Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 49
Pai desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, tô viva! Desculpa por sumir, mas eu estava zerada de ideia. Espero que vocês ainda estejam aí, porque amo minhas leitoras *-* Espero que gostem do capítulo e que comentemm, pq sou movida a comentários kkkkkkkk BEIJOS!



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Se, assim como eu, você não se lembra de que Sophie tem um pai, aqui estou eu para refrescar a sua memória. Adam Montini era o cara que havia contribuído para o nascimento de Sophie, mas ele era tão ausente que às vezes nem ela se lembrava disso. O homem parecia não ter voz própria, era um verdadeiro capacho da esposa, nem ao menos defendia a filha das barbaridades que ela falava.

Sophie, ao passar pelo quarto do casal, que estava com a porta aberta, estranhou ao ver somente o homem ali, e mais ainda ao notar que ele arrumava uma mala.

− Pai. – Sophie chamou atenção do homem ao entrar no quarto. – Você e minha mãe vão viajar de novo? – Ela perguntou.

Como sempre, o homem respondeu com o silêncio, o que fez a menina bufar.

− A minha mãe não está aqui, você pode dirigir a palavra a mim se quiser. – Ela provocou. – Mas é claro que você precisa ouvir a opinião dela antes de fazer qualquer coisa, então eu posso voltar depois. – Ela completou antes de se virar para deixar o cômodo.

− É uma viagem de última hora, minha secretária acabou de ligar. – O homem finalmente falou, fazendo com que a filha parasse no meio do caminho e virasse outra vez pra ele.

− Minha mãe vai com você? – Ela perguntou.

− Não.

Sophie assentiu e outra vez virou para o homem, andando até a porta para deixar o ambiente.

− Sophie. – O homem chamou. A morena então o encarou mais uma vez. – As coisas não andam nada fáceis pra mim, mas de qualquer forma eu queria que você soubesse que é uma ótima filha e que eu amo você.

Sophie ergueu uma das sobrancelhas, num gesto de total estranhamento ao que o homem havia dito e soltou uma rápida risada debochada.

− Eu sou uma ótima filha? – Ela perguntou em um tom de ironia. O homem afirmou com a cabeça. – Se um desconhecido me dissesse isso daria no mesmo, porque assim como você ele não teria a mínima ideia de como é ser meu pai. Ele seria tão presente na minha vida quanto você, ele falaria comigo tanto quanto você, ele me conheceria tanto quanto você.

− Sophie, não é bem assim. – Adam se defendeu. – Eu tinha uma relação legal com você e com sua irmã, não se lembra? Mas então a vida me levou ela e eu não consegui carregar essa dor, me apoiei completamente na Sarah e acabei virando as costas pra você. Eu sei que errei, mas pra mim era inevitável olhar pra você e não lembrar dela, era uma dor muito grande pra mim. Um pai perder uma filha é como...

− Eu também a perdi! – Sophie berrou. – Eu perdi Katy e tudo que eu mais precisava era da minha família do meu lado. Eu só recebi porrada depois que ela foi embora, parecia sozinha no mundo. Não foi fácil pra mim, ela era minha irmã, minha melhor amiga, você sabe melhor que ninguém o quanto a gente se dava bem. Eu tinha meu pai, minha irmã e a minha mãe, mesmo que de um jeito torto. Então Katy morreu e eu perdi os três no momento em que eu mais precisei na vida! Vocês tiveram duas filhas, sabe? Perdemos Katy de uma maneira horrível, mas eu ainda estou viva, mesmo que tenha pensado várias vezes em não estar.

É claro que você, leitor, deve imaginar como estava Sophie no momento. O rosto vermelho, as bochechas rosadas e molhadas, com lágrimas em todo o canto. E os olhos, logicamente, vermelhos e encharcados.

− Eu só espero que algum dia você me perdoe por isso. – Ele murmurou.

Sophie forçou um sorriso e, antes de deixar o quarto, se pronunciou uma última vez.

− Se algum dia você voltar a ser meu pai eu posso te perdoar.

