25 de Dezembro

Natal! Finalmente! Sim, eu até que gosto do Natal. Frio, neve, presentes, família, Londres... é, faz o meu tipo. A casa já está quase cheia, mas eu estou praticamente vazia. Riley foi passar o Natal na casa de seus pais. Ele queria ficar, mas seria muito egoísmo de minha parte querer ele aqui, até num dia importante como esse. Ele viajou ontem depois do jantar. Não foi muito fácil me despedir dele. Meus pais acompanharam-no até o aeroporto, enquanto fiquei em casa junto com Beatrice. Achei que seria melhor ficar aqui, do que sofrer em público.

-Melinda? Está pronta querida? - mamãe disse adentrando meu quarto... vazio.

-Ahmmm, estou quase pronta. - falei correndo para o banheiro para que ela não me visse toda descabelada e com a cara inchada de tanto chorar, mas não deu.

-Mel, querida! Não fique assim! Sabe que ele vai voltar antes do fim do ano! - ela chegou até mim, me abraçou e sentou na cama.

-Eu sei, mas... eu não me acostumei a ficar longe dele! Eu sou...

-Totalmente dependente dele. - ela me interrompeu.

Bem, não era isso que eu ia dizer mas...

-Sim, eu sou.

-Então se arrume e venha logo! - ela beijou minha testa. - Cumprimente a todos, e assim que terminar, suba e telefone para Riley.

-Certo. - enxuguei minhas bochechas e meu olhos.

Mamãe saiu do meu quarto e fui tomar meu banho para eu relaxar e desmanchar aquela aparência monstruosa que eu possuía. Saí do banheiro e me enxuguei por completo. Enrolei meu cabelos em uma toalha que estava no armário ao lado da pia. Saí do quarto, sem mesmo pensar no frio que eu poderia sentir. Para minha sorte, o aquecedor estava funcionando e eu me livrei da preocupação. Desenrolei a toalha de meu corpo e vi que minha barriga já estava aparecendo.

-Meu Deus! - falei acariciando a barriga. Corri para frente do espelho e vi, que realmente estava crescendo. Riley precisava ver isto. Coloquei um short e um sutiã qualquer, tirei foto e mandei por mensagem ao celular de Ri. "Seus filhos estão crescendo! Eles amam muito você e estão com saudade. Não só eles..."

E coloquei meu celular na estante. Peguei meu vestido que estava dentro do armário, coberto com um plástico transparente. Tirei o short e o sutiã, e tratei logo de por o vestido, que eu mesma escolhi. Os sapatos, peguei emprestado de Beatrice e os acessórios, meu pai me deu de presente de aniversário. Me maquiei, usando as dicas que Julie havia me dado.

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Estava quase pronta, só faltava o penteado. Fiz uma trança simples de lado evoilà. Eu estava pronta para a festa.

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Passei um perfume e desci. Cumprimentei a todos, principalmente a Tyler e sua noiva - ainda é estranho chamar ela de noiva. - Lauren. Disfarcei e subi de fininho para meu quarto. Trombei com Bea no corredor.

-O que está fazendo aqui? - perguntou.

-Ahmmm... tenho que ir pro meu quarto...

-Pra que? É natal! Venha, vamos descer e ficar com a família! - ela disse puxando meu braço. 

-NÃO! - gritei. - É que... eu tenho que ligar para Riley! Desejar a ele e sua família um Feliz Natal... - agora eu falava mais calma.

-Tudo bem! Acalme-se! Não precisa ficar brava ok? - ela me beijou na bochecha. - E está muito linda para ficar trancada no quarto!

Sorri com o comentário. 

-Você também está!

-Estou mesmo não é? - ela deu uma volta.

ROUPA > http://fashion.me/maah-camargo/snips/370739.635133328200000000

PENTEADO > http://www.get7.com.br/wp-content/uploads/2012/09/penteados-para-festa-a-noite-17.jpg

Bea estava usando um vestido amarelo tomara-que-caia, um scarpin branco, - mais puxado para pérola. -  brincos de ouro e uma pulseira que tinha um pequeno pingente em forma de pássaro. Sua maquiagem, não era muito forte. Um marrom mesclado com dourado, mascara para cílios preta e um batom cor malva. Seu cabelo num penteado simples, porém perfeito.

Ela sorriu e continuou.

-Bom, eu estou descendo! Depois, me procure para ficar lá em baixo comigo. Não quero ficar sozinha, ok? 

-Eu não demoro! Prometo! 

E sai correndo para meu quarto. Peguei meu celular para verificar se Ri havia me respondido. E para minha tristeza, ele não me respondera. A mensagem foi enviada, mas nada de resposta. Tentei ligar para ele, mas não me atendia. Esperei alguns minutos antes de ligar novamente. Tentei outra vez e outra, e outra, e outra. Nada dele atender.

