Era apenas um dia como qualquer outro no Shinsengumi, e Sougo e Kagura descansavam em silencio em baixo de uma arvore.

Sougo: É em dias assim que eu me pergunto por que temos que trabalhar... Se não fosse o Hijibaka-san no nosso pé, o Shinsengumi poderia tirar uma folga.

Kagura: Se você diz...

Sougo: China... Você está bem? Não falou quase nada desde que chegou e nem quis brigar. Vai ter mais uma festa do pijama ou algo parecido de novo e você não que me contar? Prometo que dessa vez nós não fazemos nada.

Kagura: Não é nada disso...

Sougo: Então o que é? Vai contar por bem ou por mal?

Kagura: Não... É... Na... Nada...

De uma hora para outra, a garota começou a chorar desesperadamente, fazendo com que alguns membros do Shinsengumi que passavam por ali parassem só para olhar. A pequena ‘‘platéia’’ não impediu Sougo de abraçar sua namorada, já que o mesmo nunca tinha a visto assim. Será que tinha acontecido algo no Yorozuya?

Sougo: O que aconteceu meu amor, alguém te machucou?

Todos ficaram abismados com aquelas palavras, não era todo dia que se ouvia Okita Sougo, o príncipe dos sádicos, o garoto com cara de bonzinho, mas que poderia te torturar de infinitas formas diferentes, chamar alguém daquele jeito tão açucarado e preocupado, sem nenhum pingo de sarcasmo contido. Definitivamente milagres existiam.

Sougo: Kagura, me responda agora.

A voz séria do rapaz e o fato dele a chamar pelo nome fez a ruiva tentar enxugar um pouco as lágrimas.

Kagura: Desculpa, é só que...

Sougo: Espera, vamos conversar no meu quarto.

O casal se levantou e seguiu em uma direção oposta as pessoas que olhavam, mas não antes de Sougo lhes lançar um olhar assustador. Alguém ia morrer naquele dia. Quando os dois chegaram ao quarto do rapaz, Kagura começou a falar, as lagrimas já iminentes em seus olhos.

Kagura: Desculpa sádico, eu não queria te preocupar.

Sougo: Deixa de dar uma de menina forte e me conta logo o que aconteceu.

Kagura: Tudo bem... É que daqui a três dias... É o aniversario do dia em que minha mami... Bem, você sabe...

Sougo: Eu sinto muito e entendo o que está passando.

Kagura: Eu sinto tanta falta dela... Nossa vida era complicada, ela era muito doente, mas mesmo assim... Eu daria tudo para voltar no tempo. Não que eu não goste da minha vida agora, eu amo trabalhar no Yorozuya com Gin-chan e o quatro-olhos, e de me meter em encrencas com a Anego, Kyuu-chan, Sa-chan, Tsukky e os ladrões de impostos, amo... Admito amo você... Mas...

Sougo: A dor que você sente por causa da pessoa que se foi deixa um buraco que não pode ser tampado por nada.

Ouvindo as palavras de Sougo, a garota se lembrou de uma coisa, apenas um comentário que Gintoki havia feito há algum tempo. A irmã do sádico havia morrido, e ele tinha ficado muito abalado com isso.

Kagura: Sinto muito, não queria te fazer lembrar disso...

Sougo: Está tudo bem... Eu já me acostumei com a dor, e prometi a mim mesmo que tenho de continuar a ser feliz, essa é a única coisa que posso fazer para agradar minha irmã, seja lá onde ela esteja. Mas agora atingimos um impasse china girl: Se em um dia só minha rival e namorada está toda depressiva, eu não vou conseguir ficar bem. Acho que eu não tenho escolha a não ser te ajudar.

Kagura: Acabou de falar do seu jeito idiota que não consegue ser feliz se eu não for feliz, sádico pateta. Mas é sério, não precisa fazer nada, eu vou ficar bem.

Sougo: É mesmo? Isso é uma pena, justo agora que eu estava pensando em levar uma pirralha mimada para dar uma olhadinha em sua antiga casa...

Kagura: Sem brincadeira? Mas é o planeta dos Yato, e mesmo que nós tenhamos diminuído alguns ainda vivem por lá, e eu não acho que eles sejam bons com os terráqueos.

Sougo: Não há nada nesse universo que eu não possa cortar com minha espada, qualquer coisa é só levar uma luz de bronzeamento artificial e colocar na cara deles.

Kagura: Sádico!

Sougo: Só estou brincando. E ai, aceita minha proposta ou não?

Kagura: Eu duvido que o Gin-chan vá deixar que eu viaje sozinha com você. E tem o Shinsengumi, aquele Mayora inútil não vai te dar dias seguidos de folga...

Sougo: Deixe que de Danna e Hijibaka-san cuido eu. O que me diz?

Kagura: Sim claro. Obrigada sádico, isso é muito importante pra mim.

Sougo: Você sabe como me agradecer.

Kagura: Palhaço.

Sougo: Eu vou ligar para a agencia de viagens e reservar as passagens, depois falo com Danna. Vá pro Yorozuya arrumar suas malas, amanhã saímos.

Kagura: Tudo bem!

Kagura abriu a porta ansiosa para começar os preparativos para a viagem, e acabou revelando muitos soldados do Shinsengumi (inclusive Kondo), que ouviam a conversa escondidos.

Kagura: Tsc, seus ladrões de impostos idiotas, vão trabalhar ao invés de se meter na vida dos outros. (vai embora)

Kondo: Sougo, o que aconteceu com a china girl, me disseram que ela estava chorando.

Sougo: Não é nada. Kondo-san, eu preciso pedir uma coisa. Posso tirar três dias de folga? É muito importante.

Kondo: Nossa, você parece bem preocupado. Normalmente quem decide essas coisas é o Toushi, mas se ele disser que não você não vai se concentrar no trabalho de qualquer maneira, então eu te dou a autorização.

Sougo: Obrigado, eu agradeço muito. Agora, pode dar dois passos para a direita, por favor?

Antes que Kondo pudesse perguntar o motivo, um tiro de bazuca foi dado em todos que estavam espionando.