Depois de ter derrubado em cima de Adam Montini tudo o que sentia, Sophie se sentia uns dez quilos mais leve. Deitada na cama há meia hora, a garota apenas pensava no que havia sido dito, tanto por ele quanto por ela. Antes da morte da irmã a relação com o pai era boa. Apesar da ausência pelo trabalho, o homem procurava dar atenção às filhas sempre que podia.

E então, o barulho do seu telefone do quarto interrompeu seus pensamentos.

− Menina Montini. – A pessoa do outro lado da linha, que Sophie reconheceu ser Baker, se pronunciou. – Löhnhoff mandou outro daqueles bilhetes tolos.

Sophie sorriu.

− Ele ainda está aí?

− Não, ele passou por aqui correndo. Disse que estava atrasado para encontrar os amigos, alguma coisa assim. Estava com o skate na mão.

− Obrigada, Baker. Eu estou descendo pra pegar o bilhete. – Avisou a garota.

− Você não prefere que eu peça pra alguém levar? – Perguntou o homem do outro lado da linha.

− Não, eu preciso mesmo pegar um pouco de ar puro. – Ela respondeu.

Ao desligar o telefone, a garota sorridente foi correndo para a entrada da casa, onde estava Baker em sua cabine prestando atenção em algum programa na sua pequena TV.

− Baker, onde está o bilhete? – Ela perguntou ao se aproximar da cabine.

− Da próxima vez peça pra ele mandar uma mensagem no whatsapp. – O homem sugeriu. − Existem meios bem mais fáceis de mandar cantadas!

Sophie sorriu para o segurança e deu de ombros. Com o papel dobrado na sua mão, ela andou até a piscina nos fundos da casa e sentou na borda. Era ali o lugar dos dois. Sorrindo de orelha a orelha, a menina abriu o papel.

“Alle, você está em dívida comigo. Enquanto estávamos na casa da Meredith hoje eu não recebi um só beijinho. Eu entendi que você não queria que ela soubesse da gente, mas você não acha que eu mereço mais umas bitoquinhas? Pense nisso, quando eu estiver saindo da praça te ligo. Ah, mandei esse bilhetinho porque você disse que estava com saudades deles, então agora voltei com meu primeiro método de conquista. Ops, eu já te conquistei! Não te culpo, também não resistiria a mim! Te amo! – T. L.”

Sem aguentar, Sophie procurou em seu bolso o celular. Droga, estava no quarto! Levantou com pressa e entrou na mansão pela porta dos fundos. Foi correndo até o quarto, é claro que sem tirar o sorriso do rosto em momento nenhum. Pegou o aparelho em sua cama, sentou e abriu sua conversa com Löhnhoff.

“Amo você, mas sua letra é horrível.” Ela digitou.

Apesar de todos os problemas familiares que tinha, Sophie se sentia extremamente bem quando Thomas resolvia dar o ar de sua graça, fosse da maneira que fosse. Ele sempre aparecia nos momentos certos, só a fazia bem. Thomas Löhnhoff era um remédio que ela adorava tomar, e era ainda melhor quando tomava em excesso. Talvez, apenas talvez, ela já estivesse dependente de todas aquelas doses por dia, e talvez, apenas talvez, eu repito, ela estivesse completamente viciada. De onde havia saído aquele ditado de que nada em excesso era bom mesmo?

− Sophie, onde está seu pai? – Sarah berrou a pergunta assim que abriu a porta do quarto da filha, entrando no cômodo completamente atordoada.

− Precisou viajar, ele não te avisou? – Sophie perguntou franzindo a testa.

A mulher bufou e passou as mãos na cabeça, bagunçando completamente os cabelos loiros. Olhou para filha e balançou a cabeça negativamente.

− Menina, você é burra? – Ela perguntou num grito alto. – Quando seu pai viaja a trabalho ele leva o closet inteiro? - Continuou a mulher, mantendo o tom de voz. – Ele fugiu, e fez isso estando debaixo do mesmo teto que você!


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Notas finais do capítulo

Genteeeeeeee, espero que tenham gostado! COMENTEMMMMMMM!



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