Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 18
Aqui com você


Notas iniciais do capítulo

Era pra eu dividir em dois capítulos, mas não deu... Espero que gostem *-* Fim de ano é ritmo de estudo, então acho que tá claro porque não ando postando... Quando finalmente sobra um tempinho ideias faltam =(



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Assistiu o resto da aula com atenção e fez algumas anotações importantes. Thomas era esforçado, não era do tipo que não prestava atenção. É claro que às vezes se perdia em pensamentos, mas aquilo era coisa natural de todos os estudantes. 

 O garoto saiu da faculdade do jeito que sempre saía, de skate. Havia marcado com Sophie na praça, mas tinha certeza que ela não estaria lá. E como tinha avisado, a buscaria na porta. Enquanto passava pela praça deu uma olhada para ver se encontrava a morena, mas não, ela não estava lá, assim como ele previa. 

Chegou na frente da grande mansão e observou o quarto de Sophie pela janela, ela estava com a cabeça do lado de fora, mas quando os olhares dos dois se cruzaram a menina fez questão de rapidamente fechar a cortina e sair dali. Quer dizer, sair aparentemente, porque de trás da cortina, escondida, fez uma mínima abertura e ficou o observando sem que ele percebesse. E não percebeu. Thomas, na verdade, ficou sem entender absolutamente nada. Que tipo de problema mental essa garota tinha? 

Foi até a cabine do segurança, pediria para que ela descesse. O homem, porém, fora rígido, antes que Thom perguntasse alguma coisa ele já foi falando:

- A srtª Montini pediu para não ser incomodada. Deu ordens para que eu não a chamasse de modo algum. Ela sabia que você viria aqui, deixou esse bilhete. - O segurança esticou a mão, que segurava um papel todo enfeitado, pequeno. Thomas pegou, abriu, e viu que realmente era a letra dela. 

"Não quero sair, por favor, não insista em falar comigo. Não estou bem mesmo. Até amanhã, beijos - S.M."

- O que ela tem? - Ele perguntou ao segurança, preocupado. 

- Não sei. Só tenho essas informações, garoto. Ela chegou da faculdade e entrou, não sei de mais nada. - Ele respondeu, seco.

- Ah, obrigado de qualquer jeito. Eu já vou indo pra casa então. 

E assim fez, foi em direção a sua vila e não demorou mais de 10 minutos para chegar. Falou com seus pais e resolveu ir pro quarto estudar. Não tinha mais o que fazer, havia ficado um pouco decepcionado. Poderia, a essa hora, estar conversando com Sophie, mas não estava. Ora, seria ela muito inocente se achasse que ele caíria naquela desculpinha esfarrapada de que não estava passando bem! Provavelmente ela não havia achado a noite anterior assim tão agradável como ele achou. Era um direito dela. Ou talvez estivesse se sentindo envergonhada pelo selinho que ela deu nele. Um direito dela também. Ou ainda, ela poderia ter ficado chateada pela mensagem que Olivia havia escrito na manhã de hoje. Mas, com certeza, estar passando mal não fazia parte da lista de possibilidades pelas quais a garota não queria sair. 

O garoto adormeceu com um dos livros em seu colo. Estava exausto, o dia, como todos os outros, havia sido bastante longo.

         No dia seguinte, Thomas ainda não estava satisfeito com aquela desculpa dada por Sophie para não sair com ele, não acreditava que ela estava passando mal e por isso decidiu ir até a mansão saber qual era a verdade. Sabia que Blake não o deixaria entrar para conversar com a garota, por isso, precisava encontrar outro jeito de entrar na mansão.

  Analisou com cuidado todos os muros e possíveis entradas e observou que havia uma árvore perto do muro dos fundos, decidiu então que escalaria a árvore e pularia o muro. Havia câmeras em todos os eles, então como faria para entrar sem ser percebido por Blake? Por sorte era muito cedo e o homem estava cochilando ao invés de estar fazendo seu trabalho. Era um risco, mas ele realmente precisava falar com a garota. 

  Thomas então jogou seu skate para o outro lado do muro e escalou a árvore para pular para o lado de dentro da mansão, o que não foi difícil. O mais difícil seria entrar na casa sem ser percebido pelos empregados do lugar. O quarto de Sophie era bem de frente para a rua e ficava no segundo andar, impossível escalar a parede e entrar diretamente pela janela dela. 