-Quer saber? Cansei! Ligo amanhã! Vou aproveitar a festa. Daqui a pouco é a entrega dos presentes. - falei raivosa, jogando o celular em qualquer canto dali e fui ao encontro de Beatrice.

-Se demorasse mais, eu subiria até seu quarto e te arrastaria pelos cabelos, garota! Eu não aguento mais aturar aqueles dois moleques ali. 

Ela indicou-os com a cabeça. Um dos meninos parecia ter 16 e o outro 19. O mais velho encarava Beatrice com um olhar faminto.

-Deus é mais! Quem são? - perguntei.

-Não sei! Vieram junto com a tia Mary. 

-Devem ser conhecidos de Juliet! 

-Ah, não! De novo não! - Bea disse batendo a palma da mão na testa.

-Que foi? 

-Eles estão vindo aqui novamente. - ela disse com fúria. - Eles estão me chamando pra dançar. Já é a quinta vez! O mais velho me cantou nas cinco.

E os dois importunadores vieram ao nosso encontro. Eu encarava meus próprios pés.

-Hmm... tem uma amiga? - falou o mais velho.

-Irmã. - corrigi.

-Então a beleza é herança de família? - o mais novo se manifestou.

-Querem o que aqui? - falei rudemente.

-Calma ai, gatinha! Só queremos conhecê-las melhor. 

-Não te dei permissão para que me desse apelidos nojentos como esse, garoto. 

-Estressada você, não é?

-Apenas com pessoas irritantes. Ah, você é uma delas! - sorri falsamente.

Ele ficou calado e voltou ao lugar aonde estava. Longe. E ali ficou o mais velho. E eu, como desde o início, ficava encarando o chão.

-Sou Matt. - disse o garoto com voz rave.

Eu conhecia aquela voz. "Eu sou Matt." a frase se repetiu em minha mente. Matt... MATT! Ele é da loja de móveis! Levantei a cabeça para confirmar o meu pensamento, e conclui que era o tal menino mesmo.

-Eu o conheço... - falei olhando o garoto. - Você trabalha na loja de móveis! No centro de Cornualha!

-E você... Você é a garota que comprou vários móveis lá, certo? - assenti. - Você me deu um ótimo lucro aquele dia! Muito obrigado! - ele estendeu a mão.

-De nada, mas... como assim "Você me deu muito lucro"? Você é dono da loja ou algo assim?

-Praticamente isso! Meu pai é dono daquela loja!

-Ah, claro... 

Percebi que Beatrice estava se afastando aos poucos. Puxei -a para que se juntasse a mim.

-Vou... pegar mais cerveja. - ela falou sacudindo a garrafa de Heineken vazia. - Não demoro!

-É bom mesmo. - fitei-a séria.

Ela desapareceu perante a multidão.

-Você poderia me ajudar em uma coisa? - ele me cutucou.

-Ahmm... claro. Se eu puder fazer algo...

-Eu estou mega afim da sua irmã...

-Beatrice. - informei-o.

-Beatrice. - continuou. - Então, eu queria poder conhecê-la e tudo mais... Eu realmente gostei dela.

-Tudo bem, eu posso convencê-la em falar com você. Mas daí em diante é contigo.

-Pode deixar! Muito obrigado! - ele agradeceu. - E me desculpe pelo meu irmão. 

-Ah, claro... - falei olhando para o "figura" que estava no outro lado me observando.

Passou-se dois minutos e Bea voltou.

-O que houve com o "Não demoro"?

-Ah, eu não queria falar com o tal do Mike.

-Matt. - corri-a.

-É, isso. 

-E se eu te dissesse que ele é um cara super legal? Que ele é muito agradável, que...

-Ele pediu para que você me empurrasse para ele, não é? - ela falou olhando para ele.

-Não exatamente. Ele pediu que eu desse um jeito de você, pelo menos, falasse com ele.

-E eu não falarei. - ela cruzou os braços, com a garrafa na mão.

-Sim, falará. - ela fechou a cara. - Por favor Bea! Só conversar! Apenas isso!

Ela fiou em silêncio. Deu duas ou três olhadas para o tal cara e olhou novamente para mim.

-Tudo bem, mas só conversar. - avisou-me.

-Só conversar. - sorri.

Ela se dirigiu até ele e Matt deu um empurrão no garoto chato, que era seu irmão, para que se afastasse dali. E assim o garoto fez. Mas veio para a direção errada. 

-E aí? Tá sozinha aqui... eu, você. Que tal?

-Que tal você vazar daqui? 

-Tô vendo que você é das difíceis... Amo garotas difíceis. 

Ele se aproximava mais e mais. Ele chegou a quase encostar em mim, mas empurrei-o com mais força que seu irmão.

-Nossa, gata. Porque você é tão... assim?

-Porque ela tem namorado, e está evitando um moleque chato. - a voz foi como uma onde chocando nas pedras, em mim.

-Riley? - falei assustada.

Continua...