Eu acordo, mas fico de olhos fechados por um longo tempo, tentei me convencer que aquilo tudo ontem fora só um pesadelo e que ele viria me ver para perguntar por que eu continuava dormindo.Nada aconteceu.Toquei minha bochecha que estavam molhadas, devo ter chorado a noite toda.

Fui obrigada a abrir os olhos quando ouvi um barulho de porta batendo, afasto com as mãos algumas folhas do arbusto e vejo uma família de quatro integrantes:Dois adultos(uma mulher  e um homem)e dois garotinhos(de uns quatro anos) entrando em um carro cinza.

Assim que o carro saiu, eu pulei por cima do arbusto e entrei na casa.Normalmente eu não roubaria mais como com o susto ao ouvir o tiro, acabei deixando a sacola de comida cair no chão, então acabei assaltei a geladeira e comi os restos de bacon  do prato das crianças.Depois de comer eu subi as escadas e entrei no quarto dos meninos e pulei  na cama de um deles.AI MEU SENHOR QUE COISA BOA!Deitada naquela cama macia eu tirei a mochila das costas e tentei ver o que eu  tinha de suprimentos: duas barinhas de chocolate, uma bala de menta, uma casaco e dois walk-talks.Alem disso também havia a foto no meu bolso.Encarei o relógio eletrônico perto da cama já faz uns vinte minutos desde que entrei no quarto, então aproveito que estou numa casa de verdade com água encanada e tomo uma ducha.Quando saio, enrolada numa toalha do Hot Whells.Eu entro no quarto dos meninos, passando pela porta escancarada que eu lembrava muito bem de ter fechado, mas a inteligência do ser humano aqui estava tão leve por finalmente ter tomado um bom banho que nem notei.Eu virei para fechar a porta e com o barulho uma garota loira veio corendo na minha direção.Acho que nos estávamos ambas atônitas.Nos ficamos nos encarando por um tempo:ela e´ loira, pálida, com alguns problemas na pele ,deve ter uns 20 e tem olhos castanhos escuro.Enquanto eu a observo ela fica encarando so´ os meus olhos.Ela abre a boca para falar algo, mas eu corro para a porta dos fundos.Ela me segue

“Espere” ela grita logo atrás de mim “eu não sou o que pareço”.Estou perto da porta, mas ela pula na minha frente e impede a minha passagem “Eu não quero te machucar” digo “mas se você não sair da frente, eu terei de fazê-lo”Ela pega uma caixinha do bolso,abre e diz “Calma espere só um pouco” ela mexe nos olhos e  tira um pequeno vidrinho de cada um,ela explica “São lentes de contato coloridas esta vendo?A cor delas e´ castanho escuro”ela continua levanta a cabeça e aponta para os olhos que mudaram de um castanho escuro para um roxo forte“Você esta vendo?Roxos iguais aos seus.”esticou-me a mão um pouco hesitante “Sou Mariah Levs e você?”estiquei  a mão de volta “Caroline Stells”um barulho atrai minha atenção para o lado de fora, onde o carro manobrava. ”Venha “  ela diz puxando a minha mão escada a cima, pega minha mochila e minhas  roupas, me leva ate o final do corredor e puxa do teto um alçapão, de onde cai uma escada e ela me empurra pra cima.Meu queixo caiu.O quarto dela era enorme, com direito a PC e TV, vários vídeos games,  livros e quadrinhos.Tem um banheiro la´ também,então  me troco rapidamente e volto .Quando sento ao seu lado na cama minha foto cai no chão e ela faz um gesto para pega-la , mas antes eu grito um NÃO, fazendo ela parar com as mãos no ar e me lançar um olhar frustrado.Eu pego a  foto rapidamente e digo “E´ meio pessoal...”me sentindo constrangida, mudo rapidamente de assunto “Qual e´ o seu poder?” Para me responder ela fecha os olhos e respira fundo, então , ela pega uma barra de ferro e a entorta e depois faz ela voltar  ao normal então diz: “Eu canalizo os poderes de outros mutantes e pelo visto você tem força extrema!”Concordo com a cabeça e depois pergunto “Como você consegue fazer com que seus pais te deixem morar aqui?” ela suspira e começa a me contar sua historia: como assim que os olhos roxos apareceram ela pegou as lentes de contato de sua mãe e as pintou para castanho, como seu medico mentiu para a família dela , para que os policiais não a achassem,dizendo que ela não podia sair de casa por ter uma doença rara e contagiosa e por causa disso ela tinha que ficar de quarentena, que todas as vezes que  seus pais saiam ela ia dar uma volta por ai,  isso tudo por 11 anos (desde que ela tinha 9), que os irmãos provavelmente nem sabiam de sua existência naquela casa e que já teria fugido a muito tempo, se tivesse coragem de encarar sua mãe nos olhos e dizer que mentira por todo esse tempo  para ela.

Quando ela para de falar, Mariah  fala que e´ a minha vez de contar a minha historia e eu acabei falando tudo sobre mim desde o aparecimento dos olhos roxos ate a morte Jonh, e ela ouviu tudo, calada e prestando atenção nas minhas palavras.

Não sei em que parte da historia eu começo a chorar, mas quando acabo, limpando as lagrimas do meu rosto,Mariah se aproxima de mim e passa o braço sobre meus ombros “Ei!”ela diz sorrindo “eu vou contar pra minha mãe amanha, já estou adiando isso a tempo demais, não se preocupe, salvaremos os outros como nos em breve.Eu prometo”Eu sorrio para ela, grata, então ela se dirige ao armário e pega um colchão,bota ao lado da cama e me oferece.Ficamos conversamos por um tempo enquanto deitadas ate que eu digo “Eu nuca tive muitas amigas...” “Eu também não”ela diz “E´ estranho falar com alguém alem dos meus pais depois do isolamento e talz.”O silencio cai sobre o quarto e paramos de conversar, alguns minutos depois, eu caio no sono.

E dessa vez nada de flashbacks...foi algo bem pior.