Capitulo 15- Greater Good

Por que estes são os dias, vale a pena viver

Estes são os anos que nos são dados

E estes são os momentos.

Vamos fazer o melhor das nossas vidas

Our Lives- The Calling

Lindsay POV

-Preciso da analise disso aqui- Stella pediu, peguei o saco da evidencia de suas mãos. –Vou com Mac e Don, atrás de um possível suspeito, e na volta passo aqui.

-Sem problemas- Falei já abrindo o saco de evidência, um anel com pedras de diamantes cai na bancada branca, o girei entre os dedos- Uau, acho que vale mais que nosso salario junto.

-O dobro- Stella falou, eu sorrio.- Nossa assassina tem bom gosto.

-E uma boa conta bancaria.

-Ou a mão leve- Ela fala enquanto sai, começo a analisar o anel.

Recolho um pigmento marrom entre o enorme diamante e o aro de prata. Passei a mão pelo cabelo, estava quente, mesmo com o ar condicionado. A dor me atingiu, como um facão me cortando de dentro pra fora, trinquei os dentes e me apoiei na mesa, era só uma contração, eu havia tendo muitas delas, aos poucos a dor foi sumindo de maneira gradativa.

Coloquei a cabeça no mármore frio da mesa, minha testa levemente úmida, estava prestes a levantar quando a segunda me atingiu, mais forte.

-Oh não!- Choraminguei, eu nunca havia tido contrações tão seguidas assim, sinto o liquido escorrer de mim, minha bolsa havia acabado de romper. A escuridão tomou conta da minha visão, cambaleante me apoiei na mesa e fui andando escorando. Eu precisava de ajuda, eu precisava de alguém que me ajudasse.

-Adam!- Gritei desesperada, ele era a primeira pessoa que eu conhecia que vi. -Você viu Danny?- Perguntei segurando minha barriga, como se de alguma forma isso pudesse conter a criança dentro dela.

-Saiu há 20 minutos com o Doutor pra um crime no West Side- Ele disse, sacudi a cabeça. Isso não podia estar acontecendo!

-E quanto ao Mac? Stella?

-Stella acabou de sair com o Mac, foram pra uma cena de crime- Ele falou, Oh merda!- Da pra acreditar que eles não percebem? O clima que rola....? Metade do laboratório fala...- Ele começou a falar, sacudo a cabeça, sua voz parecia extremamente irritante, ando alguns passos. E ele me segue tagarelando algo que eu não presto atenção.

-Adam, certo! Chega!- Falei, não esperando ele dizer mais alguma palavra.

-O que foi?

-Eu não estou preparada pra lidar com você agora.

-Ok

-Não é assim que eu imaginei- Sussurro, eu estava sozinha. E prestes a entrar em trabalho de parto! Por que não podia ser como nos filmes e livros?! Por que não podia ser simples e fácil?!

-O que?- Ele perguntou confuso, puxei-o pelo colarinho deixando nossos rostos a centímetros, eu precisava que ele parasse de falar e me ouvisse com a maior atenção.

-Preciso de foco Adam!

-Ok.

-Pegue a chave de qualquer carro. Me encontre na garagem em 5 minutos. Minha bolsa rompeu- Falei, ele abre a boca surpreso pela informação- Estou prestes a entrar em trabalho de parto e preciso que me leve pro hospital- Falei, ele continua me encarando com uma cara de surpresa e choque, o sacudo- Anda!

-Certo- Ele fala desesperado se afastando.

-Adam...

-Eu sei, errei. Desculpe!- Ele falou correndo, e se vira- Relaxe vai ficar tudo bem!

Faço que sim com a cabeça, mas ele não ve. Me escorei na parede e coloquei a mão na barriga, senti meus olhos se enxerem de água, e dessa vez não era por causa da dor. Eu ia ter meu bebe! Minha filha iria nascer! Senti um sorriso brotar em meu rosto, enquanto a sensação de felicidade ia me invadindo.