  Havia uma janela na lateral da mansão, bem próxima à janela do quarto de Sophie, Thom não sabia se o quarto da garota era tão grande que aquela janela também pertencesse àquele cômodo, porém não conseguiu pensar em outra maneira de entrar no lugar. A única ideia que veio em sua mente, foi a dos clichês dos filmes românticos, jogar pedras na janela e torcer para que ela estivesse acordada e ouvisse, além de não quebrar a janela e de que não fosse o quarto dos pais. 

Catou algumas pedras do chão e jogou-as em direção à janela. Demorou até que a garota desse um sinal de vida, e, quando já ia desistir, ela apareceu. Sophie parecia surpresa, olhou-o com uma cara de poucos amigos, e devagar abriu a janela. 

         - O que você tá fazendo aqui? 

         - Eu só queria falar com você, e não encontrei maneira de te chamar se não fosse essa. 

          A menina ficou o olhando por um tempo, sem dizer absolutamente nada. 

        - Sophie! 

        - Vai pra porta que eu vou pedir pra abrirem pra você. 

        - Tá, obrigado! 

Quando Thom chegou na porta, assim como Sophie tinha dito, uma mulher abriu para ele. Era uma senhora bem gordinha com cabelos curtos e pintados de vermelho, arrepiados. Não usava roupa de serviçal, mas com certeza não era a mãe dela. Não se parecia nem um pouco com Sophie, nem com a falecida Katy, de quem se lembrava um pouco.

De um jeito simpático, ela o convidou para entrar, e assim ele fez. Ele só ia falar com Sophie, tinha que ser algo rápido, não podia de maneira nenhuma se atrasar para aula. 

A mansão, por dentro, era ainda mais bonita que por fora. Parecia ter sido decorada por um profissional muito bom, os móveis eram maravilhosos, o conjunto do lugar era perfeito. 

Tinham paredes de vidro, com uma vista linda para varanda da casa, onde se podia ter uma vista mais linda ainda do céu. 

Thom reparou que em uma pilastra, do lado de dentro da casa, havia um quadro. Era lindo. Nele estava Katy Montini com um homem e uma mulher, os quais ele julgou os pais de Sophie. Ela não estava, o que era estranho. Na foto, a menina sorria, e estava muito bonita. Não tão magra como ele se lembrava, estava parecendo saudável. 

- Sophie disse que você pode subir, meu bem. - A senhora falou, fazendo o garoto, que estava virado para o quadro, virar para o outro lado, para encará-la. - É a primeira porta a direita. 

- Obrigado. - Ele agradeceu. 

Chegou no andar de cima e abriu a porta que a mulher havia dito, com cuidado. Encontrou Sophie sentada na cama, com as pernas cobertas. Estava mais pálida que o normal, e não estava maquiada, como ele sempre a via. 

- Pode entrar. Mas fecha a porta, por favor. - Ela pediu, com a voz baixa. Thom fez o que a morena pediu e sentou na ponta da cama, de frente pra ela. - Desculpa por ontem, eu passei mal. Muito mal mesmo, estava vomitando sem parar, e sentindo frio, muita dor de cabeça, febre alta, eu realmente não estava me sentindo bem. E agora não é diferente, não estou tão enjoada mais, mas a dor de cabeça se não está igual está pior, e tô com muito frio. 

Thomas franziu a testa e se aproximou de Sophie, colocou a mão na testa dela, afim de saber se a temperatura da garota estava elevada. 

- Não, não estou mais com febre. Já passou, só não estou bem ainda. - Ela falou, tirando a mão dele da testa dela. 

- Que? Eu mal coloquei a mão aí tá quente pra caramba, Sophie! Onde tem termômetro? - Ele perguntou, levantando da cama e olhando para todos os lados. 

Depois que Sophie mostrou para Thomas onde estava o termômetro ele imediatamente colocou nela, e outra vez sentou na ponta da cama de frente pra ela, depois de um tempo, quando apitou, ele viu que a menina ainda estava com febre alta. 

- Viu? Você está ardendo em febre! - Ele falou, preocupado. 

Thomas perguntou para morena se havia remédio, e ela indicou onde estava. Pegou um copo cheio d'água pra ela e lhe deu o comprimido. A fez beber a água toda, e depois sentou na cama outra vez, e de novo na frente dela, para que conseguissem conversar.

- Pensei que estivesse com raiva de mim por causa da mensagem que Olivia mandou ontem. E achei que não tivesse ido para praça por isso. - Ele confessou, a olhando. 

