Sua mente havia se tornado uma grande tormenta, sua cabeça doía. Piscou algumas vezes sentindo o peso das pálpebras inchadas, regular seus próprios sentimentos seria uma total perca de tempo.

Tinha total confiança de que reação viria de Sasuke, o conhecia tão bem que até poderia saber quais palavras ele lhe falaria assim que revela-se o filho que gerava.

Mirava o horizonte através de uma grande janela. Sabia que um tempo tortuoso estava por vir, qual seria o destino da criança em seu ventre? Não gostava sequer de imaginar o futuro dela em meio a um grande caos, mas se desesperar antecipadamente não ajudaria em nada.

Ele estava demorando, sua ansiedade a corroía aos poucos. Fechou as mãos nervosamente, abriu a janela e sentou-se em uma poltrona grande, que simplesmente acolheu seu corpo. Sentia a leve brisa gélida entrar em contato com sua pele, aquilo lhe acalmava. Cerrou os olhos apreciando aquela calmaria.

Inerte durante alguns segundos percebeu que a brisa havia cessado. A temperatura do cômodo havia mudado drasticamente. Ouviu um cantarolar feminino. Abriu os olhos se deparando com algo que a surpreendeu.

Uma mulher de madeixas negras pele extremamente branca, cantarolava e girava pelo grande salão. Oque a mais assustou que aquele era o seu palácio.

Oh! Não se preocupe pois guardarei todos seus pesadelos.

Uma grande nevasca de aproxima.

Envolvendo todo seu mundo em branco.

Não se preocupe!

A voz da estranha era excelente de ser apreciada, cantava como se fosse uma cantiga de ninar. Girava e Girava no meio do salão, o vestido preto esvoaçava em um ritmo mais lento.


_Isso é um sonho. – Disse Sakura para si mesma.

_Oh minha doce Sakura, você não esta sonhando. – Observou melhor e pode constatar que a mulher a sua frente era muito bela, possuía traços perfeitos.

_Quem é você? – Não podia se deixar enganar por uma aparência.

_Por mais que tenha puxado todos os traços de sua mãe, vejo claramente uma ponta da personalidade de seu pai. –A mulher retornou a falar, enquanto mirava seu rosto como se a analisasse.

_Não respondeu a minha pergunta. – Retomou um tom firme.

_Não é necessário, querida. Você me conhece, e eu lhe conheço como a palma da minha mão. – Os lábios extremamente vermelhos, abriram um sorriso largo.

_Eu sinceramente não te conheço. – A rosada ficou atenta se prevenindo de cair em algum jogo.

_Você é a única Uchiha mulher, depois de tantas gerações de homens, você nasceu. Na aparência não há nada dessa linhagem, lamento tanto você ser tão parecida com a sua mãe. – Falava com naturalidade, sorria e na ultima frase ficou séria.


Sakura iria levar aquilo como uma ofensa, mas antes de que pudesse se pronunciar, a desconhecida foi mais rápida.

_Oh não entenda mal, você é divina, mas podia ter nascido com a aparência semelhante a minha, não é?.

Tudo que ela conseguia era deixar a rosada confusa e nervosa.

Aproximou-se e tocou na barriga de Sakura, um atrevimento.

_Vejo que carrega um sangue puro consigo, há anos eu não vejo um, o ultimo foi meu marido. Um guerreiro melhor que o avô e o pai, tão excelente que me dá vontade de viver por mais anos e vê-lo crescer. Infelizmente não posso.

Lançou um olhar curioso, por tentar saber qual nível de parentesco a duas tinham em comum. Ao mesmo tempo em que ficava supressa com cada frase dita.

_Não é a minha intensão te deixar confusa minha querida. São só alguns anos, já gastei boa parte disso. Minha intensão é abrir os seus olhos e possivelmente te guiar.


_Eu não entendo. – Pela primeira vez conseguiu falar depois daquela chuva de informações.

_Então eu esclareço. Há quatro famílias controladoras de elementos, agua, fogo, terra e ar. Magos, bruxo e dragões os mais peculiares.
Se um humano se cansasse ou invejasse esses dons, oque ele faria?

_Iria isolar cada um deles. – Sakura respondeu rapidamente.

_E se esse humano tivesse ódio por uma questão passada? – A estranha sorria, como se estivesse mais animada com cada vez que a rosada lhe respondia.

_Mataria. – Sakura já havia ligado quase tudo oque ouvia, pelo oque tudo indicava aquela mulher queria realmente lhe passar algo.

_Boa Garota. Se a sua família tivesse sido exterminada duas vezes em duas guerras, necessariamente por dominadores. Oque este humano carregado de rancor e ódio faria? – Disse com tanto entusiasmo que nem parecia estar falando de um assunto sério.