Adam apareceu minutos depois com dois outros detetives, e em pouco tempo estávamos a caminho do hospital, ele havia conseguido ligar pra Stella que iria ligar imediatamente pra Danny. Ele estava a caminho, mas iria demorar.

-Ela está tendo o bebe!- Adam gritou abrindo  porta do carro e me ajudando a descer, me apoiei nele enquanto sento na cadeira que haviam colocado.

-Adam- Chamei, ele andava de um lado para outro desesperado como se fosse seu próprio filho que iria nascer, sorri- Obrigada.

Danny POV

Eu sabia que isso poderia acontecer a qualquer hora, mas saber que iria acontecer, e estar acontecendo era diferente!

-Você está falando serio?!- Perguntei a Stella desesperado, Lindsay estava mesmo entrando em trabalho de parto?!

Eu pareço estar brincando?! Ande logo! Ela está desesperada!

-Aham- Falei desligando, foi quando me dei conta de que não havia pego o endereço do hospital, quando abro novamente o celular pra ligar pra Stella, ela já havia sido mais rápida, mandara o endereço via texto.- Sheldon?!- Gritei, Sheldon me olhou confuso- Lindsay... bebe.... hospital... nascendo.

-O que estamos esperando?!

E alguns minutos depois estávamos no carro dele, com a sirene ligada, eu tentava inutilmente ligar pra Lindsay.

-Por que ela não atende o celular?!- Pergunto desesperado- Doutor, pegue a rua 57. É mais rápido.

-Danny entendi.

-Caixa postal de novo- Falo nervoso- Querida, sou eu. Estamos perto, certo? Espere até eu chegar; Eu não quero perder isso. Eu te amo, certo?

-Vai ocorrer tudo bem, você e Lindsay foram a todas as consultas.- Ele falou, assenti e apertei minha cabeça com as pontas dos dedos.

-Eu sei, só...- Falei pra ele, senti meus olhos ficarem úmidos- Eu vou ser pai. Sabe, daqui a alguns anos aquele bebe, vai vir correndo pra mim quando eu chegar do trabalho e ela vai sorrir e gritar: “pai”- Falei sorrindo, senti as lagrimas transbordarem- E isso é maravilhoso, e assustador.

-Danny, daqui a algumas horas você vai estar com a pequena Messer no colo.

-Você tem razão- Falei esfregando meu rosto- Eu preciso manter a calma, ela precisa de mim.

-Isso ai- Ele falou estacionando em frente ao hospital, abri a porta num rompante e sai- Danny! Parabéns, irmão.

-Obrigado doutor- Falei sorrindo e me virei correndo pra dentro do hospital. Adam me esperava, ele balançava de um lado pro outro parecendo um pinguim.

-Onde ela está?!- Perguntei a ele levemente ofegante, ele apontou pro elevador.

-4° Andar- Fomos pelo elevador, ele continuava balançando de um lado pro outro e eu batendo com o corpo na parede.

-E se ela tiver gêmeos Adam?- Perguntei enquanto saiamos do elevador- Tem histórias de pessoas que foram pegas de surpresas. Você viu Lindsay? Ela está enorme!

-Oh!- Ele falou, eu sacudi a cabeça.

-Ela sabe disso.

-Relaxa, você viu o ultrassom. Não são gêmeos, ok?- Ele falou, colocando a mão no meu ombro, tentando me confortar. -Você vai ficar bem?

-Não, não vou. Sinto como se fosse ter um infarto enquanto ela dá à luz- Falei, sinto meu telefone tocar, é Mac- Mac, chegou.

Ela já teve o bebe?

-Não, ainda não.

Certo, onde vocês estão?

-4° Andar

Certo, daqui a pouco estarei ai.

Lindsay POV

-Acha mesmo que vou conseguir tirar esse bebê de dentro de mim?- Perguntei a Stella desesperada, ela sorri. -Por que não posso ser uma dessas mulheres que espirram e antes que digam: "Deus lhe abençoe", já teve o bebe?

