Eu via o sorriso no rosto de Collin, ele estava extasiado de felicidade. Finalmente esperança.

–Será que eu posso saber quem é o doador? - ele perguntou mal conseguindo se conter.

–Na verdade, ele está aqui. - a moça fez sinal para que alguém entrasse.

Meu coração disparou de felicidade e preocupação ao mesmo tempo. Eu vi a figura pálida e com um sorriso muito familiar entrar pela porta. Era John. Ele mexeu nos cabelos negros e acenou para nós.

–Oi pessoal. - ele falou com um sorriso que derruba qualquer menina.

–John, você? Mas, é uma chance em um milhão apresentar compatibilidade.

–Pois é, eu tinha que tentar né. Ver vocês dois assim não é legal.

Eu me levantei e o abracei. Foi um abraço forte e sincero, a cada dia ele se mostrava ser mais prestativo e carinhoso. Eu sempre me lembrava o quanto tinha sorte de ter um irmão como ele. Nós nunca tivemos uma briga de irmãos, daquelas chatas, nenhuma sequer. Pelos contrário, sempre fomos próximos, do tipo que anda junto, assiste os mesmos filmes clássicos, ou escuta as mesmas músicas.

–Obrigada. - sussurrei no ouvido dele.

–Vou deixar vocês sozinhos, - a moça que estava na porta falou - John, precisamos combinar a data da cirurgia, passa no escritório mais tarde.

John assentiu e a mulher saiu fechando a porta. Collin sorria tanto que eu não conseguia me conter também. O tratamento era pesado e sabíamos que não adiantaria muito a melhor opção era o transplante.

–Eu nem sei o que dizer John. - Collin falou.

–Não diz nada cara, você já ta aqui faz muito tempo, é desgastante eu sei. Além disso, somos tipo irmãos agora não é? - ele sorriu para Collin que retribuiu.

–Valeu. - Collin tinha lágrimas nos olhos, mas eu o conheço muito bem e sei que nunca as soltaria. Ignorância. Isso me fez rir.

Eu estava sentada na poltrona ao lado da cama enquanto Collin e John falavam sobre vídeo-game adoidados. Olhei no relógio, eram seis e meia da tarde, esse era o horário de visitas mas a mãe de Collin ainda não havia chegado.

A porta do quarto se abriu, era Polly entrando toda animada. Eu me levantei correndo e fui abraçá-la, já fazia tempos que eu não a via. Percebi que ela estava acompanhada de um cara, muito atraente devo admitir. Ele tinha cabelos castanho claros e olhos azuis vibrantes. Tinha também um sorriso caloroso.

–Ah, - ela falou apontando para ele - esse aqui é o Noah, Noah, essa é a Tiff, minha melhor amiga.

–Prazer. - ele estendeu a mão para que eu apertasse e eu o fiz.

–Igualmente. Então... vocês estão saindo? - falei com a testa franzida.

–Pois é. - Polly sorriu e olhou para ele que estava sorrindo também - Estamos.

Ela parecia tão empolgada e feliz que eu até me esqueci de ficar brava por ela não ter me contado nada.

–Desculpa não ter te falado nada, - ela falou como se lesse meus pensamentos - mas é que você tipo mora aqui nesse hospital agora.

–Que tal se vocês duas saírem? - Collin falou - Sabe, por minha culpa vocês não se veem mais.

–Não posso te deixar aqui Col...

–Eu fico aqui. - John falou rápido - A gente aproveita pra conhecer melhor o Noah.

Eu sorri para ele, e depois para o Collin. O que seria de mim sem esses dois?

–Legal, então vamos sair, Polly. - eu sorri e ela ficou mais empolgada do que antes.