_Vingança. – Um cala frio percorreu seu corpo.

_Excelente minha Sakura. – A mulher sorriu novamente e bateu palmas.

_Jura que tomará cuidado de si mesma e desta criança? – Mais uma vez surpreendeu a rosada.

_Eu prometo. – Isso ela já havia se prometido a si mesma.

_Prematuro e Frágil por enquanto. Uma personalidade forte digna de um Uchiha. E você a futura Imperatriz Magnifica, milhares irão lhe venerar. Lembro-me dos meus filhos, os quatro meninos. Seu pai não era o mais velho, mas com certeza o meu favorito. O meu monstrinho, o soldado perfeito que eu havia moldado e sua mãe o desfez. Madara nunca me deu trabalho, perfeito ao contrário dos irmãos. Izuna era inquieto, Fugaku ficava encima do muro e Obito o único que sempre me entendeu, porém o mais problemático.
Criei quatro meninos, quatro soldados, quatro homens sem emoção até o momento conheceram as mulheres. Sempre tive raiva delas, desmancharam meus filhos, mudaram a personalidade, os fizeram a amar cegamente.
Meus netos, graciosos, nasceram para serem livres a experimentar todas as emoções.
E agora um bisneto, a minha hora realmente chegou.

_Vovó. – Ao ouvir toda a declaração, não tinha duvidas de quem era aquela mulher. Oque mais a intrigava era a aparência jovem.

_Eu disse que você me conhecer querida.

Uma mecha branca desceu pelo cabelo negro de Mebuki.

_Seu pai sabe por que eu parti pela primeira vez. Ele não me perdoa, mas você sim.

_Oque a senhora fez?

_Muitas coisas, mas isso não importa agora. Cuide-se minha querida.

Mebuki deu alguns passos para trás, sua aparência jovem se dissipou, revelando seus cabelos brancos e a pele enrugada.

Sakura esta estática processava todo aquele momento que havia vivido.

Seria um sonho oque acabara de ouvir e ver?

Suas pálpebras começaram a pesar, e logo adormeceu, ouvindo a canção que Mebuki cantava.

Não se preocupe!

Meu Querido.

Pois a escuridão lhe trarei.

Em uma noite gélida e sem lua.

Você poderá me enxergar.

Assim que tudo ficou em silêncio, abriu abruptamente os olhos. Estava sentada na grande poltrona ao lado da janela como estava antes.

Levantou-se, andou até um espelho, olhou seu reflexo e carinhosamente passou as mãos pela barriga, como se acariciasse o bebê. Aquilo não havia sido um sonho, tinha certeza. Estava absorta que nem ao menos percebeu a presença de Sasuke no quarto.

_Sakura.

Ela se virou com um olhar enigmático, ele observou seu rosto levemente rubro.

_Oque houve com você? – Disse Sasuke enquanto se aproximava, ela olhava para baixo, as mãos apertavam nervosamente o tecido do vestido que usava.

_Na verdade, com nós dois. – A voz de Sakura soou como um sussurro temeroso.

_Oque quer dizer? – Não queria ser grosseiro, porém sua voz fria

_Estou grávida.

Um silencio perturbador pairou sobre o casal.


_Por favor...diga alguma coisa. -Disse Sakura, sem encara-lo.

_Oque você espera que eu diga?

_Realmente eu não... - A rosada olhava para o chão, nervosa tentando acalmar as batidas aceleradas do coração.

_Um filho, com a mulher que eu amo. - Disse Sasuke a interrompendo.


Ele realmente havia a assustado, por mais relapso que tivesse sido sentiu medo da reação que ele teria, mas ao ouvir a ultima frase sentiu um grande alivio.

_Sasuke. – Disse Sakura com as emoções a flor da pele.

_Pensou que eu lhe rejeitaria, essa seria a ultima coisa que eu faria na minha vida. – A entonação da voz do Uchiha soava como um sermão.

_Eu não sabia no que pensar ou esperar, me desculpe. – A rosada retraiu os ombros, ainda temerosa.

_Você tem a mim, não se preocupe. Irei proteger vocês dois. – Por mais que sua postura fosse firme, ele também estava assustado. Mas sua racionalidade falava a frente de seus sentimentos.

_Não quero me tornar um empecilho nisso tudo. Esses conflitos, se alguma coisa acontecer comigo...

_Pare de pensar besteiras, você não esta sozinha.

_Eu sei, tenho tanto medo.

_Você é uma mulher forte Sakura.

Sasuke beijou sua testa, e a envolveu em um abraço protetor.

Continua...