-Pense no que você perderia. Lembrar seu filho de todas estas horas longas e dolorosas de parto que enfrentou para traze-lo ao mundo?- Ela perguntou, sorrio. Pode apostar que eu ia lembra-la disso!

-Estou um pouco assustada, Stella

-Isso é normal. Você é saudavel, vai dar tudo bem.

-Sei, não quero dizer ter o bebe. Mas sobre ser mãe- Falei, minha voz soa desesperada- E se eu não for boa nisso? E a pior parte é que só vou saber quando for tarde demais!- Falei, ela me olha confusa- Ela vai chegar em casa, gritar que me odeia, e por rebeldia porá um piercing numa parte inapropriada do corpo. E vai pegar uma infecção, vai tomar antibióticos. Que vão causar um distúrbio alimentar, e logo vou estar fazendo terapia tentando salvar minha família!- Digo, a cada palavra a expressão de Stella fica mais e mais assustada, até que ela me olha como eu fosse louca.

--Bom, o fato de já ter pensado nisso, me diz que vai ser uma boa mãe.- Ela diz tentando segurar o riso, mas não consegue, acabo rindo também.

-Estou ficando louca não?

-É, um pouco- Ela falou, sorrio.

-A quanto tempo já estou aqui?

-7 horas- Ela fala, me seguro a maçaneta de uma porta e mordo a língua tentando de alguma forma ignorar a dor. Mas a cada vez é mais forte, parecia que eu não ia aguentar. E dessa vez pareceu me rasgar, solto um grito. Ela me segura, mas diferente das outras, não para.

-Eu...- Tento formular, Stella pede ajuda. -Chame Danny! E preciso de uma anestesia!- Grito desesperada.

Eu não vi realmente como aconteceu, apenas sentia os vultos. E então estava em cima de uma maca.

-Você está indo bem meu amor- Danny fala tentando me dar força, enquanto eu grito e forço pra que o bebe saia de meu corpo. Minhas mão apertam com força a sua, a cada grito, parecia que eu morreria a qualquer instante. Aperto os olhos com força, minha cabeça lateja, enquanto tento manter a consciência e forçar- É ela!- Ele fala, ouço o tom alegre em sua voz, quase adoração, abri meus olhos, as coisas, não passavam de vultos e borrões vermelhos. Até que a imagem finalmente se firma, e eu consigo ver. Eu sorrio ao ouvir seu choro rouco, sinto Danny segurar minha mão e seu rosto encostado no meu.- Meu amor, está tudo bem. Você conseguiu- Ele sussurra eu rio, e como um filme tudo apaga.

XXXXX

A primeira coisa que eu consigo ouvir são os bipes, e logo em seguida o cheiro de álcool e alvejante entram em minhas narinas.

Meu corpo dói, como se eu tivesse levado a pior surra da minha vida. Tudo parece girar, e demora um tempo até que eu finalmente consigo ver algo nítido. Danny está ao meu lado, numa cadeira, com uma coisa pequena em suas mãos de touca rosa, sorrio. Ele olha pra mim e estende o bebe. Eu a pego, ela é tão pequena, e frágil, parece que a qualquer momento pode quebrar em minhas mãos.

-Hey meu amor- Sussurro, ela sorri pra mim, seus olhos são castanhos iguais aos meus, sorrio, vejo uma gota cair em seu rosto, ela não parece se importar enquanto me olha sorrindo, sua mão inteira envolve meu dedo. Olho pra Danny, ele sorri pra mim, seus olhos estão molhados.

-Ela é linda. E tem seus olhos.

-Sim, mas tem seu queixo- Falo, ele ri.

-Tem. Eu amo você, sabe? Especialmente agora- Ele falou, eu sorrio, e me ergo um pouco, ficando mais próxima.

-Eu amo você também, e nossa filha.- Falei, me escorei na cama, e fechei os olhos com força, enquanto sinto as lagrimas emundarem meu rosto. Sinto sua mão apertar a pequena mão dela se apertar ao meu dedo, sorrio, Danny me abraça. Ele beija minha cabeça.