Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 10
Brigas são saudáveis.


Notas iniciais do capítulo

Se já tava todo mundo implicando com a Mel, acho que esse capitulo veio pra acabar com tudo. Bom, a coitada perdeu a mãe de um jeito horrível e tem um pai muito mala, teve de amadurecer muito rápido por motivos que eu ainda não contei... deem desconto a ela, pessoal. A Mel é só uma garota que precisa aprender o que é amor e o que é receber carinho, ok? Ela é tão vitima da historia quanto o Pi.
Vou deixar vocês lerem agora ^^'



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-Você tem ataques de bipolaridade? É isso? –Gritei para a casa de Melanie, que estava escura a não ser por uma pequena luz amarelada que eu tinha certeza que era seu abajur. –Tudo bem, a gente enfrenta isso, Mel. Agora abre a porta e vamos conversar como os adultos independentes que somos... Ou quase somos. Qual é... Você não pode entrar e sair correndo da minha casa! E nem da minha vida... – Olhei para os lados, mas os vizinhos pareciam nem notar que tinha um maluco gritando em frente a casa da garotinha inofensiva que saiu correndo, sem explicações aparentes, da minha casa a mais ou menos uma meia-hora.

 Ouvi um ranger de porta e Melanie saiu na varanda, apoiou os braços na proteção e ficou me olhando.

 Eu sei que devia ter dito algo, talvez o futuro fosse melhor se eu tivesse dito algo, mas eu não disse. Não disse porque tive medo de dizer algo errado, de colocar uma palavra fora do lugar e terminar de acabar com tudo.

-Pietro maravilha veio salvar o dia? –Perguntou, mas eu não respondi, porque sabia que ela não precisava de uma resposta, eu precisava de uma resposta. E ela, definitivamente, não precisava da minha pergunta. –Não vai dizer nada? Você me chamou de bipolar. –Enrugou a testa e tirou a franja do olho.

-Foi a única explicação lógica e cabível que eu encontrei, sinto muito. –Tirei as mãos do bolso. –Desce aqui Mel, vamos conversar.

 Revirou os olhos e ficou me encarando. Por um momento achei que a hipótese de descer tivesse passado pela cabeça de Mel.

-Vai embora Pietro. –Suspirou.

-Você fala como se nós não tivéssemos nada.

-Nós não temos nada.

 Um soco no estomago, Melanie era um soco no estomago.

-Nada?- Disse eu, como se ela acabasse de dizer algo ofensivo, mas na verdade para mim beirava o absurdo. –Tudo, cada coisa que passamos de uns tempos pra cá. Tudo que fizemos hoje pra você é só um nada?- cuspi a palavra. –Você sabe que esta errada. Eu sei que você sabe. Eu sei como você é e como isso é só um jeito de me afastar de você, mas eu sei que não é isso o que você quer de verdade.

-Dane-se o que você acha, vai embora. Tchau...

 A interrompi.

-Você não pode me deixar aqui fora, esta frio, eu vou ficar doente.

-Não se você for embora. –levantou e colocou a mão na porta.

-Você não pode fazer isso... por favor. –Ela parou.

-Vai embora Pietro.

 Murmurei um “droga” e me sentei encostado no portão. Talvez eu tenha ficado 1 hora lá, ou 15 minutos, o tempo parecia se arrastar enquanto tudo que eu queria e desejava passava em minha mente. Me levantei.

-Droga Melanie. Você não pode fazer isso, não pode fazer isso comigo. Porque eu gosto de você, lembra? Eu gosto e eu aceito você, assim mesmo, do jeitinho que você é. E eu sei que você é complicada, que você esta com medo de se apegar a mim e eu te ferir. Bom, eu não posso prometer que não vou machucar você, mas posso prometer que eu vou estar aqui para curar todas as suas feridas, você querendo ou não. Mesmo as que eu fizer, sem querer. –Parei um minuto para respirar, mesmo falando tudo pausadamente o meu peito parecia pesar. –Só sinto que temos que enfrentar isso, e se você quiser brigar comigo, tudo bem. Mas você não pode ir embora assim, porque mesmo a gente brigando, sou eu, sou eu quem vai curar tuas feridas. E juro, juro que só quero o teu bem, só quero te fazer feliz e você... Estou aqui Mel, dando minha cara a tapa. Estou te dizendo essas coisas sem saber se sua resposta vai ser um “Sim” ou um “Não”, e eu não me importo. Não me importo se tudo o que eu estou dizendo é em vão, porque eu estou apaixonado por você, e eu não me importo se você quer brigar mais um pouco, vamos lá. Vamos brigar, melhor brigar do que ficar sem falar com você.

