreditava no que estava acontecendo. Eu tinha capturado Zangoose, isso eu tinha certeza, mas como, ou melhor, quando? Até parecia que eu havia avançado no tempo ou coisa parecida.

Deixei esses pensamentos de lado, eu estava muito cansando. Até onde eu sabia, tinha passado sete horas naquela floresta sinistra e escura. Voltei para o Centro Pokémon sem encontrar problemas pelo caminho. Chegando, entrei pela porta da frente como de costume, havia me esquecido de que saira de fininho noite passada. Enfermeira Joy e David me fitavam com olhares sérios.

Apolo: Uh... Oi.

David: Apolo, onde você estava?!

Apolo: Bom, eu fui atrás do Zangoose. Sai de fininho porque não queria que nenhum de vocês se preocupasse comigo.

David: Nos preocupassemos? Cara, quando acordamos hoje de manhã e vimos que você não estava na cama, quase morremos de preocupação!

Joy: Apolo, o que você fez foi muito irresponsável! Há muitos pokémons perigosos lá fora, ainda mais durante a noite.

Apolo: Eu sei, eu sei. Mas eu não conseguia dormir e eu sabia que ele ia voltar para confrontar as Sevipers, mesmo ferido.

Os dois me olharam com olhar de reprovação.

David: E...?

Apolo: E o quê?

David: Você o encontrou?

Apolo: Ah! Sim, eu o encontrei. Um pokémon flutuante com cara de cebola me levou até ele.

Joy: Flutuante? E com cara de cebola? Eu nunca vi pokémon assim...

Apolo: Bom, ele tinha pequenas asinhas, mas eram pequenas demais para sustentar o pokémon todo, acho que ele flutuava mesmo.

David: Enfim... Como ele estava? Você teve que lutar com as Sevipers?

Apolo: Não, na verdade, não encontrei uma Seviper sequer. Mas Zangoose estava mau, inconsiente quando eu o encontrei.

David: E aí?

Apolo: Eu usei um Antidoto e umas Poções que havia pego daquela prateleira atrás do galpão antes de sair.

Joy: O quê...! Você o quê...? Mas você...! Como pôde...?

Enfermeira Joy parecia não conseguir terminar as frases de raiva, se confundia toda com as palavras.

Apolo: Enfim, eu capturei ele.

David: Nossa! Mas isso é demais! Como foi?

Só de tentar lembrar o que acontecera naquela noite, minha cabeça doia. O importante era que Zangoose estava bem e que, de alguma maneira, eu o havia capturado.

Apolo: Olha, eu tô muito cansado agora, David. Vamos deixar o interrogatório para outra hora. Eu quero descansar um pouco agora, antes de partirmos para Zeon.
David: Mas...

Eu o deixei falando sozinho e fui para o quarto das beliches. Me joguei na primeira cama que vi na frente e desmaiei – dessa vez não literalmente.


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