- Claro que não. Aliás, ela nem é sua namorada. - Sophie afirmou, revirando os olhos.

- O que te garante? - Thom perguntou, olhando-a diretamente nos olhos, de um jeito desafiador. 

- Meu extinto feminino. - Ela respondeu, e sorriu. - É sério, ela não é. - A morena esticou a mão e pegou seu celular, na mesa de cabeceira ao lado de sua cama. - "É a namorada do Thommy, queridinha. Ele está ocupado comigo agora, não pode responder." - Leu a mensagem em voz alta, fazendo caretas. Thomas riu um pouco. - Primeiro, se ela fosse sua namorada, não falaria com essa calma toda com alguém que supostamente se encontraria com o namorado dela, no mínimo me perguntaria quem eu sou. Segundo, ela disse Thommy, ninguém inventa apelido tão ridículo se não for para sacanear uma pessoa. - O garoto riu ainda mais. - Terceiro, ela me chamou de queridinha! Tudo bem que você se veste muito mal e não sabe nada sobre a moda, mas acredito que seu gosto não seja tão horrível a ponto de namorar uma pessoa que, pior do que usar a palavra "querida" para se referir a alguém, usa "queridinha". 

Sophie estava falando sério, e o jeito como ela falava fazia com que Thomas risse cada vez mais. O tom de voz carregado em desprezo, cada palavra que ela falava com aquele ar de menininha patricinha era um sorriso no rosto dele. E, se antes ele a condenava por isso, agora tinha aprendido a admirá-la, a achar graça.

- Não estou errada, estou? - Ela perguntou, com as duas sobrancelhas erguidas.

- Não está. - Thom respondeu, sorrindo. - Ela me irritou muito quando fez isso, na verdade. 

- Por quê? 

- Porque ela estava se metendo em uma coisa que não tinha nada a ver com ela. E se você fosse minha namorada? 

- Eu te disse que não acreditei, e se fosse sua namorada seria mais um motivo pra não acreditar. Eu não acho que você faça o tipo cafajeste. 

- Por que não acha?

- Não sei, mas mesmo te conhecendo pouco eu já sei que não namoraria com duas meninas ao mesmo tempo, quer dizer, eu acho. 

Thomas sorriu de forma debochada, assim como Sophie adorava fazer. 

- Acha que eu não namoraria com duas meninas ao mesmo tempo. - Ele repetiu. - Isso significa que pensa bem de mim. - Ele concluiu, a olhando com aquele mesmo sorriso no rosto. 

- Por que eu pensaria mal? Você é a única pessoa que tem sido legal comigo. - Ela disse, olhando para as unhas, sem se importar. 

- Ora ora, um elogio de Sophie Montini. 

Sophie revirou os olhos.

- Para com isso, eu já te fiz elogios antes. 

- Não me lembro de nenhum. 

- Tá, talvez eu não tenha feito. Mas não sou de elogiar as pessoas. Fico constrangida. - Ela confessou. 

- E quando te elogiam você não fica? 

- Não. - Sophie foi rápida ao responder. - Se a cada vez que me elogiassem fosse assim eu ficaria constrangida a vida inteira. - Ela disse, sem um pingo de humildade. Thomas riu e fez um gesto negativo com a cabeça. 

- Você não é nada metida, Sophie. - Ele ironizou.

- Eu sei que não sou. Se eu fosse você não estaria aqui. - Respondeu, séria. - Aliás, você não deveria estar na faculdade? - Ela perguntou, o olhando séria. 

- Deveria. - Thomas respondeu, calmamente. A menina ergueu uma sobrancelha. 

- E por que não está? 

- Porque estou aqui com você, ué. 

Sorrir havia sido a primeira reação de Sophie ao ouvir aquelas palavras de Thomas. E não havia sido qualquer sorrisinho de boca fechada, tinha sido um grande sorriso. Estava, pela primeira vez na vida, construindo uma amizade. E ao que parecia, seria uma bela amizade. O garoto estava matando aula para ficar ali com ela, que estava doente. Doente? Céus, era normal esquecer que estava doente? Incrível como o garoto em poucos minutos tinha feito com que ela se sentisse a garota mais saudável do mundo, com que ela se esquecesse de qualquer dorzinha que estivesse sentindo.


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Notas finais do capítulo

Espero muito que tenham gostado... Dêem opniões, critiquem, elogiem... O que vocês quiserem, mas quero que comentem! Beijosssss!



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