 A porta da frente se abriu. Melanie foi até o portão e abriu, deixou que eu entrasse e trancou. Entramos em sua casa em silencio.

-Não quero me apegar a você. –Murmurou. Nos sentamos no sofá.

-Tarde demais pra isso, né? –A informei.

-Talvez...Talvez seja melhor nós pararmos de nos ver.

-Não. Isso não. –Chacoalhei a cabeça. –Podemos ser só amigos, esquecer o que rolou hoje e tudo mais.

-Acha que pode fazer isso? –Perguntou, estava na cara que ela sabia a resposta.

-Posso tentar.

-Eu não.

-Podíamos namorar... eu juro que... –Comecei, mas Mel foi mais rápida.

-Não preciso de mais um namorico idiota- murmurei. - Na verdade, é o que eu menos preciso agora. Preciso de um homem e não de um menino. Preciso de alguém que me consuma e me transborde. Preciso de alguém que saiba lidar comigo, com o meu lado de menininha fofa e com a fera descontrolada que vive me controlando. Preciso de alguém que possa me ouvir, não com os ouvidos, mas com o coração. Preciso de alguém que possa atravessar o mundo por mim, de alguém que não vai me deixar em pouco tempo por me achar louca ou descontrolada. Preciso de alguém que não diga que me ame, mas que simplesmente o demonstre. Eu só quero um alguém que me faça sentir como nunca senti, como se aquela pessoa fosse meu tudo e eu o tudo dela? Entende?

 Suas palavras deram um nó em minha garganta. Absorvi tudo em alguns segundos.

-Eu não sou mais um menino. Não sou o príncipe encantado da Disney mas sei que posso fazer isso, sei que posso te fazer feliz. Por você eu posso fazer isso. Não sou perfeito e posso te magoar, mas saiba que se eu te magoar vai ser tentando te fazer feliz. Porque em momento algum eu poderia magoar você com intenção, preferiria morrer a isso. Espero que saiba que sou a pessoa que mais te quer por perto e que mais te quer bem, comigo ou não. Então seja feliz, comigo ou não. Que você seja realmente feliz, porque sua felicidade é a minha felicidade... Você é meu tudo. 

-Você leva jeito, devia tentar com alguma menininha da 5º serie, seria um bom pedófilo.

-Você não funciona direito, juro.

 Suspirou e riu um pouco.

-Você anda jurando bastante.

-Mas eu cumpro. –Murmurei.

-Espero que sim. – Colocou suas mãos envolta do meu corpo e me abraçou, retribui. -Tenho medo de afastar você.

-Pode me afastar quantas vezes quiser, vou voltar como um cachorrinho atrás de você.

-Prefiro gatos. –Franziu a testa.

-Pelo menos você não é alérgica a mim.

 Rimos. Mel me soltou e se deitou em meu colo.

-Você é um idiota Pietro.

-Azar o seu.

 Me encarou, como se o louco da historia fosse eu.

-Meu? –Disse inconformada. –Você é um idiota e o azar é meu?

-Sim, é você quem tem uma queda por idiotas. –Mexi em seus cabelos. –Eu tenho uma queda por loucas bipolares com sérios problemas emocionais e sentimentais, por isso estou com você.

-Você não tem amor a vida. –Me deu um murro no ombro.

-Podemos ser amigos coloridos.

-Prefiro preto e branco... –Comentou, sem se preocupar se eu ouviria ou não.

-Então continua vivendo sua vidinha cinzenta e sem graça.

-Não, não. –Disse meio desesperada, se levantando do meu colo como se realmente acreditasse que eu a deixaria. –Colorido ta ótimo.

 Melhor ter uma amizade colorida até ela se apaixonar por mim, do que não a ter. e, com todas as certezas, mais alguns meses e Melanie estaria caidinha por mim.    


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Notas finais do capítulo

Quem quer um Pietro levanta a